quarta-feira, 24 de julho de 2024

‘Não é possível estar no século XXI, discutir IA e debater fome’, diz Lula

 Lula divulga nova foto oficial como presidente | Política | G1


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a melhor distribuição de renda no mundo e a mostrar indignação com a disparidade dos avanços tecnológicos ao mesmo tempo em que o globo ainda enfrenta a fome. O presidente participa do pré-lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, plataforma que vai ligar regiões necessitadas a países e entidades que se propõem a financiar projetos locais. O evento ocorre às margens das reuniões do grupo das 20 maiores economias do mundo (G20), que ocorrem no Rio de Janeiro.

De forma improvisada e emocionada, após ler um longo discurso no evento, Lula pediu mais comprometimento dos governantes. “Essa gente precisa ser olhada e não é possível que, na metade do século XXI, quando a gente está discutindo até inteligência artificial sem conseguir consumir a inteligência natural que temos, ainda seja obrigado a fazer uma discussão dizendo para líderes políticos do mundo inteiro: por favor, olhem para os pobres, porque eles são seres humanos, eles são gente e querem ter oportunidade”, afirmou.

O chefe do Executivo também voltou a dizer que é preciso distribuir mais o capital pela sociedade. “Economistas, governantes, pessoas que têm poder de decisão, pessoas que dirigem bancos de investimento, bancos que fazem crédito, precisam compreender uma coisa: que muito dinheiro na mão de poucos simboliza miséria, simboliza prostituição, analfabetismo, simboliza empobrecimento e simboliza fome”, defendeu. “Agora, o contrário, pouco dinheiro na mão de muitos significa exatamente o contrário: a sociedade prospera, com emprego, sociedade consumindo e vivendo com decência”, disse.

Essa ética, de acordo com o mandatário, é imprescindível para a sobrevivência humana. “A fome não é uma coisa natural, é uma coisa que exige decisão política. Nós não podemos olhar só para quem está próximo de nós”, recomendou. “É preciso fazer radiografia para olhar aqueles que estão distantes, que não conseguem chegar perto de palácios, ministros, escolas, os que são vítimas de preconceito todos os dias.”

Voa Brasil: Governo lança hoje 1ª fase de programa com passagens aéreas de até R$ 200

 


Voa Brasil passagens

Voa Brasil: programa promete oferecer passagens a R$ 200 (Crédito: Rovena Rosa / Agência Brasil)

O governo Lula lança nesta quarta-feira, 24, a primeira fase do Voa Brasil, programa que prevê passagens aéreas por até R$ 200 o trecho. Após sucessivos adiamentos, o governo optou por iniciar o programa com uma versão desidratada, contemplando inicialmente apenas aposentados.

“A fase inicial do Voa Brasil é destinada a todos os aposentados do INSS que não tenham viajado de avião nos últimos 12 meses, independente da faixa de renda. Cada beneficiário terá direito a dois bilhetes aéreos por ano”, anunciou o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor).

A estimativa é que cerca de 23 milhões de pessoas terão direito a utilizar o programa.

Segundo o ministério, o objetivo é permitir que mais brasileiros, especialmente novos usuários, tenham acesso ao mercado aéreo do Brasil.

A cerimônia de lançamento está marcada para as 15h.

A inclusão de estudantes do Programa Universidade para Todos (Prouni), previstos como alvo desde o anúncio da ideia do programa, em março de 2023, ficará para uma segunda fase, que não tem previsão de lançamento.

As passagens a serem oferecidas pelas companhias são aquelas classificadas como ociosas – poltronas não vendidas por falta de demanda. Ainda não há detalhamento sobre questões como a antecedência em que os beneficiários poderão solicitar a passagem, nem se haverá garantia de bilhete de retorno, já que a disponibilidade, em tese, depende da dinâmica de venda de passagens, que são ofertadas para o publico geral até poucas horas antes das decolagens.

 

 https://istoedinheiro.com.br/voa-brasil-governo-lanca-hoje-1a-fase-de-programa-com-passagens-aereas-de-ate-r-200/

terça-feira, 23 de julho de 2024

Jaqueta de R$ 599 da Riachuelo: uniforme do Brasil na Olimpíada é criticado nas redes

 


A poucos dias do início dos Jogos Olímpicos, este ano sediados em Paris, o uniforme dos atletas brasileiros que vão participar da competição estão entre os assuntos mais comentados nas redes. E os comentários não são muito positivos.

“Passando pra avisar que eu estou deserdando meu título de cidadã brasileira apenas no dia da apresentação da seleção olímpica, eu me recuso a aceitar esse uniforme do Brasil, os estilistas dos outros países vão surrar a gente”, publicou um perfil na rede social X sobre os looks dos atletas.

 

Além do traje usado durante a competição ou os jogos, os atletas têm um uniforme para o desfile na cerimônia de abertura, para usar no pódio e para o dia a dia na vila olímpica. Veja aqui os uniformes.

Os modelos apresentados pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro) para uso na cerimônia foram os que provocaram a maior parte dos comentários nas redes. Muitos não aprovaram a criação, feita em parceria com marcas como Riachuelo, Havaianas e Puma.

Alexandre Loureiro/COB

A Riachuelo, por exemplo, vende a jaqueta jeans por R$ 599. Segundo a descrição do produto, ela é composta 100% de algodão, mas o forro tem 50% de algodão e 50% poliéster. Na parte de trás, tem uma aplicação com uma imagem de uma arara e plantas tropicais.

Ainda que tenha a aplicação, o valor é bem acima da média para uma jaqueta jeans em rede fast fashion. A mesma Riachuelo oferece outro modelo semelhante ao olímpico, também de algodão, por R$ 159 (em promoção, sai por R$ 79,90).

Na versão original, o desenho das costas é um bordado feito por bordadeiras do Rio Grande do Norte. O visual é composto ainda por uma blusa listrada nas cores branca e amarela, uma saia midi branca para mulheres e calça branca para homens e, nos pés, chinelo Havaianas.

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A consultora de estilo Alexandra Bastos destaca a escolha do poliéster na composição das peças, um material sintético.

Já o influencer Caio Braz, jornalista e professor, que está em Paris para acompanhar os jogos, avalia que a competição, para além do esporte, também é uma plataforma de projeção do país. “É uma plataforma de influência, conteúdo, projeção e de relevância”. Segundo ele, o país que melhor fez uso desses conceitos foi a Mongólia. “Eles entenderam o que muitos países não entenderam, o que significa para o mundo inteiro [a Olimpíada]. Moda é comunicação e imagem é influência”, diz em uma postagem.

Sobre o Brasil especificamente, para ele, as peças passam uma mensagem aquém do que é o Brasil e ainda com um “ar desatualizado”.

“Embora haja um elemento de relevância, que é o bordado, valorizando esse trabalho rico do Nordeste brasileiro, faltou conexão com o contemporâneo. Faltou sal, tempero, borogodó. É uma roupa que aparenta estar atualizada e projeta imagem de um país desatualizado”, comenta.

Segundo ele, a jaqueta parece apertada e curta, enquanto a saia, seu comprimento, “parece difícil de entender”.

“Somos um país grandioso, nas artes, na arquitetura, na música, na natureza, na moda. Não falta inspiração e referências, faltou foi visão de mostrar o Brasil no tamanho que nos cabe.”

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Um usuário do X, que se diz ‘inconformado’ com a escolha, pediu para o ChatGPT fazer uma criação que representasse o Brasil.

Nota oficial

Com a repercussão nas redes, o Ministério do Esporte chegou a divulgar uma nota oficial esclarecendo que não é responsável pelos uniformes.

“É falsa a informação que o Ministério do Esporte (Mesp) seja responsável por confeccionar e fornecer kits de uniforme e equipamentos para a delegação brasileira que irá competir nos Jogos Olímpicos de Paris. (…) O apoio do Mesp se dá por meio do Bolsa Atleta”, diz a nota.

O site IstoÉ Dinheiro procurou Riachuelo e COB para um posicionamento. O texto será atualizado assim que houver retorno.

Embraer prevê 10,5 mil pedidos de aeronaves de menor porte até 2043, somando US$ 640 bilhões

 

 Vagas de emprego: saiba como trabalhar na Embraer - FicaOn

 

A Embraer estima que dever receber 10,5 mil pedidos de jatos e turboélices no segmento de até 150 assentos nos próximos 20 anos. O valor das encomendas somaria US$ 640 bilhões, com a América do Norte e Ásia-Pacífico liderando as entregas. As perspectivas de mercado (Market Outlook) foram apresentadas pela fabricante nesta terça-feira, 23, durante a Farnborough Airshow, no Reino Unido.

A empresa avalia que a importância da categoria de fuselagem estreita pequena (small narrowbody) tem crescido, porque aviões maiores nem sempre são economicamente ou operacionalmente ideais para mercados de média e baixa densidade. Com isso, frotas com aeronaves maiores são beneficiadas quando complementadas por small narrowbodies no segmento abaixo de 150 assentos, segundo a Embraer.

“As companhias estão adicionando capacidade em grandes mercados, mas as cidades menores ainda precisam permanecer bem conectadas às malhas aéreas com voos frequentes. Acreditamos que aeronaves no segmento abaixo de 150 assentos sejam as mais eficientes e econômicas para atender a essa necessidade”, afirma o presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial, Arjan Meijer.

Tráfego de passageiros

O market outlook destaca ainda que o tráfego mundial de passageiros, medido em receita por passageiros por quilômetros (RPK), retomou aos níveis de 2019, exceto na região Ásia-Pacífico/China. A previsão é de que os RPKs cresçam 4% anualmente até 2043, com destaque para os mercados emergentes.

A América Latina deve registrar a segunda maior taxa: 4,9%, atrás apenas da Ásia-Pacífico, com 5%. A África e Oriente Médio também devem puxar os números, somando um patamar de crescimento de 4,4% ao ano cada. Com o mercado de aviação mais desenvolvido, Europa e América do Norte apresentam projeções mais tímidas: 3,3% e 2,4%, respectivamente.

Distribuição da demanda

Das 10,5 mil unidades previstas até 2043, 8.470 serão jatos e 2.030 turboélices. A América do Norte deve absorver cerca de 31% do total de jatos. Na sequência, aparecem China/Ásia Pacífico, com 26,7%, Europa (24,9%), América Latina (9,1%), África (4,5%) e Oriente Médio (4%).

Já as entregas de turboélices devem ser lideradas pela China/Ásia Pacífico somando 48,3% do total. A participação da América do Norte é prevista em 17,2% e da Europa, em 14,3%. As últimas colocadas são África (10,8%), América Latina (7,9%) e Oriente Médio (1,5%).

Juro alto não é por culpa do Banco Central, diz economista-chefe do Banco Master


Voz dissonante num auditório cheio de representantes da indústria veementemente críticos da elevada taxa de juros, o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, fez uma defesa da política monetária do Banco Central (BC). O economista, que participa do Fórum Estadão Think – A Indústria no Brasil Hoje e Amanhã, disse que sempre colocam a culpa pela taxa de juro alta no banqueiro central, mas que é preciso olhar para trás e ver que nos últimos 30 anos a taxa de juro sempre foi alta mesmo com a instituição tendo sido comandada por presidentes de direita, de esquerda, mais ou menos hawks (falcões, com viés mais conservador).

“A gente sempre põe a culpa no banqueiro central nos momentos em que a taxa de juro está mais alta. Mas passados os últimos 30 anos com banqueiros centrais mais à esquerda, mais à direita, mais dovish (menos conservador), mais hawkish e tudo que vocês queiram imaginar, nós completamos 30 anos de juros altos. Então eu diria que a culpa do banqueiro central meio que cai por terra”, disse Gala após o presidente da Fiesp, Josué Gomes, ter feito duras críticas à taxa de juro.

De acordo com ele, já se fez várias tentativas o que mostra que há algo de estrutural, mais complexo e de múltiplas causas que mostram que a taxa de juro alta no Brasil não é por culpa do banqueiro central.

“O Banco Central, na maioria das vezes está se defendendo ali no meio da bagunça tentando, ao menos combater a inflação. Eu não posso agora criticar o banqueiro central. É engenheiro de obra feita. Ah, o juro saiu de 2% no meio da pandemia e foi para 14%. A inflação está controlada no Brasil. Poderíamos fazer esta discussão também no Plano Real, como vocês queiram”, defendeu Gala.

Ele acrescentou ainda que o Brasil é o terceiro maior centro em negociação de derivativos do mundo sendo que São Paulo é onde se movimenta o maior volume de derivativos de câmbio depois de Londres e Nova York, que é algo totalmente desproporcional ao tamanho do PIB brasileiro.

“A conta capital brasileira é algo de nitroglicerina. Para o câmbio pular para R$ 6, R$ 7 não custa nada. O Banco Central está ali o tempo todo carregando este barril de pólvora. Isto posto, são vários fatores e o BC elencou todos eles. Eu acho que o BC está correto. Teve a postergação do dos cortes de juros nos EUA e houve uma saída de dólares para lá, as expectativas de inflação no Brasil estão longe e se distanciando da meta”, disse Gala.

Ele pondera que a inflação no Brasil não está fora de controle, mas a inflação corrente acumulada em 12 meses está acima da meta, a inflação esperada para este e o próximo ano é acima da meta, o mercado de trabalho está chegando em uma situação mais delicada.

“Não podemos dar de barato que a inflação está controlada. O BC está correto e estou de acordo o que foi elencado”, disse o economista do Banco Master.

 

Aliexpress, Shein e Shopee: compras internacionais já podem ter nova taxação a partir de sábado

 

As compras internacionais feitas a partir do próximo sábado, dia 27, já poderão vir a ser taxadas com o novo imposto de importação, segundo as plataformas de comércio eletrônico Aliexpress, Shein e Shopee. No final de maio, a Câmara dos Deputados determinou uma taxação de 20% de imposto de importação sobre as compras internacionais de até US$ 50 a partir do dia 1º de agosto.

Como há normalmente um intervalo entre a compra e o registro da Declaração de Importação à Aduana, compras efetuadas alguns dias antes já podem entrar nas novas regras. Segundo a Shein, compras feitas até dois ou três dias antes do dia 1º de agosto poderão ser tributadas. A plataforma afirma que todas as informações referentes ao preço do produto, frete e tributos serão disponibilizados de forma clara e objetiva no momento do pagamento.

Em nota ao Estadão, o Aliexpress afirmou que todos os pedidos de compra efetuados na empresa a partir do dia 27 de julho já seguirão as novas regras tributárias, devido à necessidade de “ajuste das declarações de importação, de acordo com a nova regulamentação”.

“Os clientes e parceiros serão comunicados nos canais oficiais do AliExpress sobre as próximas etapas”, completou a empresa. O consumidor poderá conferir a taxação da sua compra quando estiver pagando e finalizando a transação, assim como já ocorre atualmente.

Já a Shopee informou que a nova taxa de importação também será aplicada no aplicativo a partir do dia 27 porque os pedidos terão a Declaração de Importação de Remessas emitidos a partir do dia 1º de agosto, data em que as novas regras entram em vigor. Os valores serão calculados e detalhados na finalização da compra, aponta a empresa.

A Shopee afirma que a taxação só é aplicável nos vendedores internacionais, minoria na plataforma, e que “para os usuários que comprarem dos mais de três milhões de vendedores brasileiros, não haverá impacto”.

Como ficou a taxação?

A partir do dia 1º de agosto, produtos internacionais terão imposto de 20% para compras de até US$ 50. Para produtos com valores entre US$ 50,01 e US$ 3.000, a taxação será de 60%, com uma dedução fixa de US$ 20 no valor total do imposto.

O preço das compras internacionais deverá ir além dos 20% da taxação, já que ela é apenas sobre a importação, e não leva em conta o cálculo do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e outros que incidem em forma de cascata, entre eles o frete. Alguns tributaristas indicam que compras de até US$ 50 podem ficar ainda mais caras do que os 20% do imposto por não levar em conta a incidência de outras cobranças.

Imposto sobre herança no Brasil é nada, só 4%, diz Lula

 


Herança

Ele deu a declaração em cerimônia de homenagem aos 10 anos do câmpus Lagoa do Sino, da UFSCar (Crédito: Ricardo Stuckert/ PR )

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira que o imposto sobre herança no Brasil é “nada”, e por isso doações de patrimônio para educação e outras áreas são raras. Ele deu a declaração em cerimônia de homenagem aos 10 anos do câmpus Lagoa do Sino, da UFSCar. A unidade fica em Buri, no interior de São Paulo. Foi construía em uma área doada pelo escritor Raduan Nassar. “Nos Estados Unidos, como o imposto é caro, tem muitos empresários que fazem doação”, disse o presidente da República. “Aqui no Brasil não tem ninguém que faça doação, porque o imposto sobre herança é nada, é só 4%. Então a pessoa não tem interesse em devolver o patrimônio dele”, disse Lula.