São Paulo - Depois de alguns tropeços e uma renovada na imagem, a Contém
1g traçou novamente uma estratégia para conquistar o mercado externo e
aumentar as vendas pela internet.
Agora, passou um corretivo em toda a operação. Mais próxima dos
franqueados, com novos produtos e novos parceiros, a companhia acredita
estar madura para retomar os projetos e o crescimento.
Há cerca de 15 anos, a
empresa de
beleza
começou a se expandir para fora do Brasil. Ela chegou a ter unidades no
México, Espanha, Portugal e até na galeria Lafayette, em Paris.
No entanto, a
Contém 1g
era bem diferente na época. No Brasil, era focada em perfumaria, que
correspondia a 85% do faturamento. A linha de maquiagens era limitada,
restrita a alguns itens para adolescentes e voltada para as classes B e
C.
No exterior, porém, o maior sucesso era justamente na linha de
maquiagem, responsável por 90% das vendas. “O mercado externo aceitava maquiagem brasileira, mas não a perfumaria”, disse o presidente.
Por isso, as vendas não eram suficientes para arcar com os custos com
manutenção das lojas, aluguel e mão de obra. As unidades internacionais
fecharam.
Novo make
Depois de mudanças no negócio, a companhia está pronta para o desafio de
conquistar os estrangeiros, acredita Rogério Rubini, presidente da
Contém 1g.
Em 2007, a empresa passou por uma grande mudança com linhas de
maquiagens para as classes A e B. Começou a lançar coleções com mais
valor agregado, em embalagens mais bonitas, mais adequadas para o
mercado internacional.
“Agora, estamos bastante confiantes que é possível partir para essa nova
empreitada”, disse ele. Além disso, “a desvalorização do real fez
surgir uma nova oportunidade, bastante promissora para empresas
brasileiras”, diz ele.
A expansão no mercado externo será feita por meio de franquias e a
companhia hoje busca parceiros interessados para empreender fora do
país, mas ainda não tem mercados definidos.
A expectativa é que as primeiras unidades sejam inauguradas no segundo semestre de 2016.
Na internet
Além de se voltar para fora, a companhia também quer entrar em novos
mercados brasileiros a partir de vendas online. “Ninguém mais pode se
dar ao luxo de não estar na internet”, afirma Rubini.
A Contém 1g já havia tentado partir para o
comércio eletrônico em 2012. Naquela época, “a relação entre as receitas e despesas não estava adequada”, segundo ele.
A empresa havia criado um departamento específico para as vendas online
dentro da empresa. No entanto, os salários da equipe eram maiores que as
receitas e o projeto foi encerrado.
“Lição aprendida", diz Rubini, "busquei um parceiro que irá realizar
todas as etapas de venda e entrega e receberá proporcionalmente".
Rivais importadas
Desde a última reestruturação da Contém 1g, em 2007, diversas marcas
novas chegaram ao mercado, como as estrangeiras MAC, Sephora, NYX e a
brasileira Quem disse, Berenice?. Muitas delas já operam inclusive com
comércio eletrônico.
Há cerca de 4 anos, a Contém 1g crescia 35% a 40% ao ano. Depois da
entrada das concorrentes, o crescimento caiu para apenas um dígito ao
ano.
A empresa acredita que as duas novas empreitadas ajudarão a retomar o
crescimento. Para a Contém 1g, a quantidade de pontos de venda é uma
vantagem – são 190 unidades.
O valor alto do câmbio ajuda a empresa a enfrentar as concorrentes importadas, com produtos mais caros, acredita Rubini.
Lá fora, no entanto, as marcas concorrentes estão mais consolidadas e
operam com preços mais reduzidos. Um desafio que a Contém 1g ainda
precisará superar.