quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Brasil passa a ter estratégia nacional de economia circular

 


Iniciativa promove o uso eficiente dos recursos naturais e redesenho das cadeias produtivas e dos produtos, incentivando a regeneração da natureza 
 
 

A economia circular se baseia na eliminação da poluição e na redução da geração de rejeitos e resíduos

O governo federal assinou o decreto que instituiu a estratégia nacional de economia circular. A iniciativa, coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), tem o objetivo de promover a transição do modelo de produção linear – aquele que vai da extração, passa pela produção e termina no descarte – para uma economia circular, incentivando o uso eficiente de recursos naturais e práticas sustentáveis ao longo da cadeia produtiva.

Além de criar um ambiente normativo e institucional para a economia circular, a iniciativa prevê o fomento à inovação, à cultura, à educação e à geração de competências para reduzir, reutilizar e promover o redesenho circular da produção; incentivar a redução da utilização de recursos e a geração de resíduos, preservando o valor dos materiais; proposição de instrumentos financeiros e financiamentos para a economia circular, promoção da articulação entre todos os entes da federação e o envolvimento dos trabalhadores e trabalhadoras da economia circular. Essas ações serão realizadas seguindo como diretrizes a eliminação de rejeitos e resíduos; a manutenção do valor dos produtos; regeneração dos sistemas naturais; redução da dependência dos recursos naturais; fomento à produção sustentável e aumento do ciclo de vida de todo e qualquer material.

A economia circular se baseia na eliminação da poluição e na redução da geração de rejeitos e resíduos, na manutenção do valor dos materiais, regeneração do meio ambiente, redução da dependência do uso de recursos naturais, fomentando a produção e o consumo sustentáveis, gerando o aumento do ciclo de vida dos produtos e materiais e garantindo uma transição justa e inclusiva. O modelo de economia circular interrompe a lógica do descarte e instaura um novo modelo produtivo, a partir do desenvolvimento de produtos mais resilientes e propícios ao compartilhamento, a produtos como serviço, ao reparo, reuso, redistribuição, recondicionamento, remanufatura e reciclagem.

O Instituto AMANHÃ lançou no ano passado a 10ª edição do AMANHÃ Sustentável. O guia contou com o apoio institucional da Rede Brasil do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) e o apoio técnico da Ellen MacArthur Foundation, organização internacional cujo propósito é promover os benefícios e apoiar a economia circular. Clique aqui para acessar o guia completo (mediante pequeno cadastro) e acompanhe aqui como foi o Fórum Economia Circular – O futuro é agora, realizado em Curitiba.

 

 https://amanha.com.br/categoria/sustentabilidade/brasil-passa-a-ter-estrategia-nacional-de-economia-circular

Sanção do Marco Legal do Hidrogênio Verde representa oportunidade para o país

 


Regulação atrai investimentos estrangeiros e acelera a corrida entre os estados 
 
 
 
Liderada pelo Ceará, a corrida dos estados interessados em se destacar no setor de hidrogênio de baixo carbono deve ficar mais acirrada

 

 

O Brasil já é reconhecido mundialmente pelo seu potencial de produção de energia limpa, incluindo o hidrogênio de baixo carbono. Esse combustível do futuro vinha cada vez mais ganhando relevância no país, mas carecia de uma regulamentação que incentivasse o setor, especialmente para conferir segurança jurídica e atrair investimentos (nacionais e estrangeiros), além de aumentar a competitividade do Brasil no cenário internacional. "O marco legal poderia ter trazido mais incentivos para o setor, mas, de todo modo, é um passo importante para dar segurança jurídica aos investidores. Países da América Latina estavam à nossa frente em termos regulatórios e, por consequência, atraindo mais investimentos estrangeiros", explica Leonardo Dib Freire, advogado especializado no setor de energia e sócio do RMMG Advogados.

Segundo ele, agora, o Brasil ganha competitividade no cenário internacional, mas também se acelera a concorrência entre os estados. Liderada pelo Ceará, a corrida dos estados interessados em se destacar no setor de hidrogênio de baixo carbono deve ficar mais acirrada, pressionando pelo desenvolvimento de soluções energéticas limpas e incentivando também planejamentos regionais — inclusive, com incentivos fiscais e/ou regulatórios dos próprios estados. No Rio Grande do Sul, o governo apresentou um plano estratégico que, segundo pesquisa da McKinsey & Company, pode gerar um aumento no Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho de até 11%, ou R$ 62 bilhões, e a criação de 41 mil empregos até 2040.

"A sanção presidencial do marco legal no início do mês prevê incentivos para fomentar o setor. Com certeza, os estados que mais se empenharem neste início atrairão os principais projetos e seus consequentes benefícios à sociedade e à economia regional", analisa Freire. Entre os incentivos do Marco Legal do Hidrogênio Verde, estão o Regime Especial de Incentivos para Produção de Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (Rehidro), que suspende a incidência de PIS/Cofins, durante cinco anos, para a compra de matérias-primas, produtos intermediários, embalagens, estoques e materiais de construção feitos por produtores de hidrogênio de baixa emissão habilitados.

No texto aprovado pelo Congresso Nacional, também estava previsto o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC), que foi vetado pelo Governo Federal. "O veto do PHBC não é preocupante, pois decorreu de um acordo entre Legislativo e Executivo. No mesmo dia da sanção, foi proposto o PL 3027/2024, para instituir o PHBC. Como esse projeto tem como base o que já havia sido discutido e acordado anteriormente, ele já foi aprovado na Câmara dos Deputados e deverá tramitar rapidamente no Senado Federal", detalha o advogado.

O PL 3027/24 determinará limites anuais para a distribuição dos créditos e fixará metas para desenvolver o mercado interno de hidrogênio de baixa emissão de carbono. "Para além da estratégia de mercado, é fundamental lembrarmos que o hidrogênio de baixo carbono terá papel fundamental na transição energética de setores de difícil descarbonização, como a aviação e a siderurgia. É um movimento para o futuro, no qual o Brasil tem tudo para se destacar como líder", conclui Freire.

 

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Fruki Bebidas anuncia investimentos de R$ 130 milhões em fábricas do RS

 


O recurso compreende a ampliação do prédio de produção em Paverama e aquisições de duas novas linhas de envase, uma delas para a fábrica de Lajeado  
 
 
A obra do novo prédio em Paverama iniciou neste mês e tem conclusão prevista para maio de 2025. Já as produções nas duas novas linhas de envase devem ter início no começo de 2026

 

 

No ano de seu centenário, a Fruki Bebidas acaba de dar início a uma nova fase de expansão, com projeção de investimento de R$ 130 milhões nas fábricas de Paverama (RS) e Lajeado (RS). O recurso compreende a ampliação do prédio de produção em Paverama e as aquisições de duas novas linhas de envase, uma para cada fábrica. Na nova fábrica, haverá a aquisição e a instalação de uma segunda linha de envase PET, que produzirá os SKUs 500ml, 2 litros e 3 litros. As máquinas ocuparão o espaço da área já construída, projetada desde a origem para receber duas linhas. A planta industrial terá o acréscimo de 14 mil metros quadrados de área construída. Já em Lajeado, será instalada uma nova linha de envase para produtos 5 litros, com capacidade de produção de 5 mil garrafas por hora. 

A obra do novo prédio em Paverama iniciou neste mês e tem conclusão prevista para maio de 2025. Já as produções nas duas novas linhas de envase devem ter início no começo de 2026. "Estamos no melhor momento do nosso negócio e a razão, além do comprometimento dos profissionais, está na nossa crença de que sempre podemos mais e, para isso, é preciso inovar constantemente. O próximo ciclo de investimento da Fruki representa o olhar da empresa para o futuro, com objetivo de continuar crescendo de forma sustentável", afirma Aline Eggers Bagatini, diretora-presidente da empresa. O plano do investimento total leva em conta a previsão de crescimento em 10 anos, a redução de custos com armazenagem externa, os projetos de industrialização para terceiros, a necessidade de aumentar a capacidade produtiva nos produtos PET e o aumento da eficiência operacional.
 
 
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Embraer celebra 55 anos com novo portal na Unidade Ozires Silva

 


Embraer celebra 55 anos com novo portal na Unidade Ozires Silva
(Foto: Divulgação / Embraer / Unidade Ozires Silva)

 

 

A Embraer inaugurou oficialmente nesta segunda-feira (19), um novo portal de entrada em seu principal complexo industrial, a Unidade Ozires Silva, em São José dos Campos. A ação faz parte das comemorações dos 55 anos da empresa, fundada em 19 de agosto de 1969.

Com uma estrutura de oito metros de largura, a nova portaria destaca um avião histórico EMB-110 Bandeirante suspenso a 10 metros de altura. Antes posicionado em uma área interna da companhia, a aeronave foi reposicionada para uma exposição permanente, próxima à via pública que dá acesso à fábrica e ao aeroporto da cidade.

“O novo portal representa a decolagem de um sonho que se tornou realidade graças aos esforços de um grupo de visionários que acreditava que era possível o Brasil construir seus próprios aviões”, afirmou Luís Carlos Marinho, Vice-Presidente Executivo de Operações da Embraer.

“O avião Bandeirante é o símbolo histórico da companhia e estamos muito felizes em posicioná-lo como um monumento na entrada principal da empresa, de modo a inspirar nossas pessoas e a comunidade de São José dos Campos”.

(Foto: Divulgação / Embraer)

Unidade Ozires Silva

A primeira fábrica da Embraer, renomeada em 2021 para “Unidade Ozires Silva” em homenagem ao engenheiro e ex-oficial da Aeronáutica que liderou a criação da companhia, foi palco da produção de aeronaves icônicas como o Bandeirante, Xavante, Ipanema, Xingu, Brasília, Tucano, AMX, a família ERJ-145 e os jatos executivos da empresa. Hoje, a unidade se concentra principalmente no desenvolvimento, fabricação e suporte dos jatos comerciais da família E-Jets E1 e E2.

A ideia do novo portal, além de ampliar a segurança e conforto no acesso à empresa, integra-se à paisagem local, permitindo que o público externo contemple a exposição e fortalecendo a conexão da Embraer com a comunidade de São José dos Campos, informou a empresa.

Entenda como modelos e influenciadoras de IA revolucionam o setor da moda


Já foi coroada a primeira Miss AI. Cada vez mais etiquetas utilizam modelos virtuais. Jovens apelam para cirurgia plástica. Para ativistas, uma ameaça ao movimento de "body positivity", que combate a "beleza perfeita"

 

 

Desde já, 2024 é um ano histórico para os concursos de beleza internacionais: pela primeira vez há uma rainha gerada por computador, eleita em 8 de julho pela associação dos World AI Creators Awards (Waicas). Tendo se imposto perante com 1.500 candidatas, a “Miss AI” pioneira é a influenciadora virtual Kenza Layli, uma personagem de hijab dourado criada por Myriam Bessa, fundadora e chefe da agência marroquina Atelier Digital.

Então em breve as manequins reais serão coisa do passado? Embora ainda não haja uma resposta conclusiva, já é certo que a inteligência artificial (IA) revoluciona o setor de moda. A marca espanhola Mango mostra para onde vai a tendência: em sua nova coleção, Sunset Dream, não há mais nenhum modelo humano diante das câmeras – nas fotos, só a roupa é de verdade.

E essa campanha não é a primeira incursão da IA na moda: já no começo de 2023, a etiqueta de jeans Levi’s fez manchetes ao empregar manequins de IA, numa cooperação com a startup holandesa Lalaland, que produz modelos virtuais para o comércio eletrônico.

“A integração da inteligência artificial no setor da moda está se revelando um game-changer”, afirma Max Dewod da agência de marketing Reverb, especializada em IA. “Marcas como Zara, H&M, Nike, Levi’s, ASOS e Burberry mostram como ela já é empregada para melhorar o atendimento ao cliente, otimizar as funções de busca e personalizar o comportamento de compras.”

“Mulheres de verdade em vez de imagens artificiais”

Por sua vez, a marca a Dove renega a tendência bem ostensivamente. Numa declaração, em maio, a empresa pertencente ao conglomerado britânico Unilever prometia “nunca exibir imagens de IA em vez de mulheres reais, e nunca utilizar falsificação digital para apresentar os ideais de beleza ‘perfeita’ não realistas, adulterados, impecáveis, que o emprego de programas de processamento de imagens possibilita”.

O motivo desse manifesto é que em seu estudo The real state of beauty: A global report (O estado real da beleza: Um relatório global) a Dove constatou que, com sua aparência perfeita, modelos e influenciadoras de IA exercem pressão sobretudo sobre jovens e meninas.

Por exemplo, a maioria das adolescentes de 14 a 17 anos consultadas concordou com a afirmativa “A cirurgia plástica contribui para você se sentir melhor em seu corpo”. As taxas de concordância foram especialmente altas no Brasil (69%) e na China (56%).

A pesquisa envolveu cerca de 33 mil voluntários de 20 países, sendo 14 mil mulheres e 4 mil homens entre os 18 e 64 anos de idade, e 9.500 garotas e 4.700 rapazes entre 10 e 17 anos.

Essa pressão estética também atinge o sexo masculino: 79% dos adultos e 74% dos adolescentes revelaram não se achar suficientemente musculosos; enquanto 68% e 59%, respectivamente admitiram sentir-se coagidos a ter uma aparência mais atraente.

A ativista brasileira Beta Boechat, que participou do relatório, confirma a insatisfação crescente com a própria aparência: “Quanto mais ferramentas temos para alterar essas imagens, para que elas atinjam um padrão ideal de beleza, mais cresce a pressão de que aquela imagem alterada se torne uma realidade física.”

Uma prova disso seria o número crescente de operações de beleza em todo o mundo. Como elas se tornaram “mais avançadas e, principalmente, mais popularizadas e de fácil acesso”, isso “aumenta também a pressão estética, por consequência afetando a autoestima de mulheres e, cada vez mais, de homens também”, analisa Boechat.

Com a palavra, a própria inteligência artificial

Helmut Leder, professor de estética empírica na psicologia, da Universidade de Viena, mostra-se igualmente preocupado com a pressão gerada pela lacuna entre os ideais de beleza digitais e a aparência real, que considera “um problema extremamente dramático”.

“Rostos produzidos artificialmente não têm imperfeições da pele, têm proporções perfeitas e são, quase todos, conformes com um ideal de beleza genérico. Num mundo em que somos confrontados não com pessoas de verdade, mas com tantos rostos embelezados artificialmente, é enorme o desejo individual de ser atraente e bonito.”

Para os desenvolvedores da modelo finlandesa de IA Milla Sofia, manequins e influenciadoras virtuais não são nenhum drama, mas simplesmente exemplos da transformação da sociedade que essa nova tecnologia desencadeou. Em seu website, eles dão a palavra à própria modelo para formular suas opiniões, a fim de dispersar ressalvas.

“Acho que a mídia social aumentou a pressão sobre a aparência, ao longo dos anos […] A inteligência artificial só torna mais fácil fazer mudanças e, de certo modo, esse é só mais um passo numa tendência existente.”

Para a autora britânica Sally-Ann Fawcett, especialista em beleza que participou do júri do concurso Miss AI 2024, a revolução da IA na moda é uma chance para uma maior presença feminina: “Nos anos 70, a maioria dos concursos de beleza era organizada por homens”, comentou à revista Time. “Agora, 95% de todos os concursos do Reino Unido estão na mão de mulheres.”

Por sua vez, a brasileira Beta Boechat teme um retrocesso para o movimento de aceitação corporal (body positivity), que há décadas combate os ideais de beleza pouco realistas e discriminatórios.

Esse revés já é sentido entre ativistas, adverte: “As inteligências artificiais chegam num momento delicado, por serem ferramentas poderosas e fáceis de ser usadas, aterrissando numa sociedade que vive uma crescente pressão estética e uma redução dos movimentos de aceitação corporal.”

Como a recuperação judicial da Avon nos EUA está impactando os planos da Natura

 


Com uma dívida total de US$ 1,3 bilhão, sendo US$ 530 milhões em débitos com a empresa brasileira, o mercado reagiu com preocupação e as ações chegaram a cair 12%

 


Tempestade perfeita é uma expressão utilizada para descrever situações onde uma combinação de fatores negativos ocorre simultaneamente. Na segunda-feira (12), após reportar um forte prejuízo no segundo trimestre de 2024, a Natura divulgou que a subsidiária Avon Products, que atua nos Estados Unidos, pediu recuperação judicial no país.

Com uma dívida total de US$ 1,3 bilhão, sendo US$ 530 milhões (R$ 2,9 bilhões) em débitos com a empresa brasileira, o mercado reagiu com preocupação e as ações chegaram a cair 12% na terça-feira (13), fechando o dia com uma queda de 9%.

Fábio Barbosa, CEO da Natura, minimizou a situação, afirmando que o procedimento não impacta as operações da companhia brasileira e que apoia a decisão da Avon Products, considerando-a um passo importante para simplificar sua estrutura e pagar as dívidas.

 

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Como maior credora, a Natura &Co se comprometeu a financiar US$ 43 milhões na modalidade DIP (debtor- in-possession) e a fazer uma oferta de US$ 125 milhões para adquirir as operações da Avon fora dos EUA, via leilão, pretendendo usar seus créditos com a Avon Products como contraprestação.

“Nossa capacidade de apoiar a Avon durante esse procedimento é uma demonstração da força do nosso negócio, que continuará a operar normalmente”, afirmou Barbosa.

O executivo também informou que os estudos para uma possível separação de Avon e Natura foram suspensos até a conclusão do processo.

“Acreditamos no potencial da Avon e apoiamos essa medida [RJ], que representa um passo importante para simplificar nossa estrutura.”
Fábio Barbosa, CEO da Natura

No mercado, a principal preocupação é se a Natura conseguirá replicar seu sucesso local no exterior, considerando especialmente os desafios financeiros e a necessidade de integrar completamente as operações da Avon em outros países.

Para o economista Rica Mello, CEO do Grupo BCBF, a situação pode até facilitar a aquisição global da Avon, permitindo à Natura expandir suas operações.

“Apesar dos desafios atuais, a Natura tem demonstrado capacidade de gerenciar com sucesso suas aquisições e operações, o que sugere que poderá continuar crescendo, mesmo diante das dificuldades. Embora o mercado esteja cauteloso, há uma perspectiva de que a Natura possa sair fortalecida dessa situação, consolidando sua posição global”, disse o especialista.

A Natura &Co passa nos últimos anos por um longo processo de reestruturação, que tem se mostrado bem-sucedido. Apesar do tímido crescimento das receitas, a redução de custos operacionais e a venda de ativos importantes, como a The Body Shop, têm permitido a entrega de melhores resultados nos balanços.

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A economista da 31 Capital, Raphaela Oliveira, destacou, no entanto, as dificuldades de se realizar uma reestruturação corporativa em um cenário globalizado e altamente competitivo. “A aquisição da Avon foi motivada pela busca de sinergias e expansão de mercado, mas os custos de integração e os desafios culturais podem ter sido subestimados, resultando em custos de transação mais elevados do que o esperado”, apontou Oliveira.

A equipe de análise do BTG Pactual escreveu em seu relatório que, embora o processo do Chapter 11 da Avon adicione complexidade à avaliação de mercado da Natura, no fim das contas, a recuperação judicial pode simplificar a estrutura da companhia.

Já a analista da Levante Inside Corp, Caroline Sanchez, lembrou que a Avon pressiona os resultados da Natura há algum tempo, e agora a incerteza aumenta com a recuperação judicial.

“O anúncio feito em fevereiro, dos estudos para a separação de Avon e Natura, animou o mercado, mas isso agora foi por água abaixo”, apontou. Sanchez vê uma perspectiva difícil para a Natura, pois, além de o mercado de cosméticos ser altamente competitivo, a Avon é um ativo complicado.

Balanço

O balanço do segundo trimestre apontou que:

• as vendas da Avon caíram 1% no Brasil em comparação com o ano de 2023,
• enquanto na Avon Hispânica, excluindo a Argentina, as vendas caíram 11% ano a ano (+2% incluindo a Argentina),
• e a Avon International reportou uma queda de 8% nas vendas no mesmo período.

É importante ressaltar que, diante da recuperação judicial da Avon, a Natura&Co fez uma baixa contábil de R$ 725 milhões, fato que impactou diretamente o balanço da empresa, que reportou um prejuízo de R$ 859 milhões.

Desconsiderando o efeito contábil da Avon Products, o lucro líquido da Natura teria sido de R$ 162 milhões no segundo trimestre.

O faturamento avançou 5,4% e somou R$ 7,4 bilhões nos meses de abril a junho, impulsionado pela operação na América Latina, que cresceu 8,4%, com as fortes vendas da marca Natura, especialmente no Brasil, superando as projeções do mercado.

De acordo com relatório do Citi, os resultados apontam que a operação da Avon na América Latina está próxima de um ponto de inflexão, após todos os investimentos na integração das marcas.

Superintendência do Cade aprova consórcio entre Corsan e Irapuru em usinas fotovoltaicas

 Cade avalia como proteger mercado digital do domínio das ...

A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, o consórcio entre a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) e a Irapuru Holding para exploração compartilhada de três usinas fotovoltaicas localizadas em Janaúba, Minas Gerais. O despacho foi publicado nesta quarta-feira, 21, no Diário Oficial da União (DOU).

A operação também depende do aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

“Como justificativa para a realização da operação, as requerentes explicam que, para a Corsan, ela representa a oportunidade de suprir parte de sua demanda por energia elétrica sob o regime de autoprodução de energia. Já para o grupo vendedor, a operação está alinhada a suas atividades de desenvolvimento e operação de projetos de geração de energia elétrica”, afirma o processo no Cade.