terça-feira, 4 de junho de 2024

PIB do Brasil cresce 0,8% no 1º trimestre, puxado por consumo das famílias e serviços

 


PIB do Brasil cresce 0,8% no 1º trimestre

PIB do Brasil cresce 0,8% no 1º trimestre: supermercado no Rio de Janeiro 06/05/2016. REUTERS/Nacho Doce

O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu 0,8% no 1º trimestre, em relação ao 4º trimestre do ano passado, mostrando recuperação ante o final de 2023, segundo mostrou nesta terça-feira, 4, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O crescimento da economia brasileira nos três primeiros meses do ano foi puxado pelo consumo das famílias (1,5%) e investimentos (4,1%).

Pela ótica da produção, o destaque foi o setor de serviços (1,4%), que possui o maior peso na composição do PIB, que mostrou aceleração ante os resultados de 2023. Também houve alta na Agropecuária (11,3%), que voltou a crescer depois de três trimestres seguidos de perdas. Já a indústria teve queda de 0,1%, marcando uma forte perda de força depois de expansão de 1,2% no quarto trimestre.

O IBGE também revisou o resultado dos quatro trimestre anteriores: 1,2% (1º tri/23), 0,9% (2º tri/23), 0,1% (3º tri/23) e -0,1 (4º tri/23). Veja abaixo a evolução do PIB brasileiro:PIB cresce 0,8% no primeiro trimestre

O resultado veio dentro do esperado. A mediana das estimativas dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast projetava uma alta de 0,7% do PIB. Já a expectativa em pesquisa da Reuters era de avanço de 0,8%.

Em relação ao 1º trimestre de 2023, o PIB avançou 2,5%. O PIB acumulado nos quatro trimestres terminados em março de 2024, comparado ao mesmo período de 2023, também cresceu 2,5%.

O PIB totalizou R$ 2,7 trilhões no primeiro trimestre. A taxa de investimento foi de 16,9% do PIB, abaixo dos 17,1% registrados no primeiro trimestre de 2023. Já a taxa de poupança foi de 16,2%, ante 17,5% no mesmo trimestre de 2023.

Principais destaques do PIB no 1º trimestre:

  • Serviços: 1,4%
  • Indústria: -0,1%
  • Construção: -0,5%
  • Agropecuária: 11,3%
  • Comércio: 3%
  • Consumo das famílias: 1,5%
  • Consumo do governo: 0%
  • Investimentos: 4,1%
  • Exportações: 0,2%
  • Importação: 6,5%

Expectativas para o ano

A projeção dos analistas para o crescimento da economia brasileira em 2024 segue em 2,05%, segundo o último boletim Focus do Banco Central. Já o Ministério da Fazenda prevê um avanço de 2,5%.

O Fundo Monetário Internacional (FMI), por sua vez, estima um crescimento de 2,2% para o PIB do Brasil, o que faria o país passar em 2024 da 9ª para a 8ª posição no ranking das maiores economias do mundo.

O PIB é o resultado da soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir o desempenho e a evolução da economia. Medido pelo IBGE no Brasil, ele é divulgado a cada três meses.

Impacto das enchentes no RS

Segundo o Ministério da Fazenda, apesar da recuperação da economia no começo de 2024, a expectativa é desaceleração no ritmo de crescimento no próximo trimestre, em razão dos impactos da calamidade no Rio Grande do Sul.

“A agropecuária e a indústria de transformação devem ser atividades especialmente afetadas, uma vez que são proporcionalmente mais importantes no PIB do estado que no PIB nacional. No setor de serviços, atividades como transportes e outras atividades de serviços também devem ser impactadas pela calamidade, repercutindo a piora da mobilidade e as restrições no provimento de serviços pessoais, de alimentação e de alojamentos. Medidas de auxílio fiscal e de crédito devem auxiliar a mitigar os impactos negativos desse episódio, mas seus efeitos devem se diluir ao longo deste e dos próximos trimestres”, avaliou o ministério.

segunda-feira, 3 de junho de 2024

BTG Pactual assumirá o Banco Nacional, em liquidação extrajudicial há 28 anos

 

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O BTG Pactual assumirá o controle do Banco Nacional, que está em liquidação extrajudicial, assim como sua subsidiária e todos os ativos e passivos remanescentes da instituição. A liquidação extrajudicial do Nacional, fundado em 1944 e marcado por patrocinar o piloto Ayrton Senna (1960-1994), foi decretada em novembro de 1996.

Segundo o comunicado divulgado pelo BTG Pactual, a operação faz parte da estratégia de investimentos da área de Special Situations do BTG Pactual, focada na aquisição e recuperação de carteiras de créditos inadimplidos (descumpridos) e compra de ativos financeiros alternativos.

A conclusão e fechamento da operação estão condicionados ao fim do regime de liquidação extrajudicial do Nacional, que será possibilitado pela liquidação ou saneamento de seus passivos financeiros.

O BTG precisa também das aprovações regulatórias necessárias, inclusive do Banco Central do Brasil e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Em novembro do ano passado, o Banco Nacional, da família Magalhães Pinto, e o BTG haviam assinado uma opção de compra e venda da totalidade das ações de emissão do banco. Na mesma ocasião, o Nacional concordou em realizar um aumento de capital de perto de R$ 1,5 bilhão.

Argentina: receita com exportação de grãos cai 37% em maio, para US$ 2,612 bilhões

 

CNA e Mapa discutem protocolos de exportação de grãos para a China ...


As exportações argentinas de grãos e derivados geraram receita de US$ 2,612 bilhões em maio de 2024. O montante representa aumento de 37% em relação a abril, mas queda de 37% na comparação com maio de 2023. Os dados foram divulgados pela Câmara da Indústria Oleaginosa da República Argentina (Ciara) e pelo Centro de Exportadores de Cereais (CEC), entidades que representam 50,1% das exportações totais argentinas. Nos cinco primeiros meses do ano, a receita soma US$ 9,046 bilhões, queda de 4% na comparação anual.

Segundo as entidades, o desempenho reflete em parte a adoção do valor de referência chamado “dólar exportador”, que pode ser utilizado para celebração de novos contratos a termo de grãos e oleaginosas. Reflete também os preços internacionais e o impacto do clima sobre o ritmo de colheita de soja e milho. Elas observaram que a indústria de exportação de grãos e de esmagamento de soja segue trabalhando com altos níveis de ociosidade.

O principal produto exportado pelo setor é o farelo de soja, que corresponde a 12% do total comercializado para o exterior pelo país. O farelo é seguido pelo milho (11% do total) e pelo óleo de soja (6,9%).

Governo apresentará até quarta medidas parar compensar desoneração da folha, diz Padilha

 


Padilha (de óculos) participa de reunião ministerial no Palácio do Planalto

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que a equipe econômica divulgará até quarta-feira, 5, as medidas de compensação para a renúncia fiscal da desoneração de 17 setores da economia e de prefeituras. O articulador político do Palácio do Planalto participou na manhã desta segunda-feira, 3, de uma reunião com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e líderes do governo no Congresso. Também esteve presente o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan.

De acordo com Padilha, após a Fazenda apresentar as compensações, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), deve protocolar ainda nesta semana o relatório do projeto de lei que trata da desoneração. O petista é o relator da proposta que incorporou o acordo feito entre o Executivo e o Congresso para manter neste ano os benefícios. Pelo entendimento fechado entre os Poderes, os incentivos acabarão gradualmente nos próximos anos, mas é preciso apresentar medidas compensatórias.

“Nesta semana ainda, fecha-se a proposta de compensação. O Ministério da Fazenda está analisando, fazendo análises finais, discutimos um pouco isso hoje com os líderes. Nos próximos dias, entre amanhã e quarta-feira, deve ter a proposta”, disse Padilha a jornalistas. “O relator, Jaques Wagner, está preparando seu relatório e esperamos que ele possa apresentar esta semana.”

Pauta prioritária

Padilha afirmou que a pauta prioritária do governo no Congresso nesta semana inclui a votação do projeto que regulamenta o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover) e prevê taxação de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50, no Senado, e o andamento da Medida Provisória (MP) do Acredita – programa de concessão de crédito – na Câmara.

Além disso, segundo o ministro, o Planalto espera que seja aprovada pelos senadores a proposta que cria uma Letra de Crédito de Desenvolvimento (LCD), de interesse do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Em relação ao Mover, Padilha afirmou que o governo trabalhará para manter o acordo firmado na Câmara, que inclui os incentivos para o setor automotivo propostos pelo governo e a cobrança de 20% de imposto de importação sobre o e-commerce estrangeiro, que atinge sites asiáticos como Shein e Shopee.

O ministro também disse que discutirá com o Senado os jabutis incluídos de última hora pela Câmara no texto do Mover, “sem a anuência do governo”, como o que cria uma política de conteúdo local para o setor de petróleo. Nesse caso, o Planalto analisará a possibilidade de supressão desses itens na votação dos senadores ou, caso sejam aprovados, sinalizará que não há compromisso de sanção presidencial. Jabutis são medidas incluídas em propostas legislativas que não têm relação com o conteúdo principal.

“Vamos tratar também de emendas que foram feitas na Câmara sem anuência do governo e, como trabalhar (para retirar) isso. Pode ser emenda de redação (para suprimir do texto) ou, eventualmente, sinalizarmos que não tem compromisso de sanção, para que a gente possa finalizar a votação no Senado do Mover, que é um projeto muito importante para a indústria automobilística”, declarou Padilha.

O ministro disse ainda que o governo terá “participação ativa” nas audiências dos grupos de trabalho de regulamentação da reforma tributária. O Planalto, segundo ele, vê disposição da Câmara em aprovar os projetos de lei complementar antes das eleições municipais.

domingo, 2 de junho de 2024

Fusão entre Azul e Gol deve ocorrer se for positiva para o mercado, diz presidente da Iata

 


Compra da GOL pela Azul seria boa para credores, mas ruim para o consumidor, dizem analistas

Eventual fusão entre Azul e a Gol avança (Crédito: Montagem/GOL/Azul/Divulgação)

Uma eventual fusão entre e Azul e Gol ainda está em negociação e é preciso aguardar os próximos desdobramentos. No entanto, a operação deve ocorrer caso se prove positiva para o mercado, segundo o vice-presidente regional da Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata) para as Américas, Peter Cerdá.

Na avaliação do executivo, a combinação de aéreas não é uma novidade no setor e tem se mostrado uma tendência global.

“A consolidação faz parte da nossa evolução como indústria e tem acontecido de forma relevante nos Estados Unidos e na Europa. Por que não pode ocorrer também no Brasil?”, questiona Cerdá.

O vice-presidente da Iata pondera que a fusão entre a Azul e Gol dependeria do aval regulatório, o que inclui a participação do Estado. No entanto, defende que este tipo de operação deve ocorrer de “forma orgânica e natural, sem imposições”.

“Apesar de estar envolvido no assunto, o foco do governo brasileiro precisa estar em tornar a aviação mais competitiva e não em uma possível concentração de mercado”, diz o executivo.

Entre os pontos que exigem atenção do poder público para impulsionar o setor aéreo no Brasil, Cerdá cita, por exemplo, a necessidade de reduzir impostos e o índice de judicialização. “O que está faltando para a indústria brasileira é reduzir custos e a burocracia”, afirma.

Cerdá conversou com jornalistas das Américas neste domingo, 2, durante o encontro anual da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), promovido nos próximos dias em Dubai, nos Emirados Árabes.

*A repórter viajou a convite da Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata)

OLX usa IA para encontrar e montar escritório em SP mais adequado ao trabalho híbrido

 


OLX usou inteligência de dados para encontrar o melhor local para o novo escritório da empresa em SP

OLX usou inteligência de dados para encontrar o melhor local para o novo escritório da empresa em SP (Crédito: Divulgação)

Enquanto muitas empresas apostam no retorno do modelo presencial após o boom do home office durante a pandemia, o grupo OLX decidiu dobrar a aposta no modelo de trabalho flexível e na escolha de seu novo escritório em São Paulo.

A empresa usou inteligência de dados para encontrar o melhor local para o novo escritório. Através da ferramenta  a DataZAP, do próprio grupo, a OLX cruzou o CEP de 626 endereços dos trabalhadores residentes na região metropolitana de São Paulo. O objetivo era encontrar uma localização que reduzisse o tempo médio de deslocamento dos funcionários.

Os cálculos apontaram a Bela Vista como a região mais adequada, próxima a estação Trianon-Masp, da Linha 2 Verde do metrô. Na nova localidade, o tempo médio de deslocamento dos trabalhadores passou para 136 minutos, contra 180 no escritório antigo, próximo à estação de trem Morumbi da Linha 9 – Esmeralda.

Novo escritório da OLX, com vista para a Avenida Paulista

Novo escritório da OLX, com vista para a Avenida PaulistaCom vista para a Avenida Paulista, o projeto desenvolvido pela a empresa Alfa 2 Arquitetura já leva em conta a chamada “política de modelo de trabalho flexível” do grupo OLX.

“O ambiente foi criado para ser um local de encontro, de troca e aproximação, quando as pessoas sentirem necessidade de se conectar, preservando o formato de trabalho flexível”, explica Christiane Berlinck, Vice-Presidente de Recursos Humanos do Grupo OLX, que engloba o marketplace OLX e as plataformas imobiliárias ZAP e Viva Real.

Média de 53 funcionários por dia presencialmente

A avaliação é de que a produtividade é impactada quando o funcionário avalia o melhor lugar para desenvolver cada trabalho, seja inclusive totalmente presencial ou remoto.

No novo escritório, são disponibilizadas 80 posições de trabalho, além de salas de reuniões, cabines telefônicas e espaço dedicado ao trabalho informal, com poltronas e sofás. A capacidade total é de até 200 pessoas em eventos e trabalho colaborativo.

Aberto em abril, o prédio teve seu pico de profissionais no dia da inauguração, com 174 pessoas. A média de usuários do espaço por dia foi de 43 em abril e 53 em maio.

Para Berlinck, ao permitir aos funcionários decidirem quando comparecem ao escritório, o modelo favorece conexões e encontros estratégicos. “Ou seja, que tenha algum propósito, que seja intencional”, diz.

A empresa também investiu em inteligência artificial para a tecnologia de videoconferência do prédio, que é capaz de reduzir ruídos e enquadrar individualmente o rosto de quem fala durante as chamadas.

O prédio conta ainda com uma área de 350 m² virada para a Paulista e batizada de “área de descompressão”, com arquibancadas, mobiliários flexíveis, copa integrada e espaço adequado para eventos no futuro.

O valor investido na mudança e reforma do prédio alugado não foi divulgado.

Governo estuda alternativa legal para apoio a empresas gaúchas

 

 

 Deputado Federal Paulo Pimenta - Portal da Câmara dos Deputados

O ministro extraordinário da Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, afirmou, neste domingo (2), que o governo federal busca “construir uma alternativa” legal para socorrer financeiramente as empresas gaúchas afetadas pelas chuvas do último mês, de maneira a evitar demissões.

“Temos que construir uma alternativa para a manutenção da saúde financeira das empresas e, principalmente, da manutenção dos postos de trabalho”, disse Pimenta, em entrevista ao CanalGov, durante visita à cidade de Muçum, no Vale do Taquari, uma das regiões severamente atingidas pelos efeitos adversos das recentes chuvas no estado.

“Esta semana, vamos acelerar o debate sobre a manutenção dos postos de trabalho”, comentou Pimenta, acrescentando que já vem debatendo o assunto com o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.

“Já fizemos várias reuniões e fechamos alguns acordos com empresas e setores, no sentido de encontrarmos mecanismos que garantam a manutenção dos empregos e, ao mesmo tempo, buscar apoio que a legislação permite que as empresas recebam, do governo federal, para não romperem o vínculo [empregatício com seus funcionários]”, acrescentou Pimenta antes de elencar uma série de iniciativas já anunciadas pelo governo federal, como as linhas de financiamento operadas por bancos públicos com juros abaixo da inflação.

“Completamos [na semana passada] 30 dias [do início das chuvas]. Muitas empresas não conseguiram trabalhar, não abriram durante todo o mês de maio. Há empresas ainda sem água, sem luz, sem nenhuma capacidade de operar, e que têm que pagar a folha [salarial]; que têm suas despesas mensais. Temos que construir uma alternativa para a manutenção da saúde financeira dessas empresas e, principalmente, para a manutenção dos postos de trabalho”, finalizou o ministro.

Para o prefeito de Muçum, Mateus Trojan, o apoio federal e estadual às empresas é fundamental para evitar o colapso econômico e social no estado. “Precisamos de um olhar especial para conseguirs superar este novo evento [climático], motivando as pessoas a permanecerem aqui [na cidade, na região e no estado]. Caso contrário, infelizmente, teremos uma evasão em massa e um empobrecimento da cidade”, afirmou Trojan, destacando que o fato do estado enfrentar a terceira grande catástrofe ambiental em menos de um ano “limita a capacidade estrutural pública, empresarial e das próprias famílias de endividamento”. “Por isso, as linhas de crédito já divulgadas serão fundamentais para o reerguimento, a recuperação das empresas.”

Nesta segunda-feira (3), Pimenta deve inspecionar o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, na companhia de técnicos do Ministério de Portos e Aeroportos e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Atingido pelas chuvas, o terminal está fechando desde o dia 3 de maio, com parte das instalações ainda sob a água.

Ainda segundo o ministro, um dos temas prioritários desta semana será a ampliação emergencial do número de leitos hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS), já que vários hospitais públicos estão comprometidos.