terça-feira, 2 de maio de 2017

Este pequeno país está entre os mais inovadores do mundo


O líder da agência de ciência e tecnologia de Singapura explica como um país de 5 milhões de habitantes está entre os mais inovadores do mundo

 






São Paulo – Singapura, um país com uma área menor do que a da cidade de São Paulo, está em sexto lugar no ranking Global Innovation Index, que mede a inovação em diferentes partes do mundo. (O Brasil ocupa a 69a posição.) Para Lim Chuan Poh, presidente do conselho da Agência de Ciência, Tecnologia e Pesquisa, ligada ao governo de Singapura, a receita é centrar os investimentos em setores com grande impacto econômico em vez de tentar atirar para todos os lados. Em uma viagem recente a São Paulo, Poh concedeu a seguinte entrevista a EXAME.

EXAME – 1) Como Singapura chegou ao topo do ranking de inovação?
Lim Chuan Poh – Conseguimos graças aos investimentos do governo em ciência e educação. A agência que comando foi criada em 1991 e, desde então, tem seu orçamento ampliado todos os anos. Nossa prioridade é manter pesquisas relevantes no setor industrial, responsável por cerca de 20% de nosso PIB.

EXAME – 2) Como o país escolhe os investimentos em inovação?
Lim Chuan Poh – Estamos constantemente nos perguntando: qual o futuro dessa tecnologia? O que vai criar mais valor? Sabemos que não podemos fazer tudo, mas escolhemos setores em que somos fortes ou em que queremos ser fortes nos próximos anos. Todos os anos fazemos mais de 1 000 projetos — 55% são com multinacionais, 38% com pequenas e médias empresas de outros países e 7% com empresas locais.

EXAME – 3) Quais são os segmentos prioritários?
Lim Chuan Poh – Avançamos bastante na área aeronáutica. Um de nossos parceiros antigos é a fabricante brasileira de aviões Embraer. Atualmente estamos começando a trabalhar num projeto de automatização da linha de produção da companhia aqui no Brasil. Também investimos muito na área biomédica e em soluções para as cidades inteligentes do futuro.

EXAME – 4) Como o país atrai talentos?
Lim Chuan Poh – O importante é ter as portas abertas. Qualquer um que puder contribuir será bem-vindo. Temos uma mentalidade oposta à de Trump. Enquanto o Ocidente se fecha, a Ásia se abre.

EXAME – 5) Qual o papel da educação?
Lim Chuan Poh – Nossa agência oferece bolsas de estudo para pessoas de Singapura estudarem fora e também para estrangeiros estudarem lá. Temos um grande programa sobre o vírus da zika e queremos atrair estudantes brasileiros. As pesquisas em microcefalia feitas aqui podem ser valiosas para nós.

EXAME – 6) Qual é o grau de interação entre as várias esferas do governo envolvidas com inovação?
Lim Chuan Poh – É muito grande. Os projetos costumam dar certo quando trabalhamos em conjunto. Antes de fazermos pesquisa com veículos autônomos, por exemplo, conversei com o ministro dos Transportes. A partir disso, as regulações foram mudadas rapidamente e hoje Singapura é referência nessa área.

EXAME – 7) Como o Brasil pode aprender com a experiência de Singapura?
Lim Chuan Poh – Fazemos o que é apropriado para Singapura. O Brasil precisa realizar um estudo profundo para entender as próprias necessidades. Antes de tudo, o país precisa de vontade política para fazer acontecer. Estudei os casos de Holanda, Suíça, Suécia, Japão e Coreia do Sul. Cada um encontrou seu caminho. Em comum, eles têm vontade política e foco para saber em que áreas do conhecimento investir.


Pedido de recuperação judicial da Seara Agroindustrial afeta americana CHS

Pedido de recuperação judicial da Seara Agroindustrial afeta americana CHS

A CHS Inc, maior cooperativa agrícola dos Estados Unidos, está entre os maiores credores da operadora brasileira de commodities Seara Agroindustrial, que pediu recuperação judicial na última semana, disseram duas fontes com conhecimento direto do tema à Reuters nesta sexta-feira.

A CHS confirmou ser um dos credores da Seara, mas não quis dar mais detalhes.
 
As duas fontes, que pediram anonimato já que os números exatos não são públicos, estimaram os créditos da CHS com a Seara Agroindustrial --que não tem nenhuma relação com a Seara unidade de alimentos processados da brasileira JBS-- em cerca de 200 milhões de dólares.
 
A Seara Agroindustrial pediu recuperação judicial na última semana para reestruturar 2,1 bilhões de reais em dívidas.
 
A Seara Agroindustrial gerencia fazendas, fornece transporte ferroviário e rodoviário para grãos e negocia soja e milho produzidos por produtores ou entregue por cooperativas em quatro Estados brasileiros.
 
A companhia está sediada em Sertanópolis, município que fica perto de Londrina, a segunda maior cidade do Paraná, uma das potências agrícolas do Brasil.
 
A CHS disse em nota à Reuters que "manteve uma operação de originação de grãos com a Seara por diversos anos", mas foi surpreendida pela decisão da companhia de pedir proteção judicial contra credores.
 
"A CHS Brasil e a CHS Inc estão ativamente gerenciando a situação para entender e responder a qualquer possível impacto ao nosso negócio e aos nossos funcionários", disse a empresa.
 
A CHS disse que espera que "embarques de produtos cheguem conforme o planejado, sem interrupção, e que ficará em contato com clientes com relação a pedidos e embarques de produtos", acrescentou.
 
Operadores internacionais de grãos no Brasil geralmente mantém relações comerciais com companhias regionais de commodities com o objetivo de originar volumes de grãos destinados para mercados de exportação.
 
Em nota na última semana, quando pediu recuperação judicial, a Seara disse que a crise econômica do Brasil, em especial os apertados mercados de crédito, havia minado acentuadamente sua habilidade de manter as operações 

(Reuters)


Doria estende Cidade Linda e lança concurso “Bairro Lindo do Mês”


"É um convite para a população cuidar dos seus bairros", diz o prefeito da capital paulista

 



São Paulo – A Gestão Doria lançou nesta terça-feira, 2, o projeto Faça Seu Bairro Lindo, que deverá funcionar como uma “extensão” do Cidade Linda, que realiza mutirões de zeladoria urbana da cidade de São Paulo nos fins de semana.

Inicialmente, o programa deve abranger atividades mensais nas 32 prefeituras regionais, com varrição de ruas, pintura de postes e retirada de cartazes e lambe-lambes irregulares. “É um convite para a população cuidar dos seus bairros”, diz o prefeito da capital paulista, João Doria (PSDB).

Após a conclusão da agenda mensal, será escolhido o ‘Bairro Lindo do Mês’ por uma comissão ligada à Secretaria Municipal de Prefeituras Regionais.

As regiões serão avaliadas por efetividade, engajamento (número de participantes) e abrangência das ações (tamanho do local atendido). “Vai ser uma competição saudável para mostrar qual bairro é o mais lindo”, explica Doria.

De acordo com o secretário de Prefeituras Regionais, Bruno Covas, o programa deve atender duas demandas identificadas no Cidade Linda: o interesse de moradores por participar de atividades de melhorias na cidade e a necessidade de descentralizar as atividades, atendendo todos os bairros. Ele salienta, contudo, que o novo programa não deve afetar a agenda do Cidade Linda.

As sete primeiras ações ocorrem neste sábado, 6, em áreas escolhidas pelas prefeituras regionais do Butantã, na zona oeste, do Jaçanã, na zona norte, da Vila Mariana, na zona sul, e da Mooca, São Miguel Paulista, Itaquera e Cidade Tiradentes, na zona leste. Das 32 atividades previstas para maio, 14 ocorrerão em praças e parques da cidade.

Até o fim do ano, o objetivo é ter realizado ao menos uma ação em cada um dos 96 distritos, inclusive, ampliando para serviços de tapa buraco e limpeza de bueiros, por exemplo.

Para participar, os voluntários precisam entrar em contato com as prefeituras regionais, que cederão os equipamentos necessários nas datas dos mutirões.


Incêndios em ônibus colocam Rio em estado de atenção

Segundo a Polícia Militar, criminosos teriam ateado fogo aos veículos em represália a um intenso confronto na Cidade Alta, em Cordovil

Rio – Ao menos cinco ônibus foram incendiados em vias de acesso ao município do Rio de Janeiro na manhã desta terça-feira, 2, o que levou o Centro de Operações do Rio de Janeiro (COR) a decretar estado de atenção na cidade a partir das 10h50. É possível, no entanto, que o número de veículos seja ainda maior.

Oficialmente foram confirmados incêndios em dois pontos da Avenida Brasil – nas pistas laterais, na altura da passarela 17, no bairro da Penha, e outro na entrada do bairro de Bonsucesso, ambos na zona norte. Foram registrados também episódios no bairro de Cordovil, também na zona norte.

“O estágio de atenção é o segundo nível em uma escala de três e significa que um ou mais incidentes impactam, no mínimo, uma região, provocando reflexos relevantes na mobilidade”, informou o Centro de Operações.

Algumas regiões estavam interditadas nesta manhã, enquanto equipes da Polícia Militar e dos bombeiros atuam nos locais.

Em comunicado oficial, a Polícia Militar informou que criminosos teriam ateado fogo aos veículos em represália a um intenso confronto com criminosos na Cidade Alta, em Cordovil.

Na operação, 26 pessoas foram presas e 17 fuzis foram apreendidos. Nenhum dos detidos foi identificado como responsável pelos incêndios aos coletivos. Três policiais ficaram feridos, mas sem gravidade.

Tropas especiais de policiamento foram enviadas para Cidade Alta, em Cordovil, onde uma guerra de facções criminosas gera pânico à população desde o início da manhã desta terça-feira, afirmou o comandante Silva, do 16º Batalhão de Polícia Militar (BPM), ao telejornal RJTV, da Rede Globo.

Segundo ele, a capacidade de atuação da Polícia Militar está limitada diante do tamanho da crise de segurança, por isso, as tropas especiais teriam sido convocadas.

O cerco aos traficantes permanece no início da tarde desta terça-feira. “Tudo se iniciou com a tentativa de invasão de uma das facções na Cidade Alta”, afirmou o comandante.


O que o compositor Belchior buscava no Sul?


A região era o seu outro lado do mundo, teoriza Fernando Dourado

 

Por Fernando Dourado Filho, do Recife (PE)

Belchior falece em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul

Aos 32 anos, J.D. Salinger publicou o livro "O apanhador no campo de centeio", até hoje uma história que intriga até o mais implacável dos leitores. Pois bem, quem esperava que o autor estivesse apenas nos primórdios de uma carreira literária tão longeva quanto ele próprio foi, teve que lidar com uma frustração que só estancou com sua morte, aos 90 anos. Isso porque o escritor passaria quase seis décadas na mais completa reclusão e anonimato. Até o fim a vida, não voltaria a publicar, aparecer em público e muito menos a falar de sua obra consagrada. Muitos tentaram se aproximar e outros tantos especularam sobre suas razões mais íntimas. Afinal, respeitou-se a opção de um homem mítico que mais parecia refém de outra esfera. 

Na mesma toada, lembro de Belchior no palco do teatro do Parque, no Recife, na década de 1970. Tímido, nitidamente acanhado diante do sucesso repentino, o cearense boa gente empunhava o microfone e chegava a rir da reação mesmerizada de uma plateia que delirava com "Paralelas". Mais adiante, Elis Regina transformaria algumas de suas músicas em clássicos, dando-lhes uma roupagem de gala, como só ela sabia fazer. Os anos se passaram e eis que Belchior sobrevivia incólume aos modismos mesmo porque o lugar que ocupava em nossos corações era só dele. Mais tarde, voltei a vê-lo em São Paulo e no Rio, sempre com a mesma sensação de reencontro comigo mesmo e com os anos trepidantes da juventude. 

Então veio o sumiço e o alerta, ambos ditados pela memória coletiva e que ressoariam em uníssono. O que é feito de Belchior? Acharam-no no Uruguai. Por trás do sorriso à repórter da Globo, percebia-se uma resistência em explicitar as razões que o teriam levado a sair do Brasil da forma como saiu, como se fugisse de um tsunami aterrador. É sabido que as palavras também servem para esconder o que sentimos. Veio então novo interregno e, afinal, soubemos que morava no interior do Rio Grande do Sul. No imaginário dele talvez, certamente o extremo sul da fronteira brasileira representava o outro lado do mundo, um lugar indevassável, a milhares de quilômetros do Ceará, onde não seria importunado. Foi o momento Sailinger do poeta. 

No fundo, jamais conheceremos totalmente os bastidores de uma depressão ou desencanto. Seja o que tenha sido, ele deixou saudades.    

http://www.amanha.com.br/posts/view/3940

quinta-feira, 27 de abril de 2017

American Airlines faz pedido firme de mais 4 jatos Embraer 175


O pedido adicional, a preços de tabela, tem valor de 182 milhões de dólares e será incluído na carteira da Embraer do segundo trimestre

 



São Paulo – A American Airlines Group assinou pedido firme de mais quatro jatos E175 da brasileira Embraer, informou a fabricante de aviões nesta quinta-feira.

O pedido adicional, a preços de tabela, tem valor de 182 milhões de dólares e será incluído na carteira da Embraer do segundo trimestre.

O grupo norte-americano de empresas aéreas tinha feito em 2013 pedido envolvendo 60 jatos E175, informou a Embraer em comunicado ao mercado.


Chinesa Didi pode se tornar startup mais valiosa da Ásia


A empresa está próxima de acordo para captar pelo menos US$ 5 bi em uma transação que a transformaria na startup mais valiosa da China, segundo fontes

 






Hong Kong – A gigante do ramo de caronas compartilhadas Didi Chuxing está próxima de um acordo para captar pelo menos US$ 5 bilhões em uma transação que a transformaria na startup mais valiosa da China, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

O negócio pode ser fechado já nesta semana e aumentaria a avaliação da Didi para cerca de US$ 50 bilhões, contra uma previsão anterior de US$ 34 bilhões após a aquisição dos negócios da Uber Technologies na China, disse uma das pessoas, pedindo anonimato porque o assunto é privado.

O valor seria superior ao atingido pela fabricante de smartphones Xiaomi e transformaria a Didi na startup mais valiosa do mundo depois da Uber.

Entre os investidores da Didi estão SoftBank Group, Silver Lake Kraftwerk, China Merchants Bank e um braço do Bank of Communications, disseram as pessoas.

O acordo, um dos maiores da história do setor de capital de risco asiático, é pensado para dar à Didi, que tem sede em Pequim, capital suficiente para buscar uma agenda ambiciosa na China e no exterior.

Apesar de ter focado até o momento em serviços de carona compartilhada no mercado doméstico, a startup de quatro anos estuda expandir-se para mais países e investir em tecnologias como direção autônoma e inteligência artificial.

Essas aspirações tão amplas podem colocar a empresa em concorrência mais direta com a Alphabet e, mais uma vez, com a Uber.

A Didi preferiu não comentar o assunto.

O fundador da SoftBank, Masayoshi Son, incentivou o CEO da Didi, Cheng Wei, a levantar mais capital para não restringir a busca por novas oportunidades, disse uma das pessoas.

Son fez uma aposta similar duas décadas atrás na gigante chinesa do ramo de comércio eletrônico Alibaba Group Holding, um investimento que acabou sendo o mais lucrativo da história feito por ele, com um lucro não realizado de US$ 85 bilhões.

Os investidores confiaram os direitos de voto à direção da Didi, segundo uma pessoa com conhecimento do assunto.

A Didi se tornou líder indiscutível no ramo de caronas compartilhadas na China depois que Cheng negociou um acordo para adquirir as operações locais da Uber. As duas empresas travavam uma batalha feroz que custava bilhões a ambas.

Mas desde essa vitória Cheng tem enfrentado desafios para capitalizar seu controle quase monopólico do mercado. Cidades como Pequim e Xangai impuseram regras mais rígidas que prejudicaram o crescimento das receitas.

Entre essas regras, por exemplo, os motoristas precisam ser moradores locais para trabalhar para a Didi, o que deixa de fora milhares de pessoas do interior do país que se mostravam dispostas a trabalhar como motoristas para ter uma vida melhor.

A Didi conseguiu licenças operacionais em cerca de 12 cidades, incluindo Tianjin e Chengdu, afirmando seu direito de operar legalmente na China.

A companhia espera que a tecnologia de direção autônoma possa ajudá-la a superar esses obstáculos no futuro. A Didi quer tirar vantagem dos dados coletados de 300 milhões de usuários em cerca de 400 cidades.

A empresa abriu um laboratório de inteligência artificial em Mountain View, na Califórnia, no mês passado, chamado Didi Labs.

A instalação já atraiu dezenas de especialistas no campo, incluindo o ex-especialista em segurança automotiva da Uber, Charlie Miller, conhecido por ter hackeado remotamente um Jeep Cherokee em 2015.

A Didi conta com mais de 100 investidores como apoiadores, incluindo Tencent Holdings, Alibaba, Tiger Global Management e o fundo soberano de investimento da China, China Investment Corp.