quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Petrobras cai forte após frustrar o mercado


Estatal pesa sobre o Ibovespa; Fed também influencia o mercado negativamente, após sinalizar que estímulos poderão ser reduzidos em breve

Dado Galdieri/Bloomberg
Plataforma de petróleo da Petrobras na Baia da Guanabara, no Rio de Janeiro
Petrobras: nova metodologia de reajuste automático dos preços dos combustíveis seria discutida na reunião desta sexta-feira

São Paulo – As ações da Petrobras chegaram a se posicionar entre as maiores baixas do Ibovespa no começo do pregão de hoje. A companhia adiou ontem a reunião de seu Conselho de Administração, que estava prevista para ocorrer nesta sexta-feira, para a próxima semana. Além disso, a ata do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) sinalizou que os estímulos à economia americana poderão ser reduzidos em breve.

A reunião do Conselho de Administração da Petrobras discutiria uma nova metodologia de reajuste automático dos preços dos combustíveis, entre outros temas. A ação preferencial (PETR4) caia 2,42% às 10:24 horas, valendo 20,60 reais enquanto a PETR3 caia 2,64%, valendo 19,51 reais. 

O adiamento da reunião foi visto como negativo pela XP Investimentos. Em relatório diário, a corretora lembrou que o Ministério da Fazenda tem resistências ao modelo proposto pela estatal. “Classificamos como negativa essa informação, pois gera maior volatilidade para as ações da Petrobras, além de receios e questionamentos sobre a metodologia de reajuste de preços de combustíveis, demonstrando que não chegaram a um consenso, o que é ruim. Aliado a isso, as ações da Petrobras operam em forte alta no mês”, afirma relatório.

Poucas ações do Ibovespa registravam alta nesta manhã. O índice caía 1,22% às 10:31 horas, a 52.383 pontos. A ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) indicou que os membros do Fed esperam começar a reduzir "nos próximos meses" o programa de compras de 85 bilhões de dólares ao mês em bônus. A ata também mostrou que as taxas de juros de curto prazo devem continuar em níveis baixos por um longo período após o fim do programa.

Na Dafiti, equipe faz rodízio para ter contato com cliente

Programa da empresa permite que todos os funcionários passem pelas áreas de relacionamento direto com o cliente pelo menos uma vez por ano, para não perder o foco

Divulgação
O sócio e cofundador da Dafiti Malte Huffman realiza entrega pelo programa "Dia do Cliente"
O sócio e cofundador da Dafiti Malte Huffmann realiza entrega de produto pelo programa "Dia do Cliente"

São Paulo -  Clientes satisfeitos são a alma do negócio, já dizia o ditado. Para não deixar a sua equipe esquecer que trabalha para os consumidores, a loja online Dafiti decidiu que, pelo uma vez por ano, cada um de seus funcionários terá contato direto com quem compra os seus produtos.

O "Dia do cliente" ocorre uma vez por mês e permite que cada colaborador trabalhe durante um dia nas três áreas da empresa de contato direto com os clientes: a central de relacionamento (REC), o centro de distribuição e as entregas. Dentro de um ano, todos os 1,5 mil funcionários da companhia devem passar pelo programa. 

Até agora, 300 pessoas do time da Dafiti já passaram pelo atendimento aos consumidores (REC), e cem já trabalharam  no centro de distribuição. Em outubro, os próprios sócios participaram da entrega de produtos. A próxima ação do programa será no dia 3 de dezembro. 

Malte Huffmann, sócio e cofundador da companhia, já passou pela central de relacionamento e também acompanhou a transportadora em entregas. "Achei o trabalho da central muito estressate. Porque lá pode chegar de tudo: de cliente que quer elogiar, a alguém que teve algum problema. Essa incerteza é estressante".
 Depois da experiência, ele propôs projetos para preparar melhor os funcionários do setor para o atendimento. "Eram coisas que já estavam sendo tocadas pela diretoria da área, mas outra visão sempre ajuda um pouquinho", conta. 

Segundo ele, o objetivo do projeto é muito claro: "queremos nos tornar a marca e-commerce favorita da América Latina para produtos de moda, por isso o nosso foco é na satisfação do cliente". 

Após o início do programa, em setembro, algumas pequenas melhorias já estão sendo implantadas na empresa. Uma delas é um botão que avisa o cliente quando o produto que ele deseja trocar está disponível no estoque, diretamente na área de troca automática online. O recurso deve estar no ar em janeiro do ano que vem. Por enquanto, a opção só existe no site, mas não no formulário de troca, o que faz com que, muitas vezes os consumidores precisem tratar do assunto com a central de relacionamento. 

Para Huffmann, o contato direto com o cliente também já contribui para o engajamento da equipe, porque deixa claro o foco da Dafiti. "Os primeiros resultados já mostram um melhor alinhamento dos funcionários da empresa. As pessoas querem ser responsáveis pela empresa toda, não só pelas suas funções. Isso a gente não esperava", conta, satisfeito.

A ideia é que o programa se estenda pelos próximos anos. "É uma coisa que tem que continuar. Uma vez a cada ano, todo mundo vai trabalhar com o consumidor", afirma Huffmann. 

Bill Gates pode assumir cargo de CEO da Microsoft por um ano


Segundo Charles Schwab, o fundador poderia retornar para recuperar a cultura da empresa

Sam Mamudi e Diane Brady, da
Getty Images
O fundador da Microsoft, Bill Gates
Bill Gates: apesar da sugestão, Gates não está sendo considerado para substituir Steve Ballmer no cargo, disseram fontes com conhecimento do assunto

Nova York - Bill Gates poderia trabalhar como CEO da Microsoft Corp. durante um ano em um momento em que a empresa de software que ele fundou está procurando um substituto para Steve Ballmer, segundo Charles Schwab.

A maior produtora de softwares do mundo está buscando um novo líder depois que Ballmer disse em agosto que se aposentaria em um ano. A mudança de gestão ocorre em um momento em que a Microsoft adota uma nova estrutura corporativa focada em aparelhos e serviços.

Gates poderia retornar para recuperar a cultura da Microsoft, disse Schwab. Warren Buffett, o bilionário presidente da Berkshire Hathaway Inc. e confidente do presidente da produtora de softwares, descartou a possibilidade de um retorno e Gates não está sendo considerado para o cargo, disseram fontes com conhecimento do assunto.

“Eu acho que seria conveniente que Gates voltasse por pelo menos um ano”, disse Schwab, presidente da Charles Schwab Corp., ontem, na conferência The Year Ahead: 2014, realizada pela Bloomberg LP em Chicago. “Ele é a única pessoa que pode realmente redefinir os aspectos culturais. Caso contrário, a organização vai cuspir qualquer um, entrará qualquer um”.

Gates, que foi CEO da Microsoft até Ballmer assumir o controle em 2000, disse em uma reunião com acionistas em 19 de novembro que ele e outros diretores se reuniram com “um monte de candidatos a CEO”.

O Conselho está buscando enxugar a lista de candidatos a CEO para três a cinco, disse uma fonte com conhecimento do assunto na semana passada. Peter Wootton, porta-voz da Microsoft, não respondeu a um pedido de comentário.


Lista de CEOs


Entre as opções externas para substituir Ballmer estão o CEO da Ford Motor Co., Alan Mulally, e o ex-CEO da Nokia, Stephen Elop, entre outros, disseram fontes com conhecimento da busca. Devido à ideia do Conselho de que o novo CEO terá que liderar mudanças na Microsoft, a escolha final deverá ser por alguém de fora, disse na semana passada uma fonte com conhecimento do assunto.

Os diretores também estão analisando três candidatos internos: o vice-presidente executivo Tony Bates e Satya Nadella, diretor de nuvem e corporativo, além do diretor de operações, Kevin Turner, disseram as fontes.

O Conselho planeja fazer uma escolha final até o mês que vem, disseram três fontes. Gates disse ontem que não daria um prazo para a decisão.

Schwab retornou em 2004 como CEO da empresa que ele fundou após ser chamado de volta pelo Conselho. Embora tenha dito inicialmente que retornaria por um ano, Schwab permaneceu no cargo até 2008.
Retornando


“A única forma de ressuscitarmos a companhia era para mim voltar e romper com algumas coisas que tínhamos na empresa que eram problemas culturais” que precisavam ser mudados e modernizados, disse Schwab. “Quando você constrói uma cultura, só existe mesmo uma pessoa que pode derrubá-la”.

Buffett disse no mês passado que havia chance zero de que Gates retornasse à Microsoft. Buffett, que joga bridge com o colega bilionário e comprometeu a maior parte de sua fortuna com a fundação mantida por Gates e sua esposa, Melinda, disse que o presidente da produtora de software “tem mais que um trabalho em tempo integral na Fundação Gates e obviamente se importa com a Microsoft, mas não voltará”.

Michael Dell retornou como CEO da empresa que leva seu nome em janeiro de 2007 em meio a uma desaceleração do crescimento dos lucros e uma perda de participação no mercado de computadores pessoais.

Dell havia dado as rédeas a Kevin Rollins por três anos antes de expulsá-lo e retomar o posto de CEO. A Dell Inc. se tornou privada no mês passado após ser adquirida por US$ 24,9 bilhões por Michael Dell e a sócia Silver Lake Management LLC.

Pessimismo sobre país é recorde com fantasma de rebaixamento


Segundo pesquisa, apenas 10% dos entrevistados acreditam que o país será capaz de evitar um corte na nota de crédito no próximo ano

Raymond Colitt, da
Marcos Santos/usp imagens
Dinheiro: notas de 50 reais em espiral
Notas de 50 reais em espiral: 51% se dizem pessimistas em relação às políticas de Dilma

Brasília - Os investidores nunca foram tão pessimistas em relação às políticas da presidente Dilma Rousseff, com apenas 10 por cento dos entrevistados pela Pesquisa Global Bloomberg dizendo que o país será capaz de evitar um corte na nota de crédito no próximo ano.

Cinquenta e um se dizem pessimistas em relação às políticas de Dilma, em comparação com 22 por cento quando ela tomou posse em janeiro de 2011, segundo pesquisa feita com 750 analistas, investidores e operadores que são assinantes da Bloomberg.

O segundo maior mercado emergente do mundo oferecerá uma das piores oportunidades ao longo do próximo ano em relação a EUA, o Reino Unido, a União Europeia, o Japão, a Índia, a Rússia e a China, dizem os consultados.

O governo está se esforçando para reativar a economia porque uma inflação acima da meta e a ampliação do déficit orçamentário vão minando a confiança de investidores e consumidores. 

Dilma finalizará seu primeiro mandato no ano que vem com a menor expansão do PIB em quatro anos desde 1990, segundo a última consulta a economistas feita pelo Banco Central. Em junho, a Standard Poor’s colocou a nota de crédito do Brasil em perspectiva negativa, citando o fraco crescimento.

“A confiança nas políticas de Dilma Rousseff diminui por uma série de razões, a principal delas é, talvez, a dramática desaceleração do crescimento do PIB real ao mesmo tempo que a inflação permane elevada”, escreveu o pesquisado James Craske, analista global de ações da Victory Capital Management em Nova York, em um e-mail em resposta a questionamentos.

“Estamos underweight sobre o Brasil no momento e provavelmente permaneceremos assim por algum tempo”.


Contas fiscais


Em 8 de novembro, na semana seguinte àquela em que o Brasil registrou seu pior déficit orçamentário desde 2009, a diretora de gestão da S&P, Regina Nunes, disse que um corte de rating do país poderia ocorrer ainda antes se suas contas fiscais piorassem.

A S&P e o Moody’s Investors Service dão à dívida soberana do Brasil o segundo menor grau de investimento, BBB e Baa2 respectivamente.

O crescimento econômico desacelerou de 7,5 por cento em 2010 para 2,7 por cento em 2011 e para 0,9 por cento no ano passado. O PIB aumentará 2,5 por cento neste ano antes de retroceder para 2,1 por cento em 2014, conforme cerca de cem economistas consultados pelo Banco Central em 14 de novembro.

Petróleo sobe; mercado aguarda pistas de acordo com Irã


Potências mundiais voltaram a negociar com o Irã sobre o programa nuclear de Teerã

Julia Payne e Joshua Franklin, da
Getty Images
Plataforma de petróleo
Plataforma de petróleo: às 11h35, o Brent subia 0,40 dólar, a 108,46 dólares por barril, enquanto os futuros do petróleo norte-americano avançavam 0,34 dólar, a 94,19 dólares

Londres - Os futuros do petróleo Brent subiam para acima de 108 dólares por barril nesta quinta-feira, com o mercado aguardando novos indicativos sobre se um acordo preliminar entre potências mundiais e Irã sobre o programa nuclear de Teerã será atingido ou não nesta semana.

Às 11h35 (horário de Brasília), o Brent subia 0,40 dólar, a 108,46 dólares por barril, enquanto os futuros do petróleo norte-americano avançavam 0,34 dólar, a 94,19 dólares.

Em Genebra, na quarta-feira, potências mundiais voltaram a negociar com o Irã sobre o programa nuclear de Teerã. Os EUA avisaram que vai ser "muito difícil" chegar a um acordo final, enquanto legisladores afirmam que um acordo provisório com medidas de construção de confiança poderia finalmente estar ao alcance.

Qualquer alta nos preços do petróleo, no entanto, tem sido contida por maiores expectativas de que o Banco Central dos Estados Unidos irá diminuir seu programa de estímulo à economia.

Dados sobre a economia do país são amplamente aguardados e serão observados atentamente em busca de pistas sobre a decisão do Fed.

"Chegando no final do ano, há dois assuntos que as pessoas estão observando --a redução das compras de títulos do Fed e as sanções iranianas", disse Olivier Jakob, da consultoria Petromatrix, na Suíça. As duas questões têm potencial para reduzir os preços.

Pessimismo com Brasil é recorde, diz pesquisa da Bloomberg


51% dos analistas, investidores e traders questionados pela Bloomberg estão pessimistas em relação às políticas do governo brasileiro

Antonio Cruz/ABr
Mantega e Dilma
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, com a presidente Dilma Rousseff

São Paulo - Uma pesquisa da Bloomberg com 750 analistas, investidores e traders que assinam os serviços da empresa revelou mau humor com a economia brasileira.

51% estão pessimistas em relação às políticas da presidente Dilma Rousseff, contra 22% que tinham essa posição quando ela assumiu em janeiro de 2011.

43% acreditam que a situação econômica brasileira está se deteriorando e 27% a consideram estável. 20% não sabem dizer e apenas 10% veem melhora.

A pesquisa também perguntou quando o Banco Central terá sucesso em trazer a inflação, que registrou alta de 5,84% nos últimos 12 meses, para o centro da meta, de 4,5%.

22% acham que isso vai acontecer no espaço de 12 ou 18 meses, 26% acreditam que vai demorar dois anos e 23% esperam que isso aconteça em três anos ou mais. 29% não tem ideia.


Downgrade


O déficit primário de setembro, o pior para o mês em mais de dez anos, levou a agência de rating Standard & Poor's a rever para "negativa" a perspectiva da nota da dívida soberana do Brasil, atualmente BBB. 

7% dos entrevistados pela Bloomberg acreditam que a nota brasileira será "certamente" rebaixada nos próximas 12 meses, enquanto 37% acreditam que isso é "provável".

33% acham que o rebaixamento é "possível" e 18% não souberam responder; apenas 10% descartam inteiramente a possibilidade.

Brasil é 37º entre 43 países em competitividade, diz Fiesp


O país avançou uma posição ao aumentar sua nota em 1,1 ponto no ano passado e alcançou 24,1 pontos
Getty Images
Bandeira do Brasil
Bandeira do Brasil: um entrave para a competitividade apontado no estudo é a carga tributária, que correspondeu a 35,3% do PIB

São Paulo - O Brasil subiu da 38ª posição para a 37ª em 2012 no Índice de Competitividade das Nações, elaborando pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O País aumentou sua nota em 1,1 ponto no ano passado e alcançou 24,1 pontos.

Mesmo assim, continua no quadrante de competitividade baixa, do qual também faz parte o México, por exemplo, na 34ª posição, com 29,2 pontos. O ranking avalia anualmente a competitividade em 43 países.

O primeiro lugar do ranking é ocupado pelos Estados Unidos (90,7 pontos), seguido por Suíça (76,3 pontos) e Coreia do Sul (74,9). Fazem parte ainda do grupo de países de competitividade elevada, Cingapura (71,5 pontos), Holanda (71,3) e Hong Kong (69,6).

A Fiesp analisou a competitividade brasileira em comparação também com países responsáveis por 76% da pauta de importações brasileira de bens industrializados: China, Estados Unidos, Alemanha, Argentina, Coreia do Sul, Japão, Itália, México, França, Índia, Reino Unido, Espanha, Chile, Suíça e Canadá.

Entre 2000 e 2012, o Brasil avançou três colocações no ranking. No mesmo período, a Coreia do Sul subiu 11 posições. A China, responsável por 17,3% das importações, avançou oito posições;


Indústria e tributos


A participação da indústria brasileira no PIB foi de 13,3% em 2012. A média dos países de competitividade elevada foi de 16,2%, enquanto a média dos países parceiros foi de 17,6%.

Um entrave para a competitividade apontado no estudo é a carga tributária, que correspondeu a 35,3% do PIB, contra 30,5% nos países de competitividade elevada e 29% no grupo de países parceiros.

O estudo mostra ainda que o efeito final do chamado Custo Brasil e do câmbio gera diferencial de 34,2% sobre o preço no mercado interno entre o produto nacional e o internacional, considerando o grupo de países parceiros.

O estudo aponta que o Brasil investiu 6% do PIB no ensino em 2012, acima da média dos países com competitividade elevada (5,4%) e do grupo dos 15 países parceiros (4,4%).