terça-feira, 25 de agosto de 2015

LAN e TAM agora são Latam. Mas consolidar a marca é desafio


 
 
 
 
São Paulo — Três anos depois da fusão da chilena LAN com a brasileira TAM, a companhia resultante anunciou no início de agosto que terá um novo nome — Latam. Envolvida no processo de criação da marca, Daniella Bianchi, diretora da consultoria especializada em marcas Interbrand, deu a seguinte entrevista a EXAME.
 
Exame - A demora para unificar as marcas pesou contra ou a favor da mudança?
Daniella - A favor. O processo de construção da nova identidade levou quase dois anos. Nesse tempo, consultamos 3 000 clientes e 400 funcionários para entender a essência de cada uma delas. Após esse período, as empresas já tinham amadurecido uma proposta de marca única para o futuro.
 
Exame - Quais casos serviram de referência?
Daniella - Estudamos 30 exemplos de fusões ocorridas no setor de aviação no mundo. Em nenhum deles houve uma composição das duas marcas envolvidas, como no caso da Latam. Sempre prevaleceu uma das partes ou as duas foram mantidas separadas. O mais próximo disso aconteceu entre as americanas United Airlines e Continental, em que prevaleceu o nome da primeira e a identidade visual da segunda.
Exame - Por que a Latam se tornou uma exceção no setor?
Daniella - Não queríamos romper com o legado das duas marcas. Além disso, o nome Latam é maior do que a soma das partes — remete a uma identidade regional, que faz sentido com a proposta da companhia.
 
Exame - Alguma etapa do processo foi inspirada nos casos usados como referência?
Daniella - Sim. Na fusão entre American Airlines e US Airways, em 2013, as duas companhias mantiveram um site na internet para responder às dúvidas dos clientes. Há questões relevantes que surgem — sobre a integração do programa de fidelidade, por exemplo. Criamos o site Building Latam com o mesmo propósito de dar transparência à transição.
 
Exame - A nova marca só estará nas aeronaves no primeiro semestre de 2016 e a integração da compra de passagens só deverá ocorrer no final do ano que vem. Não é tempo demais?
Daniella - O setor tem uma complexidade extra, já que envolve centenas de aeronaves e cerca de 50 000 funcionários. O importante é fazer a transição com consistência.
 
Exame - Na tentativa de aproveitar o melhor das duas marcas, não há o risco de perder o legado de ambas?
Daniella - Há aspectos que facilitam a transição. As culturas das duas companhias são mais coincidentes do que conflituosas. De largada, a Latam tem legitimidade para apresentar uma identidade regional. Nesses processos, o ponto principal é garantir a consistência da promessa da marca, que não se estabelece só com uma nova identidade visual. Construir uma nova marca leva anos e exige um trabalho cuidadoso em todos os pontos de contato entre companhia e clientes.
 
Exame - O que pode dar errado num processo como esse?
Daniella - Problemas acontecem quando a marca não entrega o que promete. Um exemplo é o da petroleira British Petroleum, que anos atrás anunciou o slogan "beyond petroleum" (além do petróleo) e se esforçou para criar uma imagem verde. O desastre ambiental após o vazamento de petróleo no Golfo do México em 2010, no entanto, esvaziou esse discurso. É preciso ser antes de falar.

Para evitar um cemitério de empresas





A lei deve oferecer condições para o negócio voltar a ter saúde

Por Fabricio Scalzilli*
Para evitar um cemitério de empresas


Com um volume significativo de empresas ingressando com pedidos de recuperação judicial será que não teremos uma bolha? Já que o termo está na moda, com a bolha no mercado imobiliário, a bolha da internet e a bolha do Bitcoin, podemos pensar que num futuro de 10 anos poderemos a vir a ter uma bolha no mercado empresarial brasileiro? Quando dezenas ou centenas de empresas que ingressaram nos últimos anos com o pedido de recuperação judicial não tiverem fôlego para cumprir os seus planos e pagar os credores teremos, na realidade, um grande cemitério de corporações vegetando por aí, sem sentido de existir, e que resistem por muitos fatores, como o próprio orgulho de seus donos, à liquidação forçada, leia-se falência. Para piorar, uma massa de créditos podres ficam circulando no mercado, fomentando a especulação e gerando mais prejuízo aos desavisados.

Essa previsão está alicerçada no fato de que a maioria das empresas que buscam o benefício da recuperação judicial não possui um plano minimamente estruturado sob a lógica econômico-financeira para suportar seu endividamento. Os pedidos de recuperação judicial são feitos às pressas quando a companhia se vê já sem crédito, com baixo capital de giro e prestes a sofrer pedidos de falências e execuções forçadas. O instrumento que deveria ser utilizado para se criar um real ambiente de diálogo e recuperação da empresa se desvirtuou, para ser utilizado como medida de emergência e blindagem de caixa e patrimônio. Muitos credores – grandes empresas e instituições financeiras – já se deram conta disso e estão mudando a postura nas assembleias de credores. Aprovar planos de 15 a 20 anos, com grandes carências e descontos não está mais sendo fácil. A farra acabou. O mercado se deu conta que o ambiente no Brasil – não só pela crise, mas também pela própria cultura – não possibilita novas linhas de crédito a empresas em recuperação judicial, que passam a sofrer ainda mais para sobreviver. Credores já se deram conta que não vão receber seus créditos e que a recuperação judicial, nesse caso, é um emaranhado burocrático que – sem a melhora do ambiente de mercado – não levará a empresa a lugar nenhum. Sempre há as exceções.

Empresas com bons produtos e serviços, canais de distribuição estruturados, estrutura física razoável, capital humano e intelectual podem, mesmo em recuperação judicial, chamar a atenção de fundos de investimento e investidores sinérgicos. Mas isso é a exceção, não a regra. Num país que não sabe quando e onde acabará essa crise, companhias que ingressaram há poucos anos com suas recuperações judiciais estão finalizando seus períodos de carência e necessitam iniciar o pagamento de suas dívidas, o que não vem ocorrendo. Como resultado, aditivos ao plano e novas adaptações, com proposição de dilatação de prazos, mais carências, etc estão sendo feitos. Todos tem a esperança de que a empresa vai melhorar. Todos fingem que acreditam nisso! Enganam-se a empresa, o juízo e os credores! Ninguém quer a falência, a morte estruturada, que muitas vezes vende ativos e paga realmente os credores, para roda girar. Preferimos as empresas-zumbis que por anos, vão gerar mais despesas que receitas até efetivamente adormecerem no passado depois de 20, 30 anos. Esperança aqui gera um desvirtuamento e uma negação da realidade!
Defendo o processo de recuperação judicial, uma lei moderna que possui muitos benefícios, mas desde que haja estrutura e fundamentos reais para a empresa voltar a ter saúde. Esse instrumento legal virou um produto vendido como solução para todos os males. Se ajuda a blindar o passado, o que dizer do futuro? Uma companhia que já apresenta sinais de dificuldades e perda de competitividade há mais de cinco anos, com problemas estruturais sérios, não tem na recuperação judicial a solução de seus problemas sem um choque de gestão interna e reposicionamento efetivo no mercado.  Não haverá crédito para ela! A desconfiança só aumenta e para piorar o parco faturamento futuro já foi negociado com o mercado financeiro em geral.

A assertiva de que a recuperação judicial protege e gera caixa é no mínimo duvidosa para não dizer falsa na maioria das vezes. A suspensão das ações judiciais por 180 dias dá um folego, mas não traz solução. Créditos extraconcursais e dívidas fiscais continuam correndo normalmente. E sobre esse item – dívidas fiscais – existe outra realidade cinzenta! Como elas não estão abarcadas na recuperação judicial, as empresas em dificuldade simplesmente as deixam de lado. Afinal não há dinheiro nem para folha de pagamento e matéria-prima, quanto mais para o fisco. Há companhias que alegam estar em melhor situação momentânea com a concessão da recuperação judicial, por desconsiderar por completo as dívidas fiscais que não param de se avolumar sem solução. Elas praticamente não existem, até que venha um novo plano de parcelamento que será cumprido parcialmente numa roda sem fim.

 Somente com uma análise crítica e adaptações da lei de recuperação judicial à realidade de mercado, com fomento ao crédito às empresas sérias, mas em dificuldade, sem perda das premissas e garantias que o mercado naturalmente exige; somente com instrumentos punitivos a simulações e fraudes e somente através da elaboração de planos com fundamentos econômicos e financeiros é que teremos a real participação dos credores neste processo e evitaremos no futuro um cemitério de empresas.

*Presidente da Comissão de Falências e Recuperação Judicial da OAB/RS.


 http://www.amanha.com.br/posts/view/976

Não há mais o que comprarmos hoje no Brasil, diz Totvs

 
 
 
São Paulo – Em tempos de crise, grandes oportunidades podem aparecer para empresas com dinheiro em caixa – e planos de longo prazo. Foi o caso da Totvs, fabricante de software que comprou neste mês a concorrente Bematech.

As duas companhias criam soluções similares, softwares de gestão, mas para públicos distintos. Se uma é boa em atender grandes magazines a outra é especialista em restaurantes.
“Não conseguimos ainda quantificar a sinergia dos negócios, mas ela será grande porque somos complementares em serviços, vendas e até em clientes”, disse Rodrigo Kede, diretor geral da Totvs, em entrevista exclusiva à EXAME.com.
Além do desafio da integração pela frente, Kede tem nas mãos o desafio de substituir, desde junho, o fundador da empresa, Laércio Cosentino, no comando.
Veja, a seguir, os principais trechos da conversa que contou também com a participação de Cléber Morais, atual CEO da Bematech.
 
EXAME.com - Desde quando a negociação acontecia entre as empresas?
Rodrigo Kede - Nós conversávamos sobre a possiblidade há muito tempo porque as duas empresas dividem os mesmos valores e atuam em segmentos complementares.
Nos últimos meses as conversas se intensificaram e fechamos o negócio, que ainda precisa passar pela assembleia de acionistas, no próximo dia 3, e pelo Cade. Esperamos começar a integração até o início de novembro.
 
EXAME.com – Como as empresas pretendem criar sinergias? Quais as metas estabelecidas dos dois lados?
Kede - Como não temos ainda as aprovações oficiais, não podemos comentar sobre isso. Depois de recebermos sinal verde é que vamos definir os detalhes de como essa operação vai funcionar. A expectativa é grande. Sabemos que, a partir do primeiro momento, já existem sinergias para ofertas conjuntas, integração de time, portfólio e canal de distribuição.
 
EXAME.com – Quantos funcionários cada uma das empresas possui hoje e qual a diferença de estrutura de cada uma delas?
Kede - A Totvs tem 7.000 funcionários diretos e cerca de 6.000 de operações franqueadas. Estamos em 10 segmentos de varejo, com 27.000 clientes que faturam 2 milhões de reais por ano, em média.
Cléber Morais – Na Bematech trabalham 1.200 profissionais. Nosso canal de vendas conta com 5.000 parceiros em 5.000 cidades do país e atende 500.000 clientes entre pequenos e médios varejistas, como redes de farmácias e padarias.
Kede – Apesar das duas serem empresas de software, a Totvs é forte em alguns segmentos de varejo, como comercio eletrônico e magazines, enquanto a Bematech é forte em restaurantes e cosméticos.
A base de clientes e tíquete médio também é outra. Há complementariedade em canal de vendas, serviços e perfil de clientes. Juntas, poderemos coletar mais dados de consumidores para entender comportamentos de consumo em algumas regiões ou tipos de varejos.
 
EXAME.com - Até quando as ações da Bematech devem ser retiradas do mercado?
Kede - Depois de tudo aprovado é que começamos o processo. Uma vez anunciado, acreditamos que os valores de mercado das duas tendem se aproximar, aos poucos.
 
EXAME.com - Por que fechar um negócio desta magnitude em meio à crise?
Kede – Primeiro, acreditamos no Brasil a longo prazo e sabemos que esse cenário de crise vai passar. Depois, vemos uma oportunidade de um caminho sem volta da digitalização do varejo. Hoje, o setor corresponde a 1% do PIB, mas tem potencial para chegar a 3%.
 
 EXAME.com - Outras aquisições estão previstas pela Totvs para este ano?
Kede - Não comentamos planos de aquisição ou fusão, mas o fato é que sempre fazemos negócios quando achamos que o alvo tem um preço justo e vai agregar em serviços.
 
EXAME.com – Quais outras oportunidades a companhia enxerga no atual cenário econômico do país?
Kede – Acredito que a consolidação de alguns segmentos deve acontecer nos próximos anos, mas não acreditamos que há ainda nenhum grande player hoje no Brasil para a Totvs comprar. Claro que acompanhamos de perto o mercado e, se houver boas oportunidades, vamos avaliar. 
 
EXAME.com – Como estão adequando o negócio aos atuais tempos de crise?
Kede – Tem um processo anual de ajuste de preço que não teve alteração, mas estamos mudando nossa postura em relação ao mercado. Queremos, cada vez mais, nos mostrar como uma empresa de soluções de negócios, com conhecimento profundo de tecnologia, especializada em segmentos e com foco em integração de cadeias.
 
EXAME.com – O negócio foi impactado com a alta do dólar?
Kede – Não porque nossa base de custos e despesas é em Real e a maior parte de nossa receita vem do Brasil. Apenas 10% da Bematech e 4% do faturamento da Totvs vem de fora.
 
EXAME.com – Como ficará o comando da Bematech durante a integração?
Kede – Em um primeiro momento, o Cléber deve continuar conosco para passar os detalhes da operação e histórico das contas.
 
EXAME.com - Em julho você saiu do comando da IBM para assumir a Totvs. Comandar uma empresa centenária deve ser bem diferente de estar em uma brasileira, não?
Kede – Sim, muito. Apesar das duas serem de tecnologia, são empresas de perfis bem diferentes. Trabalhei por 21 anos na IBM, já era conselheiro da Totvs, então foi um movimento natural e já conhecia bem a companhia.
Ainda assim, tem uma grande diferença entre trabalhar em uma multinacional e em uma brasileira de capital aberta, que te dá mais liberdade para tomar decisões, mas acaba “te exposto mais ao sol”, porque elas trazem impactos maiores e até imediatos.
 
EXAME.com – E sobre o desafio de substituir o fundador?
Kede – Isso é realmente um grande desafio. Conheço o Laércio há muito tempo, mas é ele quem sabe mais do negócio e da equipe, leva um tempo até eu conhecer tudo.
A empresa é muito legal e inovadora, fui muito bem recebido. Pelos próximos três anos ficarei no dia-a-dia da operação, com os vice-presidentes se reportando a mim. Cosentino ficará com a definição do modelo de processos e ajudará a passar o histórico de clientes.
A ideia é dar tranquilidade a todos de que a transição será tranquila - e realmente está sendo.

Desemprego no Brasil sobe a 8,3% no 2º tri e bate recorde




Daniela de Lamare
 
Carteira de Trabalho / Emprego
Carteira de Trabalho: no trimestre encerrado em maio, a taxa havia ficado em 8,1 por cento
 
Rodrigo Viga Gaier, da REUTERS

Rio de Janeiro - A taxa de desemprego no Brasil atingiu 8,3 por cento no segundo trimestre deste ano, maior patamar da série histórica iniciada em 2012, com forte crescimento da população em busca de uma colocação diante do cenário de economia em contração e inflação elevada.

No trimestre encerrado em junho, a população desocupada (8,4 milhões de pessoas) cresceu 5,3 por cento frente ao trimestre imediatamente anterior. Na comparação com igual período de 2014, o salto foi de 23,5 por cento, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nos três meses até maio, a taxa de desemprego tinha ficado em 8,1 por cento. No primeiro trimestre do ano, ela foi de 7,9 por cento.
"Teve aumento da desocupação provocado por maior procura e a geração de postos de trabalho não alcança toda essa população procurando trabalho", afirmou o coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azevedo.

"Há pressão forte sobre o mercado de trabalho, que é reflexo do cenário econômico. O cenário econômico não atende a demanda", acrescentou.

A renda média real habitual recuou 0,5 por cento no segundo trimestre na comparação com um ano antes, a 1.882 reais.

Os resultados reforçam a deterioração do mercado de trabalho observada desde o início do ano, num ambiente de profunda fraqueza econômica e baixa confiança. Aos fatores econômicos, soma-se a grave crise política, que vem gerado insegurança entre consumidores e empresas.

Dados divulgados na semana passada já vinham apontando que a trajetória do mercado de trabalho não deve melhorar tão cedo.

A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE, que leva em conta dados apurados apenas em seis regiões metropolitanas do país, mostrou que a taxa de desempregou saltou para 7,5 por cento em julho, maior nível em mais de 5 anos, em consequência do aumento de quase 10 por cento da população desocupada.

Segundo dados do Ministério do Trabalho, o Brasil fechou 157.905 vagas formais de trabalho no mês passado, pior resultado para julho da série histórica iniciada em 1992.

A despeito da performance econômica fraca, a resiliência do mercado de trabalho vinha sendo um dos trunfos do governo da presidente Dilma Rousseff, especialmente durante sua campanha à reeleição, no ano passado.

A Pnad Contínua tem abrangência nacional e vai substituir a PME.

TJ de São Paulo anuncia fim da taxa de desarquivamento de processos






Acessar processos que estão nos arquivos do Judiciário paulista já não vai custar nada ao interessado. O Tribunal de Justiça de São Paulo divulgou nesta segunda-feira (24/8) o fim da taxa de desarquivamento, depois que a cobrança foi considerada inconstitucional. O comunicado, publicado no Diário da Justiça Eletrônico, diz que o serviço será gratuito “até que haja lei regulamentando a matéria”.

O Provimento 2.195, assinado em 2014 pelo Conselho Superior da Magistratura, havia fixado taxa de R$ 24,40 quando partes ou advogados querem ver processos que estão no Arquivo Geral, e de R$ 13,30, para os autos engavetados em unidades judiciais.

Embora uma lei estadual tenha delegado ao conselho o papel de estipular esses valores, o Órgão Especial do TJ-SP considerou que a fixação em si dos valores só poderia ser feita por norma legislativa, e não administrativa. A corte atendeu pedido da Associação dos Advogados de São Paulo, representada pelo escritório Dias de Souza Advogados Associados.

O presidente do TJ-SP, desembargador José Renato Nalini, já apresentou proposta à Assembleia Legislativa do estado para tentar restabelecer a medida. O texto pretende mudar a Lei Estadual 11.608/2003, sobre taxas nos serviços de natureza forense, para adicionar um dispositivo estipulando expressamente quanto deverá ser desembolsado, com base na Ufesp (unidade fiscal do estado).

O deputado estadual Davi Zaia (PPS), no entanto, assinou emenda contrária ao projeto de lei. Para ele, não faz sentido obrigar que advogados e partes paguem se, com os processos eletrônicos, as informações agora podem ficar disponíveis no sistema sem nenhum custo para o estado. Zaia afirma ainda que a Constituição garante o direito à jurisdição.


Leia o comunicado divulgado pelo TJ-SP:


COMUNICADO 433/2015 (Protocolo 2013/178069)

A Presidência do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo comunica aos Senhores Magistrados, Membros do Ministério Público, das Procuradorias, da Defensoria Pública, Senhores Advogados, Dirigentes das Unidades Judiciais, Servidores e ao público em geral que, tendo em vista o v. acórdão proferido nos autos do Mandado de Segurança Coletivo nº 2218723-64.2014.8.26.0000, impetrado pela AASP – ASSOCIAÇÃO DOS ADVOGADOS DE SÃO PAULO, até que haja lei regulamentando a matéria, não incidirá a cobrança da taxa no desarquivamento de processos.
* Texto atualizado às 16h do dia 24/8/2015.

Sebrae estuda possibilidade de se tornar sócio de empresas inovadoras


Proposta poderá ser iniciada em 2016

Por Agência Brasil

Sebrae estuda possibilidade de se tornar sócio de empresas inovadoras


A diretora técnica nacional do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Heloisa Menezes (foto), disse que a instituição finaliza um estudo sobre a possibilidade de se tornar investidora em alguns fundos de empresas inovadoras. “Há possibilidade de, a partir de 2016, o Sebrae atuar também como possível investidor em fundos de empresas inovadoras e, dessa forma, em vez de subsidiar, ser sócio de alguns empreendimentos inovadores”, disse ela à Agência Brasil na noite de segunda-feira (24), durante a 15ª Conferência Anpei de Inovação Tecnológica. Organizado pela Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), o evento ocorre até o dia 26 em Cabo de Santo Agostinho (PE).

Segundo a diretora nacional do Sebrae, a ideia é amenizar as dificuldades que as empresas encontram para obter crédito em instituições financeiras. “Inovar é correr risco. É participar. O mercado bancário cria dificuldades porque inovação é uma atividade de risco, e bancos têm aversão a riscos.”

“Ao nos tornarmos um investidor a mais [dos fundos de investimentos dessas empresas], não só faremos um acompanhamento maior do trabalho de assessoria continuada, compartilhando o conhecimento que temos, como também participaremos das decisões da empresa”, acrescentou. A novidade foi bem recebida pelo presidente da Anpei, Gerson Valença Pinto. “O Sebrae desempenha papel importante de transformar pequenos e médios negócios, pela capilaridade que tem. Ao sinalizar com essa possibilidade, favorece [uma aproximação entre] o espírito empreendedor e a inovação. [Isso] só tende a fortalecer essas empresas.”


Análise de portfólios 

De acordo com a diretora do Sebrae, a finalização da proposta depende ainda de uma análise que está sendo feita nos portfólios das empresas com o perfil desejado. “Fechando esses trabalhos, vamos apresentar à diretoria e ao conselho do Sebrae os portfólios de gestão dos fundos mais interessantes. Isso deve ser feito ainda este ano”, informou Heloisa. A expectativa é que, caso seja aprovada ainda em 2015, a proposta comece a ser implementada em 2016. “Estou otimista porque essa ideia está aliada à ambiência de atuação do Sebrae.”

Crise chinesa deve intimidar Fed a elevar juros ainda em 2015

Barclays aposta que a alta não virá antes de março do ano que vem

 

Por Infomoney

Crise chinesa deve intimidar Fed a elevar juros ainda em 2015




O mercado tomou um novo "susto" na segunda-feira (24) e a explicação, novamente, foi a China. O governo chinês, após uma desvalorização surpresa do yuan, não animou os mercados com novas medidas efetivas para conter o mercado de ações, o que indica que a transição da economia do gigante asiático será ainda mais dura do que os mercados poderiam esperar. Com isso, Xangai despencou 8,4% nesta segunda-feira. No entanto, nesta terça-feira (25), o governo anunciou cortes de juros e de compulsórios. A taxa de empréstimo caiu 25 pontos-base, para 4,6%, enquanto a taxa de depósitos de até um ano passou de 2% para 1,75%. Os compulsórios foram cortados em 50 pontos-base para 18% para os grandes bancos. Desse modo, o Ibovespa subia pela na manhã, em linha com os mercados internacionais e em recuperação, após tombo de 3% ontem. O índice subia 1,3% perto do meio-dia para 44.912 pontos.

Ao mesmo tempo em que a China enfrenta tamanha turbulência, o Federal Reserve se prepara para elevar a taxa de juros pela primeira vez em quase uma década. E se a interpretação para a ata da última reunião do política monetária já era dúbia sobre o que deve acontecer, agora o cenário fica ainda mais nebuloso. 

Conforme destacou o Citigroup na semana passada, o Fed ressaltou na ata a sua preocupação com a China e a Grécia. “Porém, os desenvolvimentos externos não deveriam influenciar a sua avaliação inicial sobre o calendário ou o ritmo da normalização da taxa", relata o banco. No entanto, também  alguns analistas apostavam que a China seria um fator que levaria o Fed a adiar a taxa de juros para dezembro. Com os novos temores chineses se intensificando, há quem veja uma mudança de rota ainda maior. É o caso do Barclays, que agora vê como improvável uma alta de juros antes de março em meio à volatilidade financeira e à incerteza que ronda o crescimento nos mercados emergentes. 

O movimento de queda do preço do petróleo, que tem baixa de 17% em agosto, provavelmente pesará sobre a decisão do Fomc. “Alguns integrantes expressaram preocupação com a inflação nos Estados Unidos antes da mais recente queda dos preços do petróleo. Além disso, a força do dólar atenua o qual rápido o Fed teve firmar o núcleo de sua inflação", afirmou o banco britânico em nota. A perspectiva é de uma grande mudança a partir da expectativa anterior de um aumento da taxa em setembro. "Embora continuemos vendo a atividade econômica nos Estados Unidos como sólida e justificando modestas altas das taxas, acreditamos que é improvável que o Federal Reserve inicie um ciclo de elevações neste ambiente, por medo de que tal movimento possa desestabilizar ainda mais os mercados", afirmam os analistas do banco. Porém, se a "volatilidade dos mercados se provar transitória", o Fomc poderia aumentar as taxas em dezembro.

Em uma pesquisa feita pela Reuters, metade dos traders acredita que o Fed elevará as taxas em dezembro, ante 72% do último levantamento. Só 37% dão como certo que os juros subirão em setembro, enquanto 17% esperam que a alta se dê em 2016. A pesquisa, divulgada ontem, foi feita entre 27 de julho e 4 de agosto, cerca de duas semanas antes da acentuada liquidação das ações.

Conforme destaca o colunista do Financial Times, David Riley, chefe de estratégia de crédito da BlueBay Asset Management, o cenário mundial é incerto, com a desaceleração das economias emergentes e um ambiente ainda complicado para a retomada do crescimento na Europa e no Japão. 

O impulso desinflacionário da China através de preços mais baixos das commodities e um dólar mais fraco tornam mais difícil para o Fed ser "razoavelmente confiante" de que a inflação volte à meta de 2% em um futuro visível. Mas também é evidente que os Estados Unidos estão se aproximando do pleno emprego com a maturação do ciclo de crédito e de negócios, garantindo um aperto das condições financeiras e voltando a elevar as taxas de juros que foram para zero após o crash de 2008. 

Riley destaca ainda que o Fed poderá até subir os juros em setembro e, simultaneamente, sinalizar um caminho de alta mais gradual. Mas se os ventos contrários da economia global e as tendências deflacionárias se intensificarem, a autoridade monetária pode ser forçada a inverter a sua política e ser culpada por uma desaceleração econômica em plena eleição presidencial. 

Os ciclos anteriores de alta da taxa de Fed tem sido quase sempre acompanhados de aperto da política por outros grandes bancos centrais. "Dessa vez vai ser muito diferente. Uma maior flexibilização monetária pelo Banco Central Europeu e Banco do Japão não pode ser descartada e é mais provável na China. As políticas monetárias divergentes apoiarão uma maior volatilidade de ativos cruzados e desafiarão os mercados financeiros frágeis e avaliações de ativos esticadas", ressalta o colunista. 

Riley complementa afirmando que o potencial de um erro de política por parte do Fed, bem como das autoridades chinesas, está aumentando. "O crescimento global é mais precário hoje do que em qualquer momento desde a Grande Recessão. A economia dos Estados Unidos está pronta para maiores taxas de juros, mas a economia global não. Contra tal pano de fundo, a preservação de capital e o valor fundamental devem ser as palavras de ordem para os investidores que procuram navegar em mercados financeiros turbulentos", argumenta. 

http://www.amanha.com.br/posts/view/991