Mãos seguram cédulas de R$ 100 (Crédito: José Cruz/Agência Brasil)
As
operações de investimentos no Tesouro Direto bateram recorde pelo
segundo mês consecutivo. Após 760 mil movimentações em junho, o programa
atingiu no mês de julho a marca de 869.618 aplicações. O total
movimentado foi de R$ 6,43 bilhões, contra R$ 5,68 bilhões no mês
anterior.
Novamente, a procura foi maior pelos títulos indexados à
inflação (Tesouro IPCA+, Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais, Tesouro
RendA+ e Tesouro Educa+), que totalizaram vendas de R$ 3,02 bilhões, ou
47,0% do total. Em seguida, vieram os títulos indexados à taxa Selic,
com R$ 2,51 bilhões ou 38,9% das vendas. Por fim, os títulos prefixados
(Tesouro Prefixado e Tesouro Prefixado com Juros Semestrais) com R$
903,9 milhões, ou 14,1% do total.
O
balanço mensal do Tesouro Nacional destacou a forte procura pelos
títulos Renda+, atrelados à inflação e criados para quem deseja planejar
uma aposentadoria. Foram R$ 195,3 milhões em vendas, ou 3,0% do total.
Já na recompra, ou resgates antecipados, tiveram destaque títulos
indexados à Selic, que somaram R$ 1,97 bilhões (62,1%).
O
estoque do programa fechou o mês em R$ 145,4 bilhões, um aumento de
1,5% em relação aos R$ 143,2 bilhões de julho. O destaque no estoque
também é dos títulos ligados ao IPCA (R$ 74,9 bilhões, ou 51,5% do
total), seguido pelos indexados à taxa Selic (R$ 53,2 bilhões ou 36,6%) e
os prefixados ( R$ 17,3 bilhões ou 11,9%).
Em relação ao prazo, a
maior parte dos investimentos está concentrada em títulos com
vencimento entre um e cinco anos ( 47,9% 0u R$ 69,6 bilhões). Cerca de
R$ 47,2 bilhões ou 32,4% estão investidos em títulos que vencem após
mais de cinco anos. Quanto aos R$ 28,6 bilhões ou 19,7% restantes, estão
em títulos que vencem em um ano.
O que explica a forte procura por títulos atrelados ao IPCA
Filipe
Arend, Head de renda fixa da Faz Capital, avalia que as projeções de
uma inflação maior pela frente estão diretamente ligadas à busca por
estes títulos. “Esses títulos de inflação, pensando na médio longo
prazo, são os que de fato até na nossa visão carregam uma expectativa
melhor de retorno pros investidores”, diz.
Já sobre o recorde
renovado, Arend atribui a alta taxa de juros, que possibilita bons
ganhos com o Tesouro Direto. Além disso, os títulos do Tesouro são um
investimento fácil e seguro. Assim, acabam funcionando como uma porta de
entrada para as pessoas no mundo dos investimentos.
Como funciona o Tesouro Direto
O
Tesouro Direto é um investimento que permite que o cidadão empreste
dinheiro ao governo, recebendo em troca uma remuneração. Ela pode ser
atrelada à inflação ou à Taxa Selic, ou então pré-determinada no momento
da compra do título.
Os papéis têm prazo de vencimento, mas o
investidor pode resgatar o dinheiro antes dele. Para isso, no entanto,
ele fica sujeito às flutuações do preço do papel no mercado – ou seja,
pode resgatar seu dinheiro com rentabilidade, mas também pode perder. Já
se o investimento for levado até o final do prazo, a remuneração segue o
estabelecido pelo tipo de título no momento da compra.
O Tesouro
Direto é considerado um investimento conservador, indicado por
especialistas a investidores que têm baixa tolerância a risco.
Em
abril, o total de investidores ativos no Tesouro Direto, isto é, aqueles
que atualmente estão com saldo em aplicações no Programa, atingiu a
marca de 2,58 milhões, um aumento de 33.774 investidores no mês.