sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Derrota de bancos não gera risco ao sistema, diz BC


Isaac Ferreira, procurador-geral do Banco Central, afirmou que uma derrota para os bancos não gera riscos de quebra das instituições

Felipe Recondo, do
José Cruz/ABr
O Supremo Tribunal Federal (STF) durante sétima sessão exclusiva para julgamento dos embargos de declaração dos condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão
STF: procurador disse que queda no crédito afetará economia, com redução do emprego e renda. Mas negou que BC esteja levando ao STF argumentos terroristas

Brasília - O procurador-geral do Banco Central, Isaac Sidney Menezes Ferreira, afirmou nesta sexta-feira, 22, que o capital do sistema financeiro cairá em um quarto caso o Supremo Tribunal Federal (STF), na próxima semana, julgue inconstitucionais os planos econômicos das décadas de 1980 e 1990 e garanta aos poupadores os expurgos inflacionários.

"Se o julgamento for favorável às teses dos poupadores, isso vai significar uma perda de R$ 105 bilhões no capital dos bancos, em valores de 2008, e R$ 149 bilhões em valores atualizados, o que representa reduzir um quarto do capital do sistema financeiro nacional com impacto para a concessão de crédito, na medida em que os bancos trabalham alavancadamente, significa uma retração de crédito de R$ 1 trilhão", afirmou o procurador após audiência com ministros do STF.

Isaac Ferreira afirmou que uma derrota para os bancos não gera riscos de quebra das instituições. "O sistema financeiro é saudável, é sólido, é líquido, é capitalizado e provisionado. Não há qualquer preocupação de quebra no sistema financeiro", disse. "Todavia, R$ 100 bilhões não são R$ 100", acrescentou.

O procurador disse que a queda no crédito afetará a economia, com redução do emprego e renda. Mas negou que o BC esteja levando ao STF argumentos terroristas. 

"Não estamos trazendo ao STF nenhuma preocupação de catástrofe ou preocupação de ordem macroeconômica aguda. O que estamos é alertando que, caso os planos sejam julgados inconstitucionais, haverá uma conta a pagar", disse.

Os ministros da Fazenda, Guido Mantega, da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e o procurador-geral do BC reuniram-se na tarde desta sexta com o presidente do STF, Joaquim Barbosa, e com a ministra Rosa Weber. 

Eles ainda teriam audiência com o ministro Ricardo Lewandowski. E nos próximos dias, terão audiências com os ministros Teori Zavascki e Cármen Lúcia. Mantega, Tombini e Adams não quiseram dar entrevista. O julgamento dos planos econômicos está marcado para começar na quarta-feira, 27.

Acabou o combustível para o BTG

POSTO DE COMBUSTÍVEL: BTG mudou de estratégia

Em 2008, quando comprou uma participação na rede de postos de gasolina Aster, o banco BTG Pactual tinha planos ousados. Queria consolidar o setor no país e criar uma marca nacional. Mas, passados cinco anos, tanto o banco quanto o fundador da rede, Carlos Santiago, chegaram à conclusão que a parceria não deu certo.

Os sócios resolveram mudar a estratégia da empresa. Se o plano era crescer, hoje é encolher. A rede chegou a faturar 800 milhões de reais há três anos, e hoje é 25% menor. Aos poucos, os postos menos rentáveis estão sendo vendidos. O objetivo do BTG é deixar o negócio. Santiago ficará com os postos mais lucrativos. Procurados, BTG e Santiago não comentaram.

4 perguntas e respostas que podem pesar para a Vale na Bolsa

Citi corretora reuniu questionamentos sobre um ponto que tem atingido o papel da Vale na Bolsa ultimamente – a cobrança de impostos

Divulgação Vale Canadá
Vale no Canadá

Vale: preço-alvo da Citi corretora para a VALE5 é 37,12 reais

São Paulo – A Citi Corretora atualizou suas premissas relacionadas ao potencial acordo da Vale (VALE5) envolvendo passivos fiscais (imposto de renda sobre o lucro de subsidiárias no exterior) e reuniu os quatro questionamentos principais dos investidores. No ano, o papel acumula queda de 15%, impactado com o ritmo da economia chinesa e também com a possibilidade de mudanças na cobrança de tributos no setor de mineração.

O preço-alvo da Citi corretora para a VALE5 é 37,12 reais, o que indica um potencial de valorização de 12,2%.

1. Qual é o valor presente líquido?

O governo diz que a Vale deve cerca de 30 bilhões de reais em tributos sobre lucro de subsidiárias no exterior, mas a mineradora contestava o valor. O Citi destaca que o passivo fiscal da Vale totaliza 47 bilhões de reais, sendo 31 bilhões de reais acumulados até 2008 e 17 bilhões de reais estimados para os anos subsequentes.

As propostas atuais consistem na possibilidade de pagamento de cerca de 22 bilhões de reais à vista ou de cerca de 33 bilhões de reais parcelados. O valor presente líquido é de cerca de 22 bilhões de reais a 26 bilhões de reais, equivalente a 10-12% do valor da empresa em dólares, considerando as premissas para taxa selic e custo de capital.

2. Qual seria a alíquota efetiva de imposto de renda da Vale no futuro?

A alíquota de imposto de renda aumentaria ao longo do tempo devido ao pagamento dos passivos fiscais (apesar de a compensação de prejuízos passar a ser permitida agora), segundo o Citi. O impacto líquido no curto prazo será menor, considerando a proposta de que as companhias paguem os impostos sobre o lucro de subsidiárias no exterior nos próximos cinco anos (com um mínimo de 25% do total sendo pago no primeiro ano). A corretora ainda espera um aumento da alíquota de imposto de renda para 25% de 2014 em diante (ante 20% nos últimos anos).

3. E os múltiplos de negociação?

A Vale reconheceria uma grande perda de uma só vez caso o acordo seja formalizado. A Citi vê um impacto limitado no múltiplo preço/lucro (reduzido em 1% devido às maiores despesas para pagamento de juros). O múltiplo VE/EBITDA aumentaria em 15% devido à adição na dívida líquida. 

4. E, afinal, para as ações, isso é positivo ou negativo?

O Citi discorda do consenso de que o acordo seria negativo no curto prazo, mas positivo no longo prazo. No curto prazo, a corretora espera momentum positivo para as ações devido à tese da remoção de um evento que vinha pesando sobre a performance das ações. No longo prazo, os investidores podem requerer prêmio de risco mais alto, pois a companhia pode fazer o acordo apesar de contar com bons argumentos para seguir com a disputa na Justiça. 


Brazil Beauté pode ter desistido da Água de Cheiro


Segundo reportagem do Valor Econômico, sócios estrangeiros teriam se desentendido com ex-dono da rede de perfumarias e deixado a operação

Germano Lüders/EXAME.com
Loja da Água de Cheiro em São Paulo
Loja da Água de Cheiro em São Paulo: sócios teriam desistido da rede

São Paulo – A Água de Cheiro, varejo de perfumaria e cosméticos, pode ter perdido o apoio dos investidores, que em março compararam o controle da rede. De acordo com reportagem do Valor Econômico, desta sexta-feira, um desentendimento entre os novos sócios e Henrique Pinto, ex-dono da rede, teria motivado a saída dos investidores.

Segundo o jornal, Henrique, que era dono da Água de Cheiro em 2009, se tornou membro do conselho da rede – após a venda do controle da companhia para investidores estrangeiros - mas não teria se afastado das decisões da empresa.

No meio do ano, Paul Block, um dos sócios do Brazil Beuaté, se tornou presidente da Água de Cheiro e chegou a afirmar em entrevista a EXAME.com que tinha planos de transformar a rede em uma bandeira multimarca. “Vamos trabalhar para satisfazer os nossos clientes, com uma gama de produtos mais diversificada”, disse o executivo.

Na semana passada, segundo o Valor, lojistas da Água de Cheiro foram comunicados que a Passion, distribuidora de perfumes e cosméticos no Brasil, se tornaria vendedora exclusiva de produtos para Água de Cheiro. A distribuidora que pertence ao grupo RR, no entanto, não teria comprado parte da rede.

Em abril do ano passado, a revista EXAME havia antecipado o interesse da rede em um sócio estrangeiro.

Na ocasião, Henrique chegou a declarar que o modelo ainda não estava definido e que poderia vender de 1% a 100% da empresa. "Se vier um sócio bacana oferecendo uma proposta legal, eu fecho”, disse ele à revista.

A Água de Cheiro foi adquirida em 2009 por Henrique, fundador também da construtora Tenda, e, em três anos, teve rápida expansão, passando de 269 lojas para mais 850, mas a marca não é forte nesse mercado - liderado principalmente pela rede O Boticário.

23 médicos têm o destino do Fleury nas mãos. Por que vender?

Um grupo de médicos, entre eles professores universitários, tem o destino do mais conceituado laboratório do país, o Fleury, nas mãos - por que eles decidiram vender agora?


Germano Lüders/EXAME.com
Laboratório do Fleury
Laboratório do Fleury: clientela de alta renda

São Paulo - Os vestibulares da universidade Federal de São Paulo (Unifesp) estão entre os mais concorridos do país, especialmente para o curso de medicina. Em 2012, havia 115 estudantes fazendo as provas para tentar conseguir cada vaga disponível. É comum que ex-alunos virem professores, mais pelo prestígio do que pelo dinheiro.

O salário médio de quem fez concurso para trabalhar em período integral na escola de medicina é de 5 500 reais. Se fosse disciplinado e poupasse um terço da renda, um professor desses levaria uns 25 anos para se tornar milionário. Mas um grupo muito particular de professores da Unifesp tem vida bem diferente.

Seis deles são sócios do Fleury, o mais conceituado laboratório de análises clínicas do país. Como sócios, recebem dividendos periodicamente, um valor que ficou em torno de 49 000 reais por mês nos últimos quatro anos. Só que, agora, essa turma está querendo ganhar dinheiro para valer.

Os donos do Fleury (23 médicos e uma administradora de empresas) contrataram o banco JP Morgan para achar um interessado em comprar a parte deles na empresa, conforme EXAME­ antecipou há um mês. Pelo valor de mercado atual do Fleury, a fatia deles corresponde a 1,2 bilhão de reais — o que, numa conta simples, dá quase 50 milhões de reais para cada um (eles receberiam valores diferentes, porque suas participações variam). 

O processo foi iniciado em outubro, quando o banco JP Morgan procurou potenciais interessados em fazer uma oferta pelo Fleury. Fundos de private equity, como Carlyle e KKR, estão analisando os números para fazer uma proposta. O Bradesco, dono de 16% do capital da empresa, é outro candidato, já que tem o direito de preferência na compra das ações.

Além disso, os laboratórios americanos Quest Diagnostics, que contratou o banco Morgan Stanley para procurar empresas para comprar no Brasil, e o LabCorp foram procurados (os bancos, os fundos e as empresas americanas não comentaram). 

O Fleury foi fundado em 1926 por um médico paulistano e, durante quase 40 anos, sua operação se resumiu a um laboratório em São Paulo. A expansão começou na década de 70 e ganhou força nos últimos dez anos, quando o Fleury comprou 27 marcas em cinco estados.

Hoje, o grupo fatura 1,6 bilhão de reais e vale, na bolsa, 3 bilhões de reais. Com o passar dos anos, o Fleury foi adotando um mecanismo peculiar para remunerar seus funcionários e absorver os donos das empresas compradas — à medida que crescia, dava aos médicos uma participação na Core, holding que, junto com o Bradesco, controla o laboratório.

Hoje, alguns são amigos, outros mal se conhecem. Poucos trabalham na mesma especialidade, e apenas sete se envolvem no dia a dia da empresa. Por que eles decidiram vender agora?

Uma explicação é uma mudança prevista no acordo de acionistas que rege a Core. Até o início do ano, os sócios eram impedidos de transformar suas ações na Core em papéis do Fleury. Quem quisesse vender sua participação e transformá-la em dinheiro precisava oferecê-la aos demais sócios. A regra mudou em fevereiro.

Agora, de tempos em tempos, os médicos podem “migrar” para ações do Fleury. O que isso tem a ver com a venda? Tudo. Se forem se desfazendo de suas ações separadamente, os médicos vão minar o poder de controle da Core, que tem cerca de 40% das ações do Fleury.

À medida que essa participação diminuísse, um investidor poderia fazer uma aquisição hostil comprando as ações em circulação no mercado. Aproveitando o momento atual para vender suas ações, os médicos da Core esperam conseguir obter um prêmio pelo controle, algo que poderia se tornar inviável no futuro.

Segundo o próprio Fleury, o processo é natural. Na abertura do capital da empresa, em 2009, nenhum dos sócios vendeu ações — e muitos querem aproveitar o momento atual para fazer isso e embolsar o dinheiro. “A média de idade dos sócios é superior a 60 anos.

Alguns já disseram que querem usar melhor seu patrimônio”, diz o endocrinologista Omar Magid Hauache, sócio da Core e presidente do conselho de administração do Fleury. Até agora, o único que vendeu foi o médico Jorge Moll, que se tornou sócio do Fleury em 2011 ao vender seu laboratório à companhia. Em abril, os demais acionistas gastaram 200 milhões de reais, numa operação financiada pelo Banco do Brasil, para comprar as ações de Moll. 
14 000 laboratórios


O mercado brasileiro de laboratórios está mais competitivo do que nunca. Há mais de 14 000 laboratórios no país,­ e os hospitais vêm criando ou melhorando os próprios centros de diagnósticos. Foi o que fez o hospital Albert Einstein, que, como o Fleury, atende a alta renda.

Para não perder espaço, o Fleury usou uma parcela dos 630 milhões de reais captados com a abertura do capital para comprar empresas e abrir unidades pelo país. Boa parte dessas novas marcas foi abrigada sob a bandeira a+, lançada em 2011 para atender às classes B e C.

Mas a estratégia teve como efeito colateral a queda na rentabilidade, já que a participação dos clientes de alta renda (mais lucrativos) diminuiu. A margem de lucro da empresa, de 18%, é a menor desde 2009. “Vamos investir mais no segmento de alta renda daqui para a frente”, diz Vivien Rosso, presidente do Fleury e única sócia da Core que não é médica.

Os controladores do Fleury atribuem o processo de venda a uma tentativa de “perenizar” a empresa — um sócio capitalizado poderia dar novo fôlego aos investimentos da companhia. Se sair do papel, esse poderá ser um dos maiores negócios do setor de saúde no Brasil.

O maior foi a venda da operadora Amil, do médico Edson Bueno, para a americana UnitedHealth, por quase 10 bilhões de reais, em 2012. Segundo executivos de empresas que estão negociando a aquisição, o risco, por se tratar de um grupo de 24 acionistas, é que não haja consenso na hora da ­assinatura.

Ainda que 23 dos 24 sócios da Core sejam médicos, o perfil — e o interesse — de cada um é bem diferente. Segundo um membro da cúpula da Core, alguns dos sócios mais jovens têm ressalvas quanto à ideia de vender hoje — as ações do Fleury caíram 14% em 2013, mesmo com a alta de 9% no dia 14 de novembro, quando o Fleury confirmou que estava à venda.

Esse grupo poderia propor um aumento de capital que garanta o controle do ­Fleury à Core, mesmo que outros acionistas decidam vender sua participação — ou sugerir uma associação com uma empresa do setor. Qualquer que seja a decisão final, ela só deverá ser conhecida no ano que vem.

Cinco estados concentraram 65,2% do PIB em 2011, mostra IBGE


Ao longo de uma década, essa concentração teve ligeira melhora, já que, em 2002, o grupo concentrava 68% do PIB do país

Daniela Amorim, do
Germano Lüders/EXAME.com
Vista da Avenida Paulista, em São Paulo
Vista da Avenida Paulista: na liderança está São Paulo, que deteve 32,6% do PIB brasileiro naquele ano, uma perda de 0,5 ponto porcentual de participação

Rio - Cinco estados brasileiros concentraram 65,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do País em 2011, segundo as Contas Regionais divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira, 22.

Na liderança está São Paulo, que deteve 32,6% do PIB brasileiro naquele ano. O segundo lugar ficou com o Rio de Janeiro, com 11,2% do PIB, seguido por Minas Gerais, com uma fatia de 9,3%, pelo Rio Grande do Sul, com 6,4%, e Paraná, com 5,8%.

Ao longo de uma década, essa concentração teve ligeira melhora. Em 2002, o grupo concentrava 68% do PIB do País, 2,8 pontos porcentuais a mais, ressaltou o IBGE.

Na passagem de 2010 para 2011, a região Sudeste manteve sua fatia de 55,4%. No entanto, houve redistribuição na participação dos Estados. São Paulo ainda lidera a geração de riqueza, mas perdeu 0,5 ponto porcentual de participação, ao passar de uma fatia de 33,1% em 2010 para 32,6% em 2011.

Houve avanço na participação do Rio de Janeiro (de 10,8% para 11,2%, um ganho de 0,4 ponto porcentual) e Espírito Santo (de 2,2% para 2,4%, aumento de 0,2 ponto porcentual). O Estado de Minas Gerais manteve sua fatia em 9,3%.

Governo arrecada R$20,8 bi com leilão de Galeão e Confins


Enquanto a disputa por Galeão se restringiu aos envelopes com as ofertas iniciais, a concorrência por Confins teve briga acirrada no viva-voz

Leonardo Goy e Roberta Vilas Boas, da
Divulgação
Galeão
Galeão: aeroportos juntos respondem juntos por 14 por cento da movimentação de passageiros e 10 por cento de carga no Brasil
São Paulo - O governo arrecadará 20,8 bilhões de reais com a concessão dos aeroportos do Galeão (RJ) e Confins (MG), após leilão realizado nesta sexta-feira que atraiu importantes grupos nacionais e operadoras estrangeiras de terminais.

O consórcio formado pela Odebrecht, uma das maiores empresas privadas do Brasil, e a operadora de aeroportos Changi, de Cingapura, venceu a disputa pelo Galeão com uma oferta de 19,018 bilhões de reais, quase quatro vezes maior que o lance mínimo definido pelo governo.

Cinco grupos entregaram envelopes com propostas pela concessão do Galeão, mas nenhuma com montante perto do apresentado pela Odebrecht, que tem 60 por cento de participação no consórcio vencedor.

A segunda melhor oferta pelo aeroporto que fica na cidade que receberá jogos da Copa do Mundo no ano que vem e sediará as Olimpíadas em 2016 foi de 14,5 bilhões de reais.

O aeroporto de Confins foi arrematado pelo consórcio formado por CCR e as operadoras dos terminais de Zurique e de Munique, com lance final de 1,82 bilhão de reais, ágio de 66 por cento sobre o mínimo estipulado.

Enquanto a disputa por Galeão se restringiu aos envelopes com as ofertas iniciais, a concorrência por Confins teve briga acirrada no viva-voz.

O consórcio formado por Queiroz Galvão e a operadora espanhola Ferrovial apresentou lances e rivalizou com o grupo da CCR, mas acabou derrotado.

Galeão e Confins respondem juntos por 14 por cento da movimentação de passageiros e 10 por cento de carga no Brasil.

A transferência de aeroportos para a iniciativa privada é parte do ambicioso plano do governo da presidente Dilma Rousseff de melhorar a infraestrutura logística do país, um dos principais entraves para aceleração do crescimento econômico. Além dos aeroportos, o plano inclui a concessão de rodovias, ferrovias e portos.
Investimentos




A Odebrecht e a Changi deverão investir 5,7 bilhões de reais no Galeão, segundo o edital da licitação. Já o consórcio da CCR deverá aportar 3,5 bilhões de reais no terminal mineiro.

O valor de outorga será pago ao governo em parcelas anuais ao longo do prazo de concessão, que é de 25 anos para Galeão e de 30 anos para Confins.

A estatal Infraero será sócia minoritária dos dois consórcios, com participação de 49 por cento.
No mesmo modelo que inclui a Infraero, o governo transferiu o controle dos terminais de Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília (DF) para a iniciativa privada em fevereiro de 2012, arrecadando 24,5 bilhões de reais.

O primeiro leilão de concessão de aeroportos, o de São Gonçalo do Amarante (RN), realizado em 2011, teve um modelo diferente, com uma concessão 100 por cento privada, ou seja, sem a participação da Infraero.