quinta-feira, 17 de outubro de 2024

KNCR11: Kinea faz emissão bilionária e pode se tornar o maior fundo imobiliário da B3

 


Investimento Direto no País soma US$ 4,270 bi em agosto, revela BC.

A Kinea Investimentos anunciou nesta quinta-feira, 17, uma oferta no mercado de fundos imobiliários com volume inicial de R$ 1,9 bilhão, podendo ser acrescido em 25%, atingindo cerca de R$ 2,5 bilhões. Caso se concretize, o Kinea Rendimentos Imobiliários será maior fundo listado na B3, a bolsa brasileira.

Atualmente, a liderança pertence outro fundo da gestora, o Kinea Índice de Preços (KNIP11), com aproximadamente R$ 7,6 bilhões em patrimônio.

Responsável pela gestão de R$ 133 bilhões, o lançamento é a 11ª emissão de cotas do Kinea Rendimentos Imobiliários (KNCR11), fundo dedicado à aquisição de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) indexados ao CDI e de baixo risco de crédito.

O pipeline é composto por operações originadas pela Kinea para financiamento imobiliário dos segmentos de lajes corporativas, shoppings centers, logístico e residencial. A remuneração das novas operações deve levar a taxa média da carteira para CDI +2,07%. A perspectiva de elevação da Selic tende a beneficiar a carteira, majoritariamente pós-fixada.

A Kinea diz que emissão permitirá à gestão levantar recursos para investir em novas operações, trazendo diversificação para a carteira. Além disso, a nova emissão deve trazer mais liquidez para as cotas no mercado secundário.

O preço de subscrição será de R$ 103,52 (incluindo a taxa de emissão) e a aplicação mínima é de dez cotas. O fator de proporção para os atuais cotistas do fundo será de 28%.

O exercício do direito de preferência e a intenção de subscrição de novos investidores começa no dia 18 de outubro. A 1ª série será liquidada no dia 3 de dezembro, enquanto o período de liquidação da 2ª série vai de 4 de dezembro até 4 de abril de 2025. A oferta do fundo terá dois coordenadores, XP – atuando como líder – e Itaú.

Ao todo, a Kinea possui R$ 32 bilhões sob gestão em fundos imobiliários listados.

As três maiores ofertas até hoje (em valor captado):

  1. XPML11 – R$ 1.804.751.349,22 (05/2024)
  2. HGLG11 – R$ 1.575.462.250,00 (07/2023)
  3. BTLG11 – R$ 1.499.999.953,05 (03/2024)

Virou moda colocar ‘coletinho’ para fingir que trabalha, diz Boulos sobre Nunes

 


O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL), criticou as propagandas do atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), que, segundo ele, bota colete da Defesa Civil para “fingir” que trabalha.

“No último apagão, em novembro do ano passado, as pessoas estavam sofrendo, perdendo tudo e ele estava no camarote da UFC e Fórmula 1. Dessa vez, perto da eleição, ele botou um coletinho. Virou moda botar coletinho para fingir que trabalha”, ironizou o candidato.

Conta da Enel

Boulos também criticou a conta de luz cobrada pela Enel na capital paulista. “A conta de luz que a Enel cobra em São Paulo é uma vergonha. O que mais ouço quando vou nos lugares é: ‘Moro só eu e meu filho e a conta é R$ 400’. É um cálculo que ninguém entende e eles não conseguem explicar”, disparou o candidato.

O candidato deu as declarações durante sabatina promovida pela Folha de S.Paulo, UOL e RedeTV, nesta quinta-feira, 17.

Lula diz que ‘acabará’ com as bets, se regulação de apostas não for suficiente

 


Silvio Santos

Bets (Crédito: Joédson Alves/ Agência Brasil)

 

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sugeriu, nesta quinta-feira, 17, que pode “acabar” com as apostas eletrônicas caso a regulamentação do setor se mostre insuficiente para controlar a quantidade de recursos investidos e o vício da população.

“Tínhamos duas opções: ou acabava definitivamente ou a gente regulava. A gente optou pela regulação. Nesta semana, mais de 2 mil bets saíram do ar. Vamos ver se a regulação dá conta. Se der conta, está resolvido o problema. Se não der conta, eu acabo, para ficar bem claro”, declarou.

E completou: “Não tem controle do povo mais humilde, criança com celular na mão fazendo aposta. Não queremos isso.”

A declaração foi dada em entrevista à Rádio Metrópole, da Bahia, Estado no qual Lula participa, nesta quinta à noite, de um comício do candidato do PT à prefeitura de Camaçari, Luiz Caetano, que disputa o segundo turno contra Flávio Matos (União Brasil).

Antes de ser questionado sobre as “bets” diretamente, Lula fez um relato de um episódio que viveu em 1974 envolvendo apostas. Mesmo sem se referir às apostas esportivas e ao impasse atual envolvendo as “bets”, o presidente disse que esse episódio fez com que ele não apostasse mais.

“Eu, uma vez, ganhei na loteria esportiva. Estava com a mãe da Lurian sentado e quando começou a zebrinha a falar, fiquei olhando minha cartela e fiz os 13 pontos. Pus a cartela no bolso, não falei para a minha namorada, para a mãe dela. Cheguei em casa e não contei para minha mãe, para ninguém. Descobri que eu tinha um lado avarento, que não era correto. Achei que estava rico e não queria contar para ninguém. No outro dia, saí para trabalhar, cheguei no jornal e vi que mais de 50 mil pessoas ganhou (sic). Puta merda, descobri que fiquei pobre outra vez (risos). Aí nunca mais eu joguei. Estou falando de 1974. Nunca mais eu joguei porque descobri que tinha um lado avarento. O demônio foi solto”, contou.

BNDES aprova R$ 258 mi para Acelen criar centro de inovação e desenvolvimento da macaúba

 Cartão BNDES Logo PNG Vector (AI) Free Download


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 257,9 milhões para a Acelen implantar um centro de inovação tecnológica – o Acelen Agripark – focado em pesquisa e desenvolvimento da cultura da macaúba, planta nativa brasileira de alto poder energético.

A unidade faz parte do projeto integrado da empresa para produção de diesel renovável (RD – renewable diesel) e combustível sustentável de aviação (SAF – sustainable aviation fuel) baseado no desenvolvimento da cultura da macaúba, incluindo a sua domesticação e o cultivo em terras degradadas. Este é o primeiro financiamento do BNDES voltado ao desenvolvimento de SAF, considerado o “combustível do futuro”.

“Ao financiar o primeiro projeto de SAF no Brasil, o BNDES, no governo do presidente Lula, mantém sua contribuição relevante para transição energética, incentivando iniciativas que tenham impacto social, ambiental e desenvolvimento tecnológico”, disse em nota o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

O Acelen Agripark ficará em Montes Claros, Minas Gerais, e será responsável por toda pesquisa e desenvolvimento necessários para suportar o projeto da biorrefinaria de combustíveis. A estrutura terá capacidade de germinação de 1,7 milhão de sementes por mês e produção de 10,5 milhões de mudas da planta por ano.

O centro de inovação tecnológica faz parte de um projeto integrado da Acelen, com investimento total estimado em US$ 2,7 bilhões, para produzir 20 mil barris/dia de combustível renovável, captura de quase 60 milhões de toneladas de CO2 equivalente e geração de mais de 90 mil empregos.

“A estratégia, inédita para o uso da macaúba, prevê ainda o cultivo de 180 mil hectares em Minas Gerais e na Bahia. Além disso, 20% da produção total dos combustíveis serão oriundos da agricultura familiar, beneficiando mais de dez mil famílias em sua área de atuação”, informou o banco.

Para a diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, Luciana Costa, “com essa iniciativa, o Brasil dá um passo importante para se tornar um grande produtor de combustível sustentável de aviação e se colocar no mundo como um líder da transição climática”, afirmou, destacando que todo projeto será executado em terras degradadas desde 2007.

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

País do chá, China descobre o café, e Brasil pega carona em 'hype' que tem até delivery por drones

 



País abraça bebida diante de mudança de hábito de jovens chineses. Fenômeno fez Brasil mais que triplicar exportações do grão à China em 2023, e acelerar negociações para os próximos anos.

Por Paula Salati, g1

Entrega por drone e café com leite de aveia: veja hábitos dos chineses no consumo do café

A China, que inventou o chá há milênios, começou a "descobrir" o café só na última década, e, mais recentemente, a bebida acabou virando moda entre os jovens chineses.

Até 2009, o consumo de café na China não passava de 300 mil sacas de 60 quilos por ano, número que, hoje, chega a 6 milhões, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).

"Para os chineses, o café é uma bebida muito nova. A cultura deles de café foi criada nesses últimos anos", conta o barista campeão mundial Boram Um, brasileiro que tem parceria com uma cafeteria chinesa.

 

📈A mudança na China "bateu forte" no Brasil só em 2023, quando as vendas nacionais do produto dispararam 275% ao país asiático, em relação a 2022, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), que participa de novos acordos com o país.

Essa alta catapultou a China da 20ª para a 6ª posição no ranking dos principais importadores de café do Brasil, que é o maior produtor e exportador mundial do grão.Volume de café do Brasil vendido para a China. — Foto: Arte/g1

Volume de café do Brasil vendido para a China. — Foto: Arte/g1

Tudo isso coincidiu com o ano em que a China se tornou líder mundial em número de cafeterias de marca, alcançando 49,6 mil lojas, segundo a consultoria britânica World Coffee Portal.

 

Os chineses ultrapassaram ninguém menos que os EUA (42,8 mil lojas), criador da Starbucks, cafeteria com o maior número de franquias do planeta.

☕Por trás desse marco, há vários motivos. Um deles é a expansão acelerada da cafeteria chinesa Luckin Coffee. Fundada em Pequim, em 2017, a empresa cresceu expressivamente no último ano, ao saltar de 8 mil lojas no início de 2023, para mais de 16 mil no final do mesmo ano, conta Fernando Maximiliano, analista de mercado de café da StoneX. Hoje, a Luckin já tem mais de 20 mil unidades em toda a China.

E os exportadores brasileiros conseguiram aproveitar essa onda. “Hoje, 50% de todo o café que a Luckin Coffee compra é só do Brasil. O resto é dividido com outros países”, diz o diretor-geral da Cecafé, Marcos Matos.

Até um dos embaixadores globais da marca chinesa é brasileiro: o próprio Boram Um, que também é um dos responsáveis por escolher os cafés que a Luckin compra, além de desenvolver novas bebidas para a empresa.

Barista brasileiro  Boram Um, filho de sul-coreanos, foi campeão mundial de barismo em 2023; ele colabora com a chinesa Luckin Coffee. — Foto: @boramum

Barista brasileiro Boram Um, filho de sul-coreanos, foi campeão mundial de barismo em 2023; ele colabora com a chinesa Luckin Coffee. — Foto: @boramum

Apesar da proximidade com o café brasileiro, os chineses têm outras formas de consumo. Para eles, o grão é mais um ingrediente de bebidas misturadas com leite ou água de coco (que fazem muito sucesso entre os jovens) e até mesmo com suco de limão ou "moutai", um tradicional licor chinês.

É bem diferente do brasileiro que se contenta com a apresentação solo do cafezinho na forma de um coado ou espresso.

Mas nem isso é uma barreira para o grão nacional: até um museu sobre o café brasileiro será inaugurado em novembro, na cidade chinesa de Kunshan, conta o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Jorge Viana, que participa de negociações com o país parceiro.

Imagem de dois jovens em uma cafeteria de Pequim. — Foto: Zhouxing Lu/unplash

Imagem de dois jovens em uma cafeteria de Pequim. — Foto: Zhouxing Lu/unplash

Além da Luckin, outras cafeterias chinesas estão crescendo no país, assim como fábricas de torrefação, o que aponta que a China vai continuar bebendo café por mais tempo, observa Matos.

Estrangeiras também estão presentes, como a própria Starbucks, que está na China desde 1999. Uma viajante brasileira conseguiu até que um pedido da loja fosse entregue por drone no meio de uma rua de Shenzhen (veja vídeo acima).

Por que o país do chá está 'abraçando' o café?

 Cénchi Coffe: imagem de uma cafeteria no bairro Dongsi, em Pequim, China. — Foto: @cenchicoffee

 Cénchi Coffe: imagem de uma cafeteria no bairro Dongsi, em Pequim, China. — Foto: @cenchicoffee

A China começou a tomar café a partir de 2010, mas o consumo vem crescendo de forma mais progressiva nos últimos sete anos (veja info acima), período em que a demanda chinesa pelo grão dobrou, em meio a um crescimento de cafeterias no país.

Na visão da diretora-executiva da Câmara Chinesa de Comércio do Brasil (CCBB), Mariana Bahia, essa mudança é mais um episódio da abertura da China ao mundo ocidental, que começou há mais de 40 anos. "O fato de o chinês ter se globalizado, viajado mais e recebido mais empresas internacionais fez ele ter mais acesso a produtos de fora", conta Mariana.

"Os jovens da China veem o café como algo moderno", acrescenta Fernando Maximiliano, analista de café da StoneX.

 

Imagem mostra o barista Boram Um em uma cafeteria chinesa. — Foto: Reprodução Instagram/@boramum

Imagem mostra o barista Boram Um em uma cafeteria chinesa. — Foto: Reprodução Instagram/@boramum 

 

Uma análise publicada pela Associação de Cafés Especiais (SCA) aponta, inclusive, que os chineses millennials (nascidos entre 1981 e 1996) e da geração Z (entre 1997 e 2012) são os grupos mais abertos a novas experiências, no país. Essas são, justamente, as gerações que saíram da China para estudar, trabalhar e viajar, diz Mariana.

Boram pontua que o fato de o café ser barato na China também ajuda a sustentar o consumo entre os jovens.

A viajante e criadora de conteúdo Marina Guaragna fez a mesma observação durante a sua passagem por 18 cidades chinesas, entre maio e julho deste ano.

"A gente tomou muito café na China. O café na rua é barato, a não ser os de cafeterias especiais", conta Marina, observando que, em algumas cidades, é possível ver uma cafeteria "a cada esquina" e, às vezes, "uma do lado da outra, uma na frente da outra, e sempre com gente tomando café".

Nada de espresso: café com 'licor' e água de coco 

 

 Na imagem, há bebidas com café misturadas com leite de coco, suco de laranja e chocolate. — Foto: Reprodução Instagra/@luckincoffeesg

 Na imagem, há bebidas com café misturadas com leite de coco, suco de laranja e chocolate. — Foto: Reprodução Instagra/@luckincoffeesg

O barista Boram conta que a forma do chinês de tomar café é bem diferente do jeito brasileiro.

"Para você ter uma ideia, um dos campeões de vendas da Luckin foi o Coconut Latte. É um café com leite de coco e leite condensado", diz Boram. Só a água de coco misturada ao café também está entre os preferidos dos jovens.

Uma outra bebida que fez sucesso foi o Moutai latte. "O Moutai é um licor chinês, que tem um gosto meio doce e forte, parecendo uma cachaça, um rum. E eles lançaram essa bebida com café, algo muito diferente. O pessoal saía das cafeterias tomando isso às 10h da manhã", conta Boram.

 

Imagem do Moutai, um licor chinês muito tradicional. — Foto: Javier Petrucci

Imagem do Moutai, um licor chinês muito tradicional. — Foto: Javier Petrucci

Os chineses também gostam muito de café gelado, com leite de aveia e não são muitos fãs de bebê-lo com a barriga vazia, pois pode "não fazer bem para o estômago", contou a influenciadora de cultura asiática Pri Jin, em uma postagem nas redes sociais (veja vídeo abaixo). Pri é filha de chineses e nasceu no Brasil.

A viajante brasileira Marina Guaragna conta que viu até café com suco de limão para vender em sua passagem pelo país.

Essas invenções são frequentes. Boram diz que a Luckin, por exemplo, tem três equipes de desenvolvimento de produtos que competem entre si para lançar novas bebidas todos os meses.

Os grupos são formados por diversos baristas campões mundiais comoele, que foi convidado para colaborar com a empresa uma semana depois de ter ganhado o World Barista Championship (WBC).

Cultura do delivery tem até drone

Entrega por drone e café com leite de aveia: veja hábitos dos chineses no consumo do café

Outra marca do consumo de café na China é o uso de serviços de entregas.

"Hoje eu diria que 70% dessas bebidas são consumidas por delivery. Você pode estar no meio de um parque que o motoboy vai te encontrar e vai te entregar sua bebida", diz o barista.

 

Marina Guaragna viajou por 18 cidades da China neste ano e conta que viu muitas cafeterias. — Foto: Reprodução Instagram/@marinaguaragna

Marina Guaragna viajou por 18 cidades da China neste ano e conta que viu muitas cafeterias. — Foto: Reprodução Instagram/@marinaguaragna

Foi o que aconteceu com a viajante brasileira e criadora de conteúdo Marina Guaragna. Mas, em vez de um motoboy, seu café da Starbucks foi entregue por drone, no meio de uma rua da cidade de Shenzhen (veja vídeo acima)

"A China em seu dia mais fraco", descreveu Marina, em uma postagem de um vídeo com mais de 3 milhões de visualizações no TikTok (veja vídeo acima).

Chinês está trocando chá pelo café?

De forma alguma.

"A bebida preferida dos chineses sempre foi o chá. Ele é visto como um ritual, como cultura. Então, se você vai servir chá e café em um lugar, os chineses vão se preocupar muito mais com a qualidade das ervas do que com a qualidade dos grãos de café. Pelo menos é o que eu vejo na minha família", relata a influenciadora Pri Jin, que visita a China todos os anos.

 

Imagem de Pri Jin em Xangai, China. Ela é filha de chineses e nasceu no Brasil. — Foto: Reprodução Instagram/@priscilajinn

Imagem de Pri Jin em Xangai, China. Ela é filha de chineses e nasceu no Brasil. — Foto: Reprodução Instagram/@priscilajinn

Contudo, ela diz que isso não significa que os chineses não estão prestando atenção na qualidade do café. "Eles vêm sim se interessando mais pelo plantio, pelos métodos [...]. Os chineses, quando gostam de alguma coisa, se aprofundam", relata.

Segundo Pri Jin, as reuniões de trabalho na China já contam com o cafezinho, além do tradicional chá.

Marina Guaragna também não deixou de notar o tradicional consumo de chá.

"Lá eles tomam chá verde o dia todo. Tu olha as pessoas na rua e acha que elas estão com uma garrafinha de água, mas elas estão com uma garrafinha de chá. Então, pra mim, os chineses podem ter essa tendência ao café por já tomarem uma bebida estimulante o dia inteiro", opina a viajante.

 

Cafeteria em Xangai, China. — Foto: Eirc Shi/Unplash

Cafeteria em Xangai, China. — Foto: Eirc Shi/Unplash

Cafeteria também é para tirar foto

Outra curiosidade é que, entre os jovens chineses, fazem sucesso as cafeterias "instagramáveis", com belas decorações. Tudo isso para tirar boas fotos.

"O que mais me chama atenção nas cafeterias da China é que não importa o tamanho, elas sempre têm uma arquitetura muito bonita, aconchegante. Se não aconchegante, muito futurístico", diz Pri Jin.

"Então, as cafeterias investem em ambientes que são fotogênicos para gerar uma repercussão on-line", conta.

O quanto o Brasil já vendeu em 2024?

Apesar da disparada das exportações em 2023, as vendas brasileiras de café para a China ficaram praticamente estáveis de janeiro a setembro de 2024, em 680 mil sacas, na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Mas a Cecafé prevê que, no fechamento do ano, as vendas ao país cheguem a 2,5 milhões de sacas. Isso porque os maiores volumes serão embarcados agora no final do ano, com a entrada da safra do arábica.

Por outro lado, o congestionamento nos portos brasileiros está gerando atrasos e pode frustrar essa expectativa.

De qualquer forma, o cenário para os próximos anos é de aumento das exportações, diz o diretor-geral da Cecafé. Isso porque o Brasil e a China têm avançado em negociações.

Em junho, por exemplo, a Luckin fechou um acordo para importar US$ 500 milhões em café brasileiro e, em novembro, durante o G20, deve anunciar mais uma aquisição.

"A intenção da Luckin Coffee é anunciar uma compra para 4, 5 anos. Nós estamos calculando que vai dar cerca de US$ 2,5 bilhões. Imagina esse valor só pra uma cafeteria", conta Jorge Viana, presidente da Apex, uma agência do governo federal que promove as exportações brasileiras.

Além disso, Matos destaca que o aumento de fábricas de café na China sinaliza que o consumo da bebida deve se sustentar nos próximos anos. E o Brasil, como maior produtor e exportador de café, está dentro do jogo.

"A China está investindo em indústrias de torrefação. Talvez o que tem puxado ainda mais o consumo é justamente a indústria do torrado e moído. Temos o exemplo da Luckin Coffee, que já tem três fábricas e está inaugurando uma quarta", exemplifica.

 

Torrefação da Starbucks em Xangai, na China. — Foto: Aleksandr Buynitskiy/Unplash

Torrefação da Starbucks em Xangai, na China. — Foto: Aleksandr Buynitskiy/Unplash

Vai ter menos café no Brasil se a China comprar mais?

Por enquanto, não é isso que está acontecendo, dizem analistas. Hoje, a China toma bem menos café do que o Brasil e os principais importadores do grão nacional, como a União Europeia e os EUA (veja info abaixo).

Além disso, menos de um terço dos 1,4 bilhão de chineses têm conhecimento sobre o café, diz Matos.

Mas a demanda crescente pela bebida, em um país com uma população gigantesca, indica que a China pode sim se tornar mais um cliente de peso para o Brasil.

“O café está sendo consumido exatamente por um grupo jovem. Isso é interessante, pois mostra que não é uma demanda pontual. Ela tende a se prolongar pelos anos", observa o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Celírio Inácio da Silva.

"Cada chinês consome 260 gramas de café por ano. No Brasil, são 6,4 quilos [por pessoa, anualmente]. Então tem um espaço gigante para crescer", acrescenta Maximiliano, da StoneX. "Por trás do consumo de café, há três pilares: população, renda e cultura. A China já tem os dois primeiros e está focada em desenvolver o terceiro".

Diante desse cenário, é possível que a indústria brasileira tenha, nos próximos anos, mais um forte concorrente externo, em meio a uma disputa já acirrada pelo grão do Brasil.

"Os Estados Unidos estão demandando bastante café. Os países árabes também", exemplifica o diretor da Abic.

Ao mesmo tempo em que a demanda global aumenta, há uma preocupação sobre os efeitos das mudanças climáticas no resultado das colheitas. Neste ano, por exemplo, quebras de safras no Brasil e no Vietnã, por causa de seca, diminuíram a oferta global, fazendo, inclusive, o preço do cafezinho disparar no Brasil.

Diante desse cenário, o avanço da China no mercado brasileiro gera um ponto de preocupação para a indústria, no futuro. "Ao mesmo tempo, não podemos deixar de ver que isso é uma grande oportunidade para o nosso agricultor", contrapõe Silva.


JBS amplia alcance de programa de regularização ambiental do produtor para todo Brasil

 Como é trabalhar na empresa JBS | 99jobs.com


A JBS ampliou o alcance do seu programa de auxílio ao produtor rural na regularização de passivos socioambientais de imóveis rurais. A companhia lançou o Escritório Verde Virtual, uma ampliação do programa Escritórios Verdes JBS, que já contribuiu para a regularização de 13 mil imóveis rurais desde 2021. Com a iniciativa, a JBS permitirá que produtores de todo o Brasil acessem serviços por e-mail, telefone e WhatsApp, facilitando a regularização ambiental de suas propriedades.

O Escritório Verde Virtual complementa o atendimento presencial realizado em 20 unidades da JBS e tem como objetivo fortalecer a parceria com os produtores. A nova plataforma também filtrará e categorizará demandas, agilizando o atendimento e permitindo que as equipes dos Escritórios Verdes presenciais possam focar em questões mais específicas, explicou a companhia.

O atendimento virtual funcionará de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, por meio de ligações gratuitas, e-mail e WhatsApp. Segundo o diretor de Pecuária da Friboi, Fábio Dias, a novidade garante maior flexibilidade e abrangência no atendimento aos produtores. “A partir desse lançamento, portanto, a gente pretende ampliar ainda mais o acesso ao programa de forma prática e eficiente”, afirmou.

O Escritório Verde Virtual faz parte de uma estratégia maior da JBS, que inclui ferramentas como a Plataforma Pecuária Transparente e o Cowbot, para promover uma cadeia de fornecimento sustentável.

Festval fecha aquisição de 4 lojas do Verde Mais Fresh Market

 

Imagem destaque: Festval fecha aquisição de 4 lojas do Verde Mais Fresh Market

 

  Dando sequência ao seu plano de expansão no Paraná, a rede de supermercados Festval anuncia a incorporação do Verde Mais Fesh Market, com a aquisição das quatro unidades em Curitiba. A bandeira tem posicionamento premium e é focada em alimentos perecíveis e experiência na jornada de compra. As lojas estão localizadas nos bairros Xaxim, Hauer, Cabral e Vila Izabel, e seguem operando como Verde Mais até 20 de novembro, quando começará a transição para o padrão Festval. “As lojas passarão por uma reestruturação cuidadosa, mantendo nossa essência e elevando a experiência de compra para um novo nível”, informa Altamir Sossela, diretor de operações e expansão do Festval.

Expansão

  Para novembro, também estão previstas três inaugurações do Festval, nas cidades de São José dos Pinhais, Curitiba (no bairro Alto da XV) e Cascavel (no Catuaí Shopping). Considerando a expansão orgânica e as aquisições, a rede passará de 24 para 31 unidades no Paraná. “A integração dessas unidades é muito mais do que uma expansão geográfica, é uma sinergia de valores. O Verde Mais compartilha o nosso foco em serviços de alta qualidade e isso vem somar ainda mais à experiência que oferecemos aos nossos clientes”, complementa Carlos Beal, diretor comercial e de marketing do Festval.

 

 https://gironews.com/supermercado/festval-fecha-aquisicao-de-4-lojas-do-verde-mais-fresh-market/