A Força Aérea levanta dúvidas sobre o futuro da Embraer que sobrará após a venda da área comercial aos americanos da Boeing
Enquanto avança o processo de formação da sociedade entre as
fabricantes de aviões Boeing e Embraer na aviação comercial, novos
detalhes sobre a negociação têm emergido. Em um parecer sigiloso
apresentado em dezembro, ao qual EXAME teve acesso, o comando da
Aeronáutica diz que a primeira proposta feita pela empresa americana, no
final de 2017, previa a aquisição de toda a operação da Embraer. Na
ocasião, segundo o documento, o governo avisou que vetaria a compra para
preservar seu interesse estratégico na divisão militar, responsável por
8% das receitas da Embraer.
No formato final da transação, aprovada em fevereiro pelos
acionistas, a seção de defesa e a de jatos executivos continuam sob
controle nacional. Mas a Força Aérea levanta dúvidas sobre o futuro da
Embraer que sobrará após a venda da área comercial aos americanos. O
relatório aponta que a área de desenvolvimento de produtos é atualmente
compartilhada entre as unidades e deve ser transferida para a divisão
comercial. Isso ameaçaria a competitividade das restantes.
O comando militar ainda indica que, pela competência da equipe de
engenharia, a empresa brasileira teria papel fundamental em ajudar a
Boeing a substituir seu modelo 737 Max, envolvido em duas grandes
tragédias nos últimos meses. A parceria também resolveria “do dia para a
noite” as dificuldades da Embraer em levantar capital para crescer.
Para a efetivação do negócio, só falta a apreciação pelo Conselho
Administrativo de Defesa Econômica.
https://exame.abril.com.br/blog/primeiro-lugar/o-que-sobra-da-embraer-depois-da-venda-para-a-boeing/
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