quarta-feira, 2 de outubro de 2024

BNDES e Vale anunciam consórcio que irá gerir fundo de minerais

 

Vale e BNDES lançam edital para fundo de investimento em ...

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Vale anunciaram nesta quarta-feira, 2, o consórcio que irá administrar o fundo de investimento focado em minerais críticos. O vencedor da concorrência é um consórcio formado a partir de uma parceria entre a JPG e a BB Asset, que criam uma gestora dedicada a investimentos sustentáveis, junto da Ore Investments, gestora brasileira de fundos focada 100% em mineração.

Diretor Financeiro e de Mercado de Capitais do BNDES, Alexandre Correa Abreu classificou a disputa como um “sucesso absoluto”, com doze propostas “muito boas” que chegaram na fase de seleção. Em segundo lugar ficou uma proposta da Ace Capital e, em terceiro, da Tivio Capital e Resource Capital Funds.

Segundo Abreu, a expectativa é de que em março já possa ser possível iniciar investimentos em projetos a partir da captação que será feita pelo fundo. Um dos focos iniciais do instrumento será a viabilização de projetos de pesquisa em minerais críticos. “Precisamos entender a qualidade dos minerais, por isso um dos focos é a pesquisa mineral, para saber qualidade e depois explorá-los e depois agregar valor à cadeia”, disse o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do banco, José Luis Gordon.

O anúncio, feito em teleconferência do BNDES e da Vale com jornalistas, contou com a presença do presidente do banco, Aloizio Mercadante, e do novo presidente da mineradora, Gustavo Pimenta. “O investimento em minerais críticos é uma janela de oportunidade muito forte. E queremos que Brasil vá além da exportação de commodity, tendo foco em adensar produção industrial. É uma estratégia importante na inovação industrial agregar valor e diversificar produção mineral”, disse Mercadante.

O edital para seleção do administrador do fundo foi publicado em maio, conforme antecipado pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), ainda sob a presidência de Eduardo Bartolomeo na Vale. A chamada já definia que a BNDESPar e a mineradora iriam subscrever cotas no valor mínimo de R$ 100 milhões e máximo de R$ 250 milhões cada – observado o porcentual máximo de 25% de participação para cada uma no capital comprometido total do fundo.

A expectativa é de que o fundo tenha pelo menos R$ 1 bilhão captado para esses investimentos iniciais – R$ 500 milhões já garantidos pelos aportes do BNDES e da Vale, disse Abreu. “Não precisa ficar em R$ 1 bilhão, pode ser mais. Estamos estimando captação de R$ 500 milhões no mercado, mas pode superar isso”, disse o diretor do banco de fomento, ressaltando que a captação será organizada pelo consórcio vencedor. “Lembrando que a BB Asset tem uma capilaridade gigante”, pontuou o diretor do BNDES.

Moody’s reafirma rating da Petrobras em ‘Ba1’ e eleva perspectiva de estável para positiva

 

 Logo da Moody's na sede da empresa em Nova York — Foto: REUTERS/Brendan McDermid

 

A Moody’s reafirmou o rating corporativo da Petrobras em “Ba1” e elevou a perspectiva de estável para positiva. A alteração para uma perspectiva positiva reflete, segundo a agência de classificação de risco, a perspectiva positiva do rating soberano do Brasil. Além disso, a visão também reflete as estimativas de que o perfil de crédito permanecerá praticamente inalterado nos próximos 12 a 18 meses.

Apesar de ser uma empresa relacionada ao governo, a Moody’s também avalia que há uma baixa probabilidade de que a Petrobras entre em default como resultado de dificuldades de crédito soberano, dadas as sólidas métricas financeiras e estrutura de capital da empresa.

Por outro lado, o rating da Petrobras é “limitado” pela exposição da empresa a potenciais mudanças de política e risco de influência governamental nas decisões comerciais da empresa.

Ao mesmo tempo, a agência reafirma a avaliação de crédito baseline (BCA) em “ba1” e a classificação das emissões de dívida sênior não garantida lastreadas da Petrobras Global Finance e Petrobras International Finance Company em “Ba1”.

Reintegra: governo tem vitória bilionária e assegura direito a reduzir ressarcimento a exportadores

 


Governo

Foto: REUTERS/Rodrigo Antunes

O governo federal obteve uma expressiva vitória para as contas públicas nesta quarta-feira, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o Executivo tem direito a reduzir o ressarcimento destinado a exportadores vinculados ao programa Reintegra (Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários).

Com a decisão, segundo uma fonte do Ministério da Fazenda e documento visto pela Reuters, o governo deixará de devolver aos exportadores 7,3 bilhões de reais ao ano, totalizando 42,6 bilhões de reais.

Por sete votos a dois, os ministros do STF rejeitaram ações movidas pela Confederação Nacional da Indústria e pelo Instituto Aço Brasil que contestavam o fato de o Executivo poder manejar as alíquotas dos resíduos tributários às empresas exportadoras.

O voto condutor foi do ministro Gilmar Mendes, relator da ação e decano do STF, que defendeu que o Reintegra é um benefício fiscal, voltado a incentivar às exportações e o desenvolvimento nacional, e por essa razão a decisão de reduzir o percentual de ressarcimento é uma opção político-econômica do Executivo.

O programa foi criado para incentivar a exportação de produtos manufaturados mediante a devolução de parte dos tributos pagos durante a produção.

 

Mão de obra está forte em todos os países e não só no Brasil, diz Campos Neto

Campos Neto

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (Crédito: REUTERS/Brendan McDermid)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira que uma força maior da mão de obra é um fenômeno que está ocorrendo no mundo todo e não está restrito ao Brasil, destacando que as economias globais também têm apresentado fortalecimento.

Em fala durante o evento “Cenário econômico do Brasil e desdobramentos para 2025”, promovido pela Aurum Wealth Management & Multi Family Office e Veedha Investimentos, em São Paulo, Campos Neto disse também que há uma convergência de pressões inflacionárias mundiais, mas a inflação no setor de serviços está rodando muito alta.

O que ainda falta para o Brasil melhorar nota e recuperar grau de investimento?

 


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Fernando Haddad, 3 de julho de 2024 em Brasília - AFP/Arquivos

 

Com a elevação da nota de crédito pela Moody’s, o Brasil está agora a um passo do chamado grau de investimento, nível de classificação de risco perdido em 2016.

O grau de investimento funciona como um atestado de que os países não correm risco de dar calote na dívida pública. É uma espécie de selo de bom pagador, que dá maior segurança para que os investidores apliquem recursos no país.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou a elevação do rating do Brasil pela agência Moody’s e disse que é possível que o atual governo encerre o mandato recuperando o chamado “grau de investimento”.

A agência de classificação de risco apontou que houve “melhorias materiais de crédito” do país, incluindo um “desempenho de crescimento mais robusto do que o avaliado anteriormente e um histórico crescente de reformas econômicas e fiscais que emprestam resiliência ao perfil de crédito”, mas ponderou ao citar uma “estrutura fiscal do Brasil ainda moderada, conforme refletido em um custo relativamente alto da dívida”.

Nas outras duas grandes agências, S&P e Fitch, o Brasil segue dois degraus abaixo do nível de grau de investimento.

Veja abaixo a avaliação de 3 economistas sobre o que ainda é preciso para o Brasil voltar a ser classificado como país com grau de investimento:

Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos

“A decisão da Moody’s não deveria ser recebida com surpresa por quem acompanha a economia brasileira e as contas públicas. Se a situação fiscal é desafiadora, há também que se reconhecer a inexistência de risco de insolvência do setor público. Tanto é assim que a demanda por títulos públicos é firme e intensa. Além disso, o caixa do tesouro é uma boa salvaguarda contra turbulências. Os desafios estruturais são muitos. O Orçamento geral é rígido, as indexações e vinculações amarram as contas do governo e o gasto cresce de modo insustentável. É preciso de uma agenda de ajustes com foco na despesa para que se avance mais rapidamente em relação à redução do risco país, sem dúvida.”

 

Ricardo Martins, economista-chefe da Planner Investimentos

“Embora tenha sido inesperada, surpreendente e controversa pelas preocupações de mercado, principalmente na avaliação de deterioração da questão fiscal, a melhora da nota traz uma responsabilidade maior ao governo, porque a perspectiva positiva endereçada pela Moody’s encaminha o Brasil à possibilidade de conquista de país seguro para investimento. As boas expectativas das Transações Correntes, em especial o superávit da Balança Comercial, do PIB e de Núcleos inflacionários mais comportados, endereça a perseverança do governo nessa oportunidade”.

 

André Perfeito, economista

“A perspectiva atual nitidamente inspira cuidados, e a Moody’s aponta isso, mas disso saltar para uma situação de Dominância Fiscal e eventual quebra do país é um pouco além do razoável. Vale notar que o título em moeda estrangeira do Brasil segue como especulativo, de forma alguma está “tudo bem”, e sendo assim há muito que o Ministério da Fazenda precisa fazer e a entregar”

 

 https://istoedinheiro.com.br/o-que-ainda-falta-para-o-brasil-melhorar-nota-e-recuperar-grau-de-investimento/

terça-feira, 1 de outubro de 2024

Suzano conclui compra de plantas da Pactiv Evergreen e afiliadas

 Logo Suzano Papel e Celulose – Logos PNG


A Suzano informou nesta terça-feira, 1º de outubro, que concluiu a aquisição, por meio de uma subsidiária, de ativos que compõem as plantas integradas de fabricação de papelcartão da Pactiv Evergreen Inc.. A operação foi anunciada em julho, por US$ 110 milhões.

A conclusão ocorre após cumprimento de todas as condições precedentes e realizados todos os atos de fechamento estabelecidos no contrato de compra e venda de ativos celebrado em 12 de julho de 2024.

Os ativos compõem as plantas integradas de fabricação de papelcartão revestido e não revestido, utilizados na produção de Liquid Packaging Board e Cupstock, localizadas nas cidades de Pine Bluff – Arkansas e Waynesville – North Carolina, ambas nos Estados Unidos.

As unidades tem capacidade total integrada de aproximadamente 420 mil toneladas métricas por ano de papelcartão.

Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa destaca que a operação foi liquidada, ao preço, já informado anteriormente, sujeito aos ajustes usuais deste tipo de operação.

Ainda, as partes celebraram um contrato de serviços de transição, na qual a Pactiv prestará serviços para a Suzano com relação a certos ativos adquiridos, e um contrato de fornecimento de longo prazo, na qual a Suzano passará a fornecer para a Pactiv os produtos atualmente produzidos em Pine Bluff e consumidos pela Pactiv, que passará a ser um cliente relevante deste novo ativo da Suzano.

“A operação está alinhada à avenida estratégica de longo prazo da Suzano de avançar nos elos da cadeia, sempre com vantagem competitiva, proporcionando à companhia a entrada no mercado norte-americano de papelcartão com competitividade e escalabilidade”, destaca a empresa.

A empresa ressalta que os ativos são competitivos e bem posicionados na curva de custo da indústria; têm excelente localização geográfica no que diz respeito à infraestrutura operacional e logística, com amplo acesso à madeira de baixo custo e representando inclusive opcionalidade futura; e operação que detém a liderança do mercado norte-americano no segmento.

Membro do BCE vê balança pendendo para corte de juros em outubro e postura menos restritiva

 Presidente do BCE diz estar "realmente confiante" de que ...


Dirigente do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do BC da Finlândia, Olli Rehn disse nesta terça-feira que a balança está pendendo para um corte de taxas em outubro na zona do euro, mas que ainda é preciso analisar os dados antes de tomar qualquer decisão sobre juros. “A direção da política monetária é clara: os cortes nas taxas de juros começaram e nossa postura de política monetária está se tornando menos restritiva”, afirmou, sem especificar o ritmo e a intensidade dos próximos cortes.

Rehn também comentou que a política monetária europeia tem sido “relativamente bem-sucedida” em reduzir a inflação, ao analisar a perspectiva de crescimento econômico, emprego e inflação.

Ele mencionou ainda que relatório elaborado pelo ex-presidente do BCE Mario Draghi, sobre a economia da União Europeia, é um diagnóstico claro e “brutalmente honesto” das razões de baixo crescimento da economia europeia.