A onda crescente do mercado de M&A, que bateu recordes de operações em 2021, foi freada no ano passado, quando apresentou uma queda de 35% no volume de transações globais até o terceiro trimestre, de acordo com levantamento da Standard & Poor’s.
A alta da inflação e o consequente aumento das taxas de juros são os principais fatores que afetaram negativamente as fusões e aquisições, porém há uma expectativa de melhora gradual neste sentido nos próximos meses, o que deve favorecer o reaquecimento deste mercado ao longo de 2023.
Junto com as dificuldades, surgem também grandes oportunidades para as empresas que estiverem melhor preparadas para lidar com um cenário extramente complexo e exigente em termos de performance financeira.
A questão é: como alavancar a lucratividade, gerar valor e aumentar a vantagem competitiva para surfar a próxima onda de crescimento do mercado de M&A? Ao que tudo indica, a resposta é incluir mais mulheres nas organizações.
Um estudo recente da consultoria McKinsey mostra que empresas mais diversas em termos de gênero têm 21% mais chances de alcançar rendimentos acima da média do setor. Além disso, equipes executivas das empresas de performance superior têm mais mulheres em cargos de liderança (em geral que geram receita) do que em outras funções.
De acordo com especialistas, os processos de trabalho conduzidos por equipes mais diversas têm mais chances de sucesso graças à capacidade de inovação e de adaptação desses times. No que tange às mulheres, algumas soft skills prevalentes resultam em maior produtividade e eficácia, como por exemplo: visão holística, escuta ativa, conciliação de interesses, colaboração, gestão de tempo, facilidade de comunicação e trabalho em equipe.
Além disso, mulheres tendem a ter maior resiliência e habilidade para lidar com situações difíceis e estressantes, o que é essencial em um ambiente sob constante pressão como o mercado financeiro, onde decisões precisam ser tomadas rapidamente. Que empresa não deseja contar com todos estes ativos humanos?
Sabemos que as mulheres ainda são minoria no mercado global de M&A e no Brasil não é diferente. Ao invés de olharmos este cenário com preocupação ou como algo a ser resolvido no futuro, precisamos começar a articular agora estratégias para atrair e preparar mais talentos femininos para o setor.
Não são as mulheres que devem se esforçar para conquistar mais oportunidades no mercado M&A. Mais do que nunca, é este mercado que precisa conquistar mais talentos femininos para lidar com os inúmeros desafios globais e aproveitar as oportunidades que emergem no cenário nacional.
Autora Cristiane Martini – CEO Nello Investimentos
Informações da Nello Investimentos
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