Empresários
brasileiros fecharam US$ 1,408 bilhão em negócios durante os cinco dias da
Anuga, feira internacional de alimentos e bebidas realizada a cada dois anos na
cidade de Colônia, Alemanha. Do total, cerca de US$ 200 milhões correspondem a
negócios fechados no ato e o restante refere-se a contratos que serão
confirmados ao longo dos próximos 12 meses.
Os números foram divulgados pela Agência Brasileira
de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). A Apex informou ainda que a
maior parte do montante total está vinculado a negócios envolvendo carne.
Segundo André Favero, diretor de negócios da agência, de 84 empresas que representaram
o Brasil na Anuga, cerca de 30 são do setor de carne bovina, suína e de frango:
“Esse setor, sozinho, representou mais da metade do volume total, pois tem a
característica de que, geralmente, os contratos são feitos em grande
quantidade”.
De acordo com Favero, o total em negócios, em 2015,
supera em 28% o volume atingido na edição anterior da feira de alimentos, em
2013. O diretor de negócios da Apex informa que, apesar de as carnes terem sido
o maior destaque, produtos típicos brasileiros e alimentos naturais também
tiveram boa procura nesta edição, realizada entre 10 e 14 de outubro.
Segundo Fávero, “Produtos étnicos, como açaí, pão
de queijo, castanha do Pará e, ainda, leite de castanha, alimentos sem glúten
ou lactose são vertentes com as quais o Brasil tem dialogado muito bem. O
feedback das empresas brasileiras é que houve grande interesse nessas duas
linhas”, afirma. A Apex contabilizou ainda os novos contatos feitos pelas
empresas brasileiras.
De acordo com levantamento da agência, o número de
contatos durante o evento ficou em 10,7 mil, 20% maior do que o registrado na
última participação na Anuga. “Esses contatos foram registrados porque houve
algum tipo de demanda, pedido de informação adicional. As visitas [à feira]
foram mais de 150 mil. Pelo menos 10% desse volume passou pelos estandes
brasileiros e demonstrou interesse específico em algum produto”, explica André
Favero.
De acordo com o diretor da Apex, a Anuga é a feira
mais importante entre as do setor, pois “está no calendário das principais
feiras do mundo e, em termos de geração de negócios, é a maior. Também é muito
importante na formação de tendências. Todas as grandes redes mundiais de
restaurantes, supermercados e hoteleiras estão lá”.
O diretor da Apex comentou ainda o fenômeno de
queda de preços das commodities (produtos básicos com cotação internacional),
que afeta as exportações de alimentos. Segundo ele, a carne, produto mais
negociado na feira alemã, não foi atingida.
“No setor de carnes, o embargo da Rússia à União
Europeia tem influenciado positivamente o Brasil, ajudando a manter o valor em
um patamar um pouco mais alto”, diz Favero. No caso de outros produtos, segundo
ele, as quantidades vendidas têm ajudado a contrabalançar a queda de preços, a
exemplo do que ocorre com a balança comercial brasileira, já que “o patamar do
dólar também estimula as empresas a exportarem”.
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