O
Ibovespa ampliou a alta e trabalhava acima dos 135 mil pontos pela
primeira vez na sua história nesta segunda-feira, 19, endossado pela
trajetória ascendente de Wall Street, com Vale e Bradesco respondendo
pelas principais contribuições positivas.
Por
volta de 12h10, o Ibovespa avançava 0,95%, a 135.230,66 pontos, tendo
chegado a 135.349,94 pontos na máxima até o momento, novo topo histórico
intradia. O volume financeiro somava R$ 7,8 bilhões.
Em
Nova York, o S&P 500 avançava 0,45%, com investidores no aguardo do
discurso do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, em Jackson Hole na
sexta-feira, enquanto seguem ajustando apostas para a queda dos juros
nos Estados Unidos.
Pesquisa da Reuters realizada com economistas
de 14 a 19 de agosto mostrou uma pequena maioria esperando que o Fed
reduzirá sua taxa de juros em 25 pontos-base em cada uma das três
reuniões de política monetária restantes em 2024.
A
perspectiva de que o Fed começará a diminuir os juros no próximo mês,
combinada a uma avaliação de modo geral positiva da temporada de
balanços no Brasil, tem contribuído para a performance recente do
Ibovespa, que já sobe 5,94% em agosto.
Nesta sessão, apesar dos
saltos de Petz, Magazine Luiza e Cogna, as principais contribuições
positivas eram Vale, com a alta do minério de ferro, e Bradesco, com
“upgrade” do Goldman Sachs.
“Se
o índice continuar marcando novas máximas ou fechar três pregões pelo
menos acima dos 134.400 pontos, mostrará resiliência no movimento e os
próximos objetivos estão em 137.000, 141.000 e 150.000 pontos”, estima o
Itaú BBA.
Dólar
O dólar recuava mais de 1% frente ao real
nesta segunda-feira, em movimento alinhado com a fraqueza da moeda
norte-americana no exterior, à medida que investidores consolidam suas
apostas sobre um corte de juros pelo Federal Reserve em setembro.
Às
11h57, o dólar à vista caía 1,03%, a R$ 5,4110 na venda. Na B3, o
contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha queda de 1,02%, a
R$ 5,429 na venda.
O desempenho da moeda norte-americana no Brasil
acompanhava perdas da moeda ante uma série de divisas fortes e de
emergentes ao redor mundo, com destaque para o retorno da força do iene.
O dólar tinha queda de 0,81% em relação ao iene, a 146,38.
Entre moedas emergentes, o dólar recuava contra o peso chileno, o rand sul-africano e o peso colombiano.
Os
movimentos ocorrem em meio a expectativa pelo início de um ciclo de
afrouxamento monetário no Fed em sua reunião de setembro, após uma série
de dados benignos para a inflação dos EUA na semana passada.
Operadores
veem 77% de chance de o Fed cortar os juros em 0,25 ponto percentual no
próximo mês, o que seria o primeiro movimento da taxa desde julho de
2023, quando ela foi elevada para a faixa atual de 5,25% a 5,50%.
Quanto
mais o banco central dos EUA reduzir os juros, pior para o dólar, que
se torna comparativamente menos atraente quando os rendimentos dos
Treasuries caem.
O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,48%, a 101,970.
No
radar dos investidores nesta semana está o discurso do chair do Fed,
Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole na sexta-feira, em que ele
pode fornecer sinais sobre a trajetória dos juros nos EUA.