segunda-feira, 14 de abril de 2014

IMIGRANTES PODERÃO VOTAR E SEREM VOTADOS

No mundo de hoje a noção de cidadania e de soberania não se confunde necessariamente com as fronteiras nacionais.


Segundo proposta que tramita no Senado, os imigrantes residentes no país terão direito de votar e serem votados nas eleições municipais, para prefeito e vereador.

A atual legislação já permite o voto facultativo e a possibilidade de candidatura em eleições municipais à portugueses e estrangeiros naturalizados brasileiros. Os imigrantes só não podem ser eleitos para à Presidência da República, ocupar a Vice- Presidência e as Presidências do Senado e da Câmara dos Deputados.

O relatório da senadora Lúcia Vânia (PSDB/ Goiás), estabelece que a regra só valera para cidadãos de países que garantem os mesmos tratamentos aos brasileiros, o texto também estende a todos os turistas e trabalhadores estrangeiros em temporada no Brasil, os direitos previstos no artigo 5° da constituição, são eles: igualdade perante a lei, a livre manifestação de pensamento, a liberdade de associação e de crença e a inviolabilidade do direito à vida e a propriedade.

O autor da proposta senador Aluísio Nunes Ferreira (PSDB/ São Paulo), lembra que muitos países já permitem a participação de estrangeiros em suas eleições como Chile, Espanha e Dinamarca.

Ele argumenta que o imigrante colabora com o desenvolvimento das cidades onde vive e a iniciativa busca estimular a cidadania, e complementa ao dizer:

“No mundo de hoje a noção de cidadania e de soberania não se confunde necessariamente com as fronteiras nacionais, nós temos alguns direitos que se sobrepõe as fronteiras nacionais, existe hoje um intercâmbio enorme de pessoas, ideias, valores e culturas. O Brasil tem uma legislação para estrangeiros atrasada, uma legislação ainda do tempo do regime autoritário, que precisa ser modernizada para se tornar generosa e mais aberta a imigração”.

A proposta está em análise na comissão de constituição e justiça, aprovada, a PEC deve passar por dois turnos de votação pelo plenário do senado, antes de ser encaminhada para a Câmara dos Deputados.

George Cardin

Dilma contra-ataca: 'a Petrobras resistiu às tentativas de desvirtuá-la, de reduzi-la e privatizá-la'

Brasil Post  |  De Publicado:

Diante da artilharia da oposição contra possíveis irregularidades na Petrobras, a presidente Dilma Rousseff decidiu contra-atacar. Ela aproveitou a cerimônia da viagem inaugural do navio petroleiro Dragão do Mar, em Ipojuca (PE), para mandar um recado aos adversários políticos e à população brasileira. "Está errado quem diz que a Petrobras está perdendo valor e importância no Brasil", disse. "Não ouvirei calada a campanha negativa daqueles que, por proveito político, não hesitam em ferir a imagem da empresa."

A estatal enfrenta um momento bastante turbulento por causa da série de suspeitas de contratos irregulares, prisão de um ex-diretor e redução em seu valor de mercado. "Não deixarei de combater corrupção, malfeito ou ilícito de qualquer espécie, seja de quem quer que seja", esbravejou Dilma, que prometeu rigor na apuração e, se necessária, a punição de envolvidos.

Além da ameaça de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias na Petrobras, novos indícios de corrupção têm vindo à tona. A Folha de S. Paulo apontou que empresas ligadas à Petrobras faziam repasses de dinheiro a políticos. Segundo a Veja deste fim de semana, o ex-diretor preso pela Polícia Federal (PF) Paulo Roberto Costa está envolvido com políticos em um "consórcio criminoso" que fraudava contratos na Petrobras e financiava partidos.

Paulo Roberto Costa foi preso durante a Operação Lava Jato da PF. Ele chegou a receber um carro de luxo do doleiro Alberto Yousef, figura-chave do esquema de lavagem de dinheiro desmantelado pela operação. As quadrilhas movimentaram mais de R$ 10 bilhões.

O discurso de Dilma adquiriu tom político em outros momentos. A presidente alfinetou o PSDB e insinuou que o governo de Fernando Henrique Cardoso pretendia privatizar a Petrobras. "[Os tucanos] Diziam que havia petróleo demais, riqueza demais e que, por isso, toda essa riqueza não podia ficar nas mãos de uma empresa pública, ou seja, nas mãos do povo. De forma muito sorrateira, prepararam todo um processo que, se não interrompido, acabaria por conduzi-la fatalmente a mãos privadas", disse Dilma.
"De tão requintado esse processo, chegou a fazer parte até a troca do nome, que seria Petrobrax sonegando a sílaba q é nossa identidade e nossa nacionalidade: “bras” de Brasil. Com apoio de todas as pessoas, a Petrobras resistiu às tentativas de desvirtuá-la, de reduzi-la e privatizá-la", contra-atacou.


Graça Foster no Senado


A presidente da Petrobras, Graça Foster, também participou da cerimônia em Ipojuca. Amanhã (14) ela partipará de audiência no senado para tratar do caso Pasadena. A refinaria no Texas, nos Estados Unidos, foi comprada pela estatal em 2006, avalizada pela então ministra Dilma, como presidente do conselho de administração da Petrobras. Graça participaria de um debate na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara sobre Pasadena, mas cancelou essa participação, segundo a Agência Câmara.

Com obras inacabadas e superfaturadas, Brasil é destaque do jornal The New York Times

Brasil Post  |  De Publicado:
Em ano de Copa do Mundo, todos os olhos se voltam para o Brasil. Na edição deste sábado (12), do jornal americano The New York Times, o país virou manchete. Mas, desta vez, não foi o Mundial o assunto em questão, e sim as muitas obras inacabadas e superfaturas que se espalham por aqui. A exposição proporcionada pelo evento tem levado ao mundo os nossos grandes problemas estruturais. 

Intitulada “Grand Visions Fizzle in Brazil” (Grandes visões fracassam no Brasil), a reportagem do jornalista Simon Romero reúne dados, depoimentos e até um vídeo. Ela chama a atenção para a demora na construção da ferrovia Transnordestina, para o abandono de edifícios curvilíneos projetados por Oscar Niemeyer e de parques eólicos, assim como para o rombo orçamentário provocado por projetos luxuosos, como hotéis inacabados no Rio de Janeiro. 

Romero lembrou até do “malfadado” museu de extraterrestres, que começou a ser construído com recursos federais na cidade de Varginha, em Minas Gerais, mas não foi terminado. “Seus restos esqueléticos agora pairam como um navio perdido entre as ervas daninhas", comentou.

E disse mais: “Os projetos da Copa do Mundo são apenas uma parte de um problema maior nacional e lançam uma cortina de fumaça sobre grandes ambições do Brasil: uma série de projetos luxuosos concebidos quando o crescimento econômico foi de afluência que agora estão abandonados, paralisados ou descontroladamente acima do orçamento.”

O jornalista afirma que os empreendimentos foram destinados a impulsionar a economia brasileira, mas agora que o país vive uma “ressaca pós-boom”, eles foram deixados de lado, expondo líderes a críticas fulminantes, alimentando pretensões de gastos desnecessários e incompetência, enquanto os serviços básicos para a população continuam deficientes. 

Alguns economistas ouvidos por ele associaram o problema à “burocracia paralisante, à destinação irresponsável de recursos e à corrupção”. “Os fiascos estão se multiplicando, revelando uma desordem lamentavelmente sistêmica. Nós estamos acordando para a realidade de que imensos recursos foram desperdiçados em projetos extravagantes, quando nossas escolas públicas ainda são uma bagunça e esgoto ainda está em nossas ruas”, disse Gil Castello Branco, diretor do Contas Abertas, um grupo de vigilância brasileiro que analisa os orçamentos públicos.

Leia a matéria completa no site do NYTimes. E assista ao vídeo aqui.

Empresas devem tomar cuidado com traduções simplistas






É comum no ambiente de multinacionais com presença no Brasil que se adotem normas, programas e códigos das matrizes no exterior independente de uma adaptação cuidadosamente planejada e implementada, sob o argumento de que programas globais precisam ser “consistentes”.

Também é comum que se aproveite, no contexto nacional, normas, programas e códigos meramente traduzidos de outras línguas, sobretudo do inglês.

Ocorre que não é pela mera tradução que se consegue consistência, mesmo porque nem tudo pode ou deve ser meramente traduzido.

Numa adaptação de normas, programas e códigos das matrizes no exterior, eventualmente pontos que não podem ser razoavelmente traduzidos deveriam ser omitidos para evitar confusão e a própria inefetividade da aplicação da norma interna, seguindo a linha de raciocínio de que normas efetivas devem ser criadas para refletir os costumes de seus destinatários, inclusive com a participação deles.

Exemplo corriqueiro de caso em que uma mera tradução não cai bem é a tradução do conceito de legislação norte-americana de “pagamentos de facilitação”. O conceito, se não explicado ou se mal compreendido, pode induzir a uma interpretação de que há conivência por parte da empresa com propinas, dentro de padrões subjetivos e de difícil explicação. Novamente, o risco é a inefetividade da aplicação da norma, algo talvez muito mais grave do que inconsistência de um programa global, e não cair bem significa exatamente inefetividade, muito além de qualquer conotação meramente semântica ou de estilo.

Outro exemplo que não deve ser seguido, importado diretamente de países de tradição anglo-saxão, é a previsão de que uma empresa só faz lobby legal. Numa atividade – lobby – que não é regulamentada no Brasil, a mera referência à expressão que tem conotação extremamente negativa pode causar uma má impressão de que a empresa opera por meios escusos.

Quando se trata de compliance é um erro grave presumir que se possa usar rótulos em língua estrangeira num país onde não se fala aquela língua. Recorrer a programas de tradução automática, para reduzir custos, é outro erro grave. Tais programas não têm o vocabulário especializado e customizado necessários sob o ponto de vista legal e regulatório. Qualquer pequeno erro pode, a par de desacreditar toda a iniciativa, atrair uma responsabilidade indesejada para a empresa e até para seus administradores, a depender de situações específicas.

E não é demais reforçar: verter é algo apropriado, ao passo que a mera tradução, sobretudo aquela literal, não é.

A questão é séria. Em situações limites pode haver motivo para que erros provoquem gargalhadas iniciais nos destinatários das normas internas de uma empresa que, por descuido ou desconhecimento, aplique algo que deixa a desejar em termos de compatibilidade com os costumes e cultura local, que varia até regionalmente. E não se trata apenas de uma necessária seriedade com relação às normas escritas em si. Eventual percepção de falta de seriedade pode tolher qualquer possibilidade de efetividade, minando a inicialmente desejada “consistência”, se se estiver a falar de programas globais, e bastando por si só para exigir um cuidado extremo, no caso de programa nacional somente.

É comum que parte significativa dos chamados programas de compliance adotados por multinacionais com sede no exterior (e agora por aquelas com sede no Brasil) prevejam treinamento de diversas ou até mesmo todas as categorias de colaboradores internos e também, por vezes, externos. Tais treinamentos podem ser presenciais, com instrutor experiente, ou não. A capacidade de boa comunicação é essencial para isto e os treinamentos podem ser ministrados online, por DVD ou, por outra mídia ou forma, não presenciais. É aí que pode estar um grande risco à seriedade necessária para o assunto.

Há algo de estranho, por exemplo, em treinamento de compliance com figuras esteriotipadas estrangeiras. Também não há como evitar uma enorme distração e possibilidade de incompreensão no caso de treinamento em língua estrangeira ou mesmo em português que não o do Brasil. E será improvável que mesmo em português do Brasil a distração seja evitada por um sotaque de quem ministra o treinamento, sobretudo em caso de peculiaridades das operações de cada empresa, algumas delas em regiões distantes do das capitais do Sudeste. É possível, por exemplo, que o sotaque errado para o público errado induza a uma percepção equivocada, algo que se pode minimizar com treinamento presencial, customizado.

O que se quer dizer com isso, especificamente, é que o treinamento deve ser sempre adaptado à linguagem local, bem como deve ser modelado para que seja facilmente assimilado pela cultura e questões específicas de cada país, inclusive sensibilidade com relação a pontos relativos à corrupção e fraude, sob a perspectiva da empresa e seus vários níveis de colaboradores, internos e/ou externos.

Falar em redução de custos chama a atenção de qualquer empresa, inclusive multinacionais. Para reduzir custos algumas delas costumam contratar um provedor global de serviços, que pode oferecer os tais “mecanismos e procedimentos internos (...) de incentivo à denúncia de irregularidades”, inclusive hotlines ou helplines. Alguns provedores globais de serviços, por incrível que pareça ainda hoje, desconhecem onde fica o Brasil e que língua falamos. É muito mais do que o clichê de que a capital do Brasil é Buenos Aires e que falamos espanhol. Novamente, a questão é séria e assim deve ser tratada. Não adianta delegar a criação de uma linha direta para denúncia de irregularidades (de ou sem boa fé) para um provedor que use um call center em Cabo Verde, por exemplo, pois grande chance há de que a operadora naquele país fale a língua local, que pouco tem a ver com a nossa que não vai ser facilmente compreendida até por usuários adaptados a interação com estrangeiros. Talvez as empresas ainda que multinacionais mas com sede no Brasil não estejam sujeitas a este tipo de situação, que representa um risco à seriedade de um efetivo programa de compliance, mas devem elas também estar atentas para que copiem modelos falhos.

Em suma, é necessário que qualquer política, código de conduta, programa ou procedimento esteja disponível na(s) língua(s) falada(s) em cada país onde a empresa mantém operações e funcionários. A expressão língua(s), aqui usada, tem um duplo sentido, literal e não literal.

Além disso, deve-se estar atento ao seguinte: políticas globais normalmente estabelecem os princípios orientadores e as regras que a empresa adota para garantir que ela opere em conformidade com as leis em cada país onde atua.

Em virtude dos anos à frente do Brasil em termos de existência de leis relativas ao assunto, os EUA, que adotaram ainda na década de 1970 o FCPA, e mais recentemente o Reino Unido, que adotou lei ampla em 2010, tem uma tradição maior no desenvolvimento de procedimentos internos relativos à matéria. Algumas empresas podem estar sujeitas aos ordenamentos dos dois países acima citados e, agora, também, ao terceiro, brasileiro. Não é tarefa simples compatilizar regras que estejam de conformidade com o ordenamento dos EUA, do Reino Unido e agora do Brasil. E qualquer deslize numa versão brasileira pode expor a empresa a responsabilidades e sanções sob um ou mesmo os 3 ordenamentos, inclusive e sobretudo no quesito de efetividade ou adequação de política, código de conduta, programa ou procedimento.

Vale, portanto, um alerta a todas as empresas sujeitas à Lei 12.846/2013 – e são muitas – a respeito da seriedade com que comunicação e efetividade de programas de compliance devem ser tratadas.

Advogados que admitem não saber tudo são melhores

A Faculdade de Direito de Nova York criou um instituto que se dedicará exclusivamente a discutir as atividades dos “advogados corporativos” (corporate counsel) — ou assessores jurídicos de corporações. É o The Institute for In-House Counsel. Um dos tópicos da conferência inaugural do instituto, de acordo com o site Corporate Counsel, foi o relacionamento das assessorias jurídicas das empresas com os “advogados externos”.

“Os assessores jurídicos devem saber que não sabem tudo e buscar ajuda externa, para o bem da empresa”, disse o diretor jurídico da Zucker Organization e Manhattan Skyline Management Group, Joseph Giamboi.

“Parte do meu trabalho é identificar riscos e ser o gerente de riscos em todas as transações da empresa”, ele explicou. “Mas uma das partes mais importantes é saber o que eu não sei. E eu não sei muita coisa. Assim, preciso ser capaz de identificar a aproximação de problemas, que na minha área podem ser associados, por exemplo, a questões ambientais, e saber onde vou buscar ajuda”, declarou.

O palestrante principal do evento, Richard DeScherer, diretor jurídico da Bloomberg LP, disse que não contrata advogados confiantes demais em seus próprios conhecimentos. “Eles prejudicam o trabalho da equipe e, consequentemente, a empresa, por assumirem uma atitude de quem sabe tudo, o tempo todo”, afirmou.

DeScherer disse que, para construir uma boa equipe jurídica nessa era de mudanças e inovações, é preciso saber contratar advogados. A Bloomberg contrata advogados por sua inteligência, trabalho duro, capacidade de gerenciar, por sua paixão pelas atividades da empresa e, principalmente, por sua capacidade de trabalhar em equipe.

Para ele, uma das obrigações mais importantes do departamento jurídico é avaliar o tamanho certo de sua equipe e as especializações que devem estar disponíveis internamente. “A equipe jurídica deve ser ágil, a contratação de ajuda externa deve ser criteriosa para manter os custos baixos e os problemas precisam ser antecipados”, disse.

Entre os problemas cotidianos de departamentos jurídicos de empresas, segundo disseram os palestrantes a assessores jurídicos, advogados e estudantes de Direito, estão as questões relacionadas a compliance.

DeScherer, que é uma autoridade em compliance, disse que o trabalho de assessores jurídicos, advogados corporativos e profissionais de compliance nunca foi tão importante. “Todos devem ficar atentos para o fato de que os reguladores estão concentrando seu foco na correção, transparência e compliance dos mercados financeiros”, afirmou.

O palestrante informou aos participantes do evento que o departamento jurídico da Bloomberg também investiu alto, nos últimos três anos, na prática de propriedade intelectual, permanecendo sempre em dia com as alterações significativas na lei de patentes nos EUA.

“Além disso, investimos muito na prática de regulamentação de valores mobiliários, porque ocorreram mudanças significativas na legislação dos EUA e na da Europa, que mudaram o panorama regulatório nessas regiões”, afirmou.

O reitor da Faculdade de Direito de Nova York, Anthony Crowell, disse aos participantes que um dos objetivos do instituto é ajudar a todos que atuam nesse mercado a resolver seus problemas do dia a dia e preparar os estudantes de Direito para atuar em assessorias jurídicas de corporações de todos os portes.

“O instituto foi criado para ser uma plataforma única para se discutir e encontrar soluções para os problemas e dificuldades que os assessores jurídicos e os advogados corporativos enfrentam em seu trabalho”, declarou o reitor.

Crowell citou alguns dos problemas práticos que impactam o trabalho dos assessores jurídicos mais profundamente, como um ambiente exacerbado de regulamentações, orçamentos corporativos limitados e uma ênfase crescente em segurança de dados corporativos.

domingo, 13 de abril de 2014

Cenários reais de 'Game of Thrones' levam fãs à Croácia


Estes cenários foram filmados nas cidades de Dubrovnik e Split, duas localidades com um enorme patrimônio monumental

Vesna Bernardic., da
Divulgação
Daenerys Targaryen, uma das personagens da trama "Game of Thrones", exibida pela HBO
No último domingo, nos Estados Unidos, a 'HBO' começou a exibir os capítulos da quarta temporada da série

Zagreb, 13 abr (EFE).- A cidade de Qarth, a Fortaleza Vermelha e a Baía da Água Negra, cenários de algumas das intrigas e batalhas da popular série de televisão 'Game of Thrones', não só existem na realidade como também podem ser visitados pelos mais ardorosos fãs da saga.

Esses cenários, que fazem parte do universo literário criado por George R.R. Martin e que chegaram às telas pela emissora 'HBO', foram filmados nas cidades de Dubrovnik e Split, duas localidades com um enorme patrimônio monumental que aproveitaram a série para oferecer uma nova oferta turística no Adriático croata.

No último domingo, nos Estados Unidos, a 'HBO' começou a exibir os capítulos da quarta temporada da série que já ganhou 11 prêmios Emmy.

'Todos os que compartilham a paixão pela série têm agora a incrível oportunidade de ver por onde Daenerys Targaryen caminhou, onde está a Baía dos Escravos e onde tudo aconteceu', descreve a agência Tours by locals sobre o percurso 'Split-Game of Thrones'.

'Conheça a fictícia cidade do desembarque do rei na companhia de seu guia especialista enquanto explora a parte antiga de Dubrovnik... Suba a muralha da cidade, imagine as sangrentas batalhas, visite a fortaleza de Lovrijenac para descobrir mais sobre as maléficas decisões do rei Joffrey. Siga os passos de Arya Stark...', convida, por sua parte, a agência Viator.

Por preços que vão dos US$ 70 a US$ 344, os fãs da série podem percorrer as mesmas ruas dos personagens e reconhecer paisagens como a da batalha entre Stannis, o candidato ao trono, e as tropas fiéis do clã Lannister.

As muralhas medievais e a parte antiga de Dubrovnik, a ilha de Lokrum, o jardim botânico de Trsteno Arboretum e a Fortaleza Lovrijenac são alguns dos monumentos reais que dão corpo físico aos cenários imaginados por George R.R. Martin.

'Quando olhava a série pensei que se tratava de efeitos especiais, pensava que, de nenhuma forma, poderíamos encontrar um lugar tão formoso. E sim, é real', comentou à 'HBO' o ator chileno-americano Pedro Pascal, que acaba de ser incorporado à série como o príncipe Oberyn Martell, conhecido como 'Víbora Vermelha'.

'Dubrovnik oferece um percurso especial pelos locais das filmagens aos amantes da série', explicou à Agência Efe Jelka Tepsic, funcionária do Escritório de Turismo desta cidade, conhecida como 'a pérola do Adriático'.

Assassinato no Japão é quase zero. Já violência doméstica...


Relatório da ONU mostra que Japão, país com uma das menores taxas de homicídio do mundo, luta para superar violência doméstica e diminuir morte de mulheres por companheiros

Getty Images
Japonesa fazendo compras em Tóquio
Mulheres japonesas caminham em Tóquio: apesar de estar entre os países menos violentos do mundo, Japão não conseguiu superar violência doméstica

São Paulo - O Japão tem uma das menores taxas de homicídio do mundo. Em 2012, último dado disponível, foi registrada 0,3 morte a cada 100 mil habitantes. No Brasil, esse índice é de 25,2. Mas enquanto no mundo os homens são as grandes vítimas da violência, no Japão este papel é ocupado pelas mulheres. Elas representam mais de 50% dos casos.

De acordo com o "Estudo Global sobre Homicídio 2013", divulgado nesta quinta-feira pelo Escritório sobre Drogas e Crime das Nações Unidas (UNODC, na sigla em inglês), 80% das pessoas assassinadas em 2012 em todo o mundo eram homens.

Segundo a ONUos dados sugerem que em países com taxas de homicídio muito baixas, caso do Japão, as vítimas do sexo feminino constituem uma parte crescente das vítimas. 
Isso porque, nesses lugares, ganha peso a violência cometida por parceiros.

Na Ásia, 20,5% dos casos de homicídio foram cometidos por pessoas próximas à vítima.
O percentual é muito maior do que o registrado nas Américas (8,6%) e na África (13,7%). Regiões que, inclusive, têm taxas de homícidio muito maiores que a dos países asiáticos.

Globalmente, 47% das mulheres morrem vítimas de membros da família ou de parceiros íntimos (maridos e namorados). No caso dos homens, apenas 1 em cada 20 casos envolve relações íntimas. 


Japão


O Japão introduziu sua primeira lei de violência doméstica em 2002, quando uma pesquisa realizada a cada três anos pelo governo japonês revelou que 4,4% das mulheres respondeu que a violência sexual sofrida por elas foi forte o bastante para fazê-las temerem por suas vidas. 

Em 2005 e 2008, quando a "Pesquisa sobre a violência entre homens e mulheres" foi refeita, mais de 10% das mulheres casadas disseram ter sofrido "agressão física", "assédio moral ou ameaças assustadoras" ou "coerção sexual" por seu parceiro em "muitas ocasiões."

Além disso, na época, uma em cada 5 mulheres casadas disseram ter sofrido violência doméstica em "uma ou duas ocasiões". Isso faz com que quase um terço das mulheres casadas japonesas tenha sofrido algum tipo de violência dentro de casa. 

Em resposta aos números alarmantes - que contrastam com a baixíssima taxa de homicídios do país -, em 2011 o governo japonês criou diversas leis destinadas a proteger as mulheres.

As melhorias foram principalmente no sistema de notificação e investigação de casos de violência doméstica. O resultado veio rápido: o número de casos reportados cresceu vertiginosamente.

De acordo com o jornal Japan Times, o número de casos relatados cresceu 46% naquele ano. 
Além disso, unidades policiais especiais para casos de violência doméstica foram melhor preparadas para lidar com estes casos, os acompanhando do relatório inicial até o veredito final

As estatísitcas registradas, no entanto, mostram que a situação das mulheres continua preocupante: 26% delas relataram terem levado socos, chutes e empurrões de seus parceiros, outros 14% afirmaram terem sido obrigadas a fazer sexo, e 18% sofreram abusos psicológicos.

Segundo a ONU, o caso japonês mostra que em um contexto de níveis muito baixos de violência, ainda podem ser necessários esforços adicionais para lidar com a violência doméstica.