terça-feira, 17 de abril de 2018

Brasileira Sense Bike compra sul-africana


Brasileira Sense Bike compra sul-africana
A brasileira Sense Bike anunciou no fim de semana a compra da Swift Carbon, fabricante sul-africana de bicicletas de fibra de carbono. A companhia é controlada pelo grupo Lagoa Participações, que tem faturamento de R$ 1 bilhão por ano e atua também em outros mercados, como concessionárias de automóveis, distribuidoras, fundos de investimento e empreendimentos imobiliários.

A aquisição custou em torno de US$ 20 milhões, que serão pagos nos próximos cinco anos. Segundo o presidente da empresa, Henrique Ribeiro, o investimento faz parte da estratégia de oferecer produtos de alta qualidade no mercado brasileiro. Com mais pessoas usando bicicletas como meio de transporte, a demanda por produtos de mais durabilidade subiu.

“Houve uma transformação nesse mercado. Por volta de 2007, vimos mais pessoas buscarem opções sustentáveis em relação à mobilidade”, diz o executivo. Como primeiro movimento para se posicionar nesse novo cenário, a empresa firmou em 2016 uma parceria para a produção de quadros (estrutura metálica da bicicleta) com a própria Swift Carbon, cuja fábrica fica no Porto, em Portugal, e exporta para 40 países.

A aquisição de uma empresa com foco na tecnologia de fibra de carbono, mais leve e durável, vem para fortalecer esse posicionamento, conta Ribeiro.

Em um mercado nacional voltado para o alumínio, que tem modelo produtivo diferente do carbono, a companhia acredita que terá retornos significativos, embora não revele números. “Adiantamos a nossa vida em 15 anos, se considerarmos o portfólio e conhecimento de tecnologia que estamos absorvendo. Na produção com carbono não há molde, é um desenvolvimento feito manualmente.”


Preço


De acordo com a Sense Bike, que produz atualmente 19 modelos de alumínio e carbono, as bicicletas mais modernas no Brasil em geral são feitas de alumínio, e custam em torno de R$ 2 mil e R$ 7 mil. Com esse material, um quadro, por exemplo, leva um dia para ser produzido. Já as feitas de carbono partem de R$ 10 mil e podem chegar a R$ 70 mil. O quadro demora 30 dias para ser produzido.

A empresa, contudo, não pretende apenas sofisticar sua produção. Faz parte da estratégia disputar o mercado europeu, significativamente maior do que o brasileiro, vendendo lá também bicicletas produzidas em Manaus, onde fica a planta da companhia desde 2011.

Dados da Confederação da Indústria Europeia de Bicicletas (Conebi) mostram que são produzidas no continente cerca de 13 milhões de unidades. No Brasil, segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) foram produzidas 2,5 milhões unidades, em 2017.


sexta-feira, 13 de abril de 2018

Kroton quer ter ao menos um novo projeto ao ano após cada aquisição


Busca por novas escolas estará centrada em instituições com qualidade reconhecida nos mercados locais, disse o diretor-presidente da Kroton

 



São Paulo – O plano de expansão da Kroton no ensino básico será baseado na compra de escolas renomadas em diversas cidades do País e na criação de três a quatro “réplicas” dessas unidades no mesmo município ou região.

“Esperamos ter ao menos um ‘greenfield’ (novo projeto) ao ano após cada aquisição”, explicou nesta terça-feira, 10, o diretor-presidente da Kroton, Rodrigo Galindo, em conferência com jornalistas. “O foco (na educação básica) é crescer pela implementação de greenfields”, ressaltou.

Segundo Galindo, a busca por novas escolas estará centrada em instituições com qualidade reconhecida nos mercados locais. Após a compra, a Kroton manterá a marca, o projeto pedagógico e o corpo de professores das escolas.

Depois disso, iniciará um plano de desenvolvimento de novas unidades com o mesmo padrão da unidade original – o que deverá ocorrer na velocidade de uma nova instituição por ano.

“A limitação não será de infraestrutura física ou financeira. Isso conseguiremos superar. Esse ‘timing’ vai depender da nossa capacidade de formar gente”, disse Galindo, explicando que o desafio da expansão dos negócios será a preparação de professores para atuarem nos mesmos padrões de ensino de alta qualidade do colégio adquirido.


Europa aprova pedido da Bayer para alterar acordos para compra da Monsanto


Sob a nova proposta, a Bayer pediu para vender sua unidade de ativos e produtos de tratamento de sementes para a Basf






Bruxelas – A Comissão Europeia anunciou nesta quarta-feira que aprovou uma solicitação da alemã Bayer para fazer duas modificações nos compromissos que assumiu para obter a aprovação de compra do grupo norte-americano Monsanto.

Sob a nova proposta, a Bayer pediu para vender sua unidade de ativos e produtos de tratamento de sementes, bem como seus ativos de agricultura digital global para a Basf.

A Comissão, que supervisiona a concorrência na União Europeia, disse que os compromissos modificados seriam pelo menos tão eficazes para diminuir as preocupações com a concorrência quanto os da proposta anterior.

O regulador europeu disse que ainda está avaliando se a Basf é um comprador adequado para as unidades.

 https://exame.abril.com.br/negocios/europa-aprova-pedido-da-bayer-para-alterar-acordos-para-compra-da-monsanto/

Sprint e T-Mobile retomam negociações, dizem fontes


Juntas, as duas teriam mais de 127 milhões de clientes e ampliariam a concorrência com a primeira e segunda no ranking de operadoras sem fio, Verizon e AT&T

 





Nova York – A Sprint retomou negociações para se unir à T-Mobile, disseram pessoas familiarizadas com o assunto nesta terça-feira, no mais recente esforço para reunir a quarta e a terceira maiores operadoras de telefonia dos Estados Unidos.

Juntas, as duas teriam mais de 127 milhões de clientes e ampliariam a concorrência com a primeira e segunda no ranking de operadoras sem fio, Verizon e AT&T, em meio a uma corrida para expandir as ofertas em 5G, a próxima geração de tecnologia sem fio.

A rodada de negociações anterior acabou em novembro devido a divergências, mas Tim Hoettges, presidente-executivo da alemã Deutsche Telekom, deixou a porta aberta na época, dizendo: “Você sempre se encontra duas vezes na vida”.

Desde então, as ações da Sprint perderam mais de um quinto do valor em meio a questões sobre como a empresa pode competir efetivamente sob o peso de sua dívida de longo prazo de mais de 32 bilhões de dólares.

O dono da Sprint, o SofBank, tem tentado reduzir a dívida da empresa, que atingiu 15,8 trilhões de ienes (147 bilhões de dólares) no fim de 2017. A companhia disse que está planejando levantar dinheiro ao listar sua unidade japonesa de celulares neste ano.

A Sprint e a T-Mobile decidiram reabrir negociações em parte porque querem compartilhar investimentos em redes, disseram as fontes. As negociações estão em estágio inicial, acrescentaram.

Um ponto importante nas negociações é a capacidade da Deutsche Telekom de consolidar os lucros da T-Mobile, disse uma das fontes. A Deutsche Telekom tem 63 por cento da T-Mobile, que emergiu como um de seus ativos mais valiosos. A Deutsche Telekom provavelmente teria que investir dinheiro novo para uma fusão para que sua participação permanecesse acima de 50 por cento.

As fontes pediram para não serem identificadas porque o assunto é confidencial. A Sprint e a Deutsche Telekom se recusaram a comentar, enquanto a T-Mobile não respondeu aos pedidos de comentários.


Enel busca aquisições de médio porte e vê oportunidades no Brasil


Maior empresa do setor elétrico da Europa, a Enel, está buscando aquisições fora da Europa, com a América Latina em foco

 


Milão/Londres – A maior empresa do setor elétrico da Europa, a Enel, está buscando aquisições de médio porte de ativos regulados principalmente fora da Europa, com a América Latina em foco, disse seu presidente-executivo à Reuters.

“Estamos olhando para acordos inferiores a 5 bilhões de euros… Várias oportunidades estão chegando ao mercado no Brasil”, disse Francesco Starace em entrevista, acrescentando que essas oportunidades são principalmente redes reguladas.

A Enel, controlada pelo Estado, possui uma participação majoritária na concessionária espanhola Endesa e está investindo em energia verde e redes para enfrentar a crise na geração tradicional de energia.

Líder em energia na Itália, a Enel obtém 47 por cento de seus lucros principais de empresas de rede reguladas, nas quais planeja gastar cerca de um terço de seu orçamento de crescimento de 14,6 bilhões de euros.

No ano passado, a empresa comprou a brasileira de distribuição de energia Celg-D por cerca de 640 milhões de dólares.

Petrobras perde influência no Brasil com chegada de estrangeiras


A estatal respondeu por 75 por cento da produção de petróleo do Brasil em fevereiro, contra 93 por cento em 2010.

 






Quando o assunto é produção de petróleo, Petrobras e Brasil sempre foram uma coisa só. Mas isso agora está mudando.

A estatal respondeu por 75 por cento da produção do Brasil em fevereiro, contra 93 por cento em 2010, no fim do governo Luiz Inácio Lula da Silva. A presença começou a cair com a produção do pré-sal, no governo Dilma Rousseff. E se acelerou desde que Michel Temer assumiu o governo em 2016 e abriu o setor para estrangeiras. Em dois anos, a Petrobras reduziu em 7 pontos percentuais sua participação de mercado, mesma fatia que a empresa levou 13 anos para perder desde o fim do monopólio, há 20 anos.
 
O domínio da estatal tende a se reduzir ainda mais à medida que as gigantes do petróleo, entre elas Exxon Mobil, Total e Statoil, correm para garantir participações no pré-sal, uma das zonas petrolíferas mais promissoras já descobertas no mundo, grande demais para uma só empresa.

De setembro para cá, o Brasil realizou três leilões de blocos de petróleo e há outro programado para junho. As mudanças são ao mesmo tempo uma bênção e uma maldição para a Petrobras: a empresa perde o controle absoluto da produção de petróleo do país, mas ganha caixa e tecnologia por meio de parcerias com grandes petroleiras estrangeiras. Nos últimos três anos, o volume de petróleo produzido pela estatal se manteve praticamente estável em 2,1 milhões de barris/dia, com leves altas. Um crescimento maior é esperado para 2019, com a entrada de um número recorde de plataformas.

“Não é que seja bom (a Petrobras perder participação de mercado), mas é importante a chegada de outras empresas”, disse o diretor de Estratégia da Petrobras, Nelson Silva. “E não dá para fazer uma coisa sem a outra.”

A redução relativa da Petrobras vem, em parte, da decisão do governo em 2003 de atrofiar o caixa da companhia com investimentos em refino e desviar o foco da produção de petróleo, disse Samuel Pessoa, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Muitos desses projetos viraram alvos da Operação Lava Jato e geraram baixas contábeis de dezenas de bilhões de dólares em meio à queda dos preços internacionais do petróleo.

“A redução do papel da Petrobras não é ruim, é boa”, disse Pessoa, em entrevista. “O ruim é o Brasil não estar produzindo os 4 milhões de barris por dia como planejava.”

Mas isso pode mudar em breve, considerando que as empresas estrangeiras estão expandindo os esforços no país. A Exxon, por exemplo, investiu mais de US$ 2 bilhões com parceiras na aquisição de 22 licenças offshore apenas nos últimos seis meses.

“Chegou um momento em que a oportunidade, junto com as mudanças geradas pelas reformas deles, aumentou a atratividade para nós”, disse o vice-presidente de relações com investidores da Exxon, Jeffrey J. Woodbury, em 2 de fevereiro, em conferência com analistas.

O Brasil superou o México e a Venezuela e se tornou o maior produtor da América Latina, além de ser uma das principais fontes de crescimento da produção de fora da Opep dos últimos anos. O Brasil não divulga estimativas de reservas do petróleo do pré-sal, mas a Agência Nacional do Petróleo (ANP) considera a região a maior descoberta do planeta nos últimos 50 anos.

Outros ganhos de estrangeiras decorrem de uma combinação de projetos de exploração que estão chegando à fase de produção, como os campos offshore de Sapinhoá, nos quais a Petrobras tem como parceiras a Royal Dutch Shell e a Galp Energia SGPS, e a venda de campos que já estão na fase de produção. A Total e a Statoil compraram participações em campos offshore operados pela Petrobras nos últimos dois anos.

“A Petrobras está aumentando a produção dela como um todo. A perda relativa é um sinal de que o Brasil está diversificando, o que é bom,” disse Jorge Camargo, especialista em petróleo do Cebri e ex-presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), em entrevista.
 

Judiciário não pode "legislar" para mudar taxa de correção do FGTS, decide STJ




O Judiciário não pode "legislar" e mudar o índice de correção monetária aplicável sobre as contas do FGTS. Com esse entendimento, a 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça manteve a TR como índice de atualização das contas do Fundo Garantia. Por unanimidade, o colegiado seguiu o voto do relator, ministro Benedito Gonçalves. A decisão, desta quarta-feira (11/4), foi tomada em recurso repetitivo, liberando as ações que estavam paradas à espera de definição pelo STJ.
Só Legislativo pode mudar taxa de correção monetária dos depósitos do FGTS, afirma ministro Benedito Gonçalves, em voto vencedor no STJ.
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De acordo com o ministro Benedito, o STJ não poderia alterar o que diz claramente a Lei 8.177/91, que adotou a TR como parâmetro para correção monetária dos depósitos do FGTS. Ele citou também a Súmula 459 do tribunal, segundo a qual a correção deve ser feita pela taxa, criada em 1991 pelo governo federal para combater a hiperinflação da época.

No recurso, o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de Santa Catarina questiona a legalidade do uso da TR pela Caixa Econômica Federal para corrigir os saldos das contas de FGTS dos trabalhadores representados pela entidade.

Segundo o sindicato, o uso da TR é ilegal por não recompor as perdas inflacionárias. Por lei, a TR rende sempre abaixo do índice oficial da inflação. Para a entidade sindical, o parâmetro gera um abismo entre os saldos aplicados no fundo dos índices oficiais de inflação. A entidade aponta violação à Lei 8.036/90, que regula o FGTS, e pede que as atualizações dos valores passem a ser feitas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ou por outro índice de correção.

O caso chegou ao STJ porque o sindicato questionou acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Com base na Súmula 459, o TRF-4 negou o pedido do sindicato argumentando que os critérios de correção do FGTS são estabelecidos pela legislação, não podendo ser substituído por índice mais favorável em determinada época.

Benedito lembrou que a substituição da TR como fator de correção dos depósitos a título de FGTS é objeto de projetos que tramitam no Legislativo. Cita que na Câmara dos Deputados tramitam os Projetos de Leis 4.566/2008, 6.979/2013 e 7.037/2014. Há, ainda, o Projeto de Lei 6.247/2009, que objetiva compensar, por meio de aportes públicos, a diferença entre os saldos das contas vinculadas ao FGTS e a inflação.

Conforme a Advocacia-Geral da União, a decisão do STJ evita um impacto de R$ 280 bilhões nas contas do FGTS. O valor corresponde ao "rombo" que seria provocado caso fosse determinado que os saldos das contas do fundo fossem corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor, por exemplo, em vez da TR.

Tramita no Supremo Tribunal Federal uma ação que discute o mesmo tema. Para o autor da ação, o partido Solidariedade, a TR não leva em conta a alta de preços dos bens de consumo, variando sempre abaixo da inflação. A agremiação diz ainda que que, ao contrário de outros investimentos, o titular do FGTS não tem o direito de transferir seus recursos para aplicações “mais rentáveis”.

Em parecer a respeito do processo, a Procuradoria-Geral da República argumento no mesmo sentido do STJ. "A Constituição da República de 1988 não contém decisão política fundamental no sentido da atualização monetária por meio de indexador que preserve o valor real da moeda de forma direta e automática nem com base nela há como o Poder Judiciário eleger determinado índice de correção, em lugar do legislador", afirma a PGR.


REsp 1.614.874
ADI 5.090


*Texto atualizado às 17h39 do dia 11/4/2018 para acréscimo de informações.


https://www.conjur.com.br/2018-abr-11/judiciario-nao-legislar-mudar-taxa-correcao-fgts