sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Tablets e uísque batem recorde na Black Friday do Walmart


Consumidores foram em busca de gadgets e entretenimento, segundo dados da promoção revelados pela empresa

Veja
uísque
Uísque: um dos produtos mais desejados no Black Friday, segundo o Walmart

São Paulo - O Walmart, que começou sua Black Friday às 6 da manhã da quinta-feira (promoção que ganhou o nome de "Mega Dia"),  colheu bons frutos da decisão de antecipar o saldão: segundo a empresa, alguns itens alcançaram recordes anuais de vendas, como tablets e uísque.

No primeiro dia, o destilado vendeu a mesma quantidade alcançada em um mês inteiro em toda a categoria de bebidas quentes. Para os tablets, o desempenho foi semelhante: apenas as primeiras vinte quatro horas do evento venderam quantidade similar a todo o mês de novembro. 

Em relação a 2012, a empresa destacou também o departamento de telefonia, que cresceu aproximadamente 120% em relação ao 1º dia do ano passado. Já na categoria de utilidades domésticas, só no primeiro dia de promoção, o Walmart cresceu 22% comparado com o 1º dia do evento do ano passado, com destaques para sanduicheiras, cafeteiras, mixer e panelas de arroz.

Outro item que foi destaque de vendas foi a piscina de 2420 litros, por R$ 99,00. A venda desse item representou 35% do total dos itens da categoria no Mega Dia. 

Roubini diz que cidades brasileiras vivem bolha imobiliária


Em texto publicado hoje, ele afirma que bolhas imobiliárias estão surgindo ao redor do mundo - inclusive nos "principais centros urbanos" brasileiros


Evan Kafka/EXAME.com
Nouriel Roubini, economista
Nouriel Roubini, economista presidente da consultoria RGE Monitor

São Paulo - O economista Nouriel Roubini, famoso por prever a crise financeira de 2008, acaba de publicar um artigo no Project Syndicate em que afirma que bolhas imobiliárias estão aparecendo em grandes centros urbanos do Brasil, Turquia, Índia e Indonésia.

O texto, intitulado "De volta para as Bolhas Imobiliárias", diz que o que está acontecendo atualmente em muitos países é como "um replay em câmera lenta" do que ocorreu na crise financeira americana, mas por uma série de outros motivos.

Nas economias avançadas, o problema é de taxas de juros extremamente baixos e muita liquidez. A combinação de crescimento e inflação baixos com um excesso de dinheiro no mercado leva a uma valorização excessiva de ativos como imóveis.

Ele cita Canadá, Nova Zelândia, França, Alemanha e vários outros países europeus como exemplos de países vítimas deste processo. Os sinais: aumentos constantes de preços em relação à renda total e de dívida imobiliária em relação a dívida total.

No caso dos emergentes, "a situação é mais variada".  Países com maior renda per capita, como Israel e Hong Kong, estão inflando a bolha ao deixarem suas taxas de juros muito baixas para evitar valorização de suas moedas.

Brasil, Turquia, Índia e Indonésia são citados como países de alta inflação, acima da meta do Banco Central. Em comum, urbanização acelerada que faz com que demanda por imóveis supere a oferta - empurrando os preços para cima.

Ele afirma ainda que as bolhas "não estão prestes a estourar por enquanto, porque as forças que as alimentam ainda estão em plena operação". Segundo ele, as autoridades de regulação estão mais atentas desta vez, mas enfrentam constrangimentos políticos para lidar com a questão.

Os piores e melhores investimentos de novembro


Dólar é o melhor investimento do mês e títulos públicos que acompanham variação da Selic se sobressaem na renda fixa, superando a poupança

Getty Images
Notas de cem dólares
Notas de cem dólares: Com pessimismo estrangeiro em relação ao Brasil, o dólar se fortaleceu frente ao real

São Paulo – O melhor investimento do mês de novembro foi o dólar comercial, que registrou valorização de 5,37%. E entre os investimentos de renda fixa, que são mais conservadores, os títulos do Tesouro Direto que acompanham a variação da Selic, as Letras Financeiras do Tesouro (LFT), tiveram o melhor desempenho, fechando o mês com alta de 0,79%.

Veja na tabela a seguir as performances das aplicações financeiras e dos indicadores de mercado em novembro e no acumulado do ano.
Aplicação Desempenho em novembro Desempenho no ano Fechamento em
Dólar comercial 5,37% 13,57% 28/11/2013
Fundos Multimercado Macro* 1,01% 6,27% 25/11/2013
LFT (vencimento em 07/03/2014)* 0,79% 7,36% 29/11/2013
NTN-F (vencimento em 01/01/2014)* 0,79% 6,37% 29/11/2013
LTN (vencimento em 01/01/2014)* 0,79% 6,32% 29/11/2013
Selic* 0,78% 7,38% 28/11/2013
CDI* 0,74% 7,19% 27/11/2013
Fundos referenciados DI* 0,72% 7,26% 25/11/2013
NTN-B (vencimento em 15/05/2015)* 0,70% 3,58% 29/11/2013
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2015)* 0,68% 3,33% 29/11/2013
LFT (vencimento em 07/03/2017) 0,66% 7,26% 29/11/2013
IPCA (estimativa do Banco Central)** 0,65% 5,82% 22/11/2013
Poupança antiga 0,54% 5,76% 28/11/2013
Poupança nova* 0,54% 5,16% 28/11/2013
Fundos de Renda Fixa* 0,41% 5,94% 25/11/2013
IGP-M (estimativa do Banco Central)** 0,40% 5,55% 22/11/2013
Fundos Multimercado Multiestratégia* 0,39% 4,11% 25/11/2013
Fundos Multimercados Juros e Moedas* 0,32% 3,87% 25/11/2013
Fundos de ações Ibovespa Ativo* -0,36% -2,11% 25/11/2013
Fundos de ações livres* -1,04% 1,68% 25/11/2013
Fundos de Investimento Imobiliário (IFIX) -1,18% -10,62% 28/11/2013
LTN (vencimento em 01/01/2017)* -1,55% --- 29/11/2013
Fundos de ações Small Caps* -1,62% -10,22% 25/11/2013
Fundos de ações dividendos* -2,63% -2,17% 25/11/2013
Ouro -3,16% -15,98% 28/11/2013
Ibovespa -3,27% -13,90% 29/11/2013
NTN-F (vencimento em 01/01/2023)* -6,20% -9,44% 29/11/2013
NTN-B (vencimento em 15/08/2050)* -8,70% -24,69% 29/11/2013
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2035)* -13,57% -33,04% 2911/2013
Fontes: Banco Central, BM&FBovespa, Tesouro Nacional e Anbima.
(*) Últimos 30 dias até a data de fechamento
(**) Expectativa de inflação para o ano de 2013 e para o mês de novembro, segundo o Boletim Focus do Banco Central, divulgado no dia 22/11/2013.
 

Renda fixa

Com as repetidas altas da taxa Selic - que foi elevada mais uma vez nesta semana, passando de 9,5% para 10% ao ano -, os investimentos que se beneficiam pela tendência de elevação da taxa, como a poupança, os fundos referenciados DI e alguns títulos do Tesouro Direto, tiveram resultados positivos no ranking mensal.

As Letras Financeiras do Tesouro, títulos públicos cujo rendimento acompanha a variação da Selic, tiveram o melhor rendimento entre as aplicações de renda fixa, que são mais conservadoras. “A LFT registra alta não só pela previsível elevação da Selic, que se concretizou no final do mês, mas pela perspectiva de continuação da alta dos juros futuros”, explica Paulo Bittencourt, diretor técnico da Apogeo Investimentos.

A LFT é uma boa opção para quem busca uma alternativa de investimento conservadora, fora da poupança. Diferentemente de outros investimentos títulos públicos, o investidor não corre o risco de ter grandes prejuízos ao resgatar uma LFT antes do prazo de vencimento.

As Letras do Tesouro Nacional (LTN) e as Notas do Tesouro Nacional série F (NTN-F) com vencimentos curtos também tiveram bom desempenho. Segundo Bittencourt, a alta dos títulos é relacionada mais uma vez às perspectivas sobre o comportamento dos juros no futuro.

“Imaginava-se que o ciclo de juros de curto prazo terminaria, por isso os títulos curtos não foram tão afetados e os longos foram”, diz o diretor da Apogeo.

Ele esclarece que, como os títulos com prazo longo vendidos atualmente prometem remunerações altas, os títulos vendidos anteriormente com taxas mais baixas sofrem quedas. E como a previsão é de que os juros não subam mais tanto no curto prazo, os títulos com vencimentos mais próximos não ficam em grande desvantagem em relação aos títulos atualmente vendidos no mercado: suas taxas são compatíveis com a baixa expectativa de alta dos juros no curto prazo.

Com a Selic acima de 8,5% ao ano, a poupança nova passa a ter a rentabilidade da poupança antiga, de 0,5% ao ano, mais a taxa referencial (TR), que fica próxima a zero. Mesmo sendo um investimento mais conservador, a caderneta obteve um rendimento razoável, de 0,54%, superando os fundos de renda fixa e alguns títulos do Tesouro.

Apesar da tabela de rendimentos mensal mostrar algumas quedas entre os títulos do Tesouro Direto, o momento é extremamente favorável para investir nesses papéis. As Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B) com vencimentos longos, por exemplo, apresentam queda no mês porque elas sofrem o efeito da marcação a mercado, que reflete a rentabilidade que os títulos teriam se fossem vendidos antes do vencimento.

No entanto, se o investidor comprar uma NTN-B agora pensando em carregá-la até o vencimento, a remuneração oferecida é muito maior do que a da poupança. Todas as NTN-Bs disponíveis para compra neste momento, oferecem juros acima de 6% ao ano, mais a variação da inflação.

Dentre os títulos públicos apresentados na tabela, estão disponíveis para compra: a NTN-B Principal com vencimento em 2035 e a NTN-B com vencimento em 2050, a LFT com vencimento em 2017, a LTN com vencimento em 2017 e a NTN-F com vencimento em 2023.
Renda variável




O dólar fechou o mês com o melhor rendimento do ranking, com alta expressiva de 5,37%. Os dados ruins de contas do governo impulsionaram a valorização da moeda ante o real. Nesta quinta-feira (28), foi anunciado que o superávit do Governo Central em outubro foi de 5,436 bilhões de reais, inferior ao piso das projeções, que era de 6 bilhões de reais, pior resultado para o mês desde 2004. A divulgação aprofundou o mau humor estrangeiro em relação ao Brasil, que já vinha sendo motivado pelos temores de corte no rating nacional por agências de classificação de risco.

O Ibovespa, principal índice de referência da Bolsa, fechou em queda de 3,27%. Segundo Paulo Bittencourt, fatos muito objetivos afetaram o desempenho do índice. “A perspectiva de um PIB enfraquecido para 2013 e 2014, os dados de baixo superávit primário e a deterioração nas contas fiscais brasileiras acabaram empurrando para baixo todo o movimento de recuperação do índice esboçado a partir de setembro e outubro”, afirma.

Depois do dólar, os fundos multimercados tiveram o melhor resultado na renda variável. Esse tipo de fundo pode investir em qualquer aplicação, usando as mais diversas estratégias.

Para Bittencourt, a alta de 1% no mês pode ser explicada pelo bom aproveitamento que os gestores fizeram das atuais circunstâncias de mercado. “O gestor desses fundos toma como base certos fundamentos macroeconômicos e opera de acordo com o que está achando que vai acontecer. Certamente esses gestores devem ter feito posições contra o real e se beneficiaram com isso”, conclui. 

Sob nova política de preços, Petrobras reajusta gasolina


Companhia anunciou elevação média do preço da gasolina nas refinarias no país em 4% e do diesel em 8%

Sabrina Lorenzi e Gustavo Bonato, da
Christian Castanho/Quatro Rodas
Abastecimento em posto da Petrobras
Abastecimento em posto da Petrobras: reajuste entrará em vigor às 0h de 30 de novembro

Rio de Janeiro/São Paulo - A Petrobras anunciou nesta sexta-feira elevação média do preço da gasolina nas refinarias no país em 4 por cento e do diesel em 8 por cento, já atendendo aos princípios de uma nova política de preços da estatal.

O reajuste entrará em vigor às 0h de 30 de novembro, segundo fato relevante.
Tanto um reajuste pontual dos combustíveis quanto uma nova metodologia de precificação da gasolina e do diesel eram aguardados com ansiedade pelo mercado, porque podem dar fôlego financeiro à empresa, que sofre com um caixa apertado e alto endividamento.

No entanto, o comunicado da petroleira não sinalizou claramente como funciona a nova política de preços.
"Por razões comerciais, os parâmetros da metodologia de precificação serão estritamente internos à companhia", disse a empresa.

O Conselho da Petrobras esteve reunido em São Paulo nesta sexta-feira, com a presença de seu presidente, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e da presidente-executiva da estatal, Maria das Graças Foster.

Segundo documento após o encontro do Conselho, a metodologia pretende assegurar que os indicadores de endividamento e alavancagem da Petrobras retornem aos limites estabelecidos no Plano de Negócios 2013-2017 em até 24 meses, considerando o crescimento da produção de petróleo e a aplicação da política de preços de combustíveis.

O plano atual da estatal prevê alavancagem menor que 35 por cento. No encerramento de setembro, a relação entre dívida e patrimônio líquido estava em 36 por cento.

Outro objetivo da Petrobras é alcançar a convergência dos preços no Brasil com as referências no exterior em prazo compatível, mas sem "repassar a volatilidade dos preços internacionais ao consumidor doméstico", segundo a companhia.

Uma fonte com conhecimento do tema disse, sob condição de anonimato, que a Petrobras não fará reajustes imediatamente após o preço do petróleo subir ou recuar no exterior, mas deverá aguardar por algum período para então repassar a variação ao mercado doméstico.

O lucro da Petrobras no terceiro trimestre veio bem abaixo da previsão de analistas, com queda de 39 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, com impacto principalmente da importação elevada de derivados por um preço acima do praticado no Brasil.

No fim de outubro, a diretoria da Petrobras apresentou ao Conselho uma proposta de metodologia de preços prevendo reajustes automáticos e periódicos de combustíveis, mas enfrentou resistência dentro do governo, por ser vista como uma maneira de indexar a economia.
Efeito na Bomba e Inflação 




A Petrobras não divulgou uma expectativa de qual será o impacto do reajuste nos postos de combustíveis.
A economista Basilik Litvac, da MCM Consultores, calcula um aumento da gasolina de 2,8 a 3 por cento e do diesel de 6 por cento na bomba. Na inflação oficial, o impacto total da alta dos combustíveis deve ser de 0,12 ponto percentual no IPCA de dezembro.

As projeções da economista estão alinhadas com as de um representante do setor de petróleo, que disse à Reuters que o reajuste da gasolina terá impacto de 3 por cento ao consumidor, enquanto o do diesel deverá variar de 6 a 7 por cento na bomba.

É o segundo aumento da gasolina em 2013, depois dos 6,6 por cento nas refinarias em janeiro. Para o diesel, trata-se do terceiro reajuste, após os aplicados em janeiro e março, de 5,4 e de 5 por cento, respectivamente.

Para Aécio Neves, PT é “software pirata” do PSDB


Por Fernando Taquari | Valor
George Gianni/PSDB

SÃO PAULO  -  O presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (MG), disse, nesta sexta-feira, 29, que a gestão do PT só acerta na condução do país quando copia políticas do PSDB. Por isso, segundo ele, está na hora de trocar o que chamou de “software pirata” no governo, representado pelos petistas, pelo original, que seria o PSDB. O tucano é pré-candidato à Presidência da República na eleição de 2014.

"Esse aprendizado do PT no governo tem custado caro. Temos um software pirata em execução do Brasil. O PT só acerta quando copia a agenda do PSDB", disse Aécio, durante palestra para empresários do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi).

Como exemplo de cópia, Aécio ressaltou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve intocados os pilares da política macroeconômica do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), com câmbio flutuante, meta de inflação e superávit primário. "Pena que, na metade do seu segundo mandato, isso foi sendo flexibilizado."

O senador mineiro também afirmou que o petista abandonou o Fome Zero e se apropriou dos programas de transferência de renda do PSDB para criar o Bolsa Família, quando teria herdado seis milhões de beneficiários cadastrados na gestão tucana.

"Quando o PT segue o receituário do [próprio] PT, erra. O que estão fazendo, fazem sem convicção. Por isso que eu digo que o software pirata deve dar lugar ao software original, de quem sabe fazer e faz com convicção", disse Aécio.

(Fernando Taquari | Valor)

O sistema judicial brasileiro já era!




Por João Francisco Rogowski,
advogado (OAB-RS nº 16.923)


Em recente debate de ideias na Internet, li afirmação do professor Luiz Roberto Nuñez Padilla, da Faculdade de Direito da UFRGS, de que muitos que batem às portas do Poder Judiciário são maltratados, peço licença para lhes dizer que há muitos anos, como num flash, num rasgo de premonição, eu antevi esse caos no Judiciário que hoje aí está. Basta lerem os artigos que escrevi no passado, profetizando a falência do sistema judicial no Brasil.]

O último dos artigos ("O Sistema Judicial Brasileiro cheira mal")  escrevi em 2009 e desde então eu desistira de escrever sobre isso.

Tudo está mudando depressa demais, o mundo mudou; mas  o Judiciário não mudou e afundou. A Advocacia também está se transformando, cada vez mais são necessários profissionais técnicos e aptos a darem respostas rápidas e eficientes ao mercado, deixando para trás os românticos e escritores de teses, aliás, como eu era.

J.P Morgan disse: “Eu não contrato advogados para me dizer o que eu não posso fazer, mas sim para me dizer como fazer o que eu quero fazer”.

Eu tratei de descer desse bonde cujo fim da linha é o hospício. Nos últimos anos estudei muito e me preparei para uma nova etapa profissional sem depender de despacho de juiz - leia-se estagiários... - sem depender de uma certidão cartorária que leva seis meses para ser expedida, sem depender do cumprimento de um mandado judicial que pode levar um ano ou mais para ser cumprido etc. Enfim, após uma exaustiva reciclagem profissional com foco no Direito de Negócios etc., e depois de muita reflexão, abandonei o contencioso judicial e ingressei no mundo da consultoria e assessoria em negócios a fim de ganhar dinheiro para ter alguma segurança na velhice, pois, não conseguiria viver dignamente com a aposentadoria do INSS.

Já na meia idade, constato que gastei minha vida ajudando pessoas e me desgastando inutilmente tentando contribuir para corrigir o sistema. Lá se vão 31 anos de Advocacia gastos na defesa de causas extremamente justas e humanitárias e muitos cabelos brancos.

Perplexo vejo que hoje a lei não vale mais nada, cada juiz e cada juíza julga de acordo com o que lhe dá na “telha” naquele dia, dependendo de como foi a noite passada - se foi romântica, sorte nossa; se não foi, preparemo-nos para muitos recursos...

E é assim que a vida é!

Por fim, chego à conclusão que justiça nunca existiu, nunca existirá. Séculos após séculos, milênios após milênios o homem clama por justiça; reis, presidentes, governadores, parlamentares, todos prometem justiça ao povo, porém, a injustiça no mundo cresce galopante.

Talvez o conceito que temos de justiça não corresponda ao conceito natural, basta ver a questão da cadeia alimentar.

Quando meus filhos eram pequenos enjoei de tanto que eles assistiam ao DVD do Rei Leão. Uma afirmação fundamental para aprendermos a lidar com a vida aparece logo no início do filme dita pelo vilão, o irmão do rei Mufassa, o Scar. Ele acabara de caçar um camundongo e diz a ele antes de ingeri-lo: "a vida não é justa!"

Rousseau dizia que no estado de natureza o homem tinha uma vida essencialmente animal. Assim vivendo, o homem era feliz e suas únicas paixões eram os instintos naturais, facilmente satisfeitos (sede, fome, reprodução sexual, preservação).

Concluo afirmando, com todas as letras, que o sistema judicial brasileiro já era! Implodiu! Temos que começar tudo de novo, do zero e não serão os advogados sozinhos que o farão; os juízes devem se conscientizar do seu importante papel, não na reforma, mas na recriação de um Judiciário totalmente novo.

A advocacia e a magistratura devem ser o gatilho desse processo, porém, os atores principais são o povo e o parlamento.

rogowski@sapo.pt

Dilma considera "muito boa" sua relação com empresários


Por Valor
SÃO PAULO  -  (Atualizada às 13h55) A presidente Dilma Rousseff defendeu, em entrevista publicada nesta terça-feira pela edição brasileira do jornal espanhol El Pais, as concessões de infraestrutura propostas pelo governo ao setor privado, afirmando que as condições se mostraram “bastante atrativas”, e demonstrou otimismo com as futuras concessões.  


“Nós acreditamos que ainda no mês de dezembro haverá vários leilões. E nós vamos sair deste ano com um balanço muito positivo de licitações. Porque eu não conheço outro país que tenha isso, não”, disse a presidente na entrevista. “Gostaria de saber onde que se conseguiram tantas licitações. E isso que eu não estou falando nas licitações de linhas de transmissão [elétrica] que ocorreram na semana retrasada, nem das licitações de geração de energia, que sempre ocorrem nesta época do ano”, completou.

A presidente disse ainda considerar ser “muito boa” a sua relação com os empresários e classificou como “um pouco de lenda” comentários de que o setor privado tivesse ligações mais estreitas com seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em razão de um perfil de Dilma apontado como mais exigente. 

Dilma destacou durante a entrevista a revisão para cima do Produto Interno Bruto (PIB) de 2012, de 0,9% para 1,5%. A presidente também aproveitou para fazer nova contestação a críticas feitas à política de desonerações proposta pelo governo

“Nós sabíamos que não era 0,9%, que estava subestimado o PIB. Isso acontece com outros países também. Os Estados Unidos sempre revisam seu PIB. Agora nós neste ano vamos crescer bem mais do que 1,5% – resta saber quanto acima”, afirmou a presidente. “Tem de resolver se vão nos criticar por reduzir os impostos ou por não reduzir os impostos. Aqui no Brasil é complicado”, completou.

A presidente também comentou o pacto voltado para a estabilidade fiscal, com ênfase para o acordo feito na última semana com parlamentares integrantes da base de apoio ao governo no Congresso. “Minha base está muito calma. Acho que nunca uma base foi tão ativa e proativa”, afirmou. 

Questionada se há algo que possa ser cortado dos gastos do governo, como pensões ou gastos com o funcionalismo público, Dilma afirmou que “não estamos nessa fase” e exaltou a geração de empregos e manutenção de direitos sociais. “Nós temos superávit primário”. A discussão no Brasil é se o superávit primário será de 1,8%, 1,9% ou 2%. É essa discussão. Não é se nós aumentamos a dívida”, afirmou. 

A onda de protestos que ocupou as ruas do país em junho por melhorias em serviços públicos ensinou o governo a não se isolar, “escutando a si mesmo”, disse a presidente.

“Um governo tem de escutar a voz das ruas. Um governo não pode ficar isolado escutando a si mesmo. Então é intrínseco à democracia ser capaz de conviver com manifestações. Não é um episódio fortuito, ou um ponto fora da curva — é a curva”, acrescentou Dilma.

Dilma voltou a avaliar que as manifestações reivindicavam mais avanços em diferentes áreas a partir de ganhos e conquistas sociais da população brasileira. A presidente também avaliou positivamente os pactos propostos pelo governo — estabilidade fiscal, representatividade política, educação, saúde e mobilidade urbana — em resposta aos protestos.

“No início das manifestações, quando elas surgiram, nós percebemos que tinha um lado importante, que era um descontentamento com a qualidade dos serviços públicos. Ninguém estava nessas manifestações pedindo uma volta atrás, um retrocesso. O que se pedia era que houvesse um avanço”, disse a presidente. “Tudo que nós prometemos nos cinco pactos nós entregamos”, completou. 


Espionagem


Questionada durante a entrevista se a espionagem feita pelos Estados Unidos de dados e comunicações de governos de vários países, entre eles o Brasil, prejudicará a médio a prazo a relação entre os dois países, Dilma afirmou que essa é uma “questão global “ e a princípio afastou essa possibilidade. Dilma afirmou que desconhecia essa prática, inclusive sem ter recebido relatório dos seus serviços secretos advertindo-a.

“É visível hoje que o grau de espionagem feito pelos Estados Unidos nos países foi bastante variado e diversificado. Nós não consideramos que haja por conta dessa espionagem um problema na relação econômica, comercial ou de investimento. Nós não vemos assim”, disse Dilma. ”Agora, nós achamos que é importante cada vez mais a conscientização de que isso não é possível. Uma relação como a do Brasil e dos Estados Unidos, que os dois países querem que seja estratégica”, acrescentou.