Para lançar a Yaguara, seus donos reuniram um time de especialistas renomados e fizeram parcerias com points da gastronomia mundial
Por Bruna BORELLI
Cachaça, limão, açúcar e muito gelo... Quem consegue resistir a
uma caipirinha bem-feita? Criada no início do século 20, a mistura é a
cara do Brasil e, na última década, virou sensação nos bares e
restaurantes do mundo inteiro. Não é nenhuma novidade que os
estrangeiros adoram tudo o que vem daqui – inclusive os brasileiros. Foi
pensando nisso que três jovens empreendedores, os irmãos paulistas
Thyrso e Thiago Camargo e o britânico Hamilton Lowe, se uniram a
investidores privados para lançar a cachaça Yaguara. A bebida, produzida
em Ivoti (RS), envelhecida em barris de carvalho, com 41,45º graus de
teor alcoólico, já está à venda (R$ 90 a garrafa) no País desde o fim de
outubro e deve chegar ao mercado internacional no início do ano que
vem, de acordo com os sócios.
Destilado de luxo: a cachaça estará presente em restaurantes e hotéis de alto padrão,
como o paulista D.O.M. e o Copacabana Palace, no Rio de Janeiro
Com o lançamento da Yaguara, os irmãos Thyrso e Thiago
transformaram em negócio uma tradição familiar iniciada pelo avô Serafim
Meneghel, que produzia uma cachaça artesanal em Cambará (PR). O trio,
cujos componentes ainda estão na categoria sub 30, recrutou para
ajudá-los na empreitada um time de profissionais de renome, como Erwin
Weimann, master blender brasileiro responsável pela curadoria da bebida,
Brian Clarke, principal artesão do vidro no mundo, que projetou a
garrafa, e sir Frank Lowe, publicitário premiado no Reino Unido e pai de
Hamilton, para o conselho da Yaguara. Tudo para lapidar o produto e
satisfazer consumidores no Exterior.
Entre as parcerias internacionais estão os bares PDT e Dead
Rabbit, de Nova York, o Experimental Cocktail Club, em Londres, o
Candela Paris, na capital francesa, e o Bar Tram, em Tóquio.
Por aqui, também há aliados de peso, como os restaurantes paulistanos
Brasserie des Arts, D.O.M., Dalva e Dito (os dois últimos do chef Alex
Atala) e os hotéis Copacabana Palace e Fasano, no Rio de Janeiro. A
expectativa é comercializar 100 mil caixas de nove litros cada uma em
até cinco anos. “Queremos estar nas metrópoles e nos estabelecimentos
onde estão os formadores de opinião”, afirma Hamilton Lowe, que herdou
do pai, que já gerenciou as contas mundiais de Heineken, Stella Artois,
Mercedes e Reebok, o olhar aguçado para o marketing.
Do Brasil para o mundo: Thyrso Camargo Neto (à esq.), Hamilton Lowe, Thiago Camargo e o avô
Serafim Meneghel planejam comercializar 100 mil caixas de nove litros da bebida em cinco anos
Quem entende do assunto sabe do potencial que a cachaça tem de se
transformar em algo mais sofisticado. O barman do badalado bar
paulistano Número, Derivan de Souza, conta que hoje a bebida é vista
como algo sofisticado, com a possibilidade de ser usada em drinques
clássicos ou em novas misturas. “Isso faz com que a recepção da bebida
pelos consumidores cresça cada vez mais”, diz. “A cada cinco coquetéis
que sirvo, dois são feitos com cachaça”, afirma o italiano Fabio La
Pietra, bartender chefe do paulistano SubAstor.
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