quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Empresas do Brasil fecham US$ 1,4 bilhão em negócios em feira na Alemanha

 O total em negócios, em 2015, supera em 28% o volume atingido na edição anterior da feira de alimentos, em 2013. Foto: arquivo Agência Brasil

 O total em negócios, em 2015, supera em 28% o volume atingido na edição anterior da feira de alimentos, em 2013. Foto: arquivo Agência Brasil

 



Empresários brasileiros fecharam US$ 1,408 bilhão em negócios durante os cinco dias da Anuga, feira internacional de alimentos e bebidas realizada a cada dois anos na cidade de Colônia, Alemanha. Do total, cerca de US$ 200 milhões correspondem a negócios fechados no ato e o restante refere-se a contratos que serão confirmados ao longo dos próximos 12 meses.

Os números foram divulgados pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). A Apex informou ainda que a maior parte do montante total está vinculado a negócios envolvendo carne. Segundo André Favero, diretor de negócios da agência, de 84 empresas que representaram o Brasil na Anuga, cerca de 30 são do setor de carne bovina, suína e de frango: “Esse setor, sozinho, representou mais da metade do volume total, pois tem a característica de que, geralmente, os contratos são feitos em grande quantidade”.

De acordo com Favero, o total em negócios, em 2015, supera em 28% o volume atingido na edição anterior da feira de alimentos, em 2013. O diretor de negócios da Apex informa que, apesar de as carnes terem sido o maior destaque, produtos típicos brasileiros e alimentos naturais também tiveram boa procura nesta edição, realizada entre 10 e 14 de outubro.

Segundo Fávero, “Produtos étnicos, como açaí, pão de queijo, castanha do Pará e, ainda, leite de castanha, alimentos sem glúten ou lactose são vertentes com as quais o Brasil tem dialogado muito bem. O feedback das empresas brasileiras é que houve grande interesse nessas duas linhas”, afirma. A Apex contabilizou ainda os novos contatos feitos pelas empresas brasileiras.

De acordo com levantamento da agência, o número de contatos durante o evento ficou em 10,7 mil, 20% maior do que o registrado na última participação na Anuga. “Esses contatos foram registrados porque houve algum tipo de demanda, pedido de informação adicional. As visitas [à feira] foram mais de 150 mil. Pelo menos 10% desse volume passou pelos estandes brasileiros e demonstrou interesse específico em algum produto”, explica André Favero.

De acordo com o diretor da Apex, a Anuga é a feira mais importante entre as do setor, pois “está no calendário das principais feiras do mundo e, em termos de geração de negócios, é a maior. Também é muito importante na formação de tendências. Todas as grandes redes mundiais de restaurantes, supermercados e hoteleiras estão lá”.

O diretor da Apex comentou ainda o fenômeno de queda de preços das commodities (produtos básicos com cotação internacional), que afeta as exportações de alimentos. Segundo ele, a carne, produto mais negociado na feira alemã, não foi atingida.

“No setor de carnes, o embargo da Rússia à União Europeia tem influenciado positivamente o Brasil, ajudando a manter o valor em um patamar um pouco mais alto”, diz Favero. No caso de outros produtos, segundo ele, as quantidades vendidas têm ajudado a contrabalançar a queda de preços, a exemplo do que ocorre com a balança comercial brasileira, já que “o patamar do dólar também estimula as empresas a exportarem”.

 http://brasilamericaeconomia.com.br/economia/empresas-do-brasil-fecham-us-14-bilhao-em-negocios-em-feira-na-alemanha/

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Janot pede ao Supremo que José Dirceu volte a cumprir pena em regime fechado






O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal a regressão do regime de prisão estabelecido para José Dirceu na Ação Penal 470, conhecida como mensalão, por causa dos crimes apurados na “lava jato”, que deram origem à ação penal contra ele na 13ª Vara Federal de Curitiba. Segundo Janot, há provas de que os crimes foram cometidos depois do trânsito em julgado da condenação no mensalão, devendo a prisão domiciliar ser transformada em regime fechado.

A condenação de Dirceu pelo crime de corrupção ativa no mensalão transitou em julgado no dia 10 de outubro de 2013. O regime inicial estabelecido foi o semiaberto. Em 28 de outubro de 2014, o STF acolheu pedido de progressão para o regime aberto e, em 4 de novembro do mesmo ano, por falta de estabelecimento prisional compatível com esse regime no Distrito Federal, passou para prisão domiciliar. Atualmente, ele está em prisão preventiva por decisão da 13ª Vara Federal de Curitiba.

Segundo informações enviadas pela força-tarefa da operação “lava jato” ao procurador-geral, Dirceu praticou os crimes de organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo menos até 23 de dezembro de 2014, depois da condenação na Ação Penal 470. Para Rodrigo Janot, há "prova contundente e abundante da prática criminosa", tanto que a denúncia foi aceita pela 13ª Vara Federal de Curitiba e ele virou réu na ação penal. O pedido é que, após a manifestação de Dirceu, a pena seja cumprida em regime fechado.

O procurador-geral explica que não é necessário aguardar o trânsito em julgado da ação penal na primeira instância para a regressão de regime. Nessa linha, ele diz que já decidiu a 1ª Turma do STF: o artigo 118, I, da Lei 7.210/1984 prevê a regressão de regime se o apenado "praticar fato definido como crime doloso ou falta grave". E cita ainda decisão da 2ª Turma: "A Lei de Execução Penal não exige o trânsito em julgado de sentença condenatória para a regressão de regime, bastando, para tanto, que o condenado tenha 'praticado' fato definido como crime doloso".

Para Janot, não há impedimento pelo fato de o acórdão condenatório ter fixado o regime inicial como semiaberto e de estar o sentenciado em prisão domiciliar. "A fixação de regime na decisão condenatória é cláusula rebus sic standibus, de modo que a progressão ou regressão da forma de cumprimento da pena não ofende a coisa julgada", diz. Segundo ele, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é pacífica quanto à possibilidade de regressão a regime mais gravoso do que o inicialmente fixado na decisão condenatória. Com informações da Assessoria de Imprensa do MPF. 


Clique aqui para ler a petição.

Cade aprova compra de empresa do grupo Fleury pela Rise




Germano Lüders/EXAME
Laboratório do Fleury
Laboratório do Fleury: a Rise é uma empresa holding que participa do capital social de outras empresas
 
Da REUTERS


São Paulo - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a aquisição pela holding Rise do Brasil Participações da empresa de prestação de serviços de medicina diagnóstica Cruzeiro do Sul, pertencente ao grupo Fleury.

A Rise é uma empresa holding que participa do capital social de outras empresas, como sócia, cotista ou acionista e pertence ao grupo Prol, que atua na prestação de serviços de consultoria e assessoria.

O grupo Prol opera o Centro de Diagnóstico por Imagem do Estado do Rio de Janeiro, que atende somente usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
"O grupo Prol não oferta serviços de medicina diagnóstica para o mercado privado do município do Rio de Janeiro, onde estão localizadas todas as unidades da Cruzeiro do Sul", disse o Cade em parecer publicado nesta terça-feira.

"Não haveria a ocorrência de sobreposição horizontal ou integração vertical decorrentes da presente operação", informou o Cade. "Desta forma, pode-se concluir que a operação não levanta maiores preocupações de ordem concorrencial." A venda da Cruzeiro do Sul Medicina Diagnóstica havia sido acertada no início de setembro por 16 milhões de reais.


Kroton compra startup de tecnologia Studiare por R$ 4,1 mi


Germano Lüders/EXAME
Kroton
Sala de aula da Kroton: aquisição reforça investimento da empresa na personalização do ensino
São Paulo - A Kroton, maior empresa de educação do país, acaba de comprar a parceira Studiare por 4,1 milhões de reais.

A startup desenvolve plataformas adaptativas de aprendizado (sistemas moldados de acordo com as necessidades do estudante) e ferramentas de gamificação, big data e gestão acadêmica.

O negócio reforça os investimentos da Kroton na personalização do ensino.
"A chegada da Studiare ajudará na concretização dos projetos pioneiros de tecnologia educacional”, diz Paulo de Tarso, vice-presidente de inovação e negócios da Kroton, em nota.

As empresas já desenvolviam projetos conjuntos há dois anos, como as plataformas Desafio Nota Máxima e Trilha do Enem.

“A Studiare executa software web e aplicativos que utilizam algoritmos matemáticos de ponta para aumentar a performance dos alunos. A integração com a Kroton proporcionará grande valor no curto e no médio prazo ao aliar esta capacidade à sua expertise única em educação e gestão", afirma Felipe Mattos, presidente da companhia, no comunicado.

De acordo com o documento, a estrutura original da startup será mantida e responderá à vice-presidência de inovação e negócios da controladora.

Pimco entra com novo processo contra a Petrobras


Divulgação
Pimco
Pimco contra Petrobras: É o 23.º processo aberto contra a estatal brasileira só na Justiça dos Estados Unidos este ano
 
Altamiro Silva Junior, do Estadão Conteúdo
correspondente, do Estadão Conteúdo


Nova York - A Pimco, maior gestora de bônus do mundo, com US$ 1,5 trilhão em ativos, e um grupo de fundos de investimento e de pensão, com operações nos Estados Unidos, Canadá, Europa, Kuwait, Tailândia e Israel, entraram com processo contra a Petrobras na Corte de Nova York.

Também aparecem como réus executivos da empresa, incluindo a ex-presidente Maria Graça Foster, e subsidiárias internacionais da companhia brasileira que emitiram títulos no exterior.

A Pimco e os fundos entregaram os documentos na corte na última sexta-feira, 16, e, na segunda-feira, 20, eles foram publicados. É o 23.º processo aberto contra a Petrobras só na Justiça dos Estados Unidos este ano, fora várias ações coletivas que correm em paralelo na Justiça em Nova York.
 
Lava Jato


A Pimco e vários de seus fundos alegam que a Petrobras omitiu informações sobre o esquema de corrupção agora investigado pela Operação Lava Jato.

Com isso, os preços de seus ativos não refletiam adequadamente os fundamentos da empresa e quando as denúncias vieram a público, os papéis despencaram, provocando prejuízos milionários aos investidores que tinham papéis da petroleira brasileira.

O processo, de 153 páginas, cita que no auge da descoberta de óleo no pré-sal, em 2008, a Petrobras chegou a valer US$ 310 bilhões.

Agora, é negociada em torno de US$ 33 bilhões, em meio às repercussões de um escândalo de corrupção que envolveu vários políticos, construtoras e executivos da petroleira, destaca o documento.
 

Desvios


O texto menciona que o esquema de propina e lavagem de dinheiro desviou mais de US$ 28 bilhões dos cofres da companhia.

Aparecem como autores do processo a Pimco, 120 fundos administrados por ela e vários fundos e empresas da Allianz, grupo financeiro da Alemanha e dono da gestora.

Além disso, aparecem fundações administradas pela Pimco e pela BlackRock, como a dos funcionários da fabricante de aviões Boeing, além de fundos de pensão, como o dos bombeiros da Califórnia e várias gestoras de recursos. Entre elas, o fundo soberano do Kuwait e a Western Asset, com sede no Texas.

O processo destaca que a Petrobras emitiu no mercado de capitais US$ 98 bilhões em títulos para financiar a expansão de sua produção de petróleo.

Os gestores da Pimco, de acordo com o texto, se basearam nas informações "falsas e enganosas" da empresa divulgadas em prospectos e outros papéis no momento da emissão para comprar esses títulos.

O texto cita ainda os preços inflados pagos pela petroleira, por exemplo, na Refinaria de Pasadena, no Texas, onde desembolsou ao todo US$ 1,18 bilhão por uma empresa vendida um ano antes por US$ 42 milhões.

O documento cita também vários trechos das delações de ex-diretores da Petrobras, como Paulo Roberto Costa e Pedro José Barusco. 

Conexão China/Brasil é a maior ameaça global, diz analista




Yoshikazu Tsuno/AFP
Réplica de Godzilla atrai as atenções numa exposição em Tóquio
Réplica de Godzilla atrai as atenções numa exposição em Tóquio: monstro inspirou o termo 'Chinzila'


São Paulo - "Não mais a fonte de admiração que já foi, Chinzila - a conexão entre China e Brasil - se tornou a ameaça número um para a economia global".

É assim que começa um artigo publicado ontem no jornal britânico Financial Times por Gene Frieda, estrategista global da Moore Europe Capital Management.

Ele diz que a desaceleração chinesa e seu efeito sobre os preços de commodities já vem pelo menos desde 2012 e não são nada triviais, considerando o peso chinês na economia global.
O problema é que a resposta confusa diante da queda da bolsa chinesa e a decisão de depreciar o yuan mostraram que os oficiais chineses não tem tanta margem para reagir, e que fissuras correm o risco de se tornaram riscos sistêmicos.

A China anunciou ontem um crescimento de 6,9% no 3º trimestre, o pior desde a crise financeira de 2009. A meta para o ano é de 7%, que seria o mais baixo resultado em 25 anos.

As próprias estatísticas são frequentemente questionadas, e ninguém conhece direito o perfil da dívida chinesa - que explodiu de 120% para 282% do PIB entre 2000 e 2014, segundo números de BlackRock com a Mckinsey. 

O risco é que para evitar fuga de recursos, a China se veja tentada a inflar o próprio mercado de títulos e a desvalorizar ainda mais sua moeda, o que só exportaria deflação para o resto do mundo.
 

Conexão Brasil


"O Brasil, maior beneficiário da ascensão chinesa, foi o que mais sofreu com seu enfraquecimento subsequente. Com um impasse político adiando qualquer redução significativa do déficit, o Brasil vê sua dinâmica de dívida em uma trajetória explosiva", diz o texto.

A China é a maior parceira comercial do Brasil e a fatia das nossas exportações que vão para lá cresceu de 6,8% em 2007 para 19% em 2013.

Mas o risco não é pela via comercial e sim das contas externas. O Brasil também teve seu boom de crédito doméstico na década passada e a opção de um ajuste gradual foi se perdendo diante do tamanho das dificuldades políticas.

Gene diz que para a China, a melhor opção é estímulo fiscal para o consumo sem hesitação nas reformas estruturais.

Para nós, é deixar acontecer um ajuste duro de aperto monetário e moeda desvalorizada que pelo menos limite o déficit em conta corrente e o risco externo.

A nosso favor, temos um grande volume de reservas internacionais e um sistema financeiro com liquidez e pouco exposto.

Governo se prepara para déficit de R$ 50 bi




Lula Marques/Agência PT
Dilma Rousseff durante anúncio da reforma ministerial. Em 02/10/15
A presidente Dilma Rousseff: o governo ainda conta com algumas receitas extraordinárias neste ano
 
Lisandra Paraguassu e Patricia Duarte, da REUTERS


Brasília/São Paulo - Diante da forte frustração com as receitas, o governo vai mudar a meta de superávit primário deste ano para reconhecer um déficit, que pode chegar a 50 bilhões de reais, e avalia incluir ainda a possibilidade de elevar esse número caso haja novas frustrações de receitas, afirmaram à Reuters três fontes com conhecimento sobre o assunto.

Segundo uma das fontes, que integra o governo, a equipe econômica está fazendo diversos cálculos sobre o resultado primário --economia feita para pagamento de juros da dívida pública-- deste ano, que já variaram de um rombo de 20 bilhões a 50 bilhões de reais, mas que no final deve prevalecer a cifra maior.

Além de reconhecer novo déficit primário neste ano, o governo também deve colocar mais um mecanismo que o permitiria elevar esse teto, já que novas frustrações de receitas podem ocorrer.
"O número (do déficit primário deste ano) tem mudado muito por isso", explicou outra fonte, que também faz parte do governo.

Em julho, o Executivo reduziu a meta de superávit primário do setor público consolidado para este ano a 8,7 bilhões de reais, ou o equivalente a 0,15 por cento do PIB, mas incluiu a possibilidade de abatimento de até 26,4 bilhões de reais no caso de frustrações de receitas. Isto, na prática, já abria o caminho para um déficit de até 17,7 bilhões de reais, mas ainda não recebeu o aval do Congresso Nacional.

O governo ainda conta com algumas receitas extraordinárias neste ano, segundo a primeira fonte, como as concessões de hidrelétricas marcadas para o próximo dia 6, que poderiam gerar receitas de 11 bilhões de reais neste ano. E não quer mais anunciar cortes no Orçamento, acrescentou a fonte, que pediu anonimato.

No início deste mês, o governo viu frustradas suas expectativas de arrecadar até 1 bilhão de reais com a venda de blocos exploratórios de petróleo, diante do momento de crise na Petrobras e de queda nos preços globais do petróleo.

A equipe econômica está esperando a presidente Dilma Rousseff voltar de sua viagem ao exterior, nesta madrugada, para bater o martelo. O número final precisa ser enviado à Comissão Mista do Orçamento ainda esta semana.

Uma das fontes informou ainda que o governo também pretende pagar as chamadas "pedaladas fiscais" detectadas neste ano pelo Tribunal de Contas da União (TCU), mas negociando uma forma para isso, via parcelamentos.