quarta-feira, 10 de abril de 2024

Grupo Cedro investe R$ 200 milhões na produção de café e lidera a nova fronteira agrícola no país

 


O Grupo Cedro, que tem como atividade principal a mineração, está investindo também em fazendas de café através da Cedro Agro. Comprou três em uma das mais novas fronteiras agrícolas do país, a Serra do Cabral, no Centro Norte de Minas Gerais, e começou a estruturá-las para produção. O objetivo, segundo Lucas Kallas, presidente e fundador, e seu sócio Luis Carlos Casim, diretor e sócio responsável pelo negócio, é tornar o grupo um dos maiores produtores de café do país, nos próximos anos.

Os aportes em aquisição de terras e na preparação da primeira fazenda para a produção já consumiram cerca de R$ 200 milhões. Até que as demais estejam prontas e produzindo, a previsão é de que serão necessários mais R$ 500 milhões, dizem.

Com área total de 1550 hectares para plantio, a Fazenda Cedro I, em Francisco Dumont, será a primeira a produzir. Depois de dois anos de preparação da infraestrutura e de plantio, a primeira “cata”, como é chamada a colheita manual dos frutos do café, foi feita nos meses de junho e julho deste ano. A primeira safra de fato, porém, só será colhida em meados do ano que vem. Um tempo recorde para esse setor, que chama atenção dos mais experientes agricultores.

Até lá, segundo Casim, a empresa vai aproveitar a entressafra, e as cerca de 300 sacas colhidas, para promover e validar a qualidade do café; expandir a área plantada dos atuais 900 hectares para 1550 hectares adjacentes, e obter o selo Rainforest Alliance, de sustentabilidade. “É um selo que abre portas para exportação. Já começamos a consultoria, para que a certificação possa sair quando iniciarmos a colheita”, afirma Casim.

Localizadas nas cidades de Joaquim Felício e Lassance, as outras duas fazendas do grupo na Serra do Cabral possibilitarão o plantio de mais 2550 hectares. Somados aos 900 hectares atuais, e aos 650 que ainda serão plantados na Cedro I, a Cedro chegará aos 4100 hectares e estará entre os dez maiores produtores do país.

De acordo com Casim, a expectativa é de que a Fazenda Cedro II seja liberada em janeiro ou fevereiro, para o início dos trabalhos de limpeza de área e construção de barramento e reservatórios e obras de infraestrutura. Com isso, poderá estar pronta no final de 2024. Já a Fazenda Cedro III deve ter a licença liberada apenas no fim de 2024, diz o executivo.

Padrão Cedro

Um dos principais diferenciais dos projetos, segundo Lucas Kallas, presidente do Grupo, é o cuidado com a qualidade e a sustentabilidade dentro dos padrões do Grupo Cedro. “Na Cedro, falamos que o modo certo de se fazer negócios precisa transformar vidas de forma sustentável e é isso que estamos fazendo na região. Todos os projetos são iniciados com o suporte de consultores para atendermos os mais altos padrões de qualidade. Antes de mexer com qualquer árvore, o grupo tira todas as licenças necessárias e a outorga de água. Preferimos tomar cuidado extra, para evitar qualquer dano”, diz.

Na Cedro I, por exemplo, foram encontradas pinturas rupestres em pedras. Por isso, antes de iniciar a preparação da fazenda, diz Casim, o grupo aguardou a anuência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A área de preservação ambiental na fazenda protegerá as pinturas e será equivalente a 50% da propriedade, bem superior à média adotada no Estado de Minas Gerais, de 20%, afirma.

Como a região tem muitas áreas com pedras, nas quais não é possível plantar, a Cedro I fica um pouco distante e isolada de outras fazendas. O distanciamento, segundo Kallas, permitiu ao grupo trabalhar um ano e meio sem precisar usar herbicidas, porque o risco de contaminação por doenças é menor. Além disso, cerca de 80% do adubo usado foi orgânico.

Para garantir a qualidade da produção, o grupo preparou toda a área de plantio para irrigação por gotejamento, construiu dois barramentos e dois reservatórios, na Cedro I. Um tem 500 milhões de litros, o outro 900 milhões de litros. “O café precisa de água no período da florada, nos meses de setembro e outubro. Nossos reservatórios têm água suficiente para irrigar nossa área plantada, mesmo que não chova por até 90 dias”, diz Kallas.

Na área trabalhista, o grupo também segue normas rígidas para garantir o bem estar e a dignidade dos trabalhadores. Nada é feito por freelancers. Todos são contratados com carteira assinada. A fazenda tem alojamento e refeitório com nutricionista. Na hora das refeições, um ônibus faz o transporte entre os talhões e o refeitório, para que todos tenham o ambiente adequado para as refeições e descanso. Todos são contratados nas cidades da região, recebem uniformes para trabalhar, equipamentos de segurança e treinamento. “São diferenciais que, inclusive, facilitam as contratações, porque a notícia de que é bom trabalhar para a Cedro circula nas redondezas”, diz Kallas.

Serra do Cabral

A região onde estão localizadas as fazendas foi escolhida para o investimento da Cedro pelas condições climáticas, hídricas e topográficas favoráveis. Até 2017, a Serra do Cabral era conhecida pela produção de eucaliptos. Desde então, porém, alguns grandes produtores perceberam que havia potencial para o plantio de café e se instalaram na região, hoje vista como uma das principais novas fronteiras agrícolas do país.

Segundo Casim, entre as vantagens da Serra do Cabral para o plantio do café, estão a altitude elevada, que proporciona noites frias e dias quentes; água abundante; topografia plana, que permite a mecanização da produção; e a ausência de geadas. “Há produtores da região com cafés entre os melhores do mundo. E nós, com toda a qualidade que estamos implementando, esperamos alcançar o mesmo patamar de qualidade”, afirma Casim.

O presidente do Conselho de Administração da Cedro Participações, Lucas Kallas
O presidente do Conselho de Administração da Cedro Participações, Lucas Kallas

A seguir, destacamos um trecho da entrevista em que Lucas Kallas trata de sua visão para o negócio da Cedro Agro:

A Cedro é uma empresa com origem na mineração. Por que plantar café? E por que na Serra do Cabral?

Definimos o cultivo de café em função da nossa convicção de que o setor do agro está em pleno desenvolvimento no Brasil. Somos um grupo que tem por definição o empreendedorismo e a vontade incessante de novos desafios. Considerando que o Brasil é o maior produtor de café do mundo, e que Minas Gerias representa 56% deste volume produzido, tínhamos a certeza de que deveríamos fazer desta frente de atuação. Porque a Serra do Cabral possui inúmeros benefícios climáticos e geográficos que o distinguem de outras regiões. Dentre estes, podemos destacar a elevada altitude, topografia plana e amplitudes térmicas que promovem o desenvolvimento gradual dos frutos do café, resultando assim em grãos mais densos e complexos em sabor. Além do exposto, a água em abundância contribui enormemente para o crescimento saudável das mudas do café, bem como para a qualidade dos frutos colhidos. A Serra do Cabral surge assim como uma nova fronteira agrícola para o cultivo de alta qualidade. O projeto da Cedro Agro com o plantio do café sendo 100% irrigado não é apenas um investimento no presente, mas também um legado para o futuro.

A Cedro Agro vai se tornar um dos maiores produtores de Café Brasileiro, nos próximos anos. O que permite que estruturem negócios tão grandes em tão pouco tempo? O que está por trás desse “jeito” Cedro, desse modelo de gestão do grupo?

A Cedro Participações tem suas origens na Cedro Mineração, que por sua vez, e em função do caixa gerado pela mesma, permite que parte destes valores sejam destinados para projetos como da Cedro Agro. Sendo assim, os investimentos realizados pela Cedro Participações na Cedro Agro permitirão que tenhamos em breve um plantio de aproximadamente 4.100 hectares de café. Tudo isto, aliado a um planejamento extremamente bem elaborado, com uma equipe multidisciplinar, selecionada e qualificada para superarmos todas as barreiras e desenvolvermos nossas áreas com a máxima eficiência e produtividade. Sabemos do volume de trabalho que temos pela frente. Mas, sem dúvidas, temos a coragem para investir. A Cedro Participações incluindo as demais empresas do grupo econômico, possuem o “Padrão Cedro” de atuação, organização, estruturação e planejamento aliados a busca continua por sustentabilidade, cuidando constantemente do Meio Ambiente e valorizando todos os colaboradores que fazem parte desta jornada.

De que forma os princípios do ESG da Cedro Participações aparecem na Fazenda Cedro I? E por que a sustentabilidade é importante dentro da estratégia e do jeito Cedro de fazer negócios?

Temos como base os princípios da integridade, respeito e prudência. A Cedro Participações tem um sólido compromisso com o meio ambiente, investimento social e governança em todos os seus negócios. Temos como premissa garantir o desenvolvimento sustentável de nossos negócios na Fazenda Cedro I e o desenvolvimento socioeconômico na Serra do Cabral. Nosso trabalho é orientado pela responsabilidade ambiental. A Cedro Participações realiza constantemente investimentos em P&D para garantir um desenvolvimento de uma produção sustentável nos setores em que atua. Implantamos as melhores práticas para uma constante evolução da gestão ambiental dos nossos negócios. A responsabilidade social está no DNA da Cedro, seja no apoio das ações sociais, culturais e esportivas, seja no fomento ao turismo, à economia local e ao bem-estar da sociedade. Apoiamos mais de 50 projetos sociais, culturais, esportivos e de saúde, além de gerarmos empregos em novas frentes de atuação. Para a Cedro, o termo “compliance” significa estar em conformidade com as leis, regras e regulamentos externos e internos, executando as operações de acordo com as regulamentações aplicáveis aos nossos negócios e atuando em conformidade com os padrões éticos e legais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário