segunda-feira, 11 de novembro de 2013

8 fatores que definem a prosperidade de um país

Ranking de 2013 colocou Noruega em primeiro e Chade em último

Getty Images
Noruega é o país próspero do mundo

Noruega é o país próspero do mundo

São Paulo – Não é o crescimento do PIB que, por si só, definirá o quanto um país está prosperando. Olhar isoladamente para um aumento da renda per capita ou do consumo também não abarca o conceito de prosperidade. É preciso olhar para esses e outros fatores.

Educação e saúde, por exemplo, estão intimamente ligados à prosperidade de um país. Eleições democráticas e garantia dos direitos fundamentais do indivíduo também. 
O Legatum Institute, com essa ideia, divulgou o seu ranking de prosperidade de 2013, analisando os dados de 142 países - contemplando 96% da população mundial.
A Noruega foi considerada a mais próspera pelo quinto ano seguido. Já o Chade, na África, amargou a última posição em 2013.
Oito indicadores foram fundamentais para definir, afinal, o que é prosperidade e qual nação está nesse caminho:
1 – Economia: a política macroeconômica, a satisfação e expectativa com a economia, o crescimento econômico e a eficiência do setor financeiro

2 – Empreendedorismo e oportunidade: o ambiente empresarial do país, a promoção de atividades inovadoras e constantes oportunidades disponíveis

3 – Governança: a presença de um governo eficaz e responsável, eleições justas, participação política dos cidadãos e um Estado de Direito. 

4 – Educação: acesso à educação, sua qualidade e o capital humano disponível 

5 – Saúde: presença de cuidados básicos de saúde, infraestrutura de hospitais e serviços e presença da medicina preventiva 

6 – Proteção e Segurança: o nível de segurança nacional e de segurança pessoal 

7 – Liberdade Individual: a capacidade do país de garantir as liberdades individuais e promover a tolerância 

8 – Capital social: a coesão e engajamento da sociedade e a força das relações familiares e sociais
As promessas para 2020


Segundo o relatório, alguns países merecem atenção, pois devem subir muito no ranking até 2020, já que apresentaram melhoras significativas no estudo de 2013 em relação a 2012.

Nas Américas, se destacam Uruguai e Paraguai. O Uruguai obteve um dos maiores crescimentos do mundo em “Economia”.

Já o Paraguai subiu 21 posições em “Economia”, ultrapassando o Brasil pela primeira vez no ranking, ficando com o segundo melhor resultado da América Latina nesse quesito, atrás apenas do México.

Outros países que devem prosperar até 2020 são Senegal, Eslováquia, Líbano, Indonésia e Cazaquistão

Pedidos de falência e recuperação judicial crescem


Pedidos de falência no mês passado somaram 181 ante 156 em setembro e 152 no mesmo mês de 2012

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Placa de fechado, falência

Falência: dos 181 pedidos de falência efetuados em outubro, 94 foram feitos por micro e pequenas empresas, 39 por médias e 48 por grandes

São Paulo - O número de pedidos de falência e recuperação judicial de empresas no Brasil cresceu em outubro ante setembro e contra o mesmo período de 2012, informou a Serasa Experian nesta segunda-feira.

Segundo a empresa de análise de informações de crédito, os pedidos de falência no mês passado somaram 181 ante 156 em setembro e 152 no mesmo mês de 2012. Já os requerimentos de recuperação judicial subiram de 75 em setembro para 104 no mês passado. Em outubro do ano passado, estes pedidos envolveram 49 empresas.

"A continuidade da elevação das taxas de juros tem aumentado o custo financeiro das empresas, colocando-as em maiores dificuldades, em um ambiente de baixo crescimento econômico", afirmaram economistas da Serasa Experian em comunicado à imprensa.

Dos 181 pedidos de falência efetuados em outubro, 94 foram feitos por micro e pequenas empresas, 39 por médias e 48 por grandes, segundo a companhia.

Entre os pedidos de recuperação judicial de outubro está o da petrolífera OGX, do empresário Eike Batista. A companhia fez o pedido em 30 de outubro, no maior processo do tipo da história corporativa da América Latina.

Já a empresa de construção naval do grupo do empresário, OSX, aprovou na sexta-feira a realização de pedido de recuperação judicial, pressionada por dívida de mais de 5 bilhões de reais.

Satisfação com líder engaja mais do que salário, diz estudo

Pesquisa também aponta que, no Brasil, homens são mais engajados do que mulheres. Setor com mais comprometidos no país é o de transportes e armazenamento


Dreamstime
homem pulando feliz
Homem feliz: no Brasil, apenas 40% dos entrevistados se consideram totalmente engajados em seus empregos

São Paulo - Estar satisfeito com a liderança é mais importante do que receber um salário elevado para os funcionários se sentirem engajados. É o que aponta uma pesquisa realizada pela MSW Research, a pedido da Dale Carnegie Training. O estudo, divulgado nesta semana, foi conduzido entre outubro de 2012 e fevereiro deste ano e ouviu 439 brasileiros, que correspondem a 14,4% do total de 3 mil pesquisados no mundo todo.  

Por aqui, apenas 40% dos entrevistados disseram estar totalmente engajados em seus empregos. A fatia está acima do número encontrado no mundo todo (37%), mas abaixo da América Latina(45%). No Brasil, outros 47% se dizem parcialmente engajados e 13% desengajados.

Como seria natural imaginar, no Brasil, o nível de engajamento cresce conforme os salários aumentam. Dos funcionários que recebem menos do que 24.999 dólares ao ano, 15% se definem como desengajados, 51% parcialmente engajados e 35% totalmente engajados, por exemplo. Já para os que têm remuneração anual acima dos 200 mil dólares, o número de totalmente comprometidos sobe para 83%, o de parcialmente engajados cai para 17% e não há descomprometidos.

Apesar disso, entre os trabalhadores engajados, 64% afirmam que o dinheiro não é o principal incentivo para permanecerem na vaga e apenas um quarto deles consideraria trocar de emprego ainda que houvesse 20% de aumento na nova função. Já entre os desengajados, metade deixaria o emprego caso recebesse uma oferta de 5% a mais na remuneração. 

Na mesma linha, no geral, 65% dos entrevistados disseram que se identificar com os valores da empresa e se sentir valorizado é mais importante do que o salário. 

Um ponto curioso apontado pelo estudo é que a satisfação com superiores diretos está diretamente relacionada com o engajamento dos funcionários. Entre os muito insatisfeitos com seus chefes (que são 7% do total), apenas 3% se dizem muito engajados. Já 55% dos que estão muitos satifeitos com sua liderança (33% do total) se dizem muito comprometidos com suas funções. 

A lógica é a mesma em relação à liderança sênior: só 2% dos funcionários que estão muito descontentes em relação aos diretores da empresa (que são 10% do total) se dizem muito engajados, enquanto entre os que se dizem muito satisfeitos (25% do total), 62% se consideram muito engajados.  

Os resultados da pesquisa também comprovam que a satisfação com o emprego influencia no engajamento dos trabalhadores: 35% dos muito insatisfeitos também se dizem muito engajados, mas nenhum dos muito insatisfeitos respondeu o mesmo.


Homens mais engajados


O descomprometimento é maior entre as mulheres no país. Enquanto 42% dos funcionários homens disseram estar totalmente envolvidos com o trabalho, apenas 35% das respondentes do sexo feminino disseram o mesmo. Entre os que se consideeram desengajados, 16% são mulheres e 12% são homens.

Por setor, os profissionais brasileiros mais comprometidos são os que trabalham com transporte e armazenamento, com 60% no nível totalmente engajados e apenas 7% desengajados. Já os trabalhadores menos interessados são os que servem ao governo local, com 54% de desengajados e apenas 23% de totalmente engajados. 

MP vai apurar contrato da Odebrecht com Petrobras

O contrato de prestação de serviços de US$ 825 milhões da estatal com a Odebrecht está sendo investigado por suspeita de superfaturamento

Sabrina Valle, do
EXAME/Arquivo
Refinaria da Petrobras no Rio Grande do Norte
Refinaria da Petrobras no Rio Grande do Norte: o contrato com a Odebrecht foi reduzido quase à metade neste ano, depois da auditoria que considerou a contratação equivocada

Rio - O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MP/TCU) quer ouvir diretores executivos da Petrobras que autorizaram, em 2010, o contrato de prestação de serviços de US$ 825 milhões da estatal com a Odebrecht. O acordo está sendo investigado por suspeita de superfaturamento.

Relatórios de auditoria interna da petroleira obtidos pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, mostram que a documentação do contrato, ainda em vigor, “foi exaustivamente analisada nos gabinetes dos diretores”. 

O procurador Marinus Marsico encaminhou representação ao Ministério Público Federal do Rio recomendando que os executivos sejam ouvidos. “(As investigações) podem ensejar ilícitos de ordem penal e também levar a ação de improbidade”, disse.

O contrato sob suspeita foi assinado em outubro de 2010 para prestação de serviços em dez países. Incluiu 8.800 itens, mais da metade deles com indícios de irregularidades, como previsão de aluguel de três máquinas fotocopiadoras por US$ 7,2 milhões, de aluguel de um terreno próprio e de salário mensal de R$ 22 mil mensais a pedreiros nos Estados Unidos.

Auditoria interna iniciada em 2011 na Petrobras detectou sobrepreços que chegaram a até 1.654% em relação à média de preços cobrada em cada um dos países. Consultoria externa contratada pela Petrobras também chegou à conclusão de que 80% dos projetos não tinham detalhamento suficiente para serem executados.

O contrato com a Odebrecht foi reduzido quase à metade neste ano, depois da auditoria que considerou a contratação equivocada e recomendou a revisão. O corte foi de pelo menos US$ 344 milhões, para US$ 481 milhões.


Presidente


Ao anunciar o corte ao conselho de administração no início deste ano, a presidente Graça Foster, também estava disposta a reduzir ainda mais o contrato. Segundo fontes que acompanharam o processo, ela estava disposta a repassar a empresas locais serviços somando cerca de US$ 80 milhões, caso elas tivessem preços mais baixos que os da Odebrecht. A Petrobras não comentou se houve mais redução nos últimos meses.

O acordo foi fechado pela diretoria Internacional da empresa. Hoje, a área está sob responsabilidade de Graça Foster, que acumula funções. O contrato expira em fevereiro de 2014.

A Odebrecht nega qualquer irregularidade nos contratos firmados com a Petrobras, “conquistados legitimamente por meio de concorrências públicas”. A empresa declara que não foi envolvida e desconhece o questionamento da auditoria da Petrobras em relação ao contrato PAC SMS. “

O valor contratado foi diretamente afetado pela redução de escopo do contrato decorrente do plano de desinvestimentos da Petrobras.” 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um blefe bilionário de Eike Batista na OGX


Os bastidores de uma promessa não cumprida de Eike Batista revelam o caos da petroleira que acaba de ir à lona

FERNANDO CAVALCANTI
Eike Batista durante a oferta pública inicial de ações da petrolífera OGX, na Bovespa, em 2008

Eike, na Bovespa: a OGX pediu recuperação judicial no fim de outubro

São Paulo - Nas poucas vezes em que se propôs a comentar sua derrocada, o empresário Eike Batista se manteve firme num ponto: ninguém acreditou em seu projeto mais do que ele próprio. As coisas deram errado, segundo sua lógica, por questões que estavam fora de sua alçada, como a crise internacional ou a imprevisibilidade dos poços de petróleo.

Mas Eike, segue o argumento, sempre acreditou em suas empresas — e esteve disposto a botar dinheiro do próprio bolso quando ninguém mais parecia ter coragem. A prova cabal de seu otimismo foi dada no dia 24 de outubro do ano passado, após três meses de queda brusca das ações de sua petroleira, a OGX, na bolsa.

Em meio à desconfiança que abalava o centro de seu império, Eike se comprometeu a investir na OGX até 1 bilhão de dólares do próprio bolso, caso a empresa precisasse, comprando ações a um preço fixo de 6,3 reais. A operação, conhecida no mercado financeiro como put, foi informada à Comissão de Valores Mobiliários por fato relevante.

Mas, um ano depois, a OGX entregou os pontos e entrou com um pedido de recuperação judicial. No caminho, é claro que precisou — e muito — do dinheiro prometido por ­Eike. Mas a OGX não viu um centavo. Tudo, hoje se vê, não passou de um blefe. Que deu no que deu.

A história do blefe de 1 bilhão de dólares é uma das dezenas que marcaram a rocambolesca crise que levou o grupo de Eike à situação atual. Mas a história secreta da promessa não cumprida é carregada de simbolismos — conhecê-la é uma excelente maneira de entender como funcionava, ou não funcionava, o grupo X.

Durante nada menos que oito meses, Eike se esquivou de assinar o contrato que daria validade legal à sua promessa. Ele cedeu apenas em junho, após a pressão de três conselheiros da OGX: os ex-ministros Rodolpho Tourinho Neto (Minas e Energia), Pedro Malan (Fazenda) e Ellen Gracie (Supremo Tribunal Federal).

Ao serem informados de que Eike vinha se negando a assinar a put, Tourinho, Ellen e Malan pediram uma reunião com o empresário. Internamente, Eike chegou a dizer a seus executivos que não assinaria um papel que podia matá-lo. Enviou José Roberto Faveret, diretor jurídico da petroleira na época, para que o representasse na reunião com os conselheiros estrelados. Sem documento, claro.

Foi quando os três decidiram entregar o cargo. Fizeram, no entanto, uma exigência. Queriam ver o contrato da put assinado. Caso contrário, falariam abertamente sobre o assunto. Eike ­assinou o contrato (não que o tenha cumprido, como se verá a seguir). Procurados por EXAME, nenhum dos três ex-ministros respondeu aos pedidos de entrevista. Faveret também não comentou o assunto, assim como a EBX.
Quase no tapa


A discussão em torno da put dá uma ideia do descontrole interno do grupo X. Em maio, houve uma reunião particularmente tensa para debater o assunto. De um lado da mesa, os diretores da petroleira argumentavam que precisavam que o controlador aportasse 100 milhões de dólares para pagar as contas básicas.

Era a única maneira de pagar os fornecedores que finalizavam as instalações da plataforma no campo de Tubarão Martelo, o maior da OGX. A plataforma estava, e está, parada, boiando em alto-mar. Do outro lado, diretores da EBX — a holding de Eike e fonte mais provável dos recursos para o pagamento da put — diziam que o documento não poderia sequer ser assinado.

O que era para ser uma reunião se transformou numa briga ruidosa, em que dois executivos quase saíram no tapa. O mais exaltado era o ex-diretor financeiro Otavio Lazcano, que defendia que Eike não assinasse o documento. Com quase 2 metros de altura, o ex-jogador de vôlei berrou palavrões e colocou o dedo a milímetros do nariz de Roberto Monteiro, então diretor financeiro da OGX.

A turma do deixa -disso interveio, evitando que Monteiro, lutador de jiu-jítsu, revidasse. Tudo aconteceu no 22o andar do elegante edifício Serrador, na região da Cinelândia, no centro do Rio. Entre os presentes estavam ainda Luiz Eduardo Carneiro e José Faveret, da OGX, e Marcelo Horcades e Joel Rennó Júnior, da EBX, todos já fora do grupo. Eike não participou do arranca-rabo.

Enquanto Eike e os executivos de sua petroleira não se decidiam, a situa­ção da empresa só piorava. Ricardo Knoepfelmacher (o Ricardo K), da gestora de private equity Angra Partners, chegou em agosto para reorganizar o grupo. Ele deixou claro várias vezes que os diretores da OGX não deveriam exercer a put. Mas a situação da empresa foi se deteriorando, e a pressão sobre os diretores, aumentando.

Cabia apenas a eles, afinal, dizer se a empresa precisava ou não do dinheiro do controlador. Se não o fizessem, poderiam ser processados por acionistas — acusados de não cumprir seu dever de proteger os interesses da empresa. No dia 6 de setembro, com o caixa da OGX secando, a diretoria enviou um e-mail a Eike dizendo que exigia o pagamento de pelo menos 100 milhões de dólares.

O empresário ficou furioso. Passou o dia enfurnado numa reunião com Ricardo K para decidir o que fazer. Ao fim do dia, enviou à CVM um comunicado informando que poderia contestar a validade da put numa corte arbitral. Em 40 dias, havia demitido todos os diretores da petroleira, menos o de operação.

Naquela época, os credores da OGX tinham alguma esperança de que seria possível chegar a um acordo com Eike. Mas as conversas foram para o vinagre. Em setembro, os diretores da OGX negociavam com os principais credores, donos de 3,6 bilhões dólares em títulos da empresa.

Segundo o executivo de um grande fundo de investimento com sede em Nova York, as negociações estavam bem encaminhadas. Os credores estavam dispostos a aceitar um desconto de 2,6 bilhões de dólares nos 3,6 bilhões. Em troca, ficariam com 95% da empresa. Eike continuaria dono dos outros 5%.

Eles também exigiam que a OSX, empresa de construção e afretamento naval do grupo de Eike, reduzisse de 2,5 bilhões para 1 bilhão de dólares a dívida cobrada da OGX. Mas Ricardo K considerou o acordo ruim para Eike e o convenceu a suspender a negociação e a demitir Roberto Monteiro, seu diretor financeiro, pelo telefone, ainda em Nova York, cortando seu celular e o e-mail corporativo.

Os credores, entre os quais os fundos americanos Blackrock e Pimco, sentiram-se desrespeitados com a demissão de seu interlocutor. Enviaram um e-mail a Eike dizendo que ele estava faltando com respeito às maiores potências financeiras do planeta. Recomendaram também que recontratasse o diretor financeiro demitido. Dito e feito.

Três semanas depois, Monteiro voltaria à mesa com os credores, dessa vez como consultor da OGX. Mas, mais uma vez, Eike mudou de ideia no meio do caminho. Avisou que um novo investidor estava interessado na petroleira e interrompeu as negociações. Dessa vez, o demitido foi Luiz Eduardo Carneiro, presidente da OGX, também enquanto estava em Nova York, por telefone.

O novo investidor não apareceu. Num episódio esdrúxulo, a OGX comunicou ao mercado que negociava com a gestora Vinci e outros interessados — mas a Vinci negou “categoricamente” que estivesse no páreo. Foi o último suspiro das ações da OGX, que chegaram a subir mais de 120% em uma semana. Mas durou pouco.

Em 30 de outubro, a OGX entrou com pedido de recuperação judicial, apenas cinco anos depois de fazer o maior IPO do país. Caso seja aceito pelos juízes que avaliarão o caso, a OGX protagonizará também a recuperação judicial mais complexa da história do país. Até o fechamento desta edição (em 5 de novembro), a Justiça não havia julgado o pedido.

8 ações com potencial, mas subestimadas pelos investidores

Conheça as empresas preferidas dos gestores de fundos que escolhem ações descontadas, mas com grande potencial de crescimento

Adriano Machado/Bloomberg
Pizzas da Sadia, da BRF Brasil Foods

Pizzas da Sadia, da BRF: empresa ainda não atingiu seu potencial após fusão, diz gestora

São Paulo – No último Fórum Value Investing Brasil, realizado na semana passada em São Paulo, alguns gestores apontaram as suas ações preferidas com base na estratégia de investimento de valor ou value investing. Trata-se de empresas com ações descontadas, penalizadas exageradamente pelo mercado, mas que possuem bons fundamentos e potencial de crescimento de longo prazo que nem todo mundo ainda é capaz de ver.

Os gestores de fundos que seguem estratégias de valor estudam a fundo as empresas em que investem, compram fatias consideráveis das companhias e costumam ser ativos nas decisões de seus conselhos. Em função disso, torna-se muito difícil para o pequeno investidor pessoa física replicar suas estratégias.

Primeiro porque pode faltar tempo ou conhecimento para um estudo tão aprofundado das ações; segundo, devido à falta de poder de influenciar as decisões da empresa; e terceiro porque fica difícil saber quando o fundo vai sair do negócio e realizar seus lucros – o que pode ser especialmente problemático no caso de empresas de baixo valor de mercado e pouca liquidez.

Foi o caso das escolhas das ações top picks dos gestores convidados pelo Value Investing Brasil em outros anos – small caps pouco conhecidas e de baixa liquidez. Neste ano, porém, os convidados fizeram considerações interessantes sobre empresas um pouco mais óbvias, como Eztec, Coelce e Kroton.

Veja nas páginas a seguir as oito ações preferidas dos fundos de ações de quatro gestoras que seguem estratégias de valor - Edge Investimentos, M Square Investimentos, Apex Capital e Rio Bravo Investimentos – e entenda por que elas acham que essas empresas têm um potencial “escondido”.

domingo, 10 de novembro de 2013

Cachaça de gala


Para lançar a Yaguara, seus donos reuniram um time de especialistas renomados e fizeram parcerias com points da gastronomia mundial

Por Bruna BORELLI

Cachaça, limão, açúcar e muito gelo... Quem consegue resistir a uma caipirinha bem-feita? Criada no início do século 20, a mistura é a cara do Brasil e, na última década, virou sensação nos bares e restaurantes do mundo inteiro. Não é nenhuma novidade que os estrangeiros adoram tudo o que vem daqui – inclusive os brasileiros. Foi pensando nisso que três jovens empreendedores, os irmãos paulistas Thyrso e Thiago Camargo e o britânico Hamilton Lowe, se uniram a investidores privados para lançar a cachaça Yaguara. A bebida, produzida em Ivoti (RS), envelhecida em barris de carvalho, com 41,45º graus de teor alcoólico, já está à venda (R$ 90 a garrafa) no País desde o fim de outubro e deve chegar ao mercado internacional no início do ano que vem, de acordo com os sócios. 
 
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Destilado de luxo: a cachaça estará presente em restaurantes e hotéis de alto padrão,
como o paulista D.O.M. e o Copacabana Palace, no Rio de Janeiro
 
Com o lançamento da Yaguara, os irmãos Thyrso e Thiago transformaram em negócio uma tradição familiar iniciada pelo avô Serafim Meneghel, que produzia uma cachaça artesanal em Cambará (PR). O trio, cujos componentes ainda estão na categoria sub 30, recrutou para ajudá-los na empreitada um time de profissionais de renome, como Erwin Weimann, master blender brasileiro responsável pela curadoria da bebida, Brian Clarke, principal artesão do vidro no mundo, que projetou a garrafa, e sir Frank Lowe, publicitário premiado no Reino Unido e pai de Hamilton, para o conselho da Yaguara. Tudo para lapidar o produto e satisfazer consumidores no Exterior. 
 
Entre as parcerias internacionais estão os bares PDT e Dead Rabbit, de Nova York, o Experimental Cocktail Club, em Londres, o Candela Paris, na capital francesa, e o Bar Tram, em Tóquio. Por aqui, também há aliados de peso, como os restaurantes paulistanos Brasserie des Arts, D.O.M., Dalva e Dito (os dois últimos do chef Alex Atala) e os hotéis Copacabana Palace e Fasano, no Rio de Janeiro. A expectativa é comercializar 100 mil caixas de nove litros cada uma em até cinco anos. “Queremos estar nas metrópoles e nos estabelecimentos onde estão os formadores de opinião”, afirma Hamilton Lowe, que herdou do pai, que já gerenciou as contas mundiais de Heineken, Stella Artois, Mercedes e Reebok, o olhar aguçado para o marketing. 
 
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Do Brasil para o mundo: Thyrso Camargo Neto (à esq.), Hamilton Lowe, Thiago Camargo e o avô
Serafim Meneghel planejam comercializar 100 mil caixas de nove litros da bebida em cinco anos
 
Quem entende do assunto sabe do potencial que a cachaça tem de se transformar em algo mais sofisticado. O barman do badalado bar paulistano Número, Derivan de Souza, conta que hoje a bebida é vista como algo sofisticado, com a possibilidade de ser usada em drinques clássicos ou em novas misturas. “Isso faz com que a recepção da bebida pelos consumidores cresça cada vez mais”, diz. “A cada cinco coquetéis que sirvo, dois são feitos com cachaça”, afirma o italiano Fabio La Pietra, bartender chefe do paulistano SubAstor.