segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Descarrilamento complica ALL na Bovespa


Ações da companhia lideravam perdas do Ibovespa com a notícia de que um trem descarrilou no domingo, deixando ao menos oito mortos


Joel Rocha/EXAME.com
Trem da All
All: a empresa informou em nota que a composição respeitava os limites de velocidade

São Paulo – A América Latina Logística, a ALL (ALLL3), liderava as perdas do Ibovespa nesta manhã. A ação caía 2%, chegando ao valor mínimo de 7,58 reais. Um trem da empresa carregado com milho descarrilou no domingo e atingiu quatro casas na cidade de São José do Rio Preto, deixando ao menos oito mortos.

De acordo com a Defesa Civil, peritos do Instituto de Criminalística acreditam que o descarrilamento foi provocado por uma junção de fatores, a falta de manutenção da via férrea e um defeito nos freios em uma das composições.

A empresa informou em nota que a composição respeitava os limites de velocidade do trecho e prometeu investigar as causas do acidente por meio de sindicância. Por causa do acidente, a linha férrea (exclusiva de carga) foi interditada, assim como o fornecimento de energia elétrica.

Às 10:27 horas, a ação caía 1,67%, valendo 7,64 reais, enquanto o Ibovespa subia 0,20%, a 52.907 pontos. No ano, a ação tem queda de 7,21%.
 

E-book gratuito ensina a criar identidade da sua empresa


O autor Daniel Castello oferece um passo a passo ideal para construir a identidade da sua empresa

Getty Images
E-book

Começar uma empresa de sucesso não é só ter uma ideia e botar pra fazer. Depois criar um modelo de negócios sólido, chega a hora de botar o barco na água, os fatores críticos para chegar ao sucesso são foco, trabalho duro e resiliência, disciplina e esforço.

Neste eBook inédito, o autor Daniel Castello oferece um passo a passo ideal para construir a identidade da sua empresa.

Descubra porque é tão importante e como você pode criar definições de Missão, Visão e Valores, que vão influenciar a forma como toda a organização trabalha.

Esse elementos, quando bem aproveitados, podem antecipar problemas, estabelecer limites e alinhar percepções, além de minimizar conflitos desnecessários e criar a liga essencial entre as pessoas que vão colocar a empresa de pé.

Conheça as duas dimensões da Identidade Organizacional que ajudarão a responder as perguntas fundamentais da existência de uma empresa: Quem nós somos? Porque existimos? O que queremos construir? Como executamos?
 

Economistas veem aperto maior em 2014 com Selic a 10,50%


Economistas de instituições financeiras mantiveram a perspectiva de que a Selic será elevada em 0,5% nesta semana, encerrando o ano a 10%

Dado Galdieri/Bloomberg
Notas de real
Notas de real: em relação à inflação, os economistas fizeram um pequeno ajuste para baixo da projeção para 2013 a 5,82%, ante 5,84 % na pesquisa anterior

São Paulo -  Economistas de instituições financeiras mantiveram a perspectiva de que a Selic será elevada em 0,5 ponto percentual nesta semana, encerrando o ano a 10 por cento, mas passaram a ver um aperto monetário maior em 2014.

Pesquisa Focus do Banco Central mostrou nesta segunda-feira que a expectativa para o ano que vem agora é de que a taxa básica de juros encerre a 10,50 por cento, ante 10,25 por cento na semana anterior.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central tem sua última reunião prevista para este ano na terça e quarta-feiras para decidir o próximo nível da taxa básica de juros.

As projeções para a Selic no Top 5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções nesse período, também não sofreram alterações, mas mostram um aperto ainda maior em 2014. Pela mediana, foi mantida a perspectiva de que o juro básico encerrará 2013 a 10 por cento e 2014 a 11 por cento.

O cenário de inflação alta, perto do teto da meta do governo --de 4,5 por cento pelo IPCA com tolerância de 2 pontos percentuais-- vêm sustentando as expectativas de aperto monetário. Em novembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) acelerou a alta a 0,57 por cento, acumulando em 12 meses 5,78 por cento.

O Focus mostrou que a expectativa dos economistas para a inflação neste ano foi reduzida levemente a 5,82 por cento, ante 5,84 por cento na semana anterior. Para 2014, a projeção é de IPCA a 5,92 por cento, ante 5,91 por cento.

Entretanto a projeção para o dólar neste ano, cuja alta vem alimentando os temores inflacionários, subiu a 2,30 reais, ante 2,27 reais anteriormente.

Por sua vez, a expectativa para o crescimento da economia foi mantida tanto para 2013 quanto para 2014, a 2,50 por cento e 2,10 por cento respectivamente.

Atualizado às 9h38

Esvaziem as prateleiras!



Mario Vargas Llosa


Como o desabastecimento e a escassez de alimentos estavam devastando a Venezuela e aumentando o descontentamento popular, o presidente Nicolás Maduro, que não tem muito conhecimento de economia, mas é homem de verdade e valentão, decidiu resolver o problema num piscar de olhos.

Explicou à população que a inflação alta no país (a mais alta da América Latina) era produto de um complô maquinado pelos EUA, por empresários e comerciantes açambarcadores e os partidos de oposição para destruir a revolução bolivariana ou o “socialismo do século 21″. E, em uma canetada, ordenou uma redução dos preços dos alimentos e dos eletrodomésticos entre 50% e 70%, ao mesmo tempo que mandou soldados e tropas de choque ocuparem estabelecimentos comerciais e mandou para a prisão um bom número de “conspiradores”, ou seja, proprietários de lojas e de armazéns.

A campanha foi lançada pelo presidente Maduro com o lema “Esvaziem as prateleiras”. A ordem foi entendida por um bom número de pessoas equivocadas como uma carta-branca para saquear.

Principalmente em Valência, mas também em Caracas e em outras cidades, ocorreram assaltos e pilhagens em meio a uma enorme confusão.

Era patético escutar as sofridas donas de casa venezuelanas explicando aos repórteres da TV pública o quão felizes estavam com aquelas espetaculares reduções de preços que lhes permitiriam trocar de geladeira, de fogão e assegurar duas refeições por dia para a família.

Ao mesmo tempo que derrotava a inflação com um soco na mesa, ou seja, leiloando e confiscando cadeias de produtos alimentícios e eletrodomésticos, o presidente, com a aprovação da Lei Habilitante, garantiu para si os poderes absolutos que durante um ano lhe permitirão governar sem leis, à maneira cômoda e expeditiva dos ditadores. Para conseguir isso, a Assembleia Nacional retirou a imunidade de uma deputada da oposição, María Mercedes Aranguren, e substituiu-a pelo seu suplente, o deputado Carlos Flores, que, da noite para o dia (e mediante generosos benefícios) tornou-se chavista e votou a favor da lei.

Em resumo, passada a ilusão que essas operações criaram numa opinião pública desesperada em virtude da corrupção, do empobrecimento e da anarquia crescente que vive a Venezuela, o preço que o país terá de pagar pela demagogia irresponsável desses últimos dias será muito alto.

Sem dúvida, contrariamente aos cálculos do governo, ela se traduzirá numa nova e mais massacrante derrota do governo nas próximas eleições de 8 de dezembro, o que o obrigará, como ocorreu nas presidenciais, a uma nova fraude monumental para manter-se no poder, apesar do seu descrédito e da ruína a que leva a cada dia o seu desventurado país.

A Venezuela nunca teve uma agricultura próspera, à altura das enormes possibilidades agrícolas que possui, mas, com o chavismo, suas expropriações e invasões, o confisco arbitrário de fazendas e a asfixiante burocracia que impera, a produção agrária em determinadas regiões ficou reduzida ao mínimo e em outras simplesmente desapareceu.

O resultado de tudo isso é que o país precisa importar quase 95% do que consome, algo que na época do apogeu do petróleo apenas se insinuava. No entanto, o controle revolucionário da indústria implantado por Chávez e Maduro reduziu a produção petrolífera venezuelana radicalmente, ao passo que as medidas de controle do câmbio, uma das fontes mais férteis da corrupção, transformaram num verdadeiro pesadelo a obtenção de dólares para os comerciantes e empresários que precisam da moeda para importar matéria-prima e produtos do exterior. Somente os apadrinhados do governo conseguem divisas ou aqueles que podem pagar comissões milionárias para consegui-las.

Os pequenos espaços da economia em mãos privadas começarão a ser fechados até desaparecer e cair nas mãos de uma burocracia incompetente e corrupta 
 
Os outros precisam comprar dólar no mercado negro, onde custa dez vezes mais do que no câmbio oficial. Essa é a explicação para a alta desmedida dos preços e para o desabastecimento generalizado. As intrépidas reduções impostas por Maduro só serviram para acelerar a escassez de produtos. As prateleiras ficarão vazias de fato e o mercado negro, que crescerá de maneira descomunal, só estará ao alcance dos privilegiados, ou seja, dos favorecidos pelo regime ou pela vertiginosa corrupção causada pela política intervencionista na economia. Em outras palavras, a política do socialismo chavista contribuiu para agravar as desigualdades econômicas e sociais que propunha abolir.

Ao mesmo tempo que ocorriam esses fatos na Venezuela, em Pequim, o Comitê Central do Partido Comunista anunciava uma nova estratégia econômica, ampliando os mercados livres já existentes para assegurar uma melhor distribuição dos recursos e permitir uma participação das empresas privadas, chinesas e estrangeiras, nas indústrias estatais.

No entanto, advertiu também que essa abertura não terá correspondência política, pois o Partido Comunista continuará sendo a autoridade suprema da vida social. É improvável que o PC chinês adote essas medidas de inequívoco viés capitalista em virtude de uma conversão ideológica e que vá implementá-las com alegria. 

Não, ele resignou-se a adotá-las porque, fiel ao pragmatismo tradicional da sua cultura, compreendeu que o coletivismo e o estatismo econômico arruínam os países.

Além de empobrecê-los e de deixá-los atrasados, multiplicam as injustiças sociais, criam uma distância cada vez maior entre os funcionários privilegiados da nomenclatura e os cidadãos comuns que, além de viver na insegurança e no temor, continuam a fazer filas, receber salários miseráveis e sem a menor igualdade de oportunidades.

Essas verdades elementares, que já chegaram à União Soviética antes do seu colapso e começam a surgir, embora timidamente, em Cuba, parecem fora do alcance intelectual e do olfato político do presidente Maduro e dos seus assessores econômicos.

Por isso, não é difícil prever qual será o futuro imediato da Venezuela, país que, com a sua abundância de recursos, deveria registrar um dos mais altos níveis de vida da América Latina. Como o desabastecimento e a escassez de produtos, que obedecem a leis econômicas e não a ordens de caráter político, devem se agravar, o passo seguinte do governo será proceder à nacionalização progressiva das lojas e estabelecimentos que “conspiram” contra a revolução, especulando e deixando a população faminta.

Os pequenos espaços da economia em mãos privadas começarão a ser fechados até desaparecer e cair nas mãos de uma burocracia incompetente e corrupta. Assim, o racionamento de produtos da cesta básica de alimentos, que em boa parte já ocorre, vai se estender como uma hidra para toda as áreas da economia até transformar a Venezuela num país tão estatizado quanto Cuba ou Coreia do Norte.

Resultado inevitável dessa hegemonia do Estado: o desaparecimento dos escassos meios de comunicação independentes que, com enormes sacrifício e coragem, resistem ainda ao assédio governamental. Terá valido a pena tudo o que significou a revolução chavista em termos de ilusões, esforços e violência?

É verdade que a democracia por ela derrubada era ineficiente, esbanjadora, demagógica e insensível aos grandes problemas sociais, criando um grande descontentamento de uma população que ingenuamente – mais uma vez na desgraçada história da América Latina – viu num caudilho carismático e desbocado o seu salvador.

O resultado está à vista: uma Venezuela empobrecida, exasperada, devastada por demagogia e corrupção, repleta de novos ricos que enriqueceram de maneira ilícita, que, quando recuperar a liberdade e a sensatez, precisará de muitos anos para recuperar o tempo que perdeu com o colapso da sua democracia.

Fonte: O Estado de S. Paulo, 24/11/2013

Diplomacia desorientada

  • Pouco conseguimos além de alguns cargos em organismos internacionais desvalorizados. A política de prestígio produziu um retrocesso de meio século
Marcelo Coutinho
 
Publicado:

Apolítica externa brasileira mudou de ministro duas vezes nos últimos três anos, mas não encontrou ainda uma direção. Já são mais de cinco anos sem um projeto consistente com o Brasil. A crise global de 2008 desorientou a nossa diplomacia.

Lula deu continuidade à política de cooperação iniciada por Fernando Henrique na reunião dos presidentes sul-americanos no ano 2000, porém, com mais ênfase nos aspectos políticos do que no comércio. A política externa se tornou leniente com a vizinhança, que voltou a ter focos de instabilidade.

Quando surgiram os Brics, tornamos secundária nossa própria região. A China virou prioridade. Coincidência ou não, passamos a adotar uma política antidireitos humanos no mundo, sempre ao lado das ditaduras.

Pouco conseguimos além de alguns cargos em organismos internacionais desvalorizados. A política de prestígio produziu um retrocesso de meio século na diversidade econômica das nossas relações internacionais. A qualidade das exportações brasileiras hoje é similar ao que tínhamos no Pós-Segunda Guerra.

Por sua vez, o antigo projeto de ocupar um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU nunca esteve tão distante. Sequer somos membros temporários, e tudo indica que continuaremos fora nos próximos anos. Há décadas isso também não acontecia.

Não se sabe ao certo em nome de que o governo abdicou de tais projetos. Certamente, não foi porque aderiu a projetos mais compatíveis com o século XXI, pois temos a pior política externa dos direitos humanos desde o regime militar.

O argumento de que fechamos os olhos para ditaduras em países parceiros porque realizamos negócios é muito frequente. A África é sempre lembrada. De fato, cresceu muito o comércio com essa região (R$ 26 bi em 2012). No entanto, aumentou principalmente entre países mais democráticos como a África do Sul.

Só no primeiro semestre de 2013, o governo brasileiro perdoou 900 milhões de dólares em dívidas de meia dúzia de países africanos, o que supera em quase 300 milhões a soma de tudo que exportamos a eles. Não foi solidariedade. Sem esse perdão, por norma, o BNDES não teria como apoiar novos investimentos brasileiros nesses lugares.

O mais sensato seria flexibilizar o ordenamento legal no Brasil que impede empresas brasileiras de continuarem exportando serviços a crédito. Sairia bem mais barato do que simplesmente perdoar dívidas de países que estão crescendo.

O motivo de perdoar tantas dívidas e misturar assuntos diferentes foi a campanha pela Direção Geral da OMC. Dívidas perdoadas por votos. E aí também nos metemos em uma cilada. Se Roberto Azevedo for bem-sucedido, conseguirá destravar a Rodada Doha que vai nos tornar ainda mais dependentes da venda de produtos básicos. Se fracassar, isso significa que desperdiçou uma montanha de recursos diplomáticos movidos pelo Brasil.

Atualmente, não temos nem mesmo uma diplomacia presidencial, iniciada por Sarney e bastante desenvolvida por FHC e Lula. Seguimos em ziguezague o fluxo dos ventos, sem propósito, estratégia ou entusiasmo.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/opiniao/diplomacia-desorientada-10859953#ixzz2lfS3RO5E
© 1996 - 2013. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

Editorial: Cidade estrangulada


O recuo do governo federal na proposta de renegociar as dívidas de Estados e municípios é o mais recente testemunho da confusão que reina na política econômica. 

Indisfarçavelmente moldada para ajudar a cidade de São Paulo --cuja dívida de R$ 54 bilhões cairia para cerca de R$ 30 bilhões--, a proposta de corrigir os valores devidos com a aplicação retroativa de taxas de juros mais baixas deixou de ser viável no atual contexto de erosão da credibilidade do governo. A prioridade é evitar ainda maior desconfiança de que o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal esteja sob ameaça. 

O prefeito Fernando Haddad (PT) contava com a renegociação. Diminuir a dívida é condição necessária, por lei, para a cidade poder fazer novos empréstimos. Pelos termos da proposta, haveria espaço para R$ 5 bilhões. 

O dinheiro sem dúvida fará falta. A prefeitura prevê desembolsar R$ 25 bilhões em investimentos até 2016: gastos com mobilidade urbana representam 43% desse montante; moradia absorve 26%. 

Diante da realidade orçamentária, o valor é descomunal. Pela proposta da prefeitura para 2014, o Orçamento será de R$ 50,7 bilhões, 20% maior que neste ano. 

Gastos com a operação de serviços públicos, custeio da máquina e aposentadorias absorvem pouco mais de dois terços do bolo. Outros 13% são destinados a juros e amortização da dívida. Considerando ainda outras vinculações, resta pouco para realizar investimentos em escala transformadora --em 2013, segundo Haddad, havia cerca de R$ 3 bilhões para investir. 

Por isso, duas das três diretrizes do Conselho da Cidade buscavam garantir investimentos pela redução das dívidas --a renegociação com a União e a imposição de limites ao pagamento de precatórios, cujo estoque atinge R$ 17 bilhões. 

A terceira, a busca de fontes de financiamento para os transportes, levou ao famigerado aumento do IPTU. Descontados os custos políticos, foi uma solução cômoda. A proposta inicial elevaria a arrecadação de R$ 5,5 bilhões para R$ 6,8 bilhões em 2014. A versão aprovada na Câmara Municipal permitirá aumento R$ 150 milhões menor --a diferença é maior em relação aos anos seguintes. 

Para fins de comparação, o ISS, ora no foco de denúncias de corrupção, arrecada R$ 9,8 bilhões. 

De resto, Haddad dificilmente poderá contar com as transferências federais prometidas em julho, próximas de R$ 8 bilhões. O Planalto parece ter acordado para a dura realidade das contas públicas. 

Endividamento elevado, máquina pública ineficiente e impostos já altos demais, de um lado, e população que, com razão, demanda melhores serviços, de outro. A situação de São Paulo é ilustrativa do grande nó que enfrenta a administração pública brasileira. 

domingo, 24 de novembro de 2013

CMN modifica regras no crédito para produtores do Norte e Nordeste

Por Tarso Veloso e Eduardo Campos | Valor

BRASÍLIA  -  O Conselho Monetário Nacional (CMN) modificou as regras para liquidação de empréstimos de custeio e investimento com recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento do Nordeste (FNE) e do Norte (FNO). Produtores que estavam inadimplentes até 31 de dezembro de 2006, poderão quitar a dívida até 31/12/2014 de valor original até R$ 200 mil.

Além disso, o CMN ajustou as normas gerais para tomada de crédito rural e programas amparados por recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ficou decidido que os empréstimos via Agricultura de Baixo Carbono (ABC), tomados por produtores médios, terão o juro reduzido de 5,5% ao ano para 4,5% ao ano.

Os produtores que acessam o programa Inovagro poderão financiar o custeio de projetos de investimento e aquisição de animais, limitada a R$ 1 milhão por beneficiário e R$ 3 milhões em empreendimentos coletivos.
O CMN também promoveu novas mudanças no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Pela resolução 4.728, foram disciplinadas a abrangência de projetos financiáveis na região do semiárido.

Dentre as alterações propostas destacam-se a possibilidade de compra de animais para cria, recria e engorda até o limite de 40% do valor do financiamento tomado na linha Pronaf Mais Alimentos. Para a família tomar esse tipo de financiamento, tem de comprovar a disponibilidade de alimentos e água para os animais.

Outra mudança é que no Pronaf Semiárido uma mesma família poderá manter até dois financiamentos simultâneos, desde que pague uma parcela do financiamento anterior e apresente laudo da assistência técnica confirmando a situação de regularidade do empreendimento financiado, bem como de capacidade de pagamento.
(Tarso Veloso e Eduardo Campos | Valor)