Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
A Vibra anunciou
nesta terça-feira, 30, ao mercado que promoveu uma reestruturação
organizacional, criando duas novas vice-presidências e nomeando Augusto
Ribeiro como vice-presidente executivo de Finanças, Compras e RI, com
prazo de gestão de dois anos, a partir de 3 de julho de 2023.
Para a nova vice-presidência de Energia Renovável e ESG, foi
escolhida Clarissa Sadock. Já para nova vice-presidência de Gente e
Tecnologia, foi nomeado Aspen Andersen.
Sadock renunciou nesta terça-feira à presidência da AES Brasil.
“Ao criar essa vice-presidência (Energia Renovável e ESG), a Vibra
entende que estará reforçando o foco necessário à consolidação dos seus
negócios em energias renováveis, acelerando a captura de sinergias e a
integração da companhia com as diversas joint ventures estabelecidas
recentemente, visando materializar a estratégia de posicionamento frente
aos desafios da transição energética e exigências crescentes dos
padrões de ESG”, diz o documento da empresa.
O primeiro avião para
passageiros fabricado na China realizou seu voo comercial inaugural no
domingo, 28, marcando a entrada do país asiático no mercado com
aeronaves produzidas localmente. O jato C919, construído pela estatal
Commercial Aviation Corp of China (Comac), transportou cerca de 130
passageiros no voo, segundo o jornal estatal China Daily.
A aeronave decolou do aeroporto de Xangai Hongqiao e pousou menos de
duas horas depois em Pequim. O voo foi operado pela estatal China
Eastern Airlines. A iniciativa faz parte da tentativa chinesa de
competir com gigantes da indústria no mercado global de aeronaves. Os
jatos da Airbus e da Boeing são as aeronaves mais populares normalmente
usadas para voos domésticos e regionais.
De acordo com especialistas em aviação, a aeronave foi concebida para competir com o Airbus A320neo e com o Boeing 737 MAX.
A China tem feito grandes investimentos na produção doméstica de
aviões com o objetivo de não depender de fabricantes estrangeiros.
Embora a Comac tenha projetado muitas das peças do C919, alguns de seus
principais componentes ainda são provenientes do Ocidente, como é o caso
do motor.
O C919 utiliza motor CFM International LEAP-1, mesmo fornecedor do
A320neo e do 737 MAX, que utilizam a versão LEAP-1A e LEAP-1B,
respectivamente.
A empresa planeja construir 150 aviões C919 por ano nos próximos
cinco anos, de acordo com relatórios anteriores da mídia estatal.
O C919, que estava em desenvolvimento havia 16 anos, tem um alcance
máximo de cerca de 5.630 quilômetros e foi projetado para transportar
entre 158 e 168 passageiros.
Encomendas
Pelo menos 1,2 mil jatos C919 foram encomendados, diz a Comac. A
China Eastern Airlines assinou contrato para comprar cinco deles.
O desenvolvimento do modelo da Comac, porém, passou por percalços.
Sem explicações, a aeronave parou de ser testada em fevereiro de 2023,
antes de operar um único voo. Em 17 de maio de 2023, o China Eastern
Airlines Comac C919 começou a voar novamente, em novos testes, operando
19 voos desde então, de acordo com registros flightradar24.com.
O Comac C919 está sendo configurado em um layout de duas classes,
acomodando oito passageiros na executiva e 156 passageiros na econômica.
Além da sede em Xangai, a empresa fundada em maio de 2008 mantém
escritórios em Los Angeles, nos Estados Unidos, e em Paris, na França.
(COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
No último ano, o SuperOpa registrou um
crescimento de 400%, evitando o descarte de um milhão de quilos de
alimentos. Crédito: SuperOpa/Divulgação
Da redaçãoi
Segundo pesquisa do
Boston Consulting Group, cerca de um terço dos alimentos produzidos no
mundo (1,6 bilhão de toneladas) é jogado no lixo anualmente, resultando
em uma perda estimada em US$ 1,2 trilhão. Essa quantidade desperdiçada
deve aumentar para 2,1 bilhões de toneladas em 2030, o que significará
prejuízo de US$ 1,5 trilhão.
Ao mesmo tempo, milhões de pessoas sofrem com a falta de alimentos
suficientes, como foi o caso de 19 milhões de brasileiros em 2019, de
acordo com a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança
Alimentar e Nutricional. Diante dessa realidade, surgem iniciativas como
a startup SuperOpa, que evitam o descarte de produtos e alimentos que
seriam jogados fora, revendendo-os com descontos de até 70%.
A empresa identificou que muitos produtos estão próximos da data de
validade antes mesmo de chegarem aos supermercados. Para combater isso,
ela mapeia as distribuidoras para encontrar uma solução mais inteligente
para esses itens em risco de desperdício. No último ano, o SuperOpa
registrou um crescimento de 400%, evitando o descarte de um milhão de
quilos de alimentos, o equivalente a mais de R$ 20 milhões, o que
resultou na redução de mais de 2,1 mil toneladas de dióxido de carbono
emitidas na atmosfera.
A plataforma já possui mais de 60 mil usuários cadastrados e oferece
tanto alimentos quanto produtos de higiene pessoal, como shampoos,
sabonetes e cremes dentais. Diferentemente do varejo tradicional, a
empresa aceita itens com embalagens danificadas, desde que os produtos
internos estejam em boas condições. A empresa consegue negociar esses
produtos rapidamente, trazendo-os para o seu centro de distribuição e
disponibilizando-os prontamente aos consumidores por meio do aplicativo,
evitando assim o desperdício.
O aplicativo, lançado em 2020, está disponível para sistemas
operacionais Android e iOS e lista todos os produtos encontrados em
supermercados. Os consumidores costumam procurar principalmente
laticínios, snacks, itens de mercearia, produtos de higiene, bebidas
alcoólicas e bebidas em geral. Atualmente, o SuperOpa atua apenas no
estado de São Paulo, tendo um centro de distribuição em Campinas para
facilitar a logística.
“O
Procon dando aulas para a Netflix”: após o anúncio da empresa de
streaming sobre taxa extra de R$12,90 para os usuários que dividem
senhas, pelo menos estados já notificaram a gigante dos filmes e séries
por meio de seus Procons. No Twitter, usuários exaltam o órgão de defesa
do consumidor, e acreditam que podem ser protegidos pela cobrança
considerada abusiva. Mas afinal, é possível que o órgão ‘pare’ a taxa
extra da Netflix?
Entre os argumentos trazidos por
usuários na internet, está o uso de conta na empresa via celular, o que
dispensaria a regra de compartilhamento de senhas em residências
diferentes. Sergio Tannuri,
advogado especialista em Direito do Consumidor, alerta que há outros
casos em que há exceção à regra que a empresa impôs.
“Um
consumidor que tem o serviço de streaming, mora em São Paulo e, além
disso, tem uma residência fora do estado: ao ir num fim de semana para
casa, ele está acessando a conta de seu televisor, mas em outra
residência – e não está emprestando sua senha”, explica.
O mesmo pode valer para contratos da
Netflix que oferecem multitelas. “Uma família que pode estar vendo uma
série ou um filme na TV, e alguém da mesma casa assiste no tablet quando
está na casa de um amigo, ou a mãe acessando fora de casa pelo
computador”, completa o especialista.
É direito básico do consumidor receber todas as informações do
fornecedor de produtos serviços de maneira adequada, clara e
transparente. É preciso que se analise se a Netflix está sendo clara
sobre os critérios de uso de celulares ou não, clara quanto ao uso
simultâneo de um mesmo login e como a taxa será cobrada concretamente”,
avalia João Quinelato, advogado e professor de Direito no Ibmec RJ.
Ele também defende que são nulas todas as cláusulas que possibilitam
ao fornecedor de serviços alterar unilateralmente um contrato que já
estava em vigor. “Não pode a companhia de streaming alterar a condição
contratual que estava em vigor antes sem anuência do consumidor.
Entender se essa suposta cobrança da taxa é uma nova funcionalidade, se é
um novo direito que pode ser ofertado facultativamente ao usuário ou se
é na verdade uma alteração do serviço que já estava em vigor”, explica.
Se estiver sendo cobrada uma nova funcionalidade, a priori a cobrança não é ilegal.
Os clientes da Netflix, acrescenta Tannuri,
que estão se sentindo lesados com a cobrança extra por pessoa por
suposta compartilhamento de cena, podem formalizar uma reclamação
fundamentada no Procon de sua cidade ou no Procon estadual., sendo que
essa denúncia pode também ser feita pela Internet. Neste link, é possível encontrar o site oficial do Procon de cada estado.
A 1ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT2)
decidiu que novo sócio de empresa pode ser responsabilizado pelas
verbas devidas de condenação trabalhista anterior a seu ingresso na
sociedade. A sócia alegou que o incidente de desconsideração de
personalidade jurídica não poderia ser concedido, já que, por ter
entrado depois no quadro societário, ela não usufruiu do trabalho da
ex-funcionária. A relatora, desembargadora Maria José Bighetti Ordonõ,
ao conceder o pedido, entendeu que “guardadas as devidas proporções, é o
mesmo que ocorre nos casos em que uma sociedade sucede outra cujos
direitos e obrigações absorve”.
A ex-funcionária conta que trabalhou de setembro de 2015 até março de
2016 e que, quando pediu demissão, a empresa não lhe pagou horas extras
e adicional de insalubridade. Pede indenização por dano moral e por
despesas com o advogado.
Em sua defesa, a empresa, que estava em recuperação judicial,
argumenta que as horas extras foram pagas, porém, reconhece que não
pagou as verbas rescisórias. Afirmou estar passando por dificuldades
financeiras. Sustenta que a funcionária não realizava trabalhos
insalubres e que é indevida a indenização.
Na 1ª instância, em 2017, a empresa foi condenada a pagar as verbas
rescisórias e as horas extras. Em dezembro de 2022, diante do
inadimplemento, a ex-funcionária apresentou incidente de desconsideração
de personalidade jurídica para que a sócia da empresa fosse
responsabilizada na execução da condenação.
Ao decidir, a juíza Andrezza Albuquerque Pontes de Aquino, da 40ª
Vara do Trabalho de São Paulo, negou o pedido da ex-funcionária. Aquino
observou que a sócia tinha ingressado na empresa somente em junho de
2022, de forma que “não se beneficiou da prestação de serviços da
ex-empregada, não recaindo sobre ela nenhuma responsabilidade em relação
ao crédito exequendo”.
A magistrada destacou que acompanhava o entendimento jurisprudencial
da 1ª Turma do TRT2 no processo 0238100-21.2004.5.02.0066 que julgou que
“o credor trabalhista deve exigir o seu crédito dos sócios que se
beneficiaram de sua mão de obra”. A ex-funcionária recorreu e alegou que
a nova sócia responde também pelo passivo da empresa, com base no
artigo 1.025 do Código Civil, além dos artigos 10 e 448 da CLT.
Ao julgar o caso, a desembargadora Maria José Bighetti Ordonõ
entendeu que “quando um sócio ingressa no quadro societário de uma
empresa, ele se torna responsável por todo o passivo trabalhista,
incluindo as execuções cujos fatos geradores tenham ocorrido antes de
ele participar da sociedade. Guardadas as devidas proporções, é o mesmo
que ocorre nos casos em que uma sociedade sucede outra cujos direitos e
obrigações absorve”, observou.
A desembargadora afirmou que “diz respeito exclusivamente ao sócio
retirante a limitação de sua responsabilidade ao período em que figurou
no quadro societário simultaneamente com o período do vínculo de
emprego, observadas as disposições do artigo 10-A da CLT”. Porém, com
relação ao sócio ingressante, Ordonõ cita o artigo 1025 do Código Civil
que estabelece que “o sócio, admitido em sociedade já constituída, não
se exime das dívidas sociais anteriores à admissão”.
Assim, a desembargadora concordou com o pedido de incidente de
desconsideração de personalidade jurídica. “Tendo resultado infrutíferos
os atos processuais executórios contra a devedora principal, é
perfeitamente cabível a desconsideração da personalidade jurídica para a
busca de patrimônio dos sócios, como na presente hipótese”, conclui.
O processo tramita com o número 1001955-88.2016.5.02.0040.
Juliana Matias –
Repórter em São Paulo. Estudante de jornalismo na Universidade de São
Paulo (USP). Foi diretora e repórter na Jornalismo Júnior, empresa
júnior formada por alunos de jornalismo da USP. E-mail: juliana.matias@jota.info
“Você
pensa que pensa? Pensa mal. Quem pensa por você é a rede social. Quem
vota por você é a rede social. Que que é? Resolvemos que o faroeste
digital vai ser bom?”, questionou a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal
(STF), parafraseando Marcelo Cerqueira, ex-presidente do IAB. A fala
foi proferida durante um almoço-palestra organizado pelo Instituto dos
Advogados de São Paulo (IASP), nesta segunda-feira (29/5).
Na visão da ministra, as big techs colocam em risco o processo
político, econômico e social ao buscar “novas formas de dominação”. Para
Cármen Lúcia, elas te dão uma “tela azulada” para que não se olhe mais o
olho do outro.
“Agora a dominação é interna. Quem
não pensa não é livre, quem não é livre não é digno. Simples assim. E a
democracia e o Estado Democrático de Direito se baseiam na ciência de
que quanto mais você pensar e for educado, mais você é livre. Essa
Constituição é um documento de libertação, é uma ação permanente por uma
liberdade que se expande e que se estende”, ressalta.
Por isso, na opinião de Cármen Lúcia, as big techs precisam ser
reguladas. “O Estado de Direito construir uma fortaleza e colocar na
porta uma passagem de papelão? É isso que nós fazemos quando nos
vinculamos a essas entidades [big techs]. Não é possível.”, ressalta.
“Ou bem queremos o Estado Democrático de Direito ou estamos caminhando
rapidamente para o precipício.”
Cármen Lúcia também disse que, em conversas com o ministro Luiz Fux, do STF, discute o Judiciário 4.0.
“Não há tela de plasma que substitua o olhar humano”, observa. A
ministra conta que é do interior de Minas Gerais e que, nesses locais,
“a única figura de autoridade, em carne e osso, que sobrou, é a do
juiz”. Caso fosse colocado um computador nessas regiões enquanto os
magistrados ficam em Belo Horizonte despachando, o juiz mais próximo
estaria a 180 km.
Na esfera eleitoral, a ministra observou que, quando o celular ainda
era permitido na cabine de votação, tínhamos voltado à “marmita
digital”. O termo voto marmita se refere ao período em que as cédulas
eleitorais eram impressas e distribuídas pelos partidos e o eleitor
“trazia de casa” seu voto.
Com relação aos ataques ao STF, Cármen Lúcia afirma que precisa de abraços, já que atualmente o que mais recebe é xingamentos. “Nós do Supremo não somos exatamente as pessoas mais procuradas para abraços”, observa. E acrescenta: “Vivemos
um tempo de demasiados desencontros que podem nos levar sim ao pior dos
mundos. Porque os desencontros, que fazem parte da vida, pelo menos na
minha juventude, eram desencontros de amor, os desencontros não eram
raivosos. O que nós estamos vivendo nos últimos anos é uma coisa difícil
de entender minimamente”.
Juliana Matias –
Repórter em São Paulo. Estudante de jornalismo na Universidade de São
Paulo (USP). Foi diretora e repórter na Jornalismo Júnior, empresa
júnior formada por alunos de jornalismo da USP. E-mail: juliana.matias@jota.info
O Goldman Sachs está
se preparando para sua terceira rodada de demissões em um ano, afirmam
pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pelo Wall Street Journal.
A gigante financeira está preparando cortes que afetarão uma série de
funcionários, incluindo diretores administrativos e outros executivos
seniores, e a expectativa é que menos de 250 empregos sejam cortados.
De acordo com as fontes, o corte pode acontecer dentro de algumas
semanas, e é consequência da seca de negociações em Wall Street. O
último trimestre foi desafiador para o banco, que recebeu US$ 1,58
bilhão em taxas, 26% a menos do que no ano anterior.
Estão ocorrendo demissões em outros grandes bancos, motivadas pela
recente crise em bancos regionais e pela alta de juros pelo Federal
Reserve (Fed). O Morgan Stanley está demitindo cerca de 3.000
funcionários. O Bank of America disse em sua última teleconferência de
resultados que planeja cortar cerca de 4.000 posições, ou cerca de 2% de
sua força de trabalho, até o final de junho.
A operação contou ainda com o apoio da
Interpol por meio do Centro de Crimes Financeiros e Anticorrupção
(IFCACC-Interpol) (Crédito: PF/Divulgação)
Estadão Conteúdoi
A Polícia Federal
deflagrou nesta terça-feira, 30, a operação “Não Seja um Laranja 2”, com
apoio da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e seus bancos
associados, para desarticular esquemas criminosos voltados para a
prática de fraudes em contas eletrônicas. A operação contou ainda com o
apoio da Interpol por meio do Centro de Crimes Financeiros e
Anticorrupção (IFCACC-Interpol).
Em nota, a Febraban detalha que policiais federais e civis cumprem 51
mandados de busca e apreensão, em 17 Estados e no Distrito Federal, no
contexto de investigações de pessoas que cederam contas pessoais para
receber recursos oriundos de golpes e fraudes contra clientes bancários.
A operação faz parte do Projeto Tentáculos, que tem como um dos
principais pilares um Acordo de Cooperação Técnica entre a Polícia
Federal e a Febraban, vigente desde outubro de 2017 para o combate às
fraudes bancárias eletrônicas.
“Nos últimos anos, a Polícia Federal detectou um aumento considerável
da participação consciente de pessoas físicas em esquemas criminosos,
para os quais “emprestam” suas contas bancárias, mediante pagamento.
Este “lucro fácil”, com a cessão das contas para receber transações
fraudulentas, possibilita a ocorrência de fraudes bancárias eletrônicas
que vitimam inúmeros cidadãos. Tais pessoas são conhecidas, no jargão
policial, como “Laranjas””, destaca a entidade.
A Febraban e a Polícia Federal alertam a sociedade que emprestar
contas bancárias para receber créditos fraudulentos é crime, além de
provocar um dano considerável aos cidadãos, quer pelo potencial ofensivo
deste tipo de conduta delitiva, como também pelos prejuízos financeiros
a milhares de brasileiros.
As penas podem chegar até oito anos de prisão, mais multas, e ainda
serem agravadas se os crimes forem praticados com o uso de servidor
mantido fora do Brasil, ou ainda se a vítima for uma pessoa idosa ou
vulnerável.
O tempo gasto para a abertura dessas
empresas foi, em média, de 1 dia e seis horas, segundo o Mapa de
Empresas (Crédito: Pexels)
Agência Brasili
Mais de 1,3 milhão de
empresas foram abertas no Brasil entre janeiro e abril de 2023. O tempo
gasto para a abertura dessas empresas foi, em média, de 1 dia e seis
horas, segundo o Mapa de Empresas – documento elaborado pelo Ministério
do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) em parceria
com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).
De acordo com o documento, de janeiro a abril deste ano 1.331.940
empresas foram abertas no Brasil. Com isso, há, no país, um total de 21
milhões de CNPJs ativos. Deste total, 93,7% são de microempresas ou
empresas de pequeno porte.
Ainda segundo o estudo, 736.977 CNPJs foram encerrados no primeiro
quadrimestre do ano. Com isso, o saldo ficou positivo, em 594.963
empresas.
“O total de aberturas foi 21,8% maior do que no quadrimestre anterior
e 1,6% menor em relação ao mesmo período de 2022. Já os fechamentos
representaram aumento de 34,3% e 34,7%, respectivamente, nas mesmas
bases”, informou o ministério.
Estados
Em números absolutos, São Paulo foi o estado com mais empresas
abertas no quadrimestre, seguido de Minas Gerais, Rio de Janeiro,
Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Goiás. “Juntos, estes
estados concentram 75% das empresas brasileiras”, detalha o
levantamento.
“Em termos de crescimento percentual, porém, os estados que mais
avançaram sobre o quadrimestre anterior, último de 2022, foram Tocantins
(34,8%), Mato Grosso (32,9%), Rondônia (29,9%), Paraná (28,2%) e
Roraima (27,1%)”, acrescenta.
Comércio e Serviços
Do total de empresas abertas no país durante o primeiro quadrimestre
de 2023, 83,8% são dos setores de comércio e serviços – este último
responde por 59,5%.
Os destaques ficaram para atividades de promoção de vendas; comércio
varejista de artigos de vestuário e acessórios; preparação de documentos
e serviços de apoio administrativo; cabeleireiros, manicure e pedicure;
e obras de alvenaria.
“A liderança de tais atividades se relaciona ao fato de 80,4% dos
registros serem de MEIs [microempreendedoras individuais]. No primeiro
quadrimestre, foram abertas 1.070.506 empresas nesse espectro, aumento
de 25,4% em relação ao quadrimestre anterior e queda de 3,1% sobre igual
período de 2022”, explica o MDIC.
Tempo médio
Com relação ao tempo médio gasto para a abertura de empresas, o
resultado observado (1 dia e seis horas) representa uma diminuição de 10
horas em relação ao mesmo período de 2022.
O estado onde foi mais rápido fazer o registro de novas empresas foi
Sergipe. Lá, em média, são necessárias apenas 7 horas para abrir uma
empresa. O estado com maior demora foi São Paulo (2 dias e duas horas).
“Em relação às capitais, Curitiba (PR) e Aracaju (SE) registraram
menor tempo de abertura, com média de apenas duas horas. Já Belém do
Pará foi a que demandou mais tempo (2 dias e 22 horas), seguido pela
cidade de São Paulo (1 dia e seis horas)”, informou o MDIC.
De acordo com a diretora do Departamento de Registro Empresarial e
Integração (Drei/MDIC), Amanda Souto, a consolidação do tempo médio em
cerca de 1 dia mostra a “assertividade das medidas de simplificação para
abertura de novas empresas” implementadas pelo governo federal e pelos
estados.
“Com o avanço da padronização de procedimentos e fluxo nas 27
unidades federativas, esse indicador tende a cair ainda mais, além de
refletir o avanço da digitalização e automatização dos procedimentos
necessários para formalizar novos negócios”, disse a diretora.
A Air New Zealand vai
pesar os passageiros que partem em voos internacionais do Aeroporto
Internacional de Auckland até 2 de julho de 2023, afirma a CNN. A
pesagem de passageiros é uma exigência da Autoridade de Aviação Civil da
Nova Zelândia e faz parte de um programa que coleta dados sobre a carga
e distribuição de peso dos aviões.
Alastair James, especialista em melhoria do controle de carga da
companhia aérea, disse à CNN, em comunicado, que tudo que vai entrar em
uma aeronave é pesado, da bagagem até as refeições de bordo. Para
passageiros, tripulantes e bagagens de cabine, são usados os pesos
médios obtidos na pesquisa que está sendo realizada agora.
Os passageiros irão subir em uma balança digital quando fizerem o
check-in para o voo e colocarão as bagagens em outra balança para
pesagem separada. Como o peso é uma informação pessoal, a companhia
aérea toma cuidados: os dados são anônimos e, ao subir na balança, a
informação é enviada direto para a pesquisa, sem aparecer em nenhuma
tela – ou seja, ela não será visualizada por ninguém, nem pelos
funcionários.
A edição da pesquisa com passageiros domésticos foi realizada em
2021. A dos passageiros internacionais ocorre neste ano porque foi
adiada por conta da pandemia.
"Moeda
comum": criação de uma "unidade de referência comum para o comércio,
reduzindo a dependência de moedas extrarregionais" e mecanismos de
compensação mais eficientes.
Economia: colocar a poupança
regional a serviço do desenvolvimento econômico e social, mobilizando os
bancos de desenvolvimento como a CAF, o Fonplata, o Banco do Sul e o
BNDES;
Regulação: implementar iniciativas de convergência
regulatória, facilitando trâmites e desburocratizando procedimentos de
exportação e importação de bens;
Atualização da
cooperação: ampliar os mecanismos de cooperação de última geração, que
envolva serviços, investimentos, comércio eletrônico e política de
concorrência;
Infraestrutura: atualizar a carteira de projetos do
Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento (COSIPLAN),
reforçando a multimodalidade e priorizando propostas de alto impacto
para a integração física e digital, especialmente nas regiões de
fronteira;
Meio ambiente: desenvolver ações coordenadas para o enfrentamento da mudança do clima;
Saúde: reativar
o Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde, a fim de permitir adotar
medidas para ampliar a cobertura vacinal, fortalecer o complexo
industrial da saúde na região e expandir o atendimento a populações
carentes e povos indígenas;
Energia: lançar a discussão sobre a
constituição de um mercado sul-americano de energia, que assegure o
suprimento, a eficiência do uso dos recursos da região, a estabilidade
jurídica, preços justos e a sustentabilidade social e ambiental;
Educação: criar
programa de mobilidade regional para estudantes, pesquisadores e
professores no ensino superior, algo que foi tão importante na
consolidação da União Europeia;
Defesa: retomar a cooperação na
área de defesa com vistas a dotar a região de maior capacidade de
formação e treinamento, intercâmbio de experiências e conhecimentos em
matéria de indústria militar, de doutrina e políticas de defesa.
Os reguladores de concorrência em todo o mundo compartilham
algo em comum com milhões dos jogadores de videogames: uma obsessão por
“Call of Duty”. A franquia, a mais bem-sucedida de todos os tempos, está no centro do debate sobre se a aquisição planejada pela Microsoftpor US$ 75 bilhões daActivision Blizzard, proprietária de Call of Duty, poderia dar uma vantagem injusta para dominar o setor de videogames.
A Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido mencionou Call
of Duty 41 vezes em sua decisão de 20 páginas ao rejeitar o acordo no
mês passado. A Comissão Federal de Comércio americana citou o jogo 18
vezes em seu documento de 23 páginas para anular o acordo em dezembro. A
União Europeia aprovou o acordo este mês, mas somente depois que a
Microsoft prometeu permitir que concorrentes transmitissem Call of Duty
pela nuvem.
A fixação dos reguladores com a franquia não é apenas sobre sua
imensa e duradoura popularidade, mas também se ela poderia dar à
Microsoft uma vantagem injusta em jogos em nuvem, uma maneira nova e
mais acessível de acessar jogos, se decidisse no futuro reter a série
dos rivais.
As empresas dizem que o acordo não prejudicará a concorrência e que
se comprometeram a licenciar jogos Call of Duty para rivais e permitir
que as pessoas transmitam títulos atuais e futuros da Activision por
meio da plataforma de jogos em nuvem de sua escolha.
Call of Duty, com duas décadas de existência, tem mais de US$ 30
bilhões em receita vitalícia, mais do que qualquer outra série de
atiradores e muitas franquias de filmes. As parcelas anuais de Call of
Duty ocuparam o primeiro lugar nas vendas de franquias de videogame nos
Estados Unidos nos últimos 14 anos consecutivos, segundo a empresa de
pesquisa Circana.
Um novo levantamento da Liga Ventures, em parceria com a PwC Brasil,mapeou 380 retail techs no país. Dentre as principais categorias de atuação das startups no segmento varejista, estão:
comunicação e relacionamento com o cliente (11,05%),
gerenciamento de loja (7,63%),
análise de dados (6,32%),
meios de pagamento (6,32%) e
criação/personalização de e-commerce (6,32%).
A lista também contempla os segmentos de gestão de estoques (4,47%),
experiência do cliente (4,47%), sustentabilidade (3,68%), fidelização do
cliente (3,42%), lojas autônomas (3,16%), colaboradores (3,16%),
logística (3,16%) e chatbots (3,16%).\
Investimentos
Em relação a investimentos, é possível ver que, após o pico do
mercado de venture capital de 2021, o montante aportado em startups do
setor voltou a parâmetros mais próximos aos períodos anteriores. Em
2022, foram R$ 902 milhões investidos. O número representa apenas 9% do
investido em 2021, mas é um crescimento de 17% em relação a 2020.
O estudo traz também os estados com maior distribuição de startups
ativas. No primeiro lugar do ranking está São Paulo (45,26%), seguido de
Santa Catarina (12,89%), Minas Gerais (7,63%), Paraná (7,11%), Rio de
Janeiro (7,11%), Rio Grande do Sul (5,53%), Espírito Santo (2,63%),
Pernambuco (2,37%), Bahia (1,84%) e Ceará (1,58%).
Maturidade
Com relação às tecnologias mais aplicadas entre as retail techs,
destacam-se API (29%), Big Data (16%), Data Analytics (12%),
Autoatendimento (9%) e Automação de Processos (7%). Já em relação ao
público-alvo, o estudo mostra que 71% das startups têm como foco o
mercado B2B.
Bunge, Cargill, Cofco, Amaggi, ADM do Brasil, Viterra e General Mills
adquiriram soja e milho em área em que “lavagem de grãos” é admitida
por produtores e servidores públicos
Um esquema ilegal de escoamento de grãos em Mato Grosso, admitido
publicamente por fazendeiros e reconhecido por funcionários públicos,
pode ter levado soja e milho plantados sem licenciamento em terras
indígenas no estado – e dentro de áreas embargadas pelo Ibama – até
armazéns de algumas das maiores empresas globais de commodities.
Uma investigação conjunta da Repórter Brasil e O
Joio e O Trigo revela relações comerciais entre sete gigantes do
agronegócio (Bunge, Cargill, Cofco, Amaggi, ADM do Brasil, Viterra e
General Mills) e fazendeiros autuados pelo Ibama por cultivarem
irregularmente dentro das terras indígenas (TIs) Pareci, Utiariti e Rio
Formoso, do povo Paresí.
As negociações de soja e milho ocorreram em 2018 e 2019, período em que havia embargo sobre as áreas.
Contudo, as notas fiscais de venda dos grãos acessadas pela
reportagem não identificam as fazendas dentro das TIs como a local da
produção – isso inviabilizaria os negócios, já que é ilegal plantar e
também comprar produção de terras embargadas. Os documentos indicam
outras propriedades agrícolas como a origem dos grãos, mas todas são
vizinhas (em alguns casos, coladas) à TI e pertencentes aos mesmos
produtores multados pelo Ibama por levarem adiante lavouras irregulares.
É o caso de Eleonor Ogliari, que em maio de 2018 tomou uma multa de
quase R$ 9 milhões por manter atividade agrícola na terra indígena
Pareci e por impedir a regeneração da mata nativa em 1,6 mil hectares do
território. A mesma área foi embargada pelo Ibama semanas depois, em
junho de 2018, por estar semeada com milho transgênico – a legislação
brasileira veda o cultivo de organismos geneticamente modificados em
terras indígenas.
As coordenadas geográficas das autuações do Ibama incidem sobre uma
lavoura dentro da TI que é limítrofe à Fazenda Chapada do Sol –
propriedade registrada em nome de Eleonor Ogliari e separada do
território dos Paresí apenas pela estrada que o margeia. Foi dessa
propriedade que Bunge, Cargill e Cofco compraram milho e soja em 2018 e
2019.
Ao todo, a reportagem identificou cinco produtores multados pelo
Ibama em 2018 por produzirem dentro das terras indígenas e que fizeram
vendas durante a vigência dos embargos nas áreas para grandes tradings internacionais de grãos.
Essa proximidade entre as fazendas que constam nas notas fiscais como
a origem da produção e as terras indígenas abre espaço para a chamada “lavagem de grãos”,
quando um produtor mistura produção feita em unidades de conservação,
áreas griladas ou embargadas com soja e milho plantados e colhidos
legalmente, mascarando a procedência da parte irregular da lavoura.
Porém, no caso dos indígenas Paresí, a lavagem de grãos foi admitida
publicamente por produtores e funcionários públicos que trabalham na
região, em uma série de reportagens do programa Globo Rural, veiculada
em março de 2019 – quando já havia embargo sobre a área.
Em um dos vídeos, um fazendeiro “parceiro” dos indígenas nas lavouras
de soja dá entrevista: “o trabalho é feito por eles e eu forneço
equipamentos e insumos. O resultado é dividido entre nós, meio a meio”, explicou Sérgio Stefanello ao repórter.
Ele também dá a entender que os grãos eram declarados como sendo
produzidos em suas propriedades fora da TI: “a soja vai sair em meu nome
[porque] o tempo da burocracia não é o mesmo tempo da planta, não dá
para esperar”, justificou.
Ao Joio e O Trigo, Stefanello confirmou que declarava como sua a
produção feita em território tradicional: “Foi uma questão de urgência, a
agricultura não espera. Era errado, mas justificável”, acredita.
Em outra reportagem da série,
um diálogo entre Carlos Márcio Vieira Barros, da Coordenação Regional
da Funai em Cuiabá, e o repórter confirma o esquema para escoar a soja
plantada sem licença. O servidor público admite que a manobra “não é
legal”. Agora, em entrevista aos autores deste texto, Barros disse não
saber avaliar se o esquema era ilegal, mas o descreveu com detalhes: “As
tradings como Bunge, Cargill, ADM e Amaggi podem sofrer
punições econômicas internacionais se comprarem soja dos índios, então
elas não compram [diretamente]. Normalmente, os índios vendem para uma
empresa local que dilui, mistura com a [soja] dos fazendeiros, digamos
assim, e vai como dos fazendeiros. Os índios são invisíveis na soja”,
explica. A íntegra das entrevistas pode ser lida aqui.
Consultadas pela reportagem, a maioria das empresas garante manter um
“rígido controle” sobre a situação socioambiental de seus fornecedores.
A General Mills, proprietária de marcas famosas como Yoki, Kitano e
Häagen-Dazs, informou que Edson Fermino Bacchi não é mais fornecedor nem
“um parceiro de negócios fixo”, “tendo apenas fornecido pontualmente
ingredientes para a companhia no passado”.
A Bunge não comentou sua relação com os produtores citados, mas
assegurou que seu monitoramento “é capaz de identificar mudanças no uso
da terra e no plantio de soja em cada uma das fazendas de onde origina” e
que calcula se o volume de soja entregue está de acordo com a
capacidade produtiva de uma propriedade, o que reduz o risco de
triangulação. Já a Amaggi afirmou usar “imagens de satélites e
informações geoespaciais” para fazer a rastreabilidade da origem da
soja, mas tampouco comentou sobre os contratos investigados nesta
reportagem.
ADM e Viterra não responderam nossas tentativas de contato. Após a
publicação desta reportagem, a Abiove – Associação Brasileira das
Indústrias de Óleos Vegetais – informou que sua manifestação
representava, também, o posicionamento das duas companhias. Cargill e
Cofco haviam indicado, anteriormente, que a entidade seria sua
porta-voz.
Em sua nota, a Abiove garantiu que a soja produzida “em áreas
embargadas por órgãos de fiscalização ambiental e sobrepostas com Terras
Indígenas [entre outros] não entra na cadeia produtiva do setor”. Mas,
embora faça referência “ao potencial risco de triangulação” dos casos
apontados por esta reportagem, não se pronunciou especificamente a seu
respeito, limitando-se a listar medidas que “são utilizadas
rotineiramente” por suas associadas para reduzir o problema. A íntegra
de todas as manifestações pode ser lida aqui.
Apesar das tecnologias aplicadas pelas empresas e esforços de
associações setoriais para reduzir o risco de triangulação, ainda não há
uma solução que efetivamente impeça esse procedimento, já que as
técnicas de verificação levam em conta a origem declarada da soja pelo
produtor.
Também procuramos os fazendeiros mencionados nesta reportagem para
ouvir suas considerações. Os advogados de Eleonor Ogliari e José Carlos
Acco informaram que seus clientes não comentariam os fatos apurados.
Além disso, fizemos inúmeras tentativas de falar com Jacs Tadeu Ventura,
Rogério Acco e Edson Fermino Bachi através de telefones e e-mails que
constam em cadastros públicos e advogados ligados a eles, mas não foi
possível localizá-los. O espaço permanece aberto para suas
manifestações.
Duas décadas de produção
Os indígenas Paresí arrendam terras para plantio de grãos em larga
escala desde pelo menos 2004, mas nunca conseguiram licenciar suas
lavouras – que apesar disso, seguiram produzindo. Um acordo com o
governo federal chegou a ser assinado em 2013, prevendo a retirada dos
fazendeiros não indígenas do território, para que os indígenas pudessem
assumir a produção, mas a área de lavoura precisava ser reduzida. Só
que, ao contrário do previsto pelo pacto, a área plantada subiu de 16,1
mil para 16,6 mil hectares – e os não indígenas não arredaram o pé de
dentro das TIs.
Em meados de 2018, no governo Michel Temer (MDB), o Ibama multou
produtores rurais e associações indígenas por desmatamento, produção de
grãos sem licenciamento ambiental e plantio de transgênicos. A lista
traz nomes que coincidem com os de signatários do pacto feito em 2013.
Em 2019, com a chegada de Jair Bolsonaro (na época, PSL, hoje, PL) ao
poder, tudo mudou. Logo nos primeiros meses da gestão, os então
ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles (hoje deputado federal pelo
PL-SP), e da Agricultura, Tereza Cristina (atual senadora pelo PP-MS),
participaram da festa da colheita nas terras indígenas – que já estavam
embargadas na época – conforme mostrou reportagem de O Joio e O Trigo.
Além deles, o governador Mauro Mendes (União Brasil), também aliado de
Jair Bolsonaro, esteve no encontro. A superintendência do Ibama em Mato
Grosso alertou a direção do órgão em Brasília que a área não poderia
receber plantios, mas isso foi ignorado pelas autoridades que
compareceram ao evento.
Em setembro de 2019, o então presidente do Ibama Eduardo Fortunato
Bim, desembargou as fazendas e cancelou as multas aplicadas, em uma
medida vista por servidores como canetada para acomodar interesses de
Jair Bolsonaro, que estava à frente da Presidência da República na época
e apresentava os Paresí como exemplo de sua política de “integração” dos povos indígenas.
Depois disso, o Ministério Público Federal capitaneou a assinatura de
Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), abrindo espaço para a
legalização da produção agrícola nas terras indígenas Rio Formoso,
Pareci, Utiariti, e também nos territórios Tirecatinga e Irantxe, na
mesma região – com algumas condições: que os fazendeiros não indígenas
se retirassem da área e que houvesse licenciamento ambiental pelo Ibama –
o que ainda não aconteceu.
“A gente ainda não pode comercializar esse produto de maneira legal,
ainda existe uma restrição muito grande”, admite Arnaldo Zunizakae,
líder dos indígenas sojicultores entrevistado em agosto de 2022 pelo O
Joio e O Trigo.
Zunizakae disse que a falta de licenciamento impede exportações, mas
não veta vendas domésticas. “Nossa soja é comercializada aqui [no
Brasil]. Essas empresas não podem exportar, se embarcar em um navio, a
Bunge vai ter problema, a Amaggi vai ter problema, a Cargill vai ter
problema. Eles sabem que eles vão ser punidos severamente por estar
comprando soja de terra indígena. É mais uma política trabalhada para
impedir que o indígena possa desenvolver agricultura nas suas terras.
Infelizmente”, critica.
Já Ronaldo Zokezomaiake, um ex-presidente da cooperativa Copihanama,
criada em 2018 e responsável pelo plantio de soja dentro dos
territórios, diz que mesmo as vendas internacionais estão acontecendo –
apesar da falta de licenciamento do Ibama. “Por enquanto, nós ainda
estamos usando algumas empresas para fazer essa ponte [comercial]. O que
nós produzimos aqui, entregamos para as empresas que nos financiam e
daí elas dão continuidade, mandam para fora, para exportação. Agora,
quando tivermos esse licenciamento, nós mesmos podemos fazer diretamente
essa comercialização”, explica.
Por meio da Lei de Acesso à Informação, a reportagem perguntou ao
Ibama se foi feita fiscalização na área após o embargo, incluindo o
monitoramento do destino da produção, mas a autoridade ambiental
informou que nada constava em sua base de dados. Tampouco houve sucesso
nas tentativas de contato com a assessoria de imprensa. O espaço
permanece aberto.
Atualização: Esta reportagem foi atualizada em 29/05/2023, às
14:30, para incluir a informação, enviada pela Abiove após a publicação,
de que sua manifestação representava, também, o posicionamento de ADM e
Viterra.
O presidente da
República, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu nesta segunda-feira, 29, a
retomada da compra de energia da Venezuela pelo Brasil para abastecer
Roraima. “Queremos recuperar nossa relação energética com a Venezuela.
Aquele linhão de Guri tem que ser colocado em funcionamento. Não se
justifica Roraima ser o único Estado fora da matriz energética
brasileira, funcionando na base da termelétrica”, disse o petista ao
lado do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
De acordo com Lula, o ministro de Minas e Energia, Alexandre
Silveira, vai conversar com sua contraparte venezuelana para dar
andamento à pauta.
Maduro respondeu dizendo que está “pronto” para se conectar energeticamente com o Brasil via Roraima.
A declaração se dá em meio a estudos no governo brasileiro sobre se a
exportação de energia da Venezuela ao Brasil poderia ser utilizada para
abater a dívida da nação de Maduro com o País.
A holding de
publicidade britânica WPP está se unindo à gigante americana de chips
Nvidia para desenvolver uma ferramenta de conteúdo que usa inteligência
artificial (IA) generativa para publicidade digital, informaram as
empresas nesta segunda-feira, 29.
WPP e Nvidia disseram que, ao integrar recursos 3D com IA generativa,
a ferramenta permitirá que equipes de criação produzam mais rápido
conteúdo comercial, como imagens ou vídeos.
A ferramenta é baseada na plataforma Omniverse Cloud da Nvidia, segundo as empresas.
Os detalhes financeiros da parceria não foram divulgados. Fonte: Dow Jones Newswires.
A incorporadora Moura
Dubeux firmou acordo com a Atlantica Hospitality International para
explorarem o mercado de locação residencial. O objetivo é ampliar a
rentabilidade dos empreendimentos, um vez que a Moura Dubeux tem linha
de produtos imobiliários em cidades praianas e que funcionam como
segunda moradia, enquanto a Atlantica tem larga experiência com
hotelaria.
Neste modelo de negócios, os imóveis poderão ser direcionados para aluguel de curta ou longa duração, sob gestão da Atlântica.
A companhia é a segunda maior rede de hotéis do Brasil, com 28 mil
quartos sob gestão, englobando bandeiras de primeira classe como
Radisson, Hilton e Ramada.
Por sua vez, a Moura Dubeux lançou cerca de 4 mil unidades nos
últimos anos sob sua marca “Beach Class”, composta por apartamentos no
litoral, com vocação para locação. A companhia atua em sete estados da
Região Nordeste – Pernambuco, Alagoas, Bahia, Rio Grande do Norte,
Ceará, Paraíba e Sergipe.
De acordo com comunicado ao mercado, a parceria terá, inicialmente,
um prazo de 5 anos, e oferecerá uma opção de potencial maximização de
retornos aos clientes que adquiriram imóveis da Moura Dubeux como forma
de investimento, buscando a rentabilidade através de aluguel.
A atuação conjunta vai na mesma linha de parcerias que a Atlântica já
vinha colocando em prática com outras incorporadoras na Região Sudeste,
como Even e Yuny, por exemplo.
Neste caso, a Moura Dubeux informou que a parceria não se limita aos
projetos já lançados e ao segmento “Beach Class”, podendo ser aplicada
também em projetos futuros que tenham a vocação para investimentos.
Além disso, a parceria prevê uma participação para a incorporadora
nas receitas de locação das unidades geridas pela Atlantica, alinhando
os interesses de longo prazo de todas as partes envolvidas.
A BRF investiu no ano
passado R$ 231,8 milhões em ações socioambientais, relacionadas às
mudanças climáticas, a água e resíduos, bem-estar animal e projetos
sociais nas comunidades em que está presente, 17,5% acima dos R$ 197,3
milhões aplicados em 2021. Os dados fazem parte do Relatório Integrado
de 2022 da empresa, divulgado na manhã desta segunda-feira, 29.
Do montante investido no ano passado, R$ 41 milhões se destinaram a
medidas de bem-estar animal, sendo R$ 33 milhões em incentivos para
granjas integradas e R$ 8 milhões para as próprias – a empresa reporta
que colocou fim à castração cirúrgica no plantel de suínos.
Também alcançou rastreabilidade de 100% de seus fornecedores diretos
de grãos provenientes da Amazônia e Cerrado e 45% dos fornecedores
indiretos desses mesmos biomas até o fim do ano passado. No primeiro
trimestre de 2023, o porcentual de fornecedores indiretos rastreados
subiu para 75%.
Desde 2019, a empresa publica relatórios integrados, que reúnem
informações financeiras e de sustentabilidade, seguindo as diretrizes da
Global Reporting Initiative (GRI) e da IFRS Foundation, bem como os
indicadores do Sustainability Accounting Standards Board (SASB) e da
Task Force on Climate-Related Financial Disclosures (TCFD).
“O processo de transformação, iniciado em 2022, foi essencial para
que as bases de evolução da BRF possam sustentar com solidez todo o
potencial da nossa empresa. Continuaremos empenhados em maximizar os
resultados de maneira consistente ao longo do tempo”, disse em
comunicado o CEO Global da BRF, Miguel Gularte.
O vice-presidente de Gente, Sustentabilidade e Digital da BRF,
Alessandro Bonorino, explicou que a companhia vem levando em conta não
somente riscos e impactos não financeiros para seus stakeholders, como
também a ótica financeira. “Estamos incorporando a sustentabilidade cada
vez mais às decisões e estratégias da companhia”, diz Bonorino. A
empresa trata agora não somente da agenda ESG (meio ambiente, social e
governança), mas da EESG (sendo o primeiro E referente à aspectos
econômicos).
Dentro de seu plano Net Zero 2040, a BRF reduziu em 26% suas emissões
absolutas de gases de efeito estufa nos escopos 1 (emissões diretas) e 2
(referentes ao consumo de energia elétrica) em comparação ao ano-base
(2019).
Sobre as emissões de gases de efeito estufa do escopo 3, relacionadas
a seus fornecedores, a empresa informou que avançou no mapeamento de
tais emissões, tendo em vista seu compromisso de ser “Net Zero” até
2040. “Registramos aumento de 5% nas fontes mapeadas até o momento
frente a 2020 (ano-base), sob influência da retomada das viagens
corporativas e do aumento significativo de resíduos enviados para
tratamento externo por meio de compostagem”, diz a empresa no relatório.
O compromisso Net Zero da companhia prevê reduzir, até 2030, 35% de
suas emissões diretas (Escopo 1) e relativas a consumo de energia
elétrica (Escopo 2), e 12,3% das emissões indiretas, da cadeia de
fornecedores da empresa (Escopo 3). Até 2040, o compromisso é
neutralizar emissões residuais.
Em 2022, a companhia registrou prejuízo das operações continuadas de
R$ 3,142 bilhões, ante lucro de R$ 437 milhões de 2021. A receita
líquida no ano passado somou R$ 53,805 bilhões, alta de 11,3% ante 2021.