Acordo considerado histórico reúne doze países e deixa de fora Brasil e China
O
Acordo Transpacífico de Associação (TPP, na sigla em inglês), anunciado
na segunda-feira (5), abrange 12 países: a Austrália, Brunei, Canadá,
Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura, Estados
Unidos e Vietnã. Essas nações representam 40% da economia mundial. O
Brasil e a China ficaram de fora do TPP.
Segundo
o Acordo que é considerado o maior da história, haverá redução de uma
série de barreiras comerciais entre os países de itens como comodities
agrícolas até produtos industrializados, caso dos automóveis.
O
TPP demorou cinco anos para sair do papel e só engrenou graças aos
esforços principalmente do presidente americano Barack Obama. Segundo
ele, o trabalho “reforça nossas relações estratégicas com nossos sócios e
aliados em uma região que será vital no século 21".
Estima-se que mais de 18 mil impostos de vários países a produtos americanos serão eliminados em função do TPP.
Para
o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, o Acordo representa o início
de um "novo século" para a Ásia. “Uma grande zona econômica surgirá. O
TPP tornará nossas vidas mais prósperas”, afirmou Ube.
China e Brasil
O
TPP é na verdade uma resposta dos seus integrantes ao avanço da China
no comércio global. Para o presidente Obama, o TPP “fortalece nossa
relação estratégica com nossos parceiros e aliados na região, que será
vital para o século 21”.
“Quando mais de 95% de nossos clientes potenciais vivem fora de nossas
fronteiras, nós não podemos deixar países como a China escreverem as
regras da economia global", disse.
A China foi convidada a ser parte integral do acordo, mas o rejeitou pelas restrições em setores como o financeiro.
Para
o Brasil, segundo analistas de comércio internacional, há um efeito
indireto ruim. Isto porque o TPP inclui países latino-americanos como
México, Chile e Peru. Essas nações, além da Colômbia, têm ao longo dos
últimos anos fortalecendo suas negociações bilaterais e multilaterais
para tentar impulsionar suas economias sem depender somente do
Mercosul.
A disputa por espaço
comercial para colocação de produtos brasileiros no exterior tende a
ficar mais acirrada. Especula-se, por exemplo, que o Brasil terá mais
dificuldade para vender produtos relevantes em sua pauta comercial, como
o frango e açúcar.
A Austrália, por
exemplo, vai receber uma cota adicional de 65 mil toneladas anuais para
exportar açúcar aos Estados Unidos, o que torna o açúcar brasileiro
menos atrativo para o mercado americano, segundo informações divulgadas.