quinta-feira, 30 de julho de 2015

O PPE (Pograma de Proteção ao Emprego) trazendo oportunidades aos advogados trabalhistas


Publicado por Camila Arantes Sardinha -
19
Por Dra Érica Biondi para o blog Diário da Vida Jurídica.

A crise que vem assustando a todos, desde o empregado até o empregador, causou (e vem causando) muitas demissões nas empresas por todo o Brasil.

Nós, advogados atuantes na área trabalhista, devemos estar sempre atentos às novas regras e programas, para auxiliarmos corretamente os nossos clientes (ou quem sabe, novos clientes? Uma vez que as empresas possuem muitas dúvidas sobre o PPE).

Desse modo, é imprescindível conhecermos o funcionamento do PPE (Programa de Proteção ao Emprego), lançado recentemente pelo Governo.

Esse novo programa veio para desestimular as demissões que estão assolando todos os setores econômicos. Assim, será a primeira vez o Brasil colocará em prática uma ação deste tipo, medida já utilizada por outros países como a Alemanha, o Canadá e o Japão.
Afinal, o que é o PPE?

O objetivo do PPE é estimular a permanência dos trabalhadores em empresas que se encontram em dificuldades financeiras temporárias, freando assim as demissões no país.

Porém, para participar do PPE, as empresas terão que comprovar 'índice' de geração de empregos, além de ter que esgotar primeiro a utilização do banco de horas e períodos de férias, inclusive coletivas.

Esse programa permite a redução da jornada de trabalho em até 30%, com redução também do salário (até 15%). Porém, o governo irá complementar 50% da perda salarial pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), limitada a 65% do maior benefício do seguro-desemprego (R$ 1.385,91 x 65% = R$ 900,84).

Esse cálculo parece complicado, mas após fazer umas duas vezes, já dá para entender o funcionamento e auxiliar o seu cliente. Por exemplo, numa redução de 30% da jornada, um trabalhador que recebe hoje R$ 2.500,00 de salário e entra no PPE, passará a receber R$ 2.125,00, sendo que R$ 1.750,00 serão pagos pelo empregador e R$ 375,00 pagos com recursos FAT (esses recursos serão repassados às empresas pela Caixa Econômica Federal).

Lembrando que o programa tem prazo para terminar, ou seja, o esquema vale por seis meses, prorrogável por mais seis. Com isso, o trabalhador mantém o emprego, preserva o saldo do FGTS e permanece com os benefícios trabalhistas. As empresas mantêm os trabalhadores qualificados e reduzem custos com demissão, contratação e treinamento, além de terem o gasto com salários reduzido em 30%. E o Governo Federal mantém  arte da  arrecadação  com  as  contribuições  sociais
incidentes sobre os salários, ou seja, o trabalhador vai continuar contribuindo para o INSS, o FGTS e pagando imposto de renda.

O que causa preocupação é saber se o FAT tem recursos para sustentar o programa. O governo afirma que sim e que o programa, no fim das contas, vai representar economia, por poupar o fundo de desembolsos com seguro-desemprego, além de evitar a queda de arrecadação com INSS, FGTS e imposto de renda.

As empresas ficam proibidas de dispensar, arbitrariamente ou sem justa causa, os funcionários que tiveram jornada reduzida, enquanto durar a inscrição no programa. Além disso, ao final, o vínculo trabalhista será obrigatório por prazo equivalente a um terço do período de adesão. Por exemplo, se o PPE durar um ano, o trabalhador terá estabilidade por mais quatro meses.

Esse plano vale para empresas de qualquer setor, mas para isso, os empregadores e os trabalhadores deverão fixar a decisão em aderir ao PPE por meio de Acordo Coletivo específico, no qual a empresa deverá comprovar sua situação de dificuldade econômico-financeira.

O PPE está sendo visto como um instrumento fundamental para o Brasil atravessar a crise, já que visa preservar os empregos formais nesse momento de recuo da atividade econômica e auxiliar na retomada do crescimento econômico.

Os advogados trabalhistas também terão um novo ramo para atuar. Basta encarar a crise de forma diferente, se adaptando a ela e buscando estar sempre atualizado. Dessa maneira, também podemos passar ilesos por esse momento difícil. Ou ao menos, não sermos tão atingidos por ela.



AVISO IMPORTANTE
Este texto foi originalmente publicado no blog Diário da Vida Jurídica, de autoria da Dra Érica Biondi. A reprodução total ou parcial deste é autorizada somente mediante a manutenção dos créditos e citação de sua fonte original (link aqui). Grata.

Advogada Cível e Criminal
Advogada atuante nas áreas de Direito Penal (incluindo Júri), Direito Civil e Empresarial, Direito de Família e Responsabilidade Médica. Gestão de Contratos Empresariais. Consultoria Jurídica em Gestão de Blogs e Websites. Autora e administradora do site Diário da Vida Jurídica - DVJ. Atende a cidad...

terça-feira, 28 de julho de 2015

Estudantes terão nova chance de renovar Fies em 3 de agosto


Thinkstock
estudantes universitários
O Fies é um programa do governo que oferece financiamento em instituições privadas de ensino superior com juros mais baixos
 
Mariana Tokarnia, da AGÊNCIA BRASIL

Brasília - Os estudantes financiados pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) que por alguma razão não renovaram os contratos no prazo estipulado terão a chance de fazê-lo a partir do dia 3 de agosto.

A informação está em nota divulgada pelo Ministério da Educação (MEC).
O prazo para que os estudantes fizessem o aditamento dos contratos vigentes no primeiro semestre terminou no último dia 20, após ser prorrogado mais de uma vez.
Segundo o MEC, dos 1,9 milhão de contratos, menos de 100 mil não renovaram o financiamento.

Esses estudantes ainda terão a chance de fazê-lo durante o período de renovação do segundo semestre. 
A pasta divulgará esta semana um balanço das renovações.

O Fies é um programa do governo que oferece financiamento em instituições privadas de ensino superior com juros mais baixos.

Atualmente, cerca de 2,1 milhões de contratos estão ativos. No segundo semestre, serão disponibilizadas mais 61,5 mil vagas.

A faculdade startup que quer revolucionar o ensino superior


Divulgação
Alunos da Universidade Minerva, em São Francisco
Alunos da Universidade Minerva, em São Francisco: estágio em empresas como Uber e Facebook
Gian Kojikovski, de Revista EXAME


  São Paulo - No prédio de número 1145 da Market Street, quase ao lado da prefeitura de São Francisco, na Califórnia, três dezenas de jovens de várias partes do mundo dividem-se em várias tarefas: alguns trabalham em seu computador, outros conversam por meio de webcam, pequenos grupos tentam solucionar um problema e uma turma bate papo no refeitório.

O prédio poderia ser mais um dos que abrigam as startups que povoam o Vale do Silício. Ali, porém, está instalada uma universidade criada em 2012 e que tem a ambição de revolucionar mais de 350 anos de ensino superior nos Estados Unidos.

A Universidade Minerva não tem um campus tradicional, composto de salas de aulas, bibliotecas e laboratórios. A única estrutura física é o prédio onde os estudantes moram. As aulas — nas áreas de ciências da computação, ciências sociais, ciências naturais, artes e humanidades — são todas por videoconferência.

Professores e estudantes, em grupos pequenos, conectam-se a uma plataforma de vídeo parecida com um bate-papo online em que todos interagem pela internet — mesmo estando separados pelas paredes dos dormitórios. O primeiro ano do curso é feito em São Francisco. Nos três anos seguintes, a cada semestre os alunos moram em um país diferente.

A primeira turma da Minerva, que ingressou no segundo semestre do ano passado, irá para Berlim e, na sequência, Buenos Aires, Seul, Bangalore, Londres e Istambul — a ideia era que São Paulo fosse a sede latino-americana, mas os altos valores dos aluguéis fizeram a direção desistir.

A proposta que mistura aulas online com intensa vivência internacional acabou chamando tanto a atenção que o processo de seleção para a segunda turma, cujas aulas começam em setembro, recebeu 11 000 inscrições para apenas 125 vagas. O índice de aprovação de cerca de 1% torna a instituição uma das mais concorridas — nas universidades americanas Harvard e Stanford são aprovados 6% dos inscritos.

A inspiração para criar a Minerva veio da experiência acadêmica de seu fundador, Ben Nelson, ex-presidente do serviço de impressão de fotos Snapfish, com passagens pelas multinacionais Disney e HP. Quando estudava em Wharton, a escola de negócios da Universidade da Pensilvânia, Nelson se incomodava com as aulas para plateias formadas por centenas de alunos. “As aulas-palestras são uma ótima forma de ensinar, mas uma péssima maneira de aprender”, diz Nelson.

Decidido a investir num projeto de educação diferente, ele procurou em 2010 o neurocientista Stephen Kosslyn, um dos maiores especialistas em psicologia cognitiva do mundo. Ex-diretor do Centro de Ciências Sociais de Harvard e do Centro de Estudos Comportamentais de Stanford, Kosslyn aceitou a tarefa de montar uma universidade em um ambiente virtual e criar uma nova dinâmica de ensino.

O modelo de aula-palestra foi abandonado e, em seu lugar, entrou outro chamado flip­ped classroom (em português, algo como “sala de aula virada”). Criado nos anos 90 nos Estados Unidos, o flipped class­room pressupõe que os estudantes falem mais do que o professor. Com duração de 1 hora e meia, as aulas são gravadas e servem para que os professores avaliem o desempenho de cada aluno.

As notas são dadas com base na qualidade das intervenções — a tática “o importante é participar” não funciona. “Queremos formar as pessoas que vão dirigir as principais instituições do mundo, não queremos formar o próximo grande advogado tributarista”, diz Nelson.

Com pouco tempo de existência — a turma pioneira acabou de terminar o primeiro ano do curso —, a Minerva é, por enquanto, apenas um experimento ousado e ambicioso. Mas Nelson e Kosslyn não estão sós. Entre os conselheiros da universidade está Larry Summers, ex-secretário do Tesouro americano e ex-reitor da Universidade Harvard.

O fundo Benchmark, que investiu em empresas como eBay, Twitter e Uber quando estavam em estágio inicial, também colocou dinheiro na Minerva. Ao todo, a universidade levantou 95 milhões de dólares em três anos. Seus investidores apostam que a plataforma é replicável e lucrativa.

 

Preço competitivo


Para os alunos, um dos principais atrativos da Minerva é o baixo custo. Enquanto um ano acadêmico nas universidades Yale ou de Princeton varia de 63 000 a 68 000 dólares, a anuidade da Minerva é de 28 000 dólares — os gastos com moradia e alimentação estão incluídos nesse valor. O preço baixo é decorrência da inexistência de um campus e da utilização de material didático gratuito, como os cursos em vídeo distribuídos pela internet por diversas fundações e universidades.

“Não existe motivo para os estudantes pagarem por algo que eles têm de graça na internet ou em livros”, explica Alex Cobo, responsável pela divulgação da Minerva na América Latina. Para a alegria dos alunos, há indícios de que, mesmo com seu pouco tempo de vida, a nova instituição já esteja sendo valorizada pelo mercado.

Guilherme Nazareth, único brasileiro a participar da primeira turma, está atualmente fazendo estágio no Learn Capital, um dos principais fundos que investem em startups de educação no mundo.

“Tenho amigos da faculdade que conseguiram estágios no serviço de transporte Uber, na rede social Facebook e em outras empresas de tecnologia do Vale do Silício”, diz o jovem gaúcho, que largou o curso de economia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul ainda no primeiro semestre, decepcionado com a qualidade do ensino. Em setembro, outros três brasileiros farão parte da segunda turma.

Com sua proposta arrojada, a Minerva acabou virando alvo de críticas nos Estados Unidos. “Não acredito que devamos abrir mão do formato mais tradicional de aulas, como faz a Minerva”, diz Lin Goodwin, vice-reitora da Escola de Professores da Universidade Colúmbia, de Nova York.

A falta de um campus pode gerar economia, mas também é um ponto polêmico. Diversos estudos indicam que uma infraestrutura física adequada é importante para atingir bons resultados acadêmicos. Por fim, a Minerva, com sua estrutura física enxuta e política de preços baixos, pouco investe em pesquisa — área que consome muitos recursos nas universidades de ponta.

Os fundadores da Minerva afirmam que há espaço para as instituições tradicionais e também para experiências novas como a que propõem. A inspiração é claramente o ambiente de inovação da região de São Francisco, onde fica a universidade. Como muitas start­ups de tecnologia, a Minerva está empenhada em criar um modelo disruptivo.

Se der certo, deve ganhar escala, garantir polpudos lucros a seus investidores e, quem sabe, entrar para a história como a universidade que revolucionou o modo como as pessoas aprendem. Caso dê errado, vai apenas engordar a longa lista de experiências excêntricas das startups do Vale do Silício.

Como o alemão Michael Braungart quer acabar com o lixo



Divulgação
O químico Michael Braungart: “É preciso reinventar tudo”
Braungart: “É preciso reinventar tudo”
 
Melina Costa, de Revista EXAME


São Paulo - O químico alemão Michael Braungart lidera uma das vertentes mais radicais entre os defensores da chamada economia circular. O conceito prevê que os materiais usados num aparelho celular ou num automóvel sejam reutilizados após o consumo em novos processos produtivos. Braungart vai além: ele sugere que esse tipo de preo­cupação seja soberana na concepção dos produtos e na escolha dos materiais usados em sua confecção.

Coautor do livro best-seller Cradle to Cradle (“Do berço ao berço”, numa tradução livre), ele criou, ao lado do arquiteto americano William McDonough, a associação Cradle to Cradle Products Innovation Institute, nos Es­tados Unidos, e já conferiu um selo a mais de 1 000 produtos, além de prestar consultoria para marcas como ­Puma e Philips. De seu escritório em Hamburgo, Braungart concedeu a seguinte entrevista a EXAME.
 
Exame - O senhor prega que o foco em ampliar a reciclagem não é a maneira mais adequada de proteger o meio ambiente. Por quê?
Braungart - Nossos atuais produtos são incrivelmente primitivos no que diz respeito a questões ambientais. Você entra em contato com dezenas de químicos ao tocar um cupom de supermercado ou um tíquete de estacionamento. As cinzas de um jornal queimado são tão tóxicas que você não pode usá-las para agricultura.

A qualidade do ar em prédios é de três a oito vezes pior do que a qualidade do ar em espaços abertos de cidades, porque os prédios não foram feitos para nós. Precisamos reinventar os produtos. Eles precisam ser bons para a biosfera. Devido a ganhos de eficiência, os pneus duram mais hoje do que há 30 anos. Mas agora inalamos suas partículas, que ficaram muito menores e se soltam quando a borracha atinge a estrada.

É preciso reinventar tudo, porque esses produtos não foram feitos para nós. Um xampu com silicone, por exemplo, reveste não só os fios de cabelo mas também os recifes de corais. Globalmente, colocamos 10 milhões de toneladas de plástico nos oceanos todos os anos. Se diminuirmos 10% disso, resolve? Não. Precisamos rever a produção de plástico desde o início.

Tradicionalmente, pensamos em proteger o meio ambiente quando diminuímos o consumo de água, a conta de energia, a produção de resíduos. Mas esse tipo de proteção apenas reduz os danos. Representa fazer a coisa errada de maneira controlada. É como dizer: proteja seus filhos, bata neles apenas cinco vezes em vez de dez.
 
Exame - Qual é o alcance desse conceito até agora?
 
Braungart - A fabricante Puma tem 128 produtos com nosso selo cradle to cradle no mercado. Calculamos ter, ao todo, 2 900 produtos elaborados segundo esses princípios no mundo. Muitos produtos foram redesenhados sem que isso tenha sido comunicado aos consumidores.

Se os fabricantes falarem “essa roupa íntima foi feita para entrar em contato com a pele”, as pessoas vão perguntar “e o que acontecia antes?” Também há muita inovação ocorrendo sem necessariamente o aval de nosso selo. Podemos ver que essas coisas estão se tornando mais dominantes em diferentes áreas. 
 
Exame - Não é uma ideia radical demais?
 
Braungart - Afinal, cadeias inteiras de produção precisariam ser transformadas. Qual é a alternativa? Se não mudarmos, seremos pessoas demais neste planeta. A alternativa é, em vez de reduzir o consumo de energia nos prédios, construir prédios que sejam como árvores, que limpem o ar. Em São Paulo, as pessoas perdem anos de vida devido à má qualidade do ar.
 
Exame - É mais caro produzir pelo modelo da economia circular?
 
Braungart - Em tese, o produto é aproximadamente 20% mais barato porque não é preciso gerenciar o resíduo no final. A inteligência na produção se dá no começo. Quando se escolhem os materiais no início, não é necessário tratar o lixo. A questão da saúde ocupacional também fica mais fácil. Mas leva tempo para mudar o sistema produtivo. Por isso não queremos mudar as coisas imediatamente.
 
Exame - A maioria das grandes empresas demonstram resistência a mudar?
 
Braungart - Desenvolvemos um catalisador em parceria com a empresa química Akzo Nobel para substituir um catalisador de antimônio usado para fabricar PET. Antimônio é um metal tão tóxico quanto o arsênio, altamente cancerígeno, e por isso eles queriam substi­tuí-lo.

Mas, quando se tem a autorização do FDA (Food and Drug Administration, órgão regulador americano) para utilizar o antimônio, por que mudar? Encontramos na Coca-Cola dezenas de vezes mais antimônio do que é legalmente permitido para a água. Mas, se o FDA aprovou, não importa. O pessoal da Coca-Cola me disse: “Não vendemos água”. 
 
Exame - O Brasil discute uma legislação para responsabilizar os fabricantes pelos resíduos de seus produtos pós-consumo. É uma boa política?
 
Braungart - A questão é: o Brasil ainda utiliza PVC nas embalagens? Isso torna a reciclagem cara para os resíduos de plástico. O país regula a toxicidade dos pigmentos no plástico? O pigmento “verde 7”, por exemplo, é um dos mais perigosos porque causa a emissão de partículas tóxicas durante a reciclagem. Mas lidar com resíduos é a atitude errada. Quando um país começa a cuidar dos resíduos, é porque começou na extremidade errada da cadeia. Precisamos criar modelos novos.
 
Exame - De maneira prática, ainda temos um problema sério com o lixo acumulado — como lidar com isso?
 
Braungart - Sim, precisamos de fases transitórias. Eu criaria “supermercados de resíduos”. Na Europa, dois terços dos aparelhos de TV dos quais as pessoas querem se livrar estão intactos. Precisamos apoiar mercados de produtos usados, estabelecer sistemas de coleta de produtos pós-consumo e desenvolver sistemas de desmontagem de produtos.

Estamos, provavelmente, bem no começo. Veja o caso dos aparelhos celulares: retornamos para a indústria apenas nove dos 41 elementos que estão presentes lá. No fim do ano, líderes políticos estarão reunidos em Paris durante a conferência da ONU sobre a mudança do clima, a COP 21. 
 
Exame - O objetivo é alcançar um acordo para limitar o aumento da temperatura global em 2 graus Celsius. Qual é sua opinião a respeito dessa meta?
 
 Braungart - Estive na conferência da ONU em Copenhague, em 2009. Fazia frio, 10 graus negativos, e estávamos falando do efeito estufa. O design da conferência como um todo foi um desastre. Não sei qual vai ser a organização da conferência de Paris, mas acho que o objetivo de 2 graus Celsius é um pouco estranho. A natureza não funciona dessa maneira. O mais importante seria aprender a colocar os materiais de volta em seus ciclos. 

Confiança da indústria registra leve alta em julho




Após cinco quedas consecutivas, o índice avançou 1,5%

Por Agência Brasil



Após cinco quedas consecutivas, o Índice de Confiança da Indústria (ICI), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), avançou 1,5% em julho, em comparação a junho, ao passar de 68,1 pontos para 69,1 pontos, o segundo menor nível da série histórica. O aumento ocorre após as quedas de 1,6%, em maio, e 4,9%, em junho.

A alta foi observada em sete dos 14 principais segmentos acompanhados pela pesquisa e foi determinada pela melhora das expectativas em relação aos meses seguintes. O Índice de Expectativas (IE) avançou 3,2%, após cinco quedas consecutivas, quando acumulou perdas de 23,6%. O índice de 67,9 pontos de julho representa o segundo menor valor da série. Quanto mais baixo o índice em relação a 100 pontos, maior é o pessimismo das empresas da indústria quanto à situação atual e à intenção de novos investimentos. A alta de julho representa um leve impulso no otimismo da indústria.

Segundo o superintendente adjunto para Ciclos Econômicos do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, Aloisio Campelo Jr., no âmbito das expectativas, o avanço do Índice de Expectativas é bem-vindo, "mas de magnitude ainda insuficiente para ser identificado como uma reversão de tendência, após cinco quedas consecutivas”. Campelo acrescentou que a evolução do Índice de Confiança da Indústria em julho é mais facilmente analisada "de forma desagregada de acordo com o horizonte de tempo". De acordo com o superintendente, em relação ao momento presente, a indústria continua avaliando "de forma extremamente desfavorável o ambiente de negócios".

O quesito de produção prevista foi o que mais contribuiu para a alta da expectativa, após cinco quedas consecutivas: o indicador de julho avançou 7,4% sobre o mês anterior, atingindo 91,5 pontos. A proporção de empresas prevendo aumentar a produção nos três meses seguintes aumentou de 14,2% para 18,5% de junho para julho. A parcela das que esperam reduzir a produção caiu de 29% para 27% no mesmo período.

O Índice da Situação Atual (ISA) ficou praticamente estável ao recuar 0,1% em relação ao mês anterior, de 70,4 para 70,3 pontos. A principal contribuição negativa foi a do indicador que mede o equilíbrio do nível de estoques na indústria. Neste quesito, a proporção de empresas que avaliam o nível de estoques atual como excessivo aumentou de 17,2% para 18,7%. A parcela de empresas que o consideram insuficiente diminuiu de 1,6% para 1,5%. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada – que mostra o grau de ociosidade da indústria – ficou estável de junho para julho, em 78,2%, o menor patamar desde abril de 2009, quando registrou 78%.


- See more at: http://www.amanha.com.br/posts/view/819#sthash.nZGjl6vr.dpuf

Araucária receberá aporte de R$ 200 milhões para maltaria




Grupo Petrópolis planeja ainda mais R$ 2 bilhões de investimentos no Paraná



O município de Araucária, na região metropolitana de Curitiba, vai receber a primeira maltaria do grupo Petrópolis no país. Com investimento de R$ 200 milhões, a empresa pretende produzir 120 mil toneladas por ano de malte. A previsão é que a fábrica entre em operação no início de 2018 e gere 6 mil empregos diretos e indiretos. O objetivo é que a produção ajude a reduzir as importações de malte, hoje concentradas na Argentina e no Uruguai, e responda por 25% a 30% das necessidades da empresa, que é de 250 mil toneladas por ano.

O aporte faz parte de um projeto de R$ 2,2 bilhões que o grupo pretende investir no Paraná até 2018 e que deve incluir ainda a construção de uma cervejaria (R$ 800 milhões) e o arrendamento de fábricas da processadora de soja Imcopa. Segundo a empresa, o Paraná foi escolhido por conta da boa localização e do fácil acesso tanto a São Paulo quanto aos demais estados do Sul.


- See more at: http://www.amanha.com.br/posts/view/823#sthash.fDDAGNsB.dpuf

Araucária receberá aporte de R$ 200 milhões para maltaria

Grupo Petrópolis planeja ainda mais R$ 2 bilhões de investimentos no Paraná

O município de Araucária, na região metropolitana de Curitiba, vai receber a primeira maltaria do grupo Petrópolis no país. Com investimento de R$ 200 milhões, a empresa pretende produzir 120 mil toneladas por ano de malte. A previsão é que a fábrica entre em operação no início de 2018 e gere 6 mil empregos diretos e indiretos. O objetivo é que a produção ajude a reduzir as importações de malte, hoje concentradas na Argentina e no Uruguai, e responda por 25% a 30% das necessidades da empresa, que é de 250 mil toneladas por ano.
O aporte faz parte de um projeto de R$ 2,2 bilhões que o grupo pretende investir no Paraná até 2018 e que deve incluir ainda a construção de uma cervejaria (R$ 800 milhões) e o arrendamento de fábricas da processadora de soja Imcopa. Segundo a empresa, o Paraná foi escolhido por conta da boa localização e do fácil acesso tanto a São Paulo quanto aos demais estados do Sul.

- See more at: http://www.amanha.com.br/posts/view/823#sthash.fDDAGNsB.dpuf

A incrível geração de gestores sem educação






“- Fulano, te liguei ontem às 21:30 para solicitar um relatório urgente e você não me atendeu.
– Sinto muito, chefe. Quando saí daqui às 20:30 daquela nossa reunião, não tirei o celular do silencioso.  Cheguei em casa e fui dar atenção aos meus filhos que estavam quase dormindo e não vi o celular tocar.
– Da próxima vez enfie o celular na sua cavidade (…)  que pelo menos você vai sentir. Nunca deixe de me atender.”
Sim!  Este diálogo existiu!  Absurdo pensar que após todas as ações que bancos e industria de bebidas sofreram por assédio moral, ainda tenhamos gestores deste naipe.  Porém, para ser bem sincera, a impressão que eu tenho é que eles voltaram com força total.  Escuto relatos como esse todos os dias, cada vez mais, me fazendo acreditar que estamos no meio de uma epidemia do mau humor corporativo.
Percebo diretores e presidentes cada vez mais se achando Deuses supremos, impassíveis de erros, que nunca se enganam, senhores da verdade única absoluta e universal.  Seres cada vez menos preparados para as funções que assumem, que dependem de seu corpo técnico para avaliação de dados e tomada de decisão, que muitas vezes têm o péssimo hábito de empregar amigos e, às vezes, parentes para cargos de confiança, em detrimento de profissionais qualificados para as funções.  Seres que não confiam em sua equipe técnica e que creem que funcionários são iguais a biscoitos, vai um, vem dezoito.  Pessoas cuja educação fora há muito tempo esquecida e abolida de seus manuais de convivência e bons costumes.
Nas rodas de amigos é comum hoje em dia histórias como esta.  Talvez por conta da crise que assola nosso país, os funcionários estejam se submetendo a esse tipo de humilhação, pois não podem se dar ao luxo de perder seus empregos, visto que buscar outro está cada vez mais difícil.  Em uma pesquisa informal realizada pelo membros do LinkedIn a resposta que mais aparece sobre o motivo que leva alguém a pedir demissão de uma empresa é por conta da Gestão.
Como consequência à crise, as empresas com situação financeira complicada, também deixam os gestores com os nervos a flor da pele, o que obviamente não justifica este tipo de atitude, mas intensifica os casos.  A falta de habilidade na condução e administração de crises faz com que os ambientes corporativos tornem-se salas de tortura ou câmaras de gases…  Funcionários chegam em casa exauridos emocionalmente, arrasados em sua auto-estima e desestimulados profissionalmente.  Falta Inteligência Emocional!
Gestores estão perdendo a mão na condução de seus negócios e equipes.  Estão requerendo dedicação exclusiva e disponibilidade 24hs por dia, ignorando que seus funcionários têm casa, família e suas atividades pessoais, que têm vida após trabalho.  Que necessitam de uma pausa para se recomporem física e emocionalmente.  Funcionários no limite são sinônimo para afastamento por doença.
Num outro caso que tomei conhecimento recentemente, às 17:50h do dia 12 de junho, dia dos namorados, o presidente de uma empresa convocou todo o corpo diretor e vários membros da gerência para uma reunião  às 18:30h a fim de discutir itens de uma apresentação que ele faria 2 semanas mais tarde e que já estava em suas mãos há mais de uma semana.  É claro que esta reunião foi até muito tarde (precisamente até 22:45h) e o fato deixou os participantes numa situação no mínimo complicada com seus respectivos maridos e namorados.
Além disso, me relatam cada vez mais casos de gritos, ofensas, grosserias e xingamentos por parte dos gestores.  Gestores que humilham na frente de todos, enganam, demitem sem justificativa, ofendem e, principalmente, querem que seus funcionários trabalhem como super heróis e vivam como monges.  Histórias onde gestores agem com grosseria, sarcasmo e humilham funcionários, principalmente para aparecer mediante superiores ou restante da equipe.  Acham que para serem gestores precisam ser temidos.  Desculpem o vocabulário, mas esses caras são uns babacas!
Hoje mesmo recebi um email de uma pessoa que leu meu artigo sobre demissão (Demitir, a pior tarefa de um gestor), onde ela se identificou e relata dificuldades em receber feedback, falta de adequação de funções, coaching inexistente e, acima de tudo, o não posicionamento definitivo dos mesmos mediante a problemas futuros.  Depois que o problema acontece, mesmo já tendo sido avisado, quem paga é o funcionário.  Não há uma cultura de prevenção.  Depois que acontece, um tem que ser punido, normalmente o lado mais fraco.
Recentemente presenciei uma briga entre dois diretores e um presidente, onde se ouvia os mais variados tipos de palavrões, alguns que eu nem conhecia.  Como uma empresa minimamente séria consegue respeito de seus funcionários se seus diretores não se respeitam?  A atitute entre seus gestores já reflete a falta de preparo dos que deveriam motivar e inspirar suas equipes.
Numa pesquisa rápida entre meus amigos, observei que a maior parte de gestores que agem desta forma então entre 30 e 45 anos.  Claramente me traduz uma falta de preparo e experiência dos mesmos em gestão e condução de times multidisciplinares.  Os caras não sabem sequer como demitir! Acham que gerir é no grito, não sabem a diferença de autoritarismo para autoridade, poder para o respeito, liderar e gerir.   O mundo evoluiu e eles continuam no século XIX, agindo como senhores com seus escravos.  Desconhecem palavras e conceitos como coaching, feedback, gestão participativa, espírito de equipe…
A falta de preparo está em desconhecer que muito mais producente será um time em que o respeito, a cumplicidade e o senso de equipe serão matrizes da motivação em conjunto.  Todos remando numa mesma direção, com a mesma gana de vencer, sem raiva ou rancor, sem humilhação, grosserias, ou se sentindo coagido a qualquer coisa, se obtém resultados muito mais expressivos.  A atmosfera da empresa, mesmo em clima de crise, se torna mais amena e cooperativa.  As vitórias passam a ser comemoradas por todos enquanto as derrotas passam a doer em todo o time, que faz com que todos se movimentam para tentar mudar essa realidade.
“Quando um chefe está num cargo além de sua competência, se sente inseguro e contrata idiotas como ele. Isso gera um conglomerado de idiotas unidos para manter o poder.”
John Hoover, Como Trabalhar para um Chefe Idiota 
“Trabalhar mais não é sinônimo de eficiência”
Thomas Silveri, consultor 
“A maior recompensa e motivação, é atingir os objetivos e metas com satisfação e alegria, principalmente com a união e bem estar de todos, deixando de lado rancores, maldades, orgulho, competição e etc. Tornar tudo mais fácil e prazeroso, tornar o lugar onde você está, ou seja, em casa, na rua, na escola ou no trabalho o melhor ambiente possível, incentivando todos a caminharem na mesma direção e com o mesmo objetivo, satisfazendo todas as necessidades legítimas.” Hunter, James C., O Monge e o Executivo.
 Por Luciana Telles para LinkedIn Pulse e 
Blog pessoal da Luciana Telles
(reproduzido no "Expansão Consultoria e Assessoria Empresarial com permissão da autora)