quarta-feira, 10 de julho de 2024

Inflação desacelera mais que o esperado em junho, mas bate 4,23% em 12 meses

 


Batatas

Dentro os alimentos com alta, a batata-inglesa subiu 14,49% (Crédito: Arquivo/Agência Brasil)

A inflação do país foi de 0,21% em junho, desacelerando em relação ao mês de maio, quando foi de 0,46%. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta-feira, 10, pelo IBGE.

No acumulado em 12 meses, ficou 4,23%, acima dos 3,93% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

O resultado veio melhor do que o esperado. Pesquisa da Reuters apontou que a expectativa de analistas era de alta de 0,32% em junho, acumulando em 12 meses alta de 4,35%.

Alimentos pesam na inflação do mês

O grupo de produtos e serviços que teve o principal impacto foi Alimentação e bebidas, que apresentou alta de 0,44% e respondeu, sozinho por praticamente metade do IPCA de junho (0,10 ponto percentual).

Entre as maiores altas, destaque para a batata inglesa (14,49%), o leite longa vida (7,43%) e arroz (2,25%). Entre as quedas, destacam-se a cenoura (-9,47%), a cebola (-7,49%) e as frutas (-2,62%).

“No caso do leite, o clima adverso na Região Sul e a entressafra contribui para uma menor oferta, por conta da queda na produção. Já a batata também teve oferta mais restrita, mas relacionada ao final da safra das águas e início da safra das secas, que ainda não chegou a um patamar elevado”, afirmou André Almeida, gerente da pesquisa.

O grupo com maior variação foi o de Saúde e cuidados pessoais, com avanço 0,54%, mas também mostrando arrefecimento sobre a taxa de 0,69% de maio. A influência partiu dos aumentos de 1,69% de perfumes e de 0,37% dos planos de saúde.

Os únicos grupos que apresentaram queda foram Comunicação, de 0,08%, e Transportes, com recuo de 0,19%.

As passagens aéreas tiveram queda de 9,88% nos preços. Em relação aos combustíveis, o óleo diesel (-0,64%) e o gás veicular (-0,61%) tiveram recuo de preços, enquanto a gasolina (0,64%) e o etanol (0,34%) registraram alta.

Inflação menos espalhada

Já a inflação de serviços mostrou forte alívio ao passar a uma variação positiva de apenas 0,04%, depois de subir 0,40% em maio, acumulando em 12 meses alta de 4,49%, ainda acima do índice geral.

O índice de difusão, que mostra o espalhamento das variações de preços, teve em junho queda a 52%, contra 57% em maio.

Expectativas

O centro da meta oficial para a inflação em 2024, 2025 e 2026 é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

As expectativas do mercado para a alta do IPCA subiram a 4,02% e 3,88% respectivamente em 2024 e 2025, segundo mostrou a última pesquisa Focus.

Após o reajuste anunciado pela Petrobras para a gasolina e gás de cozinha, no entanto, os analistas passaram a revisar para cima as projeções. Aestrategista de inflação da Warren Investimentos, Andréa Angelo, por exemplo, elevou sua estimativa para o IPCA ao final do ano de 4,10% para 4,28%.

 

 https://istoedinheiro.com.br/ipca-inflacao-desacelera-para-021-em-junho-mas-atinge-423-em-12-meses/

segunda-feira, 8 de julho de 2024

Transpetro lança licitação internacional para contratação de 4 navios

 


Empresas interessadas têm 90 dias para apresentar suas propostas; previsão de divulgação do estaleiro vencedor e assinatura do contrato é para dezembro deste ano

 

 

A Transpetro, subsidiária de transporte e logística da Petrobras, anunciou nesta segunda-feira, 8, uma licitação internacional para a contratação de quatro navios da classe “Handy”, com capacidade de 15 mil a 18 mil toneladas de porte bruto, com o primeiro lançamento de embarcação previsto para o primeiro semestre de 2026.

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Os navios subsequentes deverão ser lançados ao mar a cada seis meses, até meados de 2028, segundo a companhia.

A concorrência será aberta a empresas locais e internacionais, disse o presidente-executivo da Transpetro, Sergio Bacci, mas os estaleiros no Brasil poderão obter acesso ao Fundo da Marinha Mercante (FMM) e a Petrobras levará em conta os impostos de importação ao avaliar as propostas.

“As aquisições de navios que estamos anunciando hoje são, sem dúvida, um grande estímulo para a indústria naval brasileira e esperamos que os estaleiros nacionais aproveitem essa oportunidade”, disse Bacci, durante entrevista coletiva de imprensa, no Rio de Janeiro, sobre o tema.

As empresas interessadas têm o prazo de 90 dias para apresentar suas propostas. A previsão de divulgação do estaleiro vencedor e assinatura do contrato é dezembro deste ano.

As encomendas, segundo a Transpetro, integram um programa de renovação e ampliação da frota do Sistema Petrobras. Atualmente, 16 navios de cabotagem fazem parte desse programa e estão previstos no Plano Estratégico da petroleira para período de 2024 a 2028, enquanto outros nove estão em estudo.

O anúncio ocorre após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pressionar a Petrobras a ajudar a fortalecer a indústria naval do país, que ele considera fundamental para a criação de empregos, depois de ter perdido relevância na última década após escândalos de corrupção envolvendo diversas obras.

Em nota, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que o programa dará mais capacidade à logística de petróleo e derivados.

“É um marco do início de contratações que vão contribuir para fortalecimento da indústria naval e offshore nacional”, disse Chambriard.

Maior companhia de logística multimodal de petróleo e derivados da América Latina, a Transpetro opera atualmente 48 terminais, sendo 27 aquaviários e 21 terrestres, cerca de 8,5 mil quilômetros de dutos e 33 navios.

Além de atender à Petrobras, a Transpetro presta serviços a distribuidoras, indústria petroquímica e diversas empresas do setor de óleo e gás. Hoje reúne uma carteira com mais de 160 clientes.

Pedro Campos: Relator-geral do 2º projeto da tributária será Mauro Benevides

 

Deputado Federal Mauro Benevides Filho - Portal da Câmara ...

O Grupo de Trabalho do Comitê Gestor e Distribuição da Receita do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) designou o deputado federal Mauro Benevides Filho (PDT-CE) como relator-geral do projeto de regulamentação da reforma tributária que trata do tema.

O informe foi dado pelo deputado federal Pedro Campos (PSB-PE), durante sessão de apresentação do relatório do GT na Câmara dos Deputados, nesta segunda-feira, 8.

“Assume como relator-geral, ou seja, quem vai assinar o relatório daqui para frente e conduzir os trabalhos, por escolha deste grupo, o deputado Mauro Benevides, que tem uma trajetória dentro da administração tributária”, declarou Campos.

Benevides foi o escolhido num GT com outros seis deputados: deputados Vitor Lippi (PSDB-SP), Pedro Campos (PSB-PE), Luiz Carlos Hauly (Pode-PR), Ivan Valente (Psol-SP), Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) e Bruno Farias (Avante-MG).

O projeto vai estruturar o comitê responsável para gerir o IBS. A instância terá uma estrutura administrativa com a participação de representantes dos Estados, dos municípios e do Distrito Federal.

Segundo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o texto deve ser apreciado no plenário após o recesso legislativo. Os deputados do GT, no entanto, têm pedido que a Câmara apresse a votação para este mês.

Quem são os CEOs que recebem os maiores salários no Brasil; veja ranking

 


Executivo, CEO, diretor

Levantamento mostra os maiores salários entre CEOs de companhias listadas na bolsa brasileira (Crédito: Pexels)´

 

A média da remuneração anual de 2023 de CEOs de companhias brasileiras listadas na bolsa brasileira foi de R$ 15,3 milhões. Mas, individualmente, o valor pode chegar a quase R$ 68 milhões. Os números foram levantados pelo consultor de governança corporativa Renato Chaves, com base nas informações fornecidas pelas próprias companhias à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Pelo levantamento de Chaves, entre as 83 empresas de capital aberto que fazem parte do Ibovespa – principal índice da B3 – a maior remuneração é do CEO do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho, com R$ 67,705,74. Logo em seguida, está Jorge Fontoura Pinheiro Koren de Lima, CEO da Hapvida, com R$ 67, 413, 422. Completam a lista das cinco maiores remunerações Gilberto Tomazoni, da JBS (R$ 58,1 milhões); Eduardo Bartolomeo, da Vale (R$ 52,6 milhões) e Roberto Monteiro, da Prio (R$ 40,6 milhões).

Veja os 20 CEOs brasileiros mais bem pagos em 2023

 

A remuneração de uma alta liderança é formada, além do salário fixo, por uma parte variável que inclui bônus, participação nos lucros, ações e até um pagamento antecipado da chamada “quarentena”, que é o período que o executivo não pode atuar em empresas concorrentes após deixar a companhia.

Na ponta oposta está o líder da Gerdau Metalúrgica, Gustavo Werneck, com remuneração de R$ 879.495,00.A remuneração do CEO da Petrobras, empresa com maior faturamento e maior valor de mercado do país, não figura entre as maiores, sendo de R$ 2.754.629,80.

 

 https://istoedinheiro.com.br/quem-sao-os-ceos-que-recebem-os-maiores-salarios-no-brasil-veja-ranking/

sexta-feira, 5 de julho de 2024

BNDES aprova R$ 430 milhões para Via Brasil MT-246 Concessionária de Rodovias

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou R$ 430 milhões para investimentos da empresa Via Brasil MT-246 Concessionária de Rodovias que serão aportados em 233,2 quilômetros de rodovias no Estado de Mato Grosso.

O apoio, concedido na modalidade “Project Finance non Recourse”, prevê R$ 280 milhões de crédito e R$ 150 milhões em debêntures, que somam 53% do total a ser investido pela concessionária nas rodovias MT-246, MT-343, MT-358 e MT-480. Os recursos serão destinados à recuperação, melhoria, ampliação e exploração dos trechos rodoviários concedidos à empresa.

“O BNDES integralizou 50% do valor total das debêntures emitidas. Os outros 50% foram integralizados por investidores privados. O Banco também atuou na coordenação da emissão”, informou o banco de fomento, em nota à imprensa.

O cronograma do projeto prevê a implantação, até setembro de 2029, de 66 km de acostamentos, 10,2 km de duplicações de faixas, 21 km de pistas marginais, 4,2 km de multivias, 32 dispositivos de interseção e 3 km de correção de traçado, além da recuperação do pavimento em toda a extensão concedida.

“Os investimentos abrangem itens financiáveis pelo BNDES, como máquinas, equipamentos, sistemas e obras civis, e não financiáveis, como desapropriações e despesas pré-operacionais”, explicou o banco de fomento.

A expectativa é que as obras ampliem o fluxo de veículos de 4,8 milhões para 5,5 milhões por ano nos trechos em obras. O contrato de concessão com a Via Brasil MT-246 foi celebrado em 2021, com prazo de duração de 30 anos, lembra o banco.

Lula tem responsabilidade com as contas públicas, afirma Haddad

 

O presidente Lula e o ministro Fernando Haddad

Em um discurso rápido em que falou basicamente de educação, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse no final que Luiz Inácio Lula da Silva, presente no mesmo palanque, tem responsabilidade fiscal e sabe unir responsabilidade ambiental e social com a responsabilidade com as contas públicas.

“O presidente Lula fez os dois maiores governos certamente dos últimos 40 ou 50 anos do Brasil”, disse Haddad, em cerimônia de inauguração do câmpus de Osasco da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

“Eu tenho certeza que com a sua sabedoria de unir responsabilidade social, responsabilidade ambiental, responsabilidade com as contas públicas, ele vai fazer um grande terceiro mandato marcando a história do Brasil pra todos sempre na área da educação”, disse nesta sexta-feira, 5, ao fechar o discurso.

Haddad disse que Lula, entre 2003 e 2010, entregou 126 novos câmpus universitários no Brasil. “Universidade não é um prédio. Universidade é uma obra que não tem fim.”

Segundo Haddad, hoje existem mais de 50 novas universidades previstas no Brasil, 38 em funcionamento. “Nós criamos a ideia do anel universitário. Porque em São Paulo só se falava do rodoanel. Era rodoanel pra cá, rodoanel pra lá, até hoje não está concluído. Apesar do financiamento, apesar de tudo. Vamos criar o anel universitário.”

Protesto

No final do discurso de Haddad, um pequeno grupo de pessoas ao lado do palco começou a gritar palavras de protesto contra o arcabouço fiscal.

Relatório da reforma reduz imposto para construção civil e setor imobiliário

 


O grupo de trabalho que prepara a regulamentação da reforma tributária na Câmara dos Deputados decidiu reduzir a taxação sobre o setor de construção civil e imobiliário. As alíquotas cobradas de incorporadoras e construtoras terão uma redução de 40% em relação à tributação de referência, estimada em 26,5% pelo Ministério da Fazenda.

Já nas operações de aluguel, cessão onerosa e arrendamento – sempre entre pessoas jurídicas -, haverá uma redução de 60% em relação à alíquota-padrão. Pela proposta original elaborada pelo Ministério da Fazenda, a redução para ambas as modalidades era de 20%.

Os deputados também decidiram incluir a construção civil dentro do regime diferenciado do setor imobiliário, o que não havia sido previsto pelo Ministério da Fazenda. As medidas atenderam ao segmento produtivo, que alegou que a tributação, como proposta pelo Executivo, iria elevar o preço dos imóveis.

A tributação será calculada sobre o valor da operação, e não mais com base no valor de referência do imóvel. Mas as construtoras e incorporadoras não poderão se apropriar de créditos do IBS e da CBS – novos tributos que serão criados com a reforma – gerados pelo fornecedor de serviços nas aquisições de materiais de construção.

O relatório também ampliou os redutores sociais. Na versão enviada pela Fazenda, seria aplicado um redutor de R$ 100 mil por bem imóvel. Os deputados criaram um redutor extra de R$ 30 mil para a compra de terrenos que tenham como destino o loteamento para a construção de residências populares, além de um redutor de R$ 400 para aluguéis. Esses redutores descontam o valor sobre o qual será calculada a tributação. O parecer da Câmara dos Deputados estabeleceu que eles deverão ser corrigidos pela inflação (IPCA).

Segundo o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Corrêa, houve avanço em alguns pontos do texto. “Porém, em relação à carga de impostos, a regulamentação se mostra insuficiente para a obtenção da neutralidade tributária, o que deve impactar o acesso à habitação, por exemplo”, disse.

Dúvida

 Quanto ao pagamento de IVA sobre a locação de imóveis por pessoas físicas, o projeto prevê a não incidência, desde que o imóvel não seja utilizado predominantemente em suas atividades econômicas.

“A locação normal não está sujeita ao IBS e ao CBS”, afirma Marcel Alcades, sócio da área tributária do escritório Mattos Filho. No entanto, ele aponta que essa redação gera dúvidas, especialmente para aqueles cuja maior fonte de renda são os aluguéis de imóveis. “Por exemplo: um aposentado que recebe R$ 2 mil por mês de aposentadoria, mas tem cinco imóveis alugados. Logicamente que a maior parte da renda dele vem dos imóveis. Do jeito que o texto está redigido, ele abre caminho para essa pessoa ser tributada”, diz Alcades, alertando que esse ponto pode gerar judicialização.

Texto cria a figura do ‘nanoempreendedor’

Os deputados do grupo de trabalho para regulamentação da reforma tributária decidiram criar mais um limite de isenção tributária, desta vez voltada aos “nanoempreendedores” – aqueles que faturam até R$ 40,5 mil de receita bruta por ano.

“Criamos novas possibilidades. O nanoempreendedor é uma inovação. Hoje, o MEI é isento até R$ 81 mil. O nanoempreendedor ficará isento até R$ 40,5 mil”, disse o deputado Moses Rodrigues (União Brasil-CE).

“Muitas pessoas defenderam que os nanoempreendedores, aqueles que vendem de porta em porta, não fossem tributados pelo IVA (Imposto sobre Valor Agregado, que unificará cinco tributos). Aqueles que vendem produtos da Avon e da Natura, por exemplo. Isso foi atendido”, disse Hildo Rocha (MDB-MA).

Segurança

O principal objetivo da mudança, de acordo com técnicos da consultoria da Câmara, foi dar maior segurança às pessoas físicas que atuam como revendedoras. Isso porque o Fisco, ao verificar a contabilidade da empresa, poderia chegar ao empreendedor e isso poderia gerar uma autuação. Com a nova isenção do IVA, eles alegam que não haverá esse risco.

Segundo o deputado Cláudio Cajado (PP-BA), outro integrante do grupo de trabalho, após a entrega desse texto inicial começará o diálogo dentro das bancadas partidárias para a alteração do parecer.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.