segunda-feira, 7 de julho de 2014

SABMiller irá se desfazer de fatia de US$1 bi na Tsogo Sun

Cervejaria tem uma fatia de 39,6 por cento na Tsogo Sun, avaliada em aproximadamente 1,090 bilhão de dólares

James Davey e Martinne Geller, da 
Cervejas da SABMiller em exposição no Brewery Plzeňský Prazdroj Museum




Londres - A SABMiller irá vender sua participação de 1 bilhão de dólares no grupo sul-africano Tsogo Sun, que atua em jogos, hotéis e entretenimento, afirmou a cervejaria global nesta segunda-feira.
A SABMiller tem uma fatia de 39,6 por cento na Tsogo Sun, avaliada em aproximadamente 1,090 bilhão de dólares. A participação data de 2002, quando a SABMiller transferiu seus ativos de jogos e hotéis para a Tsogo Sun. A fabricante das cervejas Peroni e Miller Lite vinha revisando sua fatia "não estratégica" na Tsogo Sun conforme se concentrava na construção do seu negócio de cervejas em mercados emergentes, como África, Ásia e América Latina.
"Jogos e hotéis não são fundamentais para nossas operações e concluímos que é a hora certa para sairmos de nosso investimento através de uma transação que é benéfica tanto para os acionistas da SABMiller quanto para os da Tsogo Sun", disse o presidente-executivo da SABMiller, Alan Clark.
Ele disse que a empresa irá reinvestir os recursos, incluindo em suas operações africanas. A SABMiller revelou que irá vender até a totalidade da sua participação através de uma colocação de até 305 milhões de ações para investidores institucionais internacionais e sul-africanos, e por meio de uma recompra da Tsogo Sun de pelo menos 130 milhões de ações por cerca de 260 milhões de dólares.
As ações da Tsogo Sun, que opera mais de 90 hotéis na África, no Oriente Médio e nas Seychelles, bem como cassinos, teatros, cinemas, restaurantes e instalações para conferências, caíam 3,20 por cento às 7h46 (horário de Brasília) na bolsa de Johanesburgo

Montadoras esperam maior queda de produção desde 1998

Houve piora nas expectativas de produção, vendas e exportações, segundo dados informados pela associação que representa o setor



Veículos: previsão para produção passou de alta em 2014 de 1,4% para queda de 10%, a 3,339 milhões




Veículos da Toyota

São Paulo - A indústria brasileira de veículos reduziu suas projeções para o ano nesta segunda-feira, com piora nas expectativas de produção, vendas e exportações, segundo dados informados pela associação que representa o setor, Anfavea.
A previsão para produção passou de alta de 1,4 por cento em 2014 para queda de 10 por cento, a 3,339 milhões de veículos, no que seria a maior redução na produção desde 1998.
Já a expectativa para as vendas foi revista de alta de 1,1 por cento para queda de 5,4 por cento, a 3,564 milhões de unidades, que se confirmada marcará o segundo ano consecutivo de recuo nos licenciamentos de veículos no país após nove anos de crescimento ininterrupto.
As previsões poderiam ser ainda piores não fosse a expectativa da Anfavea de melhora dos licenciamentos na segunda metade do ano sobre a primeira. Segundo o presidente da Anfavea, Luiz Moan, a produção de veículos no segundo semestre deve somar 1,773 milhão de unidades, alta de 13,2 por cento sobre o primeiro semestre.
"Não é um bom número, mas temos todas as indicações de que teremos uma variação positiva em todos os fatores de nossas previsões. No segundo semestre, teremos 127 dias úteis, portanto, em termos de dias de vendas, nós já temos 7 por cento de potencial melhoria em relação ao primeiro semestre", disse Moan, em entrevista a jornalistas.
De janeiro a junho, houve 119 dias úteis. A produção brasileira de veículos em junho caiu 23,3 por cento sobre maio, encerrando o primeiro semestre com queda anual de 16,8 por cento.
A produção de junho somou 263,6 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, acumulando na primeira metade do ano 1,66 milhão de veículos montados.
A queda aconteceu com um forte recuo nas vendas no mercado interno e nas exportações, diante da fraqueza da economia brasileira no período e de dificuldades nas vendas para a Argentina, principal destino das vendas externas do setor.
Os problemas motivaram o governo federal a prorrogar até o final do ano a validade de alíquotas reduzidas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que deveriam ter subido a patamares normais a partir deste mês.
Os licenciamentos de veículos em junho caíram 10,2 por cento sobre maio, para 263,6 mil unidades. Na comparação anual, houve recuo de 17,3 por cento.
"Neste primeiro semestre, tivemos 119 dias úteis ante 122 dias no primeiro semestre de 2013. Em junho, houve apenas 18 dias úteis de vendas ante 21 dias em maio. Além disso, não podemos esquecer que tivemos uma alavancagem de vendas em junho do ano passado", disse Moan. "O crédito continua ainda bastante seletivo", acrescentou.
As exportações de junho, incluindo máquinas agrícolas, caíram 23,7 por cento em junho ante maio e recuaram 39,4 por cento sobre junho de 2013, para 850 milhões de dólares.
No acumulado do semestre, as vendas externas somam 6,01 bilhões de dólares, queda de 23,1 por cento sobre a primeira metade do ano passado.
*Matéria atualizada às 13h46

México passará Brasil como maior produtor de carros da AL

As crescentes exportações mexicanas para os EUA incentivam a abertura de fábricas e uma produção recorde

Brendan Case e Christiana Sciaudone, da 
REUTERS/Jason Lee
Autoindústria
Autoindústria: a explosão coincide com uma queda na produção brasileira 
Cidade do México e São Paulo - O México está a caminho de superar o Brasil como maior produtor de automóveis da América Latina pela primeira vez em mais de uma década, pois as crescentes exportações para os EUA incentivam a abertura de fábricas e uma produção recorde.
Após ficar pouco à frente do Brasil nos cinco primeiros meses do ano, o México deverá manter sua vantagem ao longo de 2014 e conseguir a liderança por um ano-cheio pela primeira vez desde 2002, segundo a consultoria IHS Automotive.
A ascensão do México está sendo impulsionada em parte porque as vendas de automóveis estão ocorrendo no ritmo mais rápido em quase oito anos nos EUA, o maior mercado do país.
A explosão coincide com uma queda na produção brasileira até maio após a demanda doméstica esfriar, estabelecendo uma troca na liderança no setor latino-americano mais rápida do que os analistas previram.
“O vento está em nossas velas” no México, disse Luis Lozano, sócio principal para o setor automotivo da PricewaterhouseCoopers LLP, em entrevista por telefone, da Cidade do México. “As pessoas falam sobre os setores de energia e telecomunicações do México, mas a indústria automotiva continuará sendo o ícone deste país”.
Eclipsar o Brasil, onde a produção caiu 14 por cento neste ano, faria com que o México saltasse para o sétimo lugar entre os maiores produtores de automóveis do mundo. China e EUA lideram o mercado mundial.
A sorte diferente nas produções automotivas mexicana e brasileira neste ano reflete a situação de seus grandes mercados. Devido aos altos encargos trabalhistas e impostos, os carros e caminhões fabricados no Brasil são muito caros para enviar ao exterior e são destinados em sua maioria aos compradores locais.
As fábricas mexicanas exportam oito em cada 10 carros que produzem, com mais da metade indo para os EUA.
Discrepância econômica
O setor automotivo resume os dados econômicos subjacentes dos dois países. O México está começando a ver sinais de recuperação depois de o crescimento não ter cumprido as expectativas em sete dos últimos oito trimestres, enquanto o Brasil reduziu suas estimativas para o produto interno bruto para este ano e o próximo e aumentou as projeções de inflação.
Os economistas preveem que a economia mexicana crescerá 2,8 por cento neste ano, contra 1,3 por cento no Brasil.
A produção automotiva do México cresceu 7,2 por cento até maio, para 1,31 milhão de veículos, reforçada por novas fábricas da Nissan Motor Co., da Honda Motor Co. e da Mazda Motor Corp., segundo a Associação Mexicana da Indústria Automotiva, conhecida como Amia. O total do Brasil foi de 1,27 milhão, segundo a Anfavea, a associação das fabricantes de carros do Brasil.
Enquanto as exportações do México para os EUA subiram 19 por cento até maio, os embarques do Brasil para o seu principal parceiro comercial, a Argentina, caíram 28 por cento, segundo a Anfavea. No Brasil, os consumidores têm reduzido as compras por causa de um crédito mais apertado e uma economia mais fraca.
O México deverá produzir 3,1 milhões de automóveis neste ano, segundo o presidente da Amia, Eduardo Solís, que disse que não tinha certeza se o país construiria mais do que o Brasil. A IHS está prevendo uma produção mexicana de quase 3,2 milhões de unidades, à frente das 3,17 milhões do Brasil.
Os investimentos das empresas automotivas mostram a importância de ambos os países na cadeia global de produção.
Novas fábricas estão sendo avaliadas para ambos os países nos próximos anos, o que pode significar uma disputa ombro a ombro pela liderança na produção latino-americana, segundo a IHS Automotive e a LMC Automotive.
Bill Rinna, gerente sênior de projeções norte-americanas da LMC Automotive, prevê que o México manterá o topo de 2016 a 2021, quando o Brasil retomará a posição. Até lá, a produção automotiva combinada dos dois países seria de 8,83 milhões de veículos, 38 por cento mais alta do que em 2013.

Neymar fora da copa: houve crime?


Neymar machucado jogo Brasil x Colômbia (Foto: Reuters)

Publicado por Luiz Flávio Gomes
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Meus amigos: do ponto de vista do direito penal não há nenhuma dúvida de que o lateral colombiano Zúñiga, com sua atrabiliária entrada, gerou risco proibido e cometeu formalmente o delito de lesão corporal de natureza grave (grave porque Neymar ficará mais de 30 dias impossibilitado para suas atividades esportivas). Pode ter havido dolo direto (intenção inequívoca de lesar), dolo eventual (assumiu o risco de produzir o resultado), culpa consciente (previu o resultado, mas não o queria) ou culpa inconsciente (nem sequer previu o resultado).
De qualquer modo, tratou-se inequivocamente da geração de um risco proibido (e, portanto, ilícito). Quando um jogador disputa a bola e vai na bola, estamos diante de um risco permitido (isso está permitido pelas regras do jogo). Quando o jogador não vai na bola, sim, somente no corpo do outro atleta, surge o chamado (por Roxin) risco proibido. O risco proibido gera formalmente um ilícito. O ilícito pode ser desportivo ou criminal. O ilícito desportivo constitui formalmente um crime (no caso do Neymar, lesão corporal grave). Mas isso não significa automaticamente a incidência do direito penal. Por quê?
Nos eventos esportivos, mesmo quando há um fato formalmente criminoso decorrente da geração de um risco proibido (jogada não permitida pelo esporte, como a mordida de Suarez ou a fratura causada por Zúñiga), por que o jogador não é preso em flagrante?
Não se prende em flagrante o jogador (que, normalmente, nem sequer responde a um processo criminal) em virtude de um relevante princípio do direito penal: o da subsidiariedade, que é expressão da intervenção mínima do direito penal. Quando outros ramos do direito cuidam do assunto e é suficiente, o direito penal fica afastado (visto que ele só pode intervir minimamente, em último caso).
Há uma expressão latina que bem expressa isso: ultima ratio, isto é, o direito penal é o último instrumento do qual temos que nos valer para punir aqueles que se desviam das condutas esperadas, infringindo as normas. Se o direito desportivo é suficiente, fica eliminado o direito penal. Essa lógica é frequente no futebol: se uma advertência é suficiente, o árbitro evita o cartão amarelo; se este é suficiente, posterga-se o vermelho; se as sanções desportivas são suficientes, afasta-se o direito penal.
É isso que explica a razão pela qual Suarez não foi processado criminalmente (foi, no entanto, punido pela Fifa, que também deve punir Zúñiga). Enquanto as sanções da Fifa (nos casos dos ilícitos ocorridos durante uma partida de futebol, dentro do gramado) são suficientes, deixa de incidir o direito penal. Diga-se de passagem, as sanções da Fifa não são suaves e, ademais, são normalmente rápidas (ela trabalha com a certeza do castigo, algo que não acontece com o direito penal, que é demorado e bastante falível). Lamentamos a perda do nosso craque, mas temos que cuidar das nossas emoções, que muitas vezes fazem pó da razão. Na internet já eclodiu o desejo de justiçamento (vingança contra o jogador e sua família). É assim que começam muitos linchamentos (como foi o caso de Fabiane Maria de Jesus, em Guarujá). E linchamento é a negação da civilidade que nós, brasileiros, demonstramos frente aos estrangeiros durante esta Copa do Mundo.
Luiz Flávio Gomes
Publicado por Luiz Flávio Gomes
Jurista e professor. Fundador da Rede de Ensino LFG. Diretor-presidente do Instituto Avante Brasil. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), Juiz...

quarta-feira, 25 de junho de 2014

O plano costurado pela C&A para perder menos funcionários


Rotatividade caiu 7% nos últimos 2 anos na varejista. Empresa diz que convence equipe a vestir a camisa divulgando vagas de emprego internamente e com treinamentos.


Luísa Melo, de Exame.

Pedro Zambarda/EXAME.com
Loja da C%26A
C&A: Em 2013, das 400 vagas abertas na empresa, 35% foram preenchidas internamente
São Paulo - Nos últimos dois anos, o número de empregados que pedem demissão ou precisam ser desligados na C&A caiu 7%.  Para uma companhia do setor varejista, em que arotatividade de pessoal é historicamente alta, esse índice pode ser significativo.
A empresa atribui o melhor desempenho em reter a equipe aos programas de valorização de pessoas que adota. Um deles é o “Oportunidades internas”, por meio do qual ela anuncia vagas de emprego aos próprios funcionários antes de divulgá-las para o mercado.
A comunicação é feita semanalmente pela intranet ou pelo informativo “C&A News”, que possui também uma versão impressa. Por meio desse projeto, trabalhadores insatisfeitos com a função que desempenham têm a opção de mudar de área, ou mesmo ascender na carreira – e é aí que a C&A os conquista.
A partir do momento em que o empregado se candidata ao cargo aberto, ele concorre igualmente com outros profissionais, mas recebe uma orientação especial ao fim do processo de seleção para entender por que foi classificado, ou não, para aquele posto.  
“No caso de um feedback negativo, a conversa é aproveitada para tratar de aspectos que ele precisa desenvolver para conseguir uma próxima oportunidade”, explica Márcia Costa, vice-presidente de RH e Comunicação da C&A.
Em 2013, das 400 vagas que foram abertas na empresa, 35% foram preenchidas por pessoas que já faziam parte do seu quadro de funcionários.
Outro ponto que, segundo a companhia, ajuda na hora de convencer os empregados a vestirem a camisa e ficarem no emprego é a forma como eles são recebidos após a admissão.
O processo de integração de novos profissionais na varejista dura seis meses. Além de serem apresentados aos valores, cultura e normas da empresa, nos três primeiros meses de contrato, os trabalhadores recebem um feedback do nível gerencial sobre como estão se desenvolvendo. No segundo trimestre de experiência, esse encontro passa a acontecer mensalmente.
“Isso faz com que nossos funcionários sejam realmente acolhidos. Como é comum eles serem muito jovens e estarem no primeiro emprego, é importante que possam conhecer bem a empresa, os processos de trabalho, os produtos que vendem”, diz Márcia.
Além disso, ao entrar para a companhia, funcionários que trabalham em lojas ganham um “passaporte” no qual devem registrar todas as etapas de treinamento por quais passaram. Nos três primeiros meses, eles também contam com a ajuda e o acompanhamento de um padrinho.  No ano passado, 4.368 pessoas receberam esse tipo de instrução.
Para todos os empregados da empresa, a orientação por feedback não termina na integração. Ela acontece pelo menos uma vez por ano, nas avaliações de desempenho.
Treinamentos
Disponibilizar novos conhecimentos e deixar a equipe sempre atualizada é outra estratégia de retenção usada pela C&A. Em seu portal de educação corporativa, a companhia oferece 47 cursos online sobre diversos temas, para qualquer um que queria se inscrever. Todas as 270 lojas da rede possuem salas com computadores e internet. Só no ano passado, mais de 11.000 horas de treinamento foram ministradas para todos os níveis da companhia.
Além disso, a empresa realiza “minisséries”, que são treinamentos sobre ações comerciais e eventos aplicados pelos líderes através dinâmicas e material lúdico.
Bem estar e condições de trabalho
Apesar de todos esses esforços, em maio, a C&A foi condenada pelo Superior Tribunal de Justiça (TST) a pagar uma indenização de 100.000 reais por dano moral coletivo por submeter funcionários a jornadas de trabalho exaustivas em duas lojas em Goiás.
A Procuradoria Geral do Trabalho do estado teria constatado, em 2009, que a varejista obrigava os empregados a trabalharem em feriados e aumentava o expediente para além do permitido por lei, além de impedi-los de tirar um intervalo para repouso e alimentação. Tais condições foram consideradas análogas à de escravo pelo órgão.
Para tentar conter esse tipo de problema, a companhia diz que tem investido constantemente em sistemas para que os funcionários possa planejar o seu horário de trabalho “de acordo com a disponibilidade de abertura e de venda de cada localidade, obedecendo a legislação”.
Um deles é uma cabine de comando eletrônica que disponibiliza para os gerentes a quantidade de pessoas e as horas disponíveis que sua equipe tem para atuar, incluindo as folgas. “O gestor é quem tem de ficar de olho”, diz Márcia Costa.
“A fiscalização em Goiás foi um problema localizado. A C&A tem uma reputação a zelar e vem atuando de forma bastante respeitosa à lei trabalhista”, defende. 


Bióloga Marcela Uliano e conservacionista Patricia Medici foram selecionadas para o TED Fellowship, programa de apoio a projetos inovadores de impacto.


Saulo Pereira Guimaraes, de Exame.







Reprodução/Youtube
Bióloga Marcela Uliano
Marcela Uliano: projeto envolvendo Mexilhão Dourado está entre contemplados pelo TED
São Paulo - Iniciativa de referência na área de inovação, o TED anunciou hoje uma lista de 40 projetos aos quais vai dedicar uma atenção especial em 2014. Entre os nomes selecionados, estão duas cientistas brasileiras: bióloga Marcela Uliano e a conservacionista Patricia Medici.
Marcela e Patricia farão parte do TED Fellowship, programa de apoio a pessoas com projetos inovadores e de impacto em suas respectivas áreas. Além das cientistas, o artista e ativista brasileiro Mundano também foi selecionado.
"O TED Fellowship oferece acesso a uma rede exclusiva de inovadores, oficinas para desenvolvimento de habilidades únicas e orientação de especialistas de renome mundial", afirma o site sobre o programa.
Projetos
Doutoranda em biofísica pela UFRJ, a bióloga Marcela Uliano foi uma das contempladas. Ela estuda a praga do Mexilhão Dourado, molusco originário da China que chegou à América do Sul em 1991.
Após entrar pela Argentina, o animal se espalhou pela região. Em um ano, sua população é capaz de pular de 5 para 150 mil indivíduos por metro quadrado - o que causa entupimento de tubulações e desequilíbrio ambiental, entre outros problemas.
O projeto de Marcela visa realizar o mapeamento completo do material genético da espécie, que hoje já se encontra no Pantanal. A meta é entender o bicho e evitar que ele se espalhe também pela Amazônia.

6 efeitos malucos da Copa em uma grande cidade


Uma Copa leva uma cidade ao extremo em questão de horas. Do trânsito louco a cidade fantasma, de picos de barulho a baixo consumo de energia, veja como o mundial transforma SP

Beatriz Souza - Exame




Robson Leandro/ Flickr
Rua Boa Vista, no centro de São Paulo, 5 minutos antes de começar o jogo entre Brasil e México na Copa do Mundo 2014
Rua Boa Vista, no centro de São Paulo, 5 minutos antes de começar Brasil x México
São Paulo - Todo mundo já esperava que a Copa do Mundo fosse mudar a rotina dos brasileiros por um mês. Mas além de toda alegria associada ao futebol, um evento desta magnitude traz algumas surpresas e faz uma cidade do tamanho de São Paulo viver várias realidades em um único dia (ou ao longo de alguns deles).
Isso inclui passar por picos de congestionamento - da ordem de 302 quilômetros perto do começo de um dos jogos da seleção - e por uma cidade quase fantasma pouco tempo depois. 
Na hora em que o Brasil entra em campo, aliás, a cidade para até de gastar energia. Afinal, só os televisores ficam ligados.
Veja abaixo como uma Copa pode levar ao extremo uma metrópole.
1) Ruas e estações de metrô vazias
Esta era a estação Sé às 16h da terça-feira passada, quando começava o jogo entre Brasil e México.
Robson Leandro/ Flickr
Estação da Sé, em São Paulo, vazia durante jogo entre Brasil e México na Copa do Mundo 2014

2) Mas a cidade também pode travar em horário em que deveria estar tranquila
Também no dia de Brasil e México, as ruas da cidade viveram um verdadeiro caos, já que todo mundo saiu correndo do trabalho no mesmo horário.
O congestionamento passou de 300km no meio da tarde, às 15h, pico quase nunca atingido mesmo em hora do rush em dias de chuva.

3) Vai-se do silêncio ao estrondo em segundos
Durante o jogo, ruas vazias e silêncio que só é quebrado pelo barulho das vuvuzelas - ou dos gritos na hora do gol.
O vídeo abaixo foi gravado no bairro de Moema, em São Paulo, durante o jogo de abertura da Copa, entre Brasil e Croácia. Por conta das diferentes transmissões, a gritaria começa aos poucos e vai crescendo, até que todos estejam comemorando juntos:

https://www.youtube.com/watch?v=g20q7_riCAE

4) O barulho da multidão em momento de gol é igual turbina de avião
G1 levou para o Anhangabaú, na Fifa Fan Fest, um medidor de ruído. Após os 4 gols marcados pela seleção de Felipão, o aparelho marcou entre 110 e 115 decibéis, o mesmo (ensurdecedor) barulho que faria uma serra elétrica ou um avião a quatro metros de distância.
César Ogata/ Secom/ PMSP
Vista aérea da Fifa Fan Fest em São Paulo, no Vale do Anhangabaú

5) Um carnaval fora de época surge espontaneamente na rua
Nem a Prefeitura de São Paulo, nem os bares da região esperavam que a Vila Madalena fosse se tornar uma espécie de Fan Fest não oficial de São Paulo, com mais dias de folia que o carnaval.. 
Coube a prefeitura correr atrás de por ordem na região, bloqueando o tráfego nas ruas - o que já havia sido feito pelas multidões - e colocando (insuficientes) banheiros químicos.
Quem não está gostando são os moradores.
Kelsen Fernandes/ Fotos Públicas
Esquina entre as ruas Mourato Coelho e Aspicuelta na Vila Madalena - brasileiros e estrangeiros tomaram o local

5) O consumo de energia vai abaixo
Apesar de provavelmente todos os televisores do país estarem ligados para acompanhar a partida entre Brasil e México na terça-feira passada, foi registrado um consumo de energia abaixo do normal
Segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), a geração de energia de todas as usinas caiu de patamar de 65.000 MW no início da tarde para pouco mais de 50.000 MW durante o primeiro tempo do jogo.
Por conta da partida, muitas indústrias e empresas das áreas de serviço e comércio interrompem as atividades. O gráfico abaixo resume a situação com clareza:
Reprodução/ ONS
Gráfico da ONS que compara o consumo de energia de uma terça-feira normal com o dia 17/6, quando o Brasil jogou contra o México na Copa do Mundo



6) As pessoas se tornam ainda mais dependentes de seus smartphones
Segundo o SindiTelebrasil (Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia), na primeira partida em cada um dos 12 estádios que sediam o mundial, foram feitas cerca de 1 milhão de ligações de telefonia celular e de 7,6 milhões de comunicações de dados - o que equivale ao envio de 7 milhões de fotos. 
Só no jogo de abertura, foram feitas 135 milhões de ligações de celular e mais de 1 milhão de comunicações de dados (envio de e-mails, fotos e mensagens multimidia) na Arena Corinthians.
 Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
Torcedores tiram foto enquanto comemoram gol da seleção brasileira contra a Croácia no 1º jogo da Copa do Mundo
No jogo de abertura da Copa do Mundo, torcedores enviaram mais de 1 milhão de fotos pelos celulares