RIO - As exigências da
Agência Nacional do Petróleo (ANP) para aprovar o novo plano de
desenvolvimento da produção do campo de Roncador, e um dos maiores
produtores do país, deverão se repetir em outros da estatal que estão
apresentando queda drástica da produção nos últimos dois anos.
No dia 7 de janeiro a ANP fez uma série de exigências à Petrobras
para aprovar o novo plano de Roncador, um gigante descoberto em 1996 e
que começou a produzir em 1999. Além de requerer estudos ainda este ano
para a instalação de uma quinta FPSO na área, a ANP determinou a
perfuração de três novos poços para avaliação de arenitos e carbonatos,
mais quatro poços produtores e um número não determinado de poços para
aumentar a injeção de água.
Além de Roncador, um dos maiores campos da Petrobras (com uma área
de 400 quilômetros quadrados) a ANP também está insatisfeita com a queda
drástica da produção dos campos de Marlim, Marlim Sul, Caratinga,
Albacora, Albacora Leste, Caratinga e Espadarte, só para citar alguns na
Bacia de Campos.
Uma fonte da ANP ouvida pelo Valor PRO lembrou que as exigências
são uma prerrogativa da agência. "O objetivo é que esses campos grandes e
ainda longe de atingir seu pico de produção, se mantenham perto do que
se imagina que seja uma curva de produção condizente", explicou a fonte.
"E em Roncador chamava a atenção a redução da produção em um horizonte
que nem de longe estava perto do pico de produção".
A agência reguladora também quer que a Petrobras mantenha em
Roncador a FPSO Brasil, "uma vez que resta clara a necessidade de mais
do que as quatro plataformas previstas [para o desenvolvimento da
produção]" e determinou ainda a instalação de um novo manifold de gás
lift (conjunto de válvulas que controla a injeção de gás em cada poço)
para maximizar a produção da plataforma P-52 até dezembro de 2014.
Atualmente as plataformas instaladas em poços de Roncador são a
P-54, P-62, P-52, além da FPSO Brasil. Uma quinta unidade, a FPSO-55,
está sendo construída no Brasil, com entrada em operação prevista para
setembro de 2013. Os investimentos necessários devem ser da ordem de
bilhões de dólares.
A queda da produção de petróleo do país tem efeitos sobre segurança
energética e a balança comercial do país, sem considerar a perda de
receita da Petrobras. Segundo um estudo da Bradesco Corretora publicado
pelo Valor , a taxa de declínio da produção do país, onde a Petrobras
opera 91% da produção, foi de 40% entre agosto de 2011 e agosto de 2012.
Em volume, a queda representou uma perda de 679 mil barris de petróleo
por dia.