segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A legislação tributária feita às pressas e o custo Brasil


Caricatura: Raul Haidar - Colunista [Spacca]

A administração fiscal de nosso país em todos os níveis já está a merecer estudos especializados da psiquiatria. Esta é a conclusão a que podemos chegar quando examinamos a legislação que nos é imposta, feita por pessoas de notórios comportamentos anormais, incapazes de raciocinar e agir com um mínimo de lucidez.

Aprendemos na escola que a lei é a vontade do povo e como tal deve ser cumprida. Quando ela tem algum defeito, deve ser questionada no Judiciário, que tem a última palavra sobre o caso, cuja decisão definitiva há de ser aceita.

Mas tudo indica que estamos nos tornando vítimas de um sorrateiro movimento para colocar por terra todos os ensinamentos jurídicos até aqui tidos como válidos.

A nossa Constituição parece que já não vale grande coisa. Em seu artigo 62 criou essa figura curiosa da MP, já transformada em decreto-lei pelas mesmas pessoas que colocaram suas vidas em risco lutando contra a ditadura mas que, alcançando o poder, querem ser ditadores em plena democracia.

O dispositivo do artigo 62 é claro: admite-se a MP em caso de relevância e urgência. Todavia, cada vez mais esse segundo quesito é ignorado, transformando a norma baixada pelo Executivo num verdadeiro decreto-lei. Afinal, o Executivo, com sua máquina de distribuir dinheiro, com seus mecanismos espúrios de nomear vagabundos e conceder tantas outras benesses aos parlamentares venais, faz o que bem entende.

Um exemplo recente dessa balburdia é a MP 577, que deveria cuidar da questão da energia elétrica. O quesito urgência só apareceu para criar uma suposta agenda positiva ao partido no poder, pois o assunto mereceria maior debate.

O pior de tudo é que foram incluídos diversos assuntos na MP, que acabou se transformando na lei 12.767/2012, que foi muito além do assunto original a que se destinava a MP e que justificaria sua urgência. Veja-se a ementa original da MP, que era composta de apenas 20 artigos:

“Dispõe sobre a extinção das concessões de serviço público de energia elétrica e a prestação temporária do serviço, sobre a intervenção para adequação do serviço público de energia elétrica, e dá outras providências.”

Ao ser convertida na Lei 12.767/2012, ela foi aumentada para 30 artigos, tratando de inúmeros outros assuntos que nada têm a ver com energia elétrica, como isenção de IPI, importações etc., e chegando a mudar a lei de protestos, para incluir parágrafo que tanto transtorno tem causado aos contribuintes brasileiros, e que aqui transcrevemos:

Art. 25.  A Lei no 9.492, de 10 de setembro de 1997, passa a vigorar com as seguintes alterações:
Art. 1º  ......................................................................
Parágrafo único. Incluem-se entre os títulos sujeitos a protesto as certidões de dívida ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas autarquias e fundações públicas.
Os mágicos do Planalto que tiraram esse carcará da cartola esqueceram-se que nenhuma lei pode ser feita como se fosse uma salada de frutas.

Cada lei só tem valor se obedecer à norma que lhe é hierarquicamente superior. Tal hierarquia vem explícita no artigo 59 da CF, que coloca a LC logo após as emendas constitucionais e acima das lei ordinárias. Assim, está bem claro que a lei complementar prevalece sobre a ordinária.

Pois bem. A Lei Complementar 95 de 26 de fevereiro de 1998 é muito clara em seu artigo 7° ao ordenar que:
Art. 7º O primeiro artigo do texto indicará o objeto da lei e o respectivo âmbito de aplicação, observados os seguintes princípios:
I - excetuadas as codificações, cada lei tratará de um único objeto;
II - a lei não conterá matéria estranha a seu objeto ou a este não vinculada por afinidade, pertinência ou conexão; (…)
Outra forma de desprezo à lei é que no mesmo texto da LC 95 consta nos artigos 13 a 16 obrigação de que a legislação federal seja anualmente consolidada, o que não se faz até hoje, já 15 anos depois da aprovação daquele texto.

Ainda que se admita possa a lei no caso alterar a anterior, vê-se que a matéria de protesto não tem a urgência que autorizaria a MP. O Executivo, com a cumplicidade do Legislativo, mais uma vez frauda as normas constitucionais em prejuízo do contribuinte.

A sanha arrecadatória dos fiscos e também das autarquias (já há notícias de que conselhos profissionais estão protestando anuidades não pagas) beneficia-se de um mecanismo que inviabiliza a defesa do sujeito passivo, transformando-o em refém de sistema injusto. Divida pública, como já comentamos anteriormente, não precisa de protesto para ser cobrada judicialmente. O protesto serve apenas para duas coisas neste caso: constranger o contribuinte e dar lucros para cartórios.

Embora a ilegalidade seja evidente, o recurso ao Judiciário não é eficaz, seja pelo custo, seja pela morosidade ou mesmo pena incerteza no atendimento do pedido. Têm se tornado comuns decisões judiciais contendo equívocos de interpretação tão grosseiros que se chega a ter dúvidas de que seja o magistrado titular da senha que serviu para a assinatura eletrônica o autor do texto.

A combinação entre legislação feita às pressas e decisões judiciais demoradas não faz bem a ninguém.
Mais recentemente surgiu a MP 627 do dia 11 deste mês, que é a 25ª MP deste ano. No ano passado, o número foi de 44 MPs, média bem parecida com a do governo anterior. Isso revela algumas coisas. A primeira, que quase tudo é urgente no país. A segunda, que o Congresso deve estar ocupado com alguma outra coisa que não seja a de legislar, supostamente a sua finalidade primeira.

Essa forma de fazer leis não costuma dar certo. Tanto assim que já é rotina que uma lei qualquer nem chegou a ser estudada pela sociedade e já sofreu muitas mudanças. Sofremos todos os brasileiros com isso, pois cria-se uma confusão muito grande na interpretação das regras, a ponto disso se tornar preocupação capaz de afastar investidores. A insegurança jurídica é, sem dúvida, um dos itens que compõem de forma muito expressiva o chamado custo Brasil. Já está na hora de tentar mudar esse quadro.

domingo, 17 de novembro de 2013

Editorial: A indústria se mexe


A Confederação Nacional da Indústria (CNI) quer reabrir as negociações de um acordo de livre-comércio com os Estados Unidos, informou esta Folha

Uma das mais relevantes associações do setor da economia mais afeito ao protecionismo volta a sugerir que o Brasil descongele as tratativas com os EUA, em hibernação há quase dez anos, desde o colapso da negociação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas).

Volta a defender, ressalte-se, pois em 2007 a CNI procurava relançar o debate da abertura comercial. A crise de 2008, a decorrente baixa do comércio mundial, as irrupções de protecionismo e a grande valorização do real tornaram inviável a rediscussão de acordos. 

A ojeriza dos governos petistas ao livre-comércio, sua preferência por acordos politizados pela noção "Sul-Sul" e a paralisia das negociações multilaterais, na Organização Mundial do Comércio (OMC), acabaram por praticamente suprimir do debate público brasileiro a questão comercial. 

No entanto, mesmo nesses anos hostis à abertura de mercados, progrediram as negociações bilaterais.
Grandes empresas transnacionais continuaram a distribuir suas unidades produtivas baseadas em ponderações de custos, garantias legais e fluxo de capitais. Tais condições, porém, tornam-se mais ou menos favoráveis a depender das adesões a acordos bilaterais. 

EUA, Europa e países do Sudeste Asiático relegaram a um plano inferior as discussões da Rodada Doha, as negociações iniciadas em 2001 no âmbito da OMC. 

Não foi apenas reação à paralisia nas conversações. As economias mais produtivas pretendem desviar o comércio do restante do mundo para seus blocos. Mais que ampliar o volume de trocas, trata-se de barrar o acesso de terceiros países, em geral menos eficientes, que vão perdendo lugar nas cadeias multinacionais de produção. 

Até a indústria brasileira percebe a gravidade da situação. A única iniciativa comercial relevante em que está engajado o Brasil é a negociação com a União Europeia, por meio do Mercosul. Mas o acordo é emperrado pelo governo argentino, ainda mais obtuso que o do Brasil em matéria de promoção de eficiência e de realismo na política econômica internacional. 

Em resposta às movimentações da CNI, o governo brasileiro diz que "o assunto não está em discussão". Seria mais cabível dizer que não dispõe de política comercial digna de nome, assim como não tem planos razoáveis de médio e longo prazo nas áreas fiscal, monetária e de desenvolvimento. 

Os industriais perceberam que é de seu interesse tentar influenciar a integração econômica, sem o que o Brasil terminará escanteado dos setores mais avançados da economia mundial. 

Talvez seja demais esperar que o governo brasileiro também leve um choque de realidade.

Perigo: é muito fácil fazer arma 3D


por Antonio Carlos Prado e Elaine Ortiz

Os avanços tecnológicos são sempre bem-vindos. E foi com entusiasmo que o advento da impressora 3D foi acolhido. Agora, no entanto, seu uso já se tornou uma preocupação na Europa e nos EUA: tem gente produzindo pistolas em uma impressora 3D e nos testes as balas de 9mm se mostraram letais. 

Custo da experiência: US$ 1,3 mil com a impressora comprada pela internet mais US$ 68 gastos com o material da arma. Tempo de produção: 30 horas. Nos EUA, o projeto de uma pistola feito por um estudante alarmou a polícia: as instruções para a fabricação receberam 100 acessos.  

12 notícias de marketing que você talvez não tenha visto


As perguntas cabeludas para o McDonald's, os times com as marcas mais valiosas e o abandono da Abercrombie pelos adolescentes estão entre os destaques da semana

Reprodução
Foto de sanduíches do McDonald's
McDonald's: marca explica por que sanduíche de propagandas é diferente do que é vendido nas lojas.
 
McDonald's.  “Por que o lanche da foto é diferente do que eu recebo?,  'Muitos falam que a carne é feita de minhoca. Isso é verdade?”. Confira essa e outras perguntas cabeludas respondidas pelo McDonald's através de uma plataforma de perguntas e respostas criadas pelo restaurante na internet.

Times. O Bayern de Munique é o campeão no ranking anual dos clubes com marcas mais valiosas do mundo, da consultoria Brand Finance. O Brasil aparece pela primeira vez na 19ª posição, com o Corinthians, cuja marca foi avaliada em 103 milhões de dólares. Confira a lista completa.

Duelos. Relembre 20 guerras publicitárias que acabaram no Conar. Conselho de autorregulamentação foi mediador de duelos históricos e avaliou a ira entre marcas concorrentes, como o caso da disputa de Zeca Pagodinho entre a Brahma e a Nova Schin.

"Mulheres". O gerente de uma concessionária da Ducati nos Estados Unidos resolveu contrariar a lógica da propagandas de moto num ensaio. Os modelos? Os vendedores da loja utilizando trajes femininos.

Comportamento. Os adolescentes estão trocando a Abercrombie por marcas novas. Segundo a pesquisa, nova geração é mais pobre, rejeita os logos e socializa mais na internet do que no shopping. 

Gafe. O JPMorgan se enrolou e passou vexame numa ação de marketing no Twitter. Banco bem que tentou criar um fórum online na rede social, mas os trolls não deixaram e ação foi cancelada horas depois. 

Toddy. As personalidades da internet Maurício Cid, PC Siqueira, Daniel Furlan, Juliano Enrico, João Mota e Otávio Albuquerque são os garotos-propaganda da nova campanha da marca de achocolatados Toddy, da fabricante PepsiCo. 

Vídeo. A Volvo Caminhões ataca novamente. Depois de atingir 30 milhões de views no YouTube com vídeos completamente insanos, a marca mostra o astro belga Jean-Claude Van Damme realizando sua abertura "espacate" entre dois caminhões da montadora. 

Futebol. O Corinthians renovou nesta quinta-feira o contrato com a Fisk, centro de ensino que expõe sua marca nas mangas da camisa do time - a parte nobre do uniforme, no peito, é da Caixa Econômica Federal. 

WeChat. O aplicativo de comunicação social WeChat fechou contrato com o jogador de futebol brasileiro, Neymar Jr., que junta-se ao time de estrelas da música, artistas, ícones da moda e VIPs do WeChat, para compartilhar suas experiências com fãs e seguidores. 

Absolut. A marca de vodka Absolut anunciou o lançamento da ação Open Film Project, que convida os consumidores a produzirem um curta-metragem colaborativo através do Facebook, Twitter, Vine e Instagram.

HBO. A HBO mostra que não precisamos deixar as estórias e imaginação para trás quando crescemos. Elas podem nos acompanhar, independente de onde e quando.

Designers e artistas serão os líderes da inovação


Professor diz que esses profissionais vão mudar o mundo dos negócios
 
GABRIELA BAZZO DE SÃO PAULO

"A arte e o design estão preparados para transformar a economia do século 21 tanto quanto a ciência e a tecnologia o fizeram no século passado". A visão é de John Maeda, 46, presidente da Escola de Design de Rhode Island (EUA) e considerado pela revista "Esquire" como uma das 75 pessoas mais influentes deste século.
Segundo ele, "artistas e designers serão os líderes da inovação".
Para Maeda, que já foi professor do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), o mundo pede hoje líderes criativos, que não temam o "fracasso produtivo", que tenham visão e que assumam riscos. Eles devem ter a capacidade de achatar os modelos organizacionais, manejando as empresas de forma menos vertical.

Leia trechos da entrevista do especialista à Folha

Folha - Quais são as características ideais de um líder?

John Maeda - Na economia global contemporânea, as únicas constantes que os líderes encaram são a volatilidade e a complexidade. A perspectiva natural de artistas e designers -que se desenvolvem na ambiguidade - se tornou vital para os líderes. O novo tipo de liderança hoje em dia é a criativa.

Eu acredito que a liderança criativa é o que precisamos buscar atualmente. As características mais importantes desse tipo de modelo são: liderar pela inspiração, não pelo medo, pela criação de redes de contato, e não pela hierarquia, e pela experimentação e pela iteração, em vez da finalização. 

Qual a importância de combinar técnica e sensibilidade? Como isso impacta grandes empresas?

Artistas e designers, em parceria com aqueles que desenvolvem soluções técnicas e científicas, são os únicos que podem responder questões profundas, humanizar o problema e criar respostas compatíveis com nossos valores. E é isso que irá nos mover para a frente. Mais do que nunca, nós precisamos de uma conexão com o consumidor como ser humano. Isso começa quando fundimos esse processo com a arte, o design e o pensamento crítico. O sucesso de empresas como o AirBnb (site para aluguel de hospedagens) evidencia como uma experiência bem desenhada é o que faz o sucesso de uma companhia nos dias de hoje. 

Quais são os exemplos de benefícios gerados pela integração da ciência e das artes no mercado?

Os artistas e os cientistas tendem a encarar os problemas com mente aberta e inquietude. E ambos não temem o desconhecido, preferindo dar saltos, em vez de passos consecutivos. Eles se tornam parceiros naturais. Com esse pensamento complementar, há um grande potencial quando eles colaboram de forma contrabalançada, gerando resultados inesperados, que podem ser muito mais valiosos do que quando esses profissionais trabalham separados.

Alguns dos novos e mais poderosos produtos no mercado americano vêm da combinação entre design e tecnologia. A arte e o design são responsáveis por realmente promover inovação e, portanto, negócios de sucesso no século 21.

Ducati ironiza o uso sexual da mulher na propaganda


Modelos de ensaio são os vendedores da concessionária Motocorsa utilizando trajes parecidos e fazendo as mesmas poses de uma modelo em anúncio

Reprodução
Vendedor ironiza anúncio de moto Ducati
Paródia de anúncio da Ducati: ideia reverteu as críticas com humor e ironia e, de quebra, desbancou o estereótipo das propagandas de motocicleta

São Paulo - O gerente geral da concessionária Motocorsa, em Oregon, nos Estados Unidos, decidiu inicialmente utilizar uma técnica bem comum para promover o lançamento da Ducati 1199 Panigale, disponível no Brasil a partir de R$ 76 mil; usar imagens de uma mulher em poses sensuais ao lado da luxuosa e potente motocicleta.

Arun Sharma disse que conseguiu atingir os objetivos com a iniciativa, mesmo assim, teve gente que reclamou do “excesso de sensualidade” do ensaio promovido pela belíssima modelo Kylie Shea Lewallen. Sharma então resolveu contrariar a lógica e reverter a situação com um ensaio bem-humorado. Os modelos? Os vendedores da loja utilizando trajes parecidos e fazendo as mesmas poses de Kylie nos primeiros anúncios.

A sacada fez efeito de duas maneiras distintas: reverteu as críticas com humor e ironia e, de quebra, desbancou o estereótipo das propagandas de motocicleta, mostrando que o produto é ainda mais importante que os modelos que o promovem.

Confira as fotos do ensaio:

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vídeo :

http://www.youtube.com/watch?v=EjokYRZmLBo#t=0

Salvador está tomada pela violência, afirma NYT


Quem vai a Salvador hoje vê cenas de "distopia", segundo The New York Times. Para jornal, cidade da "beleza eterna", como dizia Jorge Amado, está dominada pela violência

Creative Commons
Ruas do Centro Histórico, no Pelourinho, em Salvador
Pelourinho, em Salvador: região foi revitalizada nas últimas décadas, mas NYT aponta que é comum ver adolescentes fumando crack mesmo durante o dia

São Paulo - Uma reportagem publicada na edição desta segunda-feira do jornal norte-americano The New York Times mostra a cidade de Salvador em seu lado mais abandonado e degradado. Com o título "Cidade brasileira de 'beleza eterna' e em crescimento acelerado enfrenta seu lado sombrio", em tradução livre, a reportagem fala de como, apesar do crescimento econômico invejável, a capital baiana vive dias de violência alarmante. 

"O boom está produzindo um outro resultado: ao invés de celebrar a cidade como seus moradores têm feito há muito tempo - o escritor Jorge Amado a chamou uma vez de lugar descontraído de "beleza eterna" -, muitas pessoas estão cada vez mais revoltadas com sua cidade", escreve o corresponde do jornal no Brasil, Simon Romero. 

A matéria afirma que os novos shoppings centers, as mega-igrejas e os super seguros condomínios fechados coexistem com uma onda de crimes violentos que transformou a cidade na "capital brasileira dos assassinatos".

Para provar seu ponto de vista, o New York Times conta a história de ao menos sete casos de homicídios e estupros ocorridos em Salvador.

Também é destacado o trânsito da cidade, chamado de caótico e violento, além do ressentimento de moradores de ver outrora elegantes bairros a beira-mar se transformarem em distritos de alta criminalidade, com prédios abandonados "melhor descritos como ruínas", diz o texto. 

Até o turismo foi afetado pela decadência da cidade, na visão do jornal. A publicação fala da região do Pelourinho, onde "é comum ver adolescentes em roupas esfarrapadas fumando crack em plena luz do dia", embora haja uma unidade especial da polícia no local para prevenir os turistas de assaltos e agressões.
Apesar deste lado mais escuro, a matéria cita que a oferta cultural de Salvador continua "sublime", o que, segundo o NYT, "é apropriado para uma cidade que levou alguns dos maiores cantores e compositores do Brasil, como Caetano Veloso, e cineastas para a fama".