O
dólar subia frente ao real nesta quarta-feira, 16, ampliando os fortes
ganhos da véspera, à medida que as quedas nos preços de commodities e as
incertezas em relação à China, às tensões no Oriente Médio e ao cenário
fiscal local continuam pressionando a moeda brasileira.
Às
10h00, o dólar à vista subia 0,65%, a R$ 5,6956 na venda. Na B3, o
contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,53%, a
R$ 5,690 na venda. Veja cotações.
A
divisa brasileira já tinha sofrido com a forte valorização do dólar em
mercados emergentes na sessão anterior, com a moeda norte-americana
fechando em alta de 1,36%, a 5,6587 reais, o valor de fechamento mais
alto em um mês.
Como
fator principal para a pressão sobre moedas emergentes estão as quedas
nos preços de commodities importantes, como o petróleo e o minério de
ferro, em meio a notícias vindas da China, maior importador de
matérias-primas do planeta, e do Oriente Médio, onde se teme a escalada
das tensões.
Nesta sessão, a pressão das commodities parecia
moderar um pouco, ainda que preços de produtos importantes seguissem em
queda, e as atenções dos mercados globais se voltavam também a outros
fatores, incluindo novos dados econômicos.
O dólar subia frente ao peso mexicano e se mantinha firme ante o peso chileno e o rand sul-africano.
O
cenário externo continua incerto, com dúvidas sobre as perspectivas
econômicas da China, o conflito no Oriente Médio e a eleição
presidencial dos Estados Unidos em novembro.
“As
moedas emergentes vêm sofrendo um bocado, ainda com dúvidas perante a
solidez da economia chinesa… e em breve as eleições norte-americanas,
que por sinal, no momento, mostram uma grande chance de Donald Trump
vencer, o que pode acabar dificultando ainda mais o cenário para essas
moedas”, disse Marcio Riauba, gerente da mesa de operações de câmbio da
StoneX.
As atenções se voltarão na quinta-feira a uma nova
entrevista à imprensa do governo chinês, com investidores na expectativa
por anúncio de medidas de estímulo para o setor imobiliário.
Também
estará no radar na quinta a decisão de política monetária do Banco
Central Europeu, em que se espera que as autoridades reduzam a taxa de
juros em mais 25 pontos-base para estimular a economia da zona do euro.
No
cenário doméstico, ainda pesam as dúvidas do mercado com o compromisso
do governo em equilibrar as contas públicas, mesmo após reportagem da
Reuters mostrar na segunda-feira que o Executivo planeja anunciar
medidas de contenção de gastos após o segundo turno das eleições
municipais.
“A gente realmente não vai mais comprar essa tese (de
contenção de gastos) enquanto não ver isso aprovado. O cenário político
não é tão tranquilo para fazer essas aprovações”, disse Diego Faust,
operador de renda variável da Manchester.
Impactos da incerteza
fiscal eram observados também na curva de juros brasileira, com os juros
futuros subindo de forma sólida nesta sessão.