quinta-feira, 2 de junho de 2016

“Renegociação da dívida é questão de justiça”, alega Colombo





Governador de Santa Catarina afirma que acordo com a União é um movimento para reequilibrar pacto federativo


Por Laura D'Angelo

laura.cauduro@amanha.com.br
“Renegociação da dívida é questão de justiça”, alega Colombo


“Não queremos favores, queremos justiça”. Foi com essa frase que o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (foto), defendeu a renegociação da dívida dos Estados com a União. Nesta quarta-feira (1), secretários da Fazenda estaduais se reuniram em Brasília com a equipe econômica do governo federal para discutir a questão. Para Colombo, dois aspectos são fundamentais para que União e Estados entrem em acordo: uma carência de um ano no pagamento e um desconto (de cerca de 60%) no saldo devedor. Segundo ele, o governo federal tem acolhido as sugestões com boa vontade. 

Em palestra na Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul), Colombo lembrou que, quando renegociada em 1998, a dívida catarinense totalizava R$ 4 bilhões. “Já pagamos R$ 13 bilhões e ainda devemos R$ 9 bilhões. Nenhum agiota teria coragem de exigir o que a União cobra dos Estados”, avalia. O governador destacou ainda que a renegociação é um movimento necessário para que os Estados do Sul e Sudeste reequilibrem as condições do pacto federativo realizado em 1998. A decisão beneficiou regiões como Nordeste e Norte com recursos federais a fundo perdido e subsídios diversos. “Cerca de 85% dos fundos nacionais vão para Norte e Nordeste. E o que nós temos? Nós negociamos muito mal esse processo de federação em 1998 e estamos pagando um preço alto por isso”, analisa. Sobre as contrapartidas exigidas pela União, Colombo fez questão de ressaltar que são fundamentais, porém devem ser realistas e não engessar a administração dos recursos. Exigências como controle de gastos, redução de custo pessoal e aumento do percentual de participação dos servidores públicos na Previdência são bem-vindas. Porém, outras como a proibição de realizações de operação de crédito ou de vinculação de recursos podem reduzir a capacidade de investimentos e impossibilitar a gestão. 

A expectativa do governador é que, caso obtenha sucesso na renegociação da dívida, Santa Catarina crie uma reserva financeira para enfrentar os próximos anos já que, segundo ele, as contas de 2016 estarão equacionadas. O Estado paga cerca de R$ 92 milhões por mês à União. “Será um refresco para todos os Estados”, comentou Colombo explicando que a dívida é o terceiro fator que mais onera as contas públicas, atrás da folha de pagamento e da previdência privada e à frente das despesas administrativas. No Rio Grande do Sul, outro Estado que pleiteia a renegociação, o recurso da dívida é necessário para amenizar o déficit orçamentário. 

Em abril, Santa Catarina e Rio Grande do Sul entraram com um mandato de segurança questionando a incidência de juros compostos nos valores da dívida do Estado com a União. A Tese de Santa Catarina, como ficou conhecida a defesa em favor do Estado, prega que a União baseie a cobrança utilizando juros simples. O Supremo Tribunal Federal (STF) acatou a ação, reduzindo, assim, o saldo devedor, além de conceder liminar proibindo o governo federal de promover retenções de recursos das contas dos entes federativos como penalidade. No entanto, o julgamento das ações foi adiado por 60 dias no final de abril, prazo recomendado para que as partes negociem um acordo. 


Mudança imediata
 

Em sua análise sobre a crise brasileira, Colombo defendeu que é o momento para o país fazer uma reforma estrutural. A primeira medida inevitável seria a reforma da previdência. “Tem de mexer, por exemplo, na idade mínima para o servidor público se aposentar”, opina. Para o governador catarinense, a origem da crise atual está na Constituição Federal de 1988 que concedeu muitos direitos e privilégios ao setor público, tornando o Estado grande e regulador, sem um custo compatível com sua arrecadação. “Para tudo existe uma lei que impede reduzir os custos e tornar a máquina pública mais enxuta e eficiente. O setor público está prestes a entrar em colapso”, alerta.

Colombo entende que o tempo para mudança é curto, por isso defende que o Congresso seja convocado em julho para votar temas importantes – como o da Previdência. “Se deixar o deputado voltar para sua base em agosto, com a informação de que tem de votar essas questões, estando próximo das eleição municipais, nada vai acontecer. Em novembro, o clima vai ser outro e o governo pode estar mais fraco do que hoje”, argumenta. Colombo acredita que o mercado precisa ver sinais que indiquem que o país está disposto a fazer alterações profundas para, então, recuperar o apetite por investimentos e aumentar a produção. “Ou corrige o setor público ou não corrige a economia”, profetiza.




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quarta-feira, 1 de junho de 2016

Produtor de grãos Bom Jesus pede recuperação judicial






Mayke Toscano/Secom-MT
Colheita de milho no Mato Grosso
Colheita de milho: grupo Bom Jesus não conseguiu renegociar dívida de cerca de R$ 3 bilhões diretamente com credores
 
Fabiana Batista, da Bloomberg


O Grupo Bom Jesus, um dos maiores produtores brasileiros de milho e soja, entrou com pedido de recuperação judicial na terça-feira depois de não conseguir chegar a um acordo com seus credores, segundo o advogado da companhia.

A empresa baseada em Rondonópolis, Mato Grosso, buscou proteção judicial após alguns credores tentarem arrestar bens da companhia, disse o CEO Nelson Vigolo na quarta-feira em uma entrevista por telefone.

"Nós estávamos esperando por um acordo até ontem, mas alguns credores continuaram a atacar nossos ativos e bloquear os nossos pagamentos", disse Vigolo.

O Bom Jesus está entre grupos de produtores brasileiros pressionados pelo aumento do custo do serviço da dívida denominada em dólar após a desvalorização do real enquanto também enfrenta preços mais baixos das commodities e condições de crédito mais restritivas.

O pedido foi feito terça-feira no mesmo tribunal em Rondonópolis que, apenas uma semana antes, havia concedido uma preliminar recuperação judicial já que o Grupo Bom Jesus havia tentado chegar a um acordo com os bancos e fornecedores.

A dívida total da empresa de capital fechado é de cerca de R$ 3 bilhões, disse Joel Thomaz Bastos, sócio da DCA Advogados, um escritório de advocacia contratado pelo Bom Jesus.

O Grupo Bom Jesus cultiva soja, milho e algodão em 250.000 hectares na região Centro-Oeste do Brasil. Também vende sementes e fertilizantes para agricultores em operações de barter.

A dívida da empresa aumentou em parte devido a inadimplência de clientes, disse Vigolo. Cerca de 90 por cento da dívida bancária da empresa é denominada em dólar, disse ele.


IBM compra EZSource em 14ª aquisição de companhia israelense





Getty Images
Logo IBM
IBM: a aquisição anterior da IBM em Israel foi a Trusteer, em 2013, pela qual pagou mais de 600 milhões de dólares
 
Da REUTERS


Jerusalém - A IBM anunciou nesta quarta-feira a compra da EZSource, uma companhia israelense de software, em estratégia voltada a ajudar desenvolvedores a modernizar aplicativos de negócios digitais para mainframes.

Os termos financeiros do acordo não foram revelados.
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A IBM, que fez 13 aquisições de companhias israelenses desde 1998, afirmou que a compra da EZSource deve ser concluída no segundo trimestre.

A companhia citou que aplicativos podem ser formados por centenas de milhares de linhas de código e que a atualização desse código pode levar semanas. A EZSource, segundo a IBM, fornece um quadro visual que mostra aos desenvolvedores quais aplicativos mudaram, o que facilita o processo de modernização.

A EZSource foi fundada em 2003 e tem escritórios em Israel, Estados Unidos, Reino Unido, Suíça, Japão e Romênia. Os clientes incluem ING Life, Maybank e 7-Eleven.

A aquisição anterior da IBM em Israel foi a Trusteer, em 2013, pela qual pagou mais de 600 milhões de dólares.

Taiwan libera compra da Sharp pela Foxconn





Tim Kelly/Reuters
Bandeira da empresa Sharp
Sharp: a Comissão de Comércio Justo de Taiwan afirmou que não há problemas antitruste na aquisição
 
Da REUTERS


Taipé - Autoridades regulatórias de Taiwan autorizaram a compra da japonesa Sharp pela Foxconn, por 3,5 bilhões de dólares, abrindo caminho para que a maior fabricante de produtos eletrônicos do mundo e importante fornecedora da Apple recupere os negócios da produtora de telas.

A Comissão de Comércio Justo de Taiwan afirmou que não há problemas antitruste na aquisição.
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A Foxconn, formalmente conhecida como Hon Hai Precision Industry, está investindo um total de 388,8 bilhões de ienes (3,54 bilhões de dólares) para ficar com uma participação de 63,34 por cento na Sharp.


Coca-Cola compra a Ades da Unilever por US$ 575 milhões

 

Divulgação Ades
Ades
Líder de mercado: marca domina setor de bebidas no Brasil e na América Latina

São Paulo – A Coca-Cola, em parceria com a engarrafadora mexicana Coca-Cola Femsa, anunciaram hoje a compra da marca de bebidas Ades, da Unilever, por US$ 575 milhões.

A Ades é a principal marca de bebidas à base de soja na América Latina. Criada em 1988, na Argentina, é vendida ainda no México, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Chile e Colômbia.
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No Brasil chegou em 1996 e hoje conta com um portfólio de cerca de 30 produtos e fatura estimados R$ 500 milhões com a liderança do mercado de sucos prontos.

Em 2015, a estimativa é que a marca tenha faturado US$ 284 milhões com a venda de 56,2 milhões de caixas de unidades de bebidas.

A transação aguarda a aprovação dos órgãos reguladores e marca o primeiro (gigante) passa da Coca-Cola para ampliar a oferta de seus produtos sem gás.

O motivo está no fato do mercado de refrigerantes estar em queda, em todo mundo, graças a procura maior das pessoas por bebidas saudáveis - o que leva as maiores fabricantes a querem beber do mesmo copo.

Há um mês, a Ambev comprou no Brasil a marca carioca de sucos Do Bem por um valor não divulgado. A companhia já assinou um terno de cooperação com o Estado do Rio, onde será sua futura fábrica, para garantir o fornecimento de frutas para a produção.

Por aqui, a Coca também está comprando a Laticínios Verde Campo, de Minas Gerais, negócio sem para a conclusão. A empresa é dona da linha de produtos sem lactose Lacfree e tem uma fábrica na cidade mineira de Lavras.


Novos rumos 


Em 16 de maio, a Coca completou 130 anos de operação com uma série de modificações para manter a liderança do setor global.

Entre elas está uma nova estrutura das operações internacionais, mais simplificada e integrada, em regiões consideradas essenciais pela empresa.

"Estes movimentos continuará a estabelecer as bases para uma liderança forte e continuidade de gestão", disse Muhtar Kent, presidente mundial, sobre a decisão.

Os negócios na Europa foram reorganizados para serem divididos entre Europa Central e Oriental e a operação na África foi também reajeitada para poder garantir ações regionais e divisão de custos.

No Brasil, depois de oito anos à frente da Coca-Cola no Brasil, o mexicano Xiemar Zarazúa deixou o cargo para assumir o posto de vice-presidente de empreendimentos da The Coca-Cola Company na América Latina.

Em 1º de setembro, assume o brasileiro Henrique Braun, que estava à frente das operações da marca na China e na Coreia - terceira maior divisão global do grupo.

Eduardo Sattamini é o novo CEO da Tractebel Energia



Executivo substituirá Manoel Zaroni Torres


Da Redação
redacao@amanha.com.br
Eduardo Sattamini é o novo CEO da Tractebel Energia

A geradora Tractebel Energia terá como novo diretor presidente o atual diretor financeiro e de relações com investidores, Eduardo Sattamini (foto), que foi eleito por unanimidade de acordo com ata de reunião do Conselho de Administração divulgada na terça-feira (31). Sattamini, que acumulará os cargos até a definição de novo executivo para a diretoria financeira, substitui Manoel Zaroni Torres, que ocupava desde 1999 a presidência da elétrica, que é controlada pela francesa Engie e lidera o ranking de geradores privados no Brasil.

Na visão de Sattamini, o setor elétrico brasileiro está passando por profundas mudanças, com uma tendência mundial de desenvolvimento de energias renováveis e uma matriz energética mais dinâmica e próxima do consumidor final. Diante disso, a Tractebel Energia está acompanhando e se antecipando a estas mudanças. “Temos aumentado a nossa presença no setor eólico e solar e ingressamos este ano no segmento de geração distribuída fotovoltaica. Eu me sinto preparado e motivado para liderar a Tractebel nesta nova fase da companhia”, afirmou Sattamini.

Já Manoel Zaroni, com 18 anos de companhia, dos quais 17 no cargo de presidente, agradeceu o apoio e destacou o avanço da companhia no ranking de um dos maiores players do setor energético do país. “Agradeço a confiança dos acionistas, o apoio do Conselho de Administração, a parceria dos diretores e o trabalho e dedicação de toda a equipe, que  nesses 17 anos estiveram ao meu lado, construindo essa empresa, que está no topo do ranking do setor elétrico privado”, declarou Zaroni. A Tractebel tem 8.765 MW de capacidade instalada, sendo 85% provenientes de fontes renováveis. O portfólio diversificado é composto por 28 usinas espalhadas em todo o Brasil.


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Eduardo Sattamini é o novo CEO da Tractebel Energia

Executivo substituirá Manoel Zaroni Torres

Da Redação

redacao@amanha.com.br
Eduardo Sattamini é o novo CEO da Tractebel Energia
A geradora Tractebel Energia terá como novo diretor presidente o atual diretor financeiro e de relações com investidores, Eduardo Sattamini (foto), que foi eleito por unanimidade de acordo com ata de reunião do Conselho de Administração divulgada na terça-feira (31). Sattamini, que acumulará os cargos até a definição de novo executivo para a diretoria financeira, substitui Manoel Zaroni Torres, que ocupava desde 1999 a presidência da elétrica, que é controlada pela francesa Engie e lidera o ranking de geradores privados no Brasil.
Na visão de Sattamini, o setor elétrico brasileiro está passando por profundas mudanças, com uma tendência mundial de desenvolvimento de energias renováveis e uma matriz energética mais dinâmica e próxima do consumidor final. Diante disso, a Tractebel Energia está acompanhando e se antecipando a estas mudanças. “Temos aumentado a nossa presença no setor eólico e solar e ingressamos este ano no segmento de geração distribuída fotovoltaica. Eu me sinto preparado e motivado para liderar a Tractebel nesta nova fase da companhia”, afirmou Sattamini.
Já Manoel Zaroni, com 18 anos de companhia, dos quais 17 no cargo de presidente, agradeceu o apoio e destacou o avanço da companhia no ranking de um dos maiores players do setor energético do país. “Agradeço a confiança dos acionistas, o apoio do Conselho de Administração, a parceria dos diretores e o trabalho e dedicação de toda a equipe, que  nesses 17 anos estiveram ao meu lado, construindo essa empresa, que está no topo do ranking do setor elétrico privado”, declarou Zaroni. A Tractebel tem 8.765 MW de capacidade instalada, sendo 85% provenientes de fontes renováveis. O portfólio diversificado é composto por 28 usinas espalhadas em todo o Brasil.
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Economia brasileira tem retração de 0,3% no primeiro trimestre de 2016





PIB caiu menos que o esperado, mas conjuntura econômica ainda é grave, alerta IBGE

Da Redação, com Agência Brasil 

redacao@amanha.com.br
Economia brasileira tem retração de 0,3% no primeiro trimestre de 2016


O Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todos os bens e serviços produzidos no país – fechou o primeiro trimestre do ano em queda de 0,3% na série sem ajuste sazonal. No ano passado, o PIB havia fechado em queda de 3,8%, a maior desde o início da série histórica, que começou em 1996. Os dados relativos aos três primeiros meses da economia brasileira foram divulgados nesta quarta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A queda do PIB no primeiro trimestre reflete retrações em todos os setores da economia, com destaque para Formação Bruta de Capital Fixo (investimento em bens de capital), com queda de 2,7%, na comparação com o trimestre anterior. Em seguida vem a indústria com -1,2%, a agropecuária com -0,3 e serviços com queda de 0,2%. Por sua vez, o consumo das famílias fechou com retração de 1,7% e o do governo em 1,1%.

O resultado do PIB do primeiro trimestre não representa reversão na trajetória de declínio da economia brasileira. A tese é defendida por Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE. “O cenário no primeiro trimestre não se modificou muito em relação ao trimestre passado. 

Não houve mudança de conjuntura. O PIB andou de lado”, ressaltou. Rebeca também afirmou que, na prática, a conjuntura da economia piorou de forma rápida ao longo do ano passado e as condições macroeconômicas no primeiro trimestre deste ano continuaram muito ruins, embora não tenham piorado de forma tão significativa como na passagem dos trimestres ao longo de 2015.

O PIB acumulado nos quatro trimestres terminados em março de 2016 caiu 4,7% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. É a maior queda da série histórica do dado, iniciada em 1996. Nesse período, investimento e consumo das famílias também tiveram baixas recordes. A série mostra a rápida deterioração da economia desde o primeiro trimestre de 2015. Naquele período, a taxa acumulada em 12 meses, de queda de 1,2%, foi o primeiro resultado negativo desde o quarto trimestre de 2009. Depois, no segundo e terceiro trimestres, o PIB voltou a ter contração em 12 meses, de 1,7% e 2,5%, respectivamente, encerrando o calendário com queda de 3,8%.


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