Atuação: Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
quinta-feira, 9 de maio de 2013
Microsoft nomeia primeira diretora financeira mulher
SÃO FRANCISCO - A
Microsoft nomeou sua primeira diretora financeira mulher, colocando Amy
Hood, uma veterana de dez anos, no comando das finanças e dívidas da
fabricante de software, assolada por uma demanda em queda por
computadores pessoais.
Amy, 41, assume o cargo imediatamente, substituindo Peter Klein, de acordo com um comunicado da empresa. Segundo pessoas com conhecimento do processo, a escolha ficou entre Amy, responsável pelas finanças da divisão de negócios, e Tami Teller, da unidade de Windows.
Como diretora financeira da divisão de negócios, Amy teve um papel central na aquisição de empresas como o Skype, e cuidou das finanças da maior unidade da empresa em lucros de vendas e operações. Como diretora financeira da organização, ela será essencial para administrar os US$ 74,5 bilhões em dinheiro e investimentos da Microsoft, ao mesmo tempo em que vai ajudar o executivo-chefe Steve Ballmer a superar as dificuldades que enfrenta para ganhar participação no mercado de smartphones e tablets.
"Amy sempre me impressionou com sua mente analítica combinada a um entendimento de estratégia de negócios, e sua disposição para assumir riscos calculados", disse o CEO da Nokia, Stephen Elop, que foi chefe de Amy quando estava na Microsoft.
A divisão de negócios, a maior da empresa, inclui os programas Office e gerou US$ 24 bilhões em vendas e US$ 15,7 bilhões em lucros operacionais no ano fiscal de 2012. O departamento recebeu elogios de analistas por gerar crescimento por meio de aquisições e novas áreas de produto, como telefonia corporativa e colaboração em softwares.
O desafio de Amy será ajudar a guiar uma empresa cambaleando na maior queda em vendas de computadores pessoais, no período que terminou em março. Ela também será responsável pela equipe que lida com as vendas de dívidas, atualmente em US$ 16,9 bilhões, de acordo com dados compilados pela "Bloomberg".
Amy tem um estilo direto e brusco, afinado ao longo de oito anos no banco de investimento Goldman Sachs. Ela não tem medo de dizer a executivos seniores, mesmo Ballmer, que discorda de uma ideia, diz uma pessoa que já trabalhou com a executiva. Ela também tem o respeito da comunidade de analistas, diz Brent Thill, analista do UBS. "Ela é super amigável com acionistas", diz ele. "Ela é bastante acessível, aberta e fácil de trabalhar."
Klein, o diretor financeiro anterior, anunciou no mês passado que iria deixar o cargo para passar mais tempo com sua família, e a empresa disse que procuraria um candidato interno para substituí-lo.
Amy começou a atuar na Microsoft em 2002 na área de relações com investidores, e então trabalhou com Klein, cuidando da área de estratégia de negócios enquanto ele era diretor financeiro da unidade de Office. Além de ajudar com o Skype, a maior aquisição da empresa, Amy também ajudou na compra da Yammer por US$ 1,2 bilhão no ano passado.
Ela tem formação em economia pela Universidadede Duke e MBA por Harvard.
Amy, 41, assume o cargo imediatamente, substituindo Peter Klein, de acordo com um comunicado da empresa. Segundo pessoas com conhecimento do processo, a escolha ficou entre Amy, responsável pelas finanças da divisão de negócios, e Tami Teller, da unidade de Windows.
Como diretora financeira da divisão de negócios, Amy teve um papel central na aquisição de empresas como o Skype, e cuidou das finanças da maior unidade da empresa em lucros de vendas e operações. Como diretora financeira da organização, ela será essencial para administrar os US$ 74,5 bilhões em dinheiro e investimentos da Microsoft, ao mesmo tempo em que vai ajudar o executivo-chefe Steve Ballmer a superar as dificuldades que enfrenta para ganhar participação no mercado de smartphones e tablets.
"Amy sempre me impressionou com sua mente analítica combinada a um entendimento de estratégia de negócios, e sua disposição para assumir riscos calculados", disse o CEO da Nokia, Stephen Elop, que foi chefe de Amy quando estava na Microsoft.
A divisão de negócios, a maior da empresa, inclui os programas Office e gerou US$ 24 bilhões em vendas e US$ 15,7 bilhões em lucros operacionais no ano fiscal de 2012. O departamento recebeu elogios de analistas por gerar crescimento por meio de aquisições e novas áreas de produto, como telefonia corporativa e colaboração em softwares.
O desafio de Amy será ajudar a guiar uma empresa cambaleando na maior queda em vendas de computadores pessoais, no período que terminou em março. Ela também será responsável pela equipe que lida com as vendas de dívidas, atualmente em US$ 16,9 bilhões, de acordo com dados compilados pela "Bloomberg".
Amy tem um estilo direto e brusco, afinado ao longo de oito anos no banco de investimento Goldman Sachs. Ela não tem medo de dizer a executivos seniores, mesmo Ballmer, que discorda de uma ideia, diz uma pessoa que já trabalhou com a executiva. Ela também tem o respeito da comunidade de analistas, diz Brent Thill, analista do UBS. "Ela é super amigável com acionistas", diz ele. "Ela é bastante acessível, aberta e fácil de trabalhar."
Klein, o diretor financeiro anterior, anunciou no mês passado que iria deixar o cargo para passar mais tempo com sua família, e a empresa disse que procuraria um candidato interno para substituí-lo.
Amy começou a atuar na Microsoft em 2002 na área de relações com investidores, e então trabalhou com Klein, cuidando da área de estratégia de negócios enquanto ele era diretor financeiro da unidade de Office. Além de ajudar com o Skype, a maior aquisição da empresa, Amy também ajudou na compra da Yammer por US$ 1,2 bilhão no ano passado.
Ela tem formação em economia pela Universidadede Duke e MBA por Harvard.
(Bloomberg)
Geração de emprego é tão ou mais importante que PIB, diz Mantega
Por Murilo Rodrigues Alves e Edna Simão | Valor
BRASÍLIA - Em
apresentação preparada para audiência com deputados do Partido dos
Trabalhadores (PT) nesta quinta-feira, o ministro da Fazenda, Guido
Mantega, diz que o Brasil tem enfrentado a crise internacional com a
manutenção de bons fundamentos, como a solidez fiscal e a inflação sob
controle.
Na apresentação, os slides mostrados pelo ministro ressaltam que o
Brasil também enfrenta a crise com forte estímulo à economia e
manutenção do emprego. A reunião com a bancada do partido do governo foi
marcada para que o ministro exponha as perspectivas para a economia
brasileira em 2013.
Ainda nos slides apresentados aos parlamentares, Mantega cita juros,
câmbio, tributos e investimentos em infraestrutura entre as medidas
tomadas para enfrentar a deterioração dos mercados globais. “Transição
demora para surtir efeito”, afirma em um dos tópicos.
A imprensa acompanha a apresentação do ministro da Fazenda do lado de
fora do plenário 3 da Câmara dos Deputados porque foi convidada a se
retirar da sala. Mesmo assim, consegue acompanhar os slides pela porta
de vidro, sem, no entanto ouvir o ministro.
Segundo os slides, o comércio mundial está travado porque há
contração dos mercados. Nas economias avançadas, ajustes à crise
recaíram sobre a população. No Brasil, não houve crise para a maioria da
população, segundo a apresentação do ministro.
“Tão ou mais importante que o PIB é a geração de empregos formais”, afirmou Mantega.
Privatizações: governo disfarça - e não eleva ganho de investidor
Infraestrutura
Plano apresentado pela EPL em Nova York mostra que retorno continua igual - e que a maior atratividade dos projetos é atribuída apenas ao aumento do prazo das concessões
Naiara Infante Bertão
Para associação do setor de ferrovias, é possível que regras mudem novamente
(Edsom Leite/Ministério dos Transportes)
O Palácio do Planalto tem alardeado que as condições de investimento em
projetos de infraestrutura no Brasil estão melhorando e possibilitarão
mais ganhos aos investidores. Para divulgar essa ideia, uma comitiva de
ministros e funcionários do alto escalão do governo foi a Londres, na
Grã-Bretanha, e agora a Nova York, nos Estados Unidos, com o intuito de
convencer grandes grupos estrangeiros da rentabilidade que se esconde em
obras como estradas, ferrovias, portos e aeroportos no Brasil. O
problema é que a taxa de retorno de tais investimentos - o cerne da
questão da falta de investidores de infraestrutura no país - foi e
continua sendo muito baixa.
Recentemente, o governo anunciou taxas mais vantajosas, como os 17%
de retorno ao ano para o dinheiro investido nas rodovias. A mudança é
brutal se comparada aos 5,5% de retorno ao ano anunciados em 2012,
quando houve o lançamento do pacote de privatização das rodovidas.Teria
ocorrido, então, uma mudança de cálculo dentro do governo para garantir
tamanho aumento nos ganhos do setor privado, ou será essa mais uma
medida "criativa" da gestão de Dilma? Como a criatividade tem sido marca
registrada do governo petista - desde os idos de Lula -, a mágica
também está presente nessa repentina melhora dos ganhos.
Em vez de mexer na matemática na hora de calcular a melhor taxa para o
setor privado, o governo decidiu mudar a comunicação dos projetos.
Inicialmente, a apresentação enviada pelo Palácio do Planalto a
investidores mostrava a Taxa Interna de Retorno (TIR), que pode ser
considerada a remuneração líquida do investimento.
Agora, o truque é
mostrar a TIR alavancada, que traz embutidos o prazo da concessão e as
condições de financiamento - ou seja, o custo do capital que será usado
no projeto. A TIR alavancada sempre é maior do que a não-alavancada.
Isso ocorre porque, ao financiar um projeto, o empreendedor não usa
apenas seu capital próprio e passa a utilizar dinheiro de terceiros, por
meio de financiamentos, beneficiando-se de juros muito inferiores à
rentabilidade do projeto, como é o caso das linhas do BNDES para os
pacotes de infraestrutura. Ao reduzir sua exposição de capital, ele
também pode fazer a dedução fiscal dos juros pagos ao financiamento. Com
isso, reduz a carga fiscal do projeto, aumentando o retorno sobre o
capital investido.
O problema é que não há garantias de que a TIR alavancada realmente
chegue aos patamares calculados antes do início dos projetos, pois
fatores macroeconômicos e regulatórios podem minar tais ganhos atrelados
ao financiamento. Inflação mais alta do que o esperado ou problemas em
obter o crédito de longo prazo junto ao BNDES são alguns exemplos de
desafios que colocam em xeque a TIR alavancada de um projeto. "Quem
garante que o BNDES aprovará toda a porcentagem de crédito?", questiona o
economista Raul Velloso, especializado em contas públicas.
No caso do pacote de rodovias, por exemplo, a TIR não-alavancada está
entre 5% e 8% ao ano, enquanto o retorno com alavancagem pode chegar a
até 17% ao ano, conforme propagandeia o governo. “A TIR alavancada de
rodovias nunca foi calculada pelo governo em seus estudos de
viabilidade, mas era calculada pelos licitantes interessados nos
projetos. E, mesmo antes, ela estava nessa faixa de 12% a 15% ao ano",
afirma Massami Uyeda Junior, sócio do escritório de advocacia Arap,
Nishi & Uyeda.
Como se a economia do Brasil fosse imune a qualquer problema, os
maestros da política econômica calculam o retorno do investimento sem
qualquer risco. O cenário idealizado pelo governo é sempre perfeito, sem
a possibilidade de um 'pibinho', inflação alta ou de uma eventual
subida dos juros. A ideia de paraíso proposta pelo Palácio do Planalto
também descarta a burocracia para a aprovação de projetos, que precisam
vencer as barreiras de Brasília em busca de carimbos de todos os tipos.
Tudo acontecerá no prazo, garante Brasília aos investidores.
Não é difícil encontrar a explicação para a mudança na comunicação do
governo e a repentina preferência pela taxa de retorno alavancada. Com o
desinteresse dos empresários brasileiros em participar dos primeiros
leilões do setor de transporte, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o
presidente da Empresa de Planejamento Logístico (EPL), Bernardo
Figueiredo, anunciaram mudanças nas regras das licitações. O prazo de
vigência dos contratos de concessões rodoviárias subiu de 25 para 30 anos, enquanto o de ferrovias passou de 30 para 35 anos.
O prazo de financiamento das rodovias também saltou de 20 para 25 anos,
sendo que o pagamento só terá de ser feito a partir do sexto ano de
contratação do empréstimo - a carência é de 5 anos.
Segundo o governo, o
porcentual de linhas de crédito do banco de desenvolvimento para compor
os investimentos em concessões de ferrovias e rodovias é de 65% a 80%.
Todas essas mudanças mexem no prazo e nas condições de financiamento,
dois dos fatores que impactam diretamente na taxa de retorno alavancada.
Ao ver que os números dessa taxa sempre ficam maiores, o governo não
teve dúvidas em trocar o retorno que deveria ser divulgado aos
investidores. “Essa mudança da TIR é hipotética e improvável", afirma
Raul Velloso.
"Com a TIR alavancada, no melhor cenário possível, as
concessionárias vão olhar para trás e perceber que obtiveram uma taxa de
retorno melhor do que a anteriormente proposta porque terão pago menos
juros, com prazos maiores de financiamento e maior tempo de retorno, já
que a vigência dos contratos aumentou. Mas esse cenário é pouquíssimo
provável. É irreal", argumenta Velloso.
Ferrovias - Um termômetro da falta de interesse dos
investidores com as condições atuais das privatizações está no setor
ferroviário. A reclamação principal é o retorno incompatível com a
necessidade de investimento no remodelamento da infraestrutura. O pedido
é que o governo revise novamente as regras este ano e não copie as
condições de outro setor.
“O setor ferroviário precisa ter tratamento
diferente porque o retorno de investimentos virá muito tempo depois dos
outros”, diz Rodrigo Vilaça, presidente da Associação Nacional dos
Transportadores Ferroviários (ANTF). Ninguém critica a iniciativa de
expansão da malha e a mudança no modelo de utilização das ferrovias, mas
falta esclarecimentos básicos para quem ficará ligado a um contrato por
muito tempo. É justamente essa falta de clareza que incomoda os
investidores - e que mostra que o governo vem, com alarde, anunciado
mudanças naquilo que continua igual.
Lagarde faz apelo às mulheres: 'Venham para as finanças'
Para a diretora do FMI, maior presença feminina no mercado financeiro poderia trazer mais equilíbrio econômico e ajudar a sanar a crise
Ana Clara Costa, de St Gallen
A diretora do Fundo Monetário Internacional Christine Lagarde: apelo às mulheres
(Gary Cameron/Reuters)
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine
Lagarde, fez um apelo nesta quinta-feira para que as mulheres se
envolvam mais no mercado financeiro. Para a diretora do Fundo, a
participação feminina nos altos cargos das finanças poderia trazer mais
equilíbrio para a economia mundial.
“As mulheres têm uma relação
diferente com a tomada de risco. E esse comportamento pode ser muito
benéfico para os mercados”, disse Lagarde, que também foi ministra das
Finanças da França durante parte do governo de Nicolas Sarkozy. Ela
afirmou ainda que o Japão é um dos países que mais se beneficiará da
entrada das mulheres em posições de liderança. “Elas são bem-educadas,
preparadas e trabalhadoras. Não há razão para que não as deixem
liderar”, disse.
A chefe do FMI participou, nesta quinta, do St Gallen Symposium,
conhecido informalmente como uma espécie de "Fórum Econômico Mundial de
Davos" para estudantes, que ocorre anualmente na Universidade de St
Gallen, na Suíça. A diretora do Fundo defendeu a política de austeridade
que vem sendo implementada em nações como a Grécia como forma de se
alcançar o equilíbrio fiscal no território europeu.
Contudo, ponderou
que ajustes severos – ou consolidação fiscal, como ela prefere se
referir ao tema - devem ser aplicados conforme a realidade de cada país.
“No caso dos Estados Unidos, por exemplo, há situações em que a
consolidação fiscal é mais severa do que deveria”, afirmou.
Lagarde voltou a defender a criação de uma única autoridade reguladora
do sistema financeiro europeu como forma de detectar problemas bancários
antes que se tornem insustentáveis. Ela citou o exemplo de Chipre
afirmando que, caso houvesse um órgão regulador responsável por
supervisionar os bancos do país, a crise não teria sido tão severa na
ilha. “A zona do euro pode sobreviver na forma em que está? Eu digo que
não. Pois nesse formato não há união bancária, menos ainda união fiscal.
Então não só ela não pode sobreviver, como também não poderá
prosperar”, disse.
Davos para jovens - Além de Lagarde, o evento contou
com a presença de alguns dos principais nomes das finanças da Europa e
dos Estados Unidos, como o vice-presidente do Goldman Sachs, Lord
Griffith, o vice-premiê da Turquia, Ali Babacan, o ministro das Finanças
da Irlanda, Michael Noonan e o CEO do fundo BlackRock, Larry Fink.
O
presidente suíço Ueli Maurer também esteve presente e defendeu, em seu
discurso, a confidencialidade dos dados bancários dos clientes que
possuem contas nas instituições do país. “Há os que se valem do
artifício das denúncias de lavagem de dinheiro para tentar frear a
liberdade do setor privado”, afirmou Murer.
Diante de um público composto por estudantes da universidade,
economistas, executivos europeus e investidores de diversos países, os
palestrantes discutiram os efeitos da crise na Europa e como estimular a
coragem em indivíduos e setores econômicos para que os países da região
voltem ao eixo do crescimento econômico – mesmo que fraco. “Na situação
em que estamos hoje, os que têm coragem, estão dispostos a arriscar e
têm iniciativa são os que conseguirão vencer. A ousadia e o trabalho
duro movem as sociedades de sucesso”, disse Lord Griffith, durante o
evento.
O St Gallen Symposium é organizado inteiramente pelos alunos da
universidade – desde os convites aos palestrantes até a busca de
patrocínio para o evento. Está em sua 43ª edição e recebe, anualmente,
alguns dos principais líderes econômicos do mundo. Entre os brasileiros
que já palestraram no evento está o bilionário Jorge Paulo Lemann, que
vive na Suíça.
Megainvestidor faz alerta preocupante: "Não invistam no Brasil"
Para Arif Naqvi, da Abraaj Capital, intervencionismo do governo e desaceleração econômica sacrificam retorno sobre os investimentos nas empresas do país
Ana Clara Costa, de St Gallen
Arif Naqvi, presidente do fundo de private equity Abraaj Capital
(Bloomberg/Getty Images)
Diante um público de mais de 600 pessoas composto por banqueiros,
investidores, empresários, premiês europeus e a chefe do Fundo Monetário
Internacional (FMI), Christine Lagarde, um megainvestidor paquistanês
fez um alerta, no mínimo, frustrante: "Não recomendo investir no
Brasil", disse Arif Naqvi, presidente do fundo de private equity Abraaj
Capital. Naqvi, que administra 7,5 bilhões de dólares aplicados em
ativos em países da África, Ásia e América Latina, participava de um
painel de discussões sobre mercados emergentes promovido pela
Universidade de St Gallen, na Suíça, na semana passada.
Quando
questionado pelo vice-presidente do banco Goldman Sachs, Lord Griffith,
sobre quais mercados eram considerados mais desinteressantes para se
investir, Naqvi disse, sem hesitar: o Brasil.
Segundo o paquistanês, o intervencionismo econômico e o ego do governo
brasileiro espantam qualquer tentativa de se obter ganhos satisfatórios
em operações no país. Ele também reconheceu que as regras mudam
constantemente e que tal situação traz insegurança jurídica. O
investidor citou o Chile, o Peru, a Colômbia e o México como mercados
muito mais promissores, seguros – e que ainda se beneficiam dos avanços
ocorridos na economica brasileira. Procurado após a palestra, Naqvi se
negou a dar entrevista ao site de VEJA. Contudo, um de seus diretores,
Frederic Sicre, explicou a razão das críticas feitas ao país.
Para Sicre, a desaceleração econômica combinada com a moeda forte e o
custo Brasil fazem com que os investimentos no país sejam muito
onerosos, com potencial de retorno reduzido. “As políticas
protecionistas combinadas com o idioma diferente dos demais países da
América Latina também fazem com que estratégias regionais sejam difíceis
de serem executadas igualmente no Brasil e nos outros países do
continente”, afirmou o empresário.
Nem mesmo o mercado interno brasileiro, usado como trunfo pela
presidente Dilma Rousseff para justificar suas políticas
intervencionistas, parece atrair o fundo billionário. “Não se pode negar
que o mercado brasileiro seja o maior da região e mereça atenção. Mas,
hoje, as oportunidades em outros países da América Latina são mais
atrativas para os nossos investimentos, pois os retornos são maiores”,
disse Sicre.
Com sede em Dubai, o Abraaj é um dos maiores private equities do
Oriente Médio e nunca fez investimentos no Brasil. Seus 33 escritórios
ao redor do mundo administram os aportes do fundo, sobretudo, em
empresas dos setores farmacêutico e de energia.
Veja on Line
quarta-feira, 8 de maio de 2013
ICMS: Senado amplia benefícios a Estados menos desenvolvidos
08/05/2013
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado conseguiu finalizar a
votação do projeto de resolução que unifica as alíquotas do Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na reunião desta
terça-feira. Há duas semanas, o colegiado votou o texto-base da matéria.
Agora, o projeto segue para o plenário do Senado, com pedido de
urgência na votação.
Uma das
mudanças feitas hoje inclui serviços e comércio no rol de transações
beneficiadas com alíquota de 7% a partir de 2018. O relatório original
previa que apenas produtos industrializados e agropecuários pagariam
essa alíquota, que atualmente é de 12%. A medida vale nas operações
realizadas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e no Espírito
Santo, destinadas às regiões Sul e Sudeste. A mudança beneficia as
regiões menos desenvolvidas do País, que não produzem bens
industrializados.
Nas trocas comerciais feitas no sentido
inverso (a partir de Estados do Sul e Sudeste, excluindo o Espírito
Santo, com destino ao resto do País), o ICMS cobrado será reduzido dos
atuais 7% para 4% a partir de 2016.
O projeto de resolução é
uma das medidas que tenta pôr fim à chamada guerra fiscal entre os
Estados. Com diferentes alíquotas do imposto, Estados "disputam" a
instalação de empresas em seus territórios. Os Estados que adotam
alíquotas maiores tentam atrair mais investimentos e aumentar a
arrecadação de impostos.
O projeto de resolução determina um
cronograma de redução das alíquotas do ICMS, hoje de 7% e 12% dependendo
do Estado, para 4% (com algumas exceções), feita gradualmente a partir
de 1º de janeiro de 2014.
Na compra e venda de gás natural
importado do exterior, a alíquota em vigor será de 12% para todos os
Estados, mas percentuais diferentes serão praticados quando o produto
for nacional. A alíquota de 12% foi mantida para as áreas de livre
comércio e para a Zona Franca de Manaus (exceto para os produtos
importados, que têm regulamentação específica, e para as operações
interestaduais de transporte aéreo de passageiro, carga e mala postal).
A entrada em vigor das novas alíquotas, no entanto, foi condicionada à
criação do Fundo de Compensação das Perdas que os Estados vão ter com a
redução das alíquotas (que depende de um projeto de lei também em
tramitação na CAE), e do Fundo de Desenvolvimento Regional (criado com a
medida provisória 599).
Fonte: Portal Terra Economia.
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