terça-feira, 6 de outubro de 2015

SABMiller rejeitou oferta da AB InBev, diz Bloomberg


Jason Alden/OneRedEye via Bloomberg
Pessoa bebe cerveja em copo da SABMiller
Pessoa bebe cerveja em copo da SABMiller: a SABMiller não quis comentar
 
Da REUTERS


Londres - A cervejaria SABMiller rejeitou a oferta informal de compra feita pela gigante AB InBev por considerá-la muito baixa, disse nesta terça-feira a agência de notícias Bloomberg, citando fontes anônimas próximas ao tema.

Operadores citaram a notícia como a razão por trás de uma queda nas ações da SABMiller, de cerca de 3 por cento às 8h no horário de Brasília, após a publicação da notícia.

A SABMiller não quis comentar, enquanto a ABInBev não estava imediatamente disponível.
Uma aquisição da SABMiller, segunda maior cervejaria do mundo, com marcas como Peroni e Grolsh, poderia custar mais de 68 bilhões de libras, segundo estimativas de analistas.

STF nega reclamação de executivos que questionavam Moro


Wilson Dias/ABr
Novo ministro do STF, Teori Zavascki
Teori Zavascki: para Zavascki, o Tribunal já realizou a definição de competência para os casos da Lava Jato em junho do ano passado
 
Beatriz Bulla, do Estadão Conteúdo


Brasília - A 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negou reclamação de executivos da OAS que questionavam a competência do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, no Paraná, para conduzir ação da Lava Jato que atinge os empreiteiros.

O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo, negou o prosseguimento do recurso da OAS na Corte e foi seguido pelos demais ministros da Turma.

Para Zavascki, o Tribunal já realizou a definição de competência para os casos da Lava Jato em junho do ano passado.
Moro é responsável pelas ações relativas ao esquema no primeiro grau, desde que não haja investigação de autoridades com prerrogativa de foro - como parlamentares com mandato, o que fica a cargo do STF.

A defesa dos executivos da OAS alegou ao STF que existe conexão entre a investigação que corre no Paraná e os inquéritos existentes na Corte.

Os advogados mencionam a existência de um inquérito que investiga 39 pessoas no Supremo por suposta formação de uma organização criminosa para cometer crimes envolvendo a Petrobras.

"A existência de conexão e sobretudo de continência determinam a unidade do processo, sendo certo que, se os fatos criminosos envolvem diretamente membros do Congresso Nacional, a competência para processar e julgar a imputação feita aos Pacientes pertence exclusivamente ao STF", argumentou a defesa dos empresários.

No julgamento do recurso na 2ª Turma do STF, no entanto, Zavascki ressaltou que não há "usurpação de competência" do Tribunal por parte de Moro.

Ele apontou ainda que o juiz já manifestou que a mera referência de modo fortuito a agentes políticos não faz com que eles sejam objeto de investigação.

"No caso, não há comprovação de que houve medida investigatória dirigida a autoridade sujeita ao foro privilegiado", escreveu Teori Zavascki em decisão do último dia 8, confirmada nesta terça-feira, 6, pela 2ª Turma.

O procurador-geral da República (PGR), Rodrigo Janot, se manifestou a favor do entendimento de Teori Zavascki.

"Como se vê, já houve a definição da competência, tendo-se decidido que, a partir dos desdobramentos dos fatos, poderiam ter suas condutas apuradas em primeiro grau sem que houvesse necessidade de qualquer e nova manifestação do STF a respeito do tema", escreveu o procurador, em parecer.

Em agosto, a Justiça Federal no Paraná condenou a cúpula da OAS por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa na Operação Lava Jato.

O ex-presidente da empresa, José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, e o ex-diretor Agenor Medeiros foram condenados a 16 anos e 4 meses de reclusão.

Outros três ex-executivos foram condenados: Mateus Coutinho de Sá Oliveira e José Ricardo Nogueira Breghirolli receberam sentença de 11 anos de reclusão e Fernando Stremel de quatro anos em regime aberto.

Pela 1ª vez, TSE deve investigar campanha de um presidente




Ueslei Marcelino/Reuters
Dilma Rousseff e Michel Temer
Dilma Rousseff e Michel Temer: maioria dos ministros do TSE já votaram pela abertura das contas da campanha de ambos à reeleição em 2014


São Paulo – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ) está perto de abrir a primeira investigação de campanha de um presidente da República. Na noite desta terça-feira, a corte julga na noite uma das ações sobre a suspeita de que a chapa da presidente Dilma Rousseff e do vice, Michel Temer, recebeu dinheiro desviado da Petrobras.

Se a investigação for aprovada, será a primeira vez que o tribunal abre uma Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) contra um presidente da República, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo.

Até o momento, o placar está em quatro a um para a abertura do processo contra a chapa de Dilma Rousseff. Dessa forma, a corte – que é composta por 7 magistrados – já tem maioria favorável para a abertura da ação.
 
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Em levantamento feito a pedido de EXAME.com, o TSE afirma que, desde 2010, a corte julgou duas ações de impugnação de mandato eletivo contra a presidente Dilma Rousseff. A primeira, protocolada em 2010, questionava a nacionalidade da petista e foi arquivada.

A ação que pode ser julgada hoje foi apresentada pelo PSDB em janeiro. A legenda sustenta, entre outros pontos, que a campanha de Dilma e Temer foi financiada por doações de empresas contratas pela Petrobras como parte do pagamento de propinas.


Veja como cada ministro votou até agora:

Ministro Voto
Maria Thereza de Assis Moura Contra
Gilmar Mendes Favorável
João Otávio de Noronha Favorável
Henrique Neves Favorável
Luiz Fux Favorável
José Antonio Dias Toffoli (Presidente) Ainda não votou
Luciana Christina Guimarães Lóssio Ainda não votou


A Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) é um dispositivo previsto no artigo 14 da Constituição Federal para casos em que o candidato eleito é suspeito de abuso de poder econômico, corrupção ou fraude. 

Outras quatro ações contra a campanha de Dilma Rousseff e Michel Temer tramitam na Corte. 
A expectativa é de que amanhã (7) o Tribunal de Contas da União (TCU) comece o julgamento das chamadas "pedaladas fiscais" durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff.

O que você tem que saber do maior acordo comercial já feito


REUTERS/USTR Press Office
Os 12 ministros de comércio dos países contemplados pelo TPP posam para foto oficial em Atlanta, nos Estados Unidos
Os 12 ministros de comércio dos países contemplados pelo TPP posam para foto oficial em Atlanta, nos Estados Unidos
 
 
 
 
São Paulo - Foi anunciada hoje a conclusão da Parceria Trans-Pacífica (TPP, na sigla em inglês), maior acordo regional de comércio da história.

Se aprovado internamente por seus 12 membros, o TPP vai diminuir tarifas e abrir mercados, além de estabelecer regras comuns ambientais, trabalhistas, de investimento e propriedade intelectual.

O acordo inclui a primeira e a terceira maiores economias do mundo (Estados Unidos e Japão) e tem o potencial de estimular o crescimento e o comércio globais.
Ele estava sendo negociado há muitos anos e teve como embrião um acordo que entrou em vigor há uma década entre Brunei, Chile, Nova Zelândia e Singapura.

Agora, juntam-se ao quarteto inicial Austrália, Canadá, Japão, Malásia, México, Peru, Estados Unidos e Vietnã. Juntos, eles somam 800 milhões de pessoas e respondem por 40% do PIB global. 


Veja no mapa:
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Controvérsias


O texto final com 30 capítulos deve ficar disponível em um mês. O sigilo das negociações sempre foi uma das principais críticas de seus opositores, que reclamam do acesso privilegiado de indústrias interessadas (o WikiLeaks chegou a vazar trechos).

Enquanto setores como os de tecnologia e cultura celebram regras de informação compartilhada e combate à pirataria, a Electronic Frontier Foundation diz que o acordo é "uma das maiores ameaças globais à internet".

Uma grande polêmica é a do artigo que permite a corporações processarem governos em painéis de arbitragem internacional para reverter decisões que as prejudiquem.

É o que a Phillip Morris já fez quando a Austrália a obrigou de introduzir embalagens genéricas para cigarros. O TPP acabou saindo com exceções para tabaco e saúde pública, o que não elimina o risco de uso em outros campos, como proteção ambiental.

Mas a maior briga de saúde é sobre o tempo garantido para as patentes de medicamentos. As farmacêuticas queriam o prazo americana de 12 anos, mas organizações de saúde pública reclamaram que isso aumenta preços e restringe o acesso.

A regra acabou ficando entre 5 e 8 anos, dependendo das condições. Um comunicado do Médico sem Fronteiras diz que "o TPP vai entrar para a história como o pior acordo comercial para acesso a medicamentos em países em desenvolvimento".

O acordo também tem uma parte trabalhista que exige cumprimento de padrões da Organização Internacional do Trabalho e permite punição sobre países com histórico ruim nesta área, como Malásia e Vietnã.

Isso não impede que grandes sindicatos americanos se oponham frontalmente ao acordo. Os padrões ambientais também dividem ativistas.

O texto final deixou de fora o tema da manipulação de moedas como forma de competição desleal, mas há relatos de que isso será abordado em um texto paralelo.
 

Política


O TPP é um marco da atenção crescente dos Estados Unidos para a Ásia-Pacífico e representa um esforço para moldar as regras do comércio da região (e do mundo) à sua maneira.

A ideia é se contrapor a uma influência crescente da China, que não está no acordo, apesar da entrada de novos países não estar descartada a princípio. 

O TPP também é um trunfo para o presidente Barack Obama, que sempre o defendeu e diz que o acordo “coloca os trabalhadores americanos em primeiro lugar e vai ajudar as famílias de classe média a avançar".

Um estudo do Peterson Institute estima um impacto anual de US$ 77 bilhões sobre a renda real do país em 2025. Tradicionalmente, o setor exportador gera empregos mais bem pagos.

Obama conta com o apoio da Câmara de Comércio, que nem sempre fica do seu lado:

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Em junho, Obama conseguiu do Congresso a autoridade fast track, que permite passar acordos pelo Legislativo com um simples voto 'sim' ou 'não', sem possibilidade de emendas ou bloqueios.
Isso não significa que a aprovação do TPP está garantida. Donald Trump, até agora o líder nas primárias do Partido Republicano, diz que é "um mau acordo", assim como vários congressistas dos dois partidos.

Hillary Clinton, ainda favorita para a indicação democrata, participou das negociações quando era secretária de Estado mas tem marcado uma posição mais cuidadosa nos últimos meses. O tema deve ser explorado na campanha.

O socialista Bernie Sanders, outro candidato nas primárias, disse que o acordo era uma vitória para "Wall Street e as grandes corporações" e precisava ser barrado:

 
Wall Street and big corporations just won a big victory. Now it's on us to stop the from becoming law.
 
 

Alta do dólar desacelera, mas apreensão com pauta política persiste


Dólar

A alta do dólar à vista em relação ao real perdeu força por volta das 9h40 desta terça-feira, 6, quando a moeda renovou a cotação mínima da sessão. Apesar da desaceleração, o comportamento ante a divisa doméstica reflete o movimento em relação a moedas de economias emergentes e países exportadores de commodities nesta manhã.

A valorização do dólar também reflete a volta da cautela antes da votação dos vetos presidenciais pelo Congresso Nacional no fim desta manhã. Além disso, o TSE retoma nesta terça, no início da noite, o julgamento de ação do PSDB que pede a impugnação das contas de campanha da presidente Dilma Rousseff, de 2014.

Às 9h31, o dólar à vista subia 0,49% aos R$ 3,9210, a menor cotação da sessão. Na máxima, chegou a R$ 3,9410.

Nesta manhã, a diretora-gerente da Moody's Latin America, Susan Knapp, afirmou que as forças subjacentes do Brasil ainda são suficientes para manter o grau de investimento, apesar de as dinâmicas atuais de crescimento serem piores do que a agência antecipava. A declaração foi dada na 17ª Conferência Anual da Moody's, em São Paulo.

Em tempo: Os Estados Unidos divulgaram que o déficit comercial em agosto subiu para US$ 48,33 bilhões. A previsão dos analistas era US$ -48,5 bilhões.


 http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/financas/20151006/dolar-desacelera-mas-pauta-politica-preocupa/305585

Entenda o que significa o acordo comercial Ásia-Pacífico



Porto exportação

Acordo considerado histórico reúne doze países e deixa de fora Brasil e China


O Acordo Transpacífico de Associação (TPP, na sigla em inglês), anunciado na segunda-feira (5), abrange 12 países: a Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura, Estados Unidos e Vietnã. Essas nações representam 40% da economia mundial. O Brasil e a China ficaram de  fora do TPP.

Segundo o Acordo que é considerado o maior da história, haverá redução de uma série de barreiras comerciais entre os países de itens como comodities agrícolas até produtos industrializados, caso dos automóveis.  

O TPP demorou cinco anos para sair do papel e só engrenou graças aos esforços principalmente do presidente americano Barack Obama. Segundo ele, o trabalho “reforça nossas relações estratégicas com nossos sócios e aliados em uma região que será vital no século 21". 

Estima-se que mais de 18 mil impostos de vários países a produtos americanos serão eliminados em função do TPP.

Para o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, o Acordo representa o início de um "novo século" para a Ásia. “Uma grande zona econômica surgirá. O TPP tornará nossas vidas mais prósperas”, afirmou Ube.


China e Brasil


O TPP é na verdade uma resposta dos seus integrantes ao avanço da China no comércio global. Para o presidente Obama, o TPP “fortalece nossa relação estratégica com nossos parceiros e aliados na região, que será vital para o século 21”. “Quando mais de 95% de nossos clientes potenciais vivem fora de nossas fronteiras, nós não podemos deixar países como a China escreverem as regras da economia global", disse.

A China foi convidada a ser parte integral do acordo, mas o rejeitou pelas restrições em setores como o financeiro.

Para o Brasil, segundo analistas de comércio internacional, há um efeito indireto ruim. Isto porque o TPP inclui países latino-americanos como México, Chile e Peru.  Essas nações, além da Colômbia, têm ao longo dos últimos anos fortalecendo suas negociações bilaterais e multilaterais para tentar impulsionar suas economias sem depender somente do Mercosul. 

A disputa por espaço comercial para colocação de produtos brasileiros no exterior tende a ficar mais acirrada. Especula-se, por exemplo, que o Brasil terá mais dificuldade para vender produtos relevantes em sua pauta comercial, como o frango e açúcar. 

A Austrália, por exemplo, vai receber uma cota adicional de 65 mil toneladas anuais para exportar açúcar aos Estados Unidos,  o que torna o açúcar brasileiro menos atrativo para o mercado americano, segundo informações divulgadas.

Brasil vai cair 2 posições para 9ª maior economia, diz FMI




Marcos Santos/USP Imagens
 
Notas de real
Notas de real
São Paulo - O Brasil vai perder duas posições e cair para o nono lugar das maiores economias do mundo em dólar, de acordo com os últimos dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O PIB do Brasil em dólar vai terminar 2015 em US$ 1,8 trilhão, segundo as estimativas de hoje, e será ultrapassado por Índia e Itália.

Entre 2002 e 2011, o PIB brasileiro em dólares saltou 366% e chegou a US$ 2,6 trilhões na 6ª posição mundial. O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega chegou a dizer que seríamos 5º lugar em 2015 ou antes.
Mas o resultado passou a piorar. Agora, o FMI acaba de dobrar sua previsão de recessão para o Brasil este ano de 1,5% para 3%, um pouco acima do consenso de mercado. 

A queda no ranking é resultado da economia em queda junto com a depreciação do real, que perdeu 50% do valor em relação ao dólar só este ano.

Com isso, o Brasil será ultrapassado de longe pela Índia, que tirou da China o posto de estrela ascendente da economia global, e um pouco pela Itália.

A mudança já estava prevista desde agosto e o cenário só piorou desde então. O ranking de maiores economias em dólar será, na ordem: Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, França, Índia, Itália, Brasil e Canadá.

Veja a trajetória: a Índia está em azul, o Brasil em vermelho e a Itália em laranja:
 
FMI

Trajetória do PIB
Trajetória do PIB em dólar de Brasil, Índia e Itália


No ranking de paridade de poder de compra, que equaliza as cotações das moedas com base em uma medida internacional de poder de compra, o Brasil é o 7ª lugar mundial.

A China passou em 2014 para a liderança nesta medida e deve continuar aumentando a diferença, mesmo já levando em conta a desaceleração em curso. Ela é seguida por Estados Unidos, Índia, Japão, Alemanha, Rússia e Brasil.