sexta-feira, 15 de agosto de 2014

A regra muda e as SCP devem se inscrever no CNPJ

A sociedade por conta de participação está prevista na nossa legislação há mais de um século, mas foi “redescoberta” nos últimos 10 anos e vem sendo muito adotada, especialmente nos  empreendimentos imobiliários.

Trata-se de uma sociedade sem personalidade jurídica, e está prevista no  Código Civil no art. 911 que dispõe que “na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos resultados correspondentes“.

As principais características deste tipo societário são as seguintes:

- a SCP é uma sociedade não personificada e sem denominação social;
- um empreendedor, chamado sócio ostensivo, associa-se a investidores, denominados os sócios participantes, para a exploração de uma atividade econômica;
- o sócio ostensivo realiza todos os negócios e operações ligados à atividade da sociedade, em seu próprio nome, respondendo de forma pessoal e ilimitada;
- o sócio ostensivo registra contabilmente as operações realizadas pela SCP como se fossem suas, mas as identifica com o objetivo de partilhar os resultados;
- os sócios participantes (sócios investidores ou ocultos) não aparecem nas negociações realizadas pelo sócio ostensivo, não participam na gestão dos negócios, mas tem direito a participar dos resultados;
- a sociedade não é registrada na Junta Comercial e os terceiros não ciência da existência da Conta em Participação;
- o sócio ostensivo não pode admitir novo sócio sem o consentimento expresso dos demais.
- as obrigações tributárias são cumpridas apenas pelo seu sócio ostensivo.

Pois bem, como as obrigações tributárias são de responsabilidade do sócio ostensivo (pagamento de tributos e declarações destinadas à Receita Federal tais como DIPJ, DCTF, EFD-Contribuições, EFD-ICMS/IPI, ECF, etc..), todas as obrigações eram cumpridas com utilização do CNPJ do sócio ostensivo.

Ocorre que, com a edição da Instrução Normativa da RFB 1470 de 30/05/2014 foi revogado o item 4 (quatro) da Instrução Normativa SRF nº 179, de 30 de dezembro de 1987 que mencionava que “Não será exigida a inscrição da SCP no Cadastro Geral de Contribuintes do Ministério da Fazenda – CGC/MF”.

Com esta revogação os sócios ocultos poderão ser identificados, o que poder levar a outras implicações.
Somente o futuro poderá dizer se os sócios ocultos continuarão as ser poupados de eventuais responsabilidades ligadas à sociedade.

O que fica claro com esta medida, é que ao menos, perante o fisco, as SCP sofrerão um controle mais significativo, além de redundar em maiores custos administrativos para as sociedades.

Uso do FGTS na compra de imóveis pode ser ampliado, diz jornal - InfoMoney
Veja mais em: http://www.infomoney.com.br/imoveis/noticia/3495115/uso-fgts-compra-imoveis-pode-ser-ampliado-diz-jornal

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

UBS estuda aquisição de gestor de fortunas no Brasil


Segundo CEO, banco quer multiplicar por sete o tamanho do negócio até 2020

Cristiane Lucchesi, da
Chris Ratcliffe/Bloomberg
Recepção da área de gestão de riquezas do banco UBS em Londres, Reino Unido
Recepção da área de gestão de riquezas do banco UBS em Londres, Reino Unido

São Paulo - O UBS, o maior banco suíço, está estudando a compra de uma empresa de gestão de riquezas no Brasil para multiplicar por sete o tamanho do negócio até 2020, disse Sylvia Coutinho, CEO da unidade brasileira do banco.

“Estamos à procura de oportunidades de aquisição no mercado brasileiro”, disse a executiva, em 31 de julho, em sua primeira entrevista desde que assumiu o cargo, em junho de 2013.

O UBS planeja contratar mais pessoas para seu negócio de gestão de riquezas e abrir escritórios no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte para atender clientes ricos mais de perto se não puder encontrar uma firma para comprar, disse ela.

“O foco serão os clientes de renda mais alta, com R$ 5 milhões (US$ 2,2 milhões) ou mais para investir com a gente”, disse Sylvia, que anteriormente foi diretora de banco de varejo e gestão de riquezas para a América Latina do HSBC Holdings.

O UBS está expandindo a gestão de riquezas nos mercados emergentes e na Ásia enquanto recua no setor de banco de investimento e deixa a maior parte dos negócios de comercialização de dívidas em meio a exigências mais estritas de capital. 

A empresa com sede em Zurique foi classificada como a maior gestora de riquezas do mundo pelo segundo ano seguido depois que o total de ativos sob sua gestão subiu 15 por cento, para US$ 1,97 trilhão, segundo um relatório do mês passado da Scorpio Partnership, empresa de consultoria com sede em Londres.

O Credit Suisse Group AG também decidiu expandir suas operações de gestão de riquezas no Brasil abrindo escritórios fora de São Paulo, em Belo Horizonte e Porto Alegre, e está formando parcerias com os principais gestores de fundos locais, disse José Olympio Pereira, CEO do banco no Brasil. 

Em março, a Julius Baer Group, que tem sede em Zurique, conquistou clientes brasileiros aumentando sua participação na GPS Investimentos Financeiros e Participações de 30 por cento para 80 por cento.


Meta de receita


O setor de gestão de riquezas do Brasil tinha R$ 591,4 milhões em ativos sob gestão até março, um incremento de 3 por cento em relação a outubro, segundo a Anbima, a associação de mercados de capitais do país. 

O UBS tem R$ 6 bilhões no negócio de private banking no Brasil, contra R$ 65 bilhões do Credit Suisse, disseram os bancos.

O UBS era um grande player do setor de gestão de riquezas no Brasil antes de comprar o Banco Pactual SA do bilionário André Esteves, em 2006, por US$ 3,5 bilhões, para expandir-se no segmento de banco de investimentos. 

Três anos depois, o UBS vendeu o Pactual de volta para Esteves, incluindo o negócio de gestão de riquezas, por US$ 2,5 bilhões.

O UBS tentou comprar a unidade de gestão de riquezas do BNP Paribas SA no Brasil em outubro de 2012, disse uma fonte com conhecimento direto do assunto na época. O negócio não se concretizou.

O setor de gestão de riquezas atualmente tem um peso pequeno sobre as receitas brasileiras do banco, disse Sylvia, preferindo não revelar números. 

O objetivo é que a participação da área cresça para 50 por cento até 2020, expandindo os ativos sob gestão para R$ 42 bilhões, disse ela.


Link Investimentos


A corretora é o setor que mais contribui com a receita do UBS no Brasil, disse Sylvia, sem fornecer números. A aposta nas negociações de alta frequência ajudou o banco a superar o rival suíço Credit Suisse no mercado de ações no Brasil pela primeira vez neste ano.

O UBS negociou R$ 221 bilhões em títulos e opções de títulos na BM&FBovespa até junho, segundo dados compilados pela bolsa, ampliando sua participação de mercado para 13,8 por cento, contra 11,4 por cento para todo o ano de 2013. 

O Credit Suisse, que tinha uma participação de mercado de 12,1 por cento e R$ 193 bilhões nos seis primeiros meses, dominava as negociações antes de o UBS comprar a Link Investimentos, que tem sede em São Paulo, no ano passado, operação que lhe deu a corretora de mais rápido crescimento no país.
O banco a rebatizou como UBS Brasil.

“Desde a integração com a Link, a receita com corretagem cresceu 20 por cento”, disse Sylvia. A compra foi assinada em abril de 2010 e concluída em janeiro de 2013 com aprovação do governo.
 

‘Mercados fracos’


O UBS, que tem 370 funcionários no Brasil e R$ 650 milhões em ativos, também está contratando para seu banco de investimentos, disse ela. 

Marcos Grodetzky, ex-executivo da processadora de pagamentos Cielo e da fabricante Fibria Celulose, ingressou na empresa no mês passado como consultor sênior.

“Estamos planejando dobrar nossa receita do negócio de banco de investimento neste ano mesmo com a fraqueza dos mercados acionários”, disse Sylvia.

O volume de fusões e aquisições no Brasil aumentou 38 por cento neste ano até 1º de agosto em relação a um ano antes, para US$ 30,3 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg. 

O UBS esteve envolvido em US$ 6,5 bilhões em negócios no período e se classificou em nono lugar entre os assessores financeiros brasileiros, mostram os dados.

Número de multimilionários no Brasil cresce 200% em 10 anos


Brasil tem hoje mais de 10 mil indivíduos com patrimônio líquido acima de 10 milhões de dólares, o 10º lugar no ranking mundial


Patrick Fallon/Bloomberg
Mulher caminha na frente de anúncio de loja de jóias em Beverly Hills, EUA
Mulher caminha na frente de anúncio de loja de jóias em Beverly Hills, nos Estados Unidos

São Paulo - Mais de 10 mil brasileiros tem hoje um patrimônio líquido de pelo menos US$ 10 milhões (R$ 22,8 milhões), de acordo com um estudo da consultoria sul-africana New World Wealth.

Isso coloca o Brasil no 10º lugar no ranking mundial de multimilionários, liderado por Estados Unidos (183.500) e China (26.600).

Já as cidades do mundo com mais multimilionários são Hong Kong, Nova York e Londres. São Paulo aparece em 17º, com 4.400 indivíduos, e o Rio de Janeiro em 27º, com 2.200. 

O número de pessoas com mais de US$ 1 milhão no Brasil é estimado pela consultoria em 197.600, a 14ª posição mundial em um ranking liderado por EUA, Japão e Reino Unido.

Entre as cidades com mais milionários, Londres, Nova York e Tóquio lideram e São Paulo aparece em 21º com 84.700 indivíduos. .


Mundo


No total, o mundo tem hoje 13 milhões de milionários, dos quais 495 mil podem ser classificados como multimilionários. 

Nos últimos 10 anos, o crescimento no número de indivíduos com mais de US$ 10 milhões foi de 71%, acima da taxa de 58% entre os que tem acima de US$ 1 milhão.

De acordo com a consultoria, o crescimento mais alto entre os multimilionários pode ser explicado por "uma maior desigualdade de riqueza no topo da pirâmide, uma taxa maior de conversão de milionários em multimilionários e crescimento forte em países com uma proporção alta de multimilionários para milionários (como Rússia e Índia)".

Na América Latina, o número de multimilionários cresceu 265% em 10 anos. No Brasil, assim como em outros emergentes como China, Rússia e Índia, o crescimento ultrapassou 200%.

Os números são similares aos divulgados recentemente pelo estudo World Wealth Report, da Capgemini com a RBC Wealth Management, segundo a qual há 13 milhões de milionários no mundo, 172 mil deles no Brasil.

Os robôs vão acabar com os empregos? Experts estão divididos


Pesquisa perguntou para especialistas se a tecnologia vai matar mais empregos do que criar - e descobriu que eles estão igualmente divididos sobre a questão

Getty Images
Robô
Robô Asimo, da Honda: efeito da tecnologia sobre mercado de trabalho é incerto

São Paulo - A inteligência artificial e os robôs vão destruir mais empregos do que criar até 2025?

Em uma pesquisa com 1.896 experts em tecnologia, 48% disseram que sim - e que isso levará a aumento da desigualdade, desemprego em massa e distúrbios sociais.

"Os empregos que sobrarem serão de pior remuneração e menos seguros do que os existentes agora. O "meio" está se movendo para o fundo", diz Justin Reich, do Berkman Center da Universidade de Harvard.

52% acham que não. Seu argumento é que por mais que alguns empregos sejam substituídos, outros diferentes serão criados, assim como aconteceu em outros períodos.

"Historicamente, a tecnologia criou mais empregos do que destruiu e não há razão para pensar de outra forma nesse caso. Alguém precisa fazer e servir a todos estes dispositivos", diz Vint Cerf, vice-presidente e "evangelista-chefe" do Google.

O levantamento foi feito pelo centro de pesquisa independente americano Pew Research Center como parte das comemorações de 25 anos da internet.

Um estudo da Universidade de Oxford prevê que praticamente metade dos empregos nos Estados Unidos e na União Europeia podem se tornar obsoletos no espaço de 10 a 20 anos.


Futuro


Em uma coisa, todos concordam: a robótica e a inteligência artificial devem ocupar um espaço cada vez maior na vida cotidiana até 2025 e isso vai mexer profundamente com segmentos como saúde, transporte e atendimento ao consumidor.

Escritor de ciência do New York Times, John Markoff acredita que "na próxima década, a era da computação onipresente vai entrar em pleno vigor. Os computadores vão 'desaparecer' e objetos ordinários se tornarão 'mágicos'"

Também há um consenso de que o próprio conceito de "trabalho" será radicalmente modificado, e que nossas instituições públicas - e principalmente nossa educação - não estão preparadas para esse futuro.

"O que deveríamos ensinar às pessoas quando elas podem acessar a totalidade do conhecimento humano o tempo todo?", se pergunta Hal Varian, economista-chefe do Google.

Alguns experts lembram que fatores políticos e sociológicos podem interferir no ritmo de eliminação de empregos, enquanto outros acreditam que a adoção de novas tecnologias não vai acontecer em um ritmo tão acelerado assim.

O debate sobre o impacto da tecnologia na economia esquentou recentemente com a publicação de livros que afirmam que estamos à beira de uma nova revolução industrial e que uma nova sociedade de custo marginal zero trará o fim do capitalismo.

A era das fábricas inteligentes está começando


A indústria mundial está diante de uma nova revolução, que será capitaneada por digitalização e cada vez mais automação. E isso vai mudar a relação de forças entre as nações. O Brasil está pronto para essa nova era?

Melina Costa e Fabiane Stefano, de

Argentina busca ação legal em Haia contra os EUA


Pedido a corte é mais recente movimento da terceira maior economia da América do Sul em sua disputa com os credores "holdouts"

Anthony Deutsch, da
Diego Giudice/Bloomberg
Nota de cinco pesos argentinos
Economia argentina: país caiu na semana passada em default pela segunda vez em 12 anos

Amsterdã - A Argentina pediu nesta quinta-feira à corte internacional de Haia que abra uma ação legal contra os Estados Unidos devido à dívida soberana do país, no mais recente movimento da terceira maior economia da América do Sul em sua disputa com os credores "holdouts".

Um comunicado divulgado pela Corte Internacional de Justiça, mais alta corte da Organização das Nações Unidas para disputas entre países, informou que o pedido foi "transmitido ao governo dos EUA. Entretanto, nenhuma ação será tomada no processo a menos e até" que Washington aceite a jurisdição da corte.

A Argentina informou em seu pedido à corte que os EUA "cometeram violações da soberania e imunidades da Argentina e outras violações relacionadas como resultado de decisões judiciais adotados por tribunais dos EUA".

A Argentina caiu na semana passada em default de sua dívida reestruturada pela segunda vez em 12 anos devido a uma decisão judicial nos EUA que lhe impediu de pagar compromissos com credores reestruturados. Os chamados credores holdouts são aqueles que não aceitaram os termos da reestruturação da dívida argentina, e que entraram na justiça nos EUA para receber integralmente o valor dos títulos. 

Calote da Argentina faz fundo dos Correios derreter


Postalis, fundo de pensão da categoria, vê seus investimentos ruírem 51% após ter aplicado em títulos da dívida argentina


Ueslei Marcelino/Reuters
Cristina Kirchner, presidente da Argentina
As perdas do Postalis chegam a 200 milhões de reais após calote argentino

São Paulo – A dramática novela sobre calote argentino ganhou mais um capítulo nesta semana – e agora quem sofrerá graves consequências é o brasileiro.

O Postalis, fundo de pensão dos Correios, vê seus investimentos ruírem 51% após ter aplicado em títulos da dívida argentina. As perdas chegam a 200 milhões de reais.

As aplicações foram feitas por um fundo (Brasil Sovereign II Fundo de Investimento de Dívida Externa FIDEX) operado pelo Bank of New York Mellon, que comunicou o prejuízo na última quarta-feira.

O Postalis disse por meio de nota que é o único investidor deste fundo. As aplicações chegaram a 370 milhões de reais e foram realizadas entre 2005 e 2008.

O comunicado do Postalis afirma ainda que o fundo já contratou advogados no Brasil e nos Estados unidos para buscar uma solução para o caso.


No tribunal


O juiz norte-americano responsável pelo caso de default da dívida da Argentina determinou na quarta-feira que o Bank of New York Mellon continue retendo a quantia que o país depositou para pagar os detentores de títulos reestruturados.

A Argentina havia dito na terça-feira que exigiria que o BNY Mellon distribuíssem entre seus credores reestruturados os 539 milhões de dólares que caíram em um limbo devido à decisão judicial que impediu o país de finalizar o pagamento de juros antes da data limite de 30 de julho.