A FCA Fiat Chrysler propôs na segunda-feira, 27, à Renault
uma fusão de participações igualitárias (50% cada) que, se aprovada pela
marca francesa criará o terceiro maior grupo automotivo do mundo, com
vendas de 8,7 milhões de veículos, conforme resultados de 2018. No
Brasil, a parceria coloca a nova empresa no topo do mercado, com vendas
de 646 mil unidades, muito superior ao volume da atual líder General
Motors.
Segundo a FCA, a junção resultaria em mais de ¤ 5 bilhões de ganhos
por ano em sinergias e não haverá fechamento de nenhuma fábrica. O grupo
ítalo-americano tem 102 fábricas no mundo e o francês, 34. Juntos,
empregam quase 380 mil funcionários.
Se Nissan e Mitsubishi, que já formam uma aliança global com a
Renault – hoje abalada após a prisão do líder Carlos Ghosn, por
suspeitas de fraudes -, também participarem da fusão com a FCA, a nova
companhia seria praticamente imbatível no mercado, com vendas superiores
a 15 milhões de veículos. A Volkswagen, maior grupo automotivo no ano
passado, vendeu 10,6 milhões de veículos.
A Renault informou que vai “estudar com interesse a oportunidade de uma aproximação”, mas não deu prazo para a decisão.
A parceria, tendência global que vem sendo avaliada por todas as
marcas, “faz todo sentido pois não há dinheiro que chegue para atender o
novo mercado”, afirma Paulo Cardamone, presidente da Bright Consulting,
referindo-se ao novo papel das montadoras com a chegada de veículos com
elevado índice tecnológico, conectados, elétricos e autônomos.
Beneficiado
Cardamone acredita que o Brasil será um dos grandes beneficiados. “O
novo grupo passaria a ter importante escala de produção e seria líder,
com quase 30% do mercado”. Segundo ele, “só a consolidação de áreas como
financeira, contábil e de recursos humanos resultaria em corte absurdo
de custos”.
Para a Fiat Chrysler, a parceria daria acesso a novas tecnologias,
como a de carros elétricos, segmento que a marca francesa lidera na
Europa. Já a Renault poderia entrar no gigante mercado norte-americano.
Dona de marcas de automóveis que incluem as luxuosas Maserati e Alfa
Romeo, a FCA cita grandes economias em compras, eficiências em pesquisa e
desenvolvimento, em manufatura e ferramental, redução de número de
plataformas de veículos e de motores.
Os resultados já seriam positivos a partir do segundo ano de
sinergia, prevê a FCA. Pelos cálculos da empresa, os rendimentos combinados chegariam a € 170 bilhões, com lucro líquido de mais de € 8 bilhões.
O ex-presidente da FCA, Sergio Marchionne, morto em 2018 e
responsável pela compra da americana Chrsyler pela italiana Fiat, vinha
negociando parcerias há vários anos. Houve discussões com Volkswagen, GM
e PSA Peugeot Citroën, sem sucesso. Foi ele quem começou as conversas
com a Renault.
Em visita ao Brasil na semana passada para anunciar a nova fábrica de
motores em Betim (MG), o presidente mundial da FCA, Mike Manley,
confirmou que o grupo “sempre busca fortalecer sua posição e continuará
fazendo isso.” Outra recente parceria global é a da Ford e Volkswagen,
inicialmente para a área de picapes e vans.
As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.
rendimentos
combinados chegariam a € 170 bilhões, com lucro líquido de mais de € 8
bilhões.
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