quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Quarta Revolução Industrial aguarda sinal do 5G

 O piloto Fernando Alonso participa de debate sobre a Quarta Revolução no Mobile World Congress
A previsão é que  até 2025 a área coberta pelo 5G abrangerá 40% da população mundial.


É inegável o sentido de urgência em qualquer debate relacionado à chamada Quarta Revolução Industrial, mas as discussões eclipsam um fato: a tecnologia que vai acelerá-la ainda não chegou ao mercado. Trata-se do chamado 5G, capaz de conectar internet ultrarrápida a todo tipo de coisa.

Ainda que demonstrações pontuais tenham sido feitas  —a última dela na Olimpíada de Inverno em PyeongChang, na Coréia do Sul, em fevereiro—, a previsão é que o processo comercial comece apenas no ano que vem. A definição técnica do padrão aconteceu apenas recentemente.

Além disso, a própria GSMA, a entidade que congrega as teles, prevê que sua expansão será mais lenta do que a do 4G, a tecnologia mais avançada atualmente, por falta de investimentos em rede e incertezas operacionais em vários países.

Tema do Fórum Mundial de Davos há dois anos, a Quarta Revolução Industrial tem protagonizado várias discussões no Mobile WorldCongress, principal feira do setor de telecomunicações, que ocorre nesta semana em Barcelona.

No evento, a melhor síntese sobre a revolução talvez tenha sido feita por Sue Siegel, principal executiva de inovação da GE. Ela elencou três pontos:
1 - a economia passa de um modelo centralizado para um distribuído. “Você recebia energia elétrica de uma central; agora pode instalar um painel solar.”
2 - investimento (o capex, no jargão administrativo) perde força em relação a gasto operacional (o chamado opex). “Um exemplo é a Uber. Você compra a viagem, não o carro.”
3 - aparelhos estáticos dão lugar aos conectados. “É dado sobre dado, para todo lado.”

A primeira Revolução Industrial começou no século 18, impulsionada pela máquina a vapor. A segunda, na virada do século 19 para o 20, teve como símbolos a eletricidade e o telefone. A terceira, a partir do final do século 20, gravitou em torno do computador pessoal e da internet.

O ciclo que está a ponto de começar deverá se basear em inteligência artificial, internet das coisas, robôs, drones e sensores.

“Uma questão chave da Quarta Revolução é que ela acontece enquanto todas essas tecnologias estão surgindo e colidindo entre elas”, afirma Mohamed Kande, vice-presidente da PwC.

Uma das consequências esperadas é que fiquem ainda mais borradas as fronteiras entre as indústrias --como as antes demarcadas entre empresas de tecnologia e as de mídia ou bancária.

De modo a demonstrar esse sentido de urgência dos novos tempos, o Mobile World Congress deste ano elencou como principal nome de sua programação o piloto Fernando Alonso, bicampeão mundial da F-1, justamente num debate sobre a Quarta Revolução, nesta terça (27).

Laboratórios históricos de tecnologias que acabam chegando ao dia-a-dia, os carros de F-1 conhecem há tempos um elemento aue passará a ser central para a indústria: a comunicação maciça de dados da máquina para uma central distante.

“Alonso vive no 5G há 17 anos”, brincou Zak Brown, diretor-executivo do Grupo McLaren, numa referência ao tempo de carreira do piloto na F-1.

Mas também aí está um exemplo de como no mundo real a coisa ainda não vai tão engrenada assim.

A conexão firme de veículos a outros aparelhos ainda está no estágio de ser exemplo de estande de feiras, como demonstra o caso levantado por Charles Myers, CEO da Airgain, empresa especializada no assunto.

“Vi aqui em Barcelona demonstrações de carro vai a uma garagem, troca de redes e a conectividade não muda”, explicou ele.

Resolvida a conexão em escala da infraestrutura, da qual o 5G é o principal ator, ainda que não o único, haverá brutal explosão da produtividade, previu Siegel, da GE.

Pela previsão da GSMA, até 2025 a área coberta pelo 5G abrangerá 40% da população mundial (Folha de S.Paulo, 28/2/18), 28/2/18)


Não há mais divisão entre conteúdo e tecnologia, diz executivo


Legenda: Iflix, espécie de Netflix dos países emergentes


Avaliação é de presidente da iflix, espécie de Netflix dos países emergentes.
A convergência entre conteúdo e tecnologia chegou a tal ponto que há quem diga que não existe mais linha nenhuma a separar um lado e outro.

É o caso de Mark Britt, CEO da iflix, uma espécie de Netflix dos países emergentes. Criado em 2014 na Malásia, o serviço se expandiu pelo Sudeste Asiático e pelo Oriente Médio, somando mais de 6 milhões de assinantes.

As páginas de interação com o usuário, editadas inteiramente por algoritmos, são prova disso, afirma ele. O que não quer dizer que a curadoria esteja congelada pela matemática —mas também a evolução dela está submetida aos números da audiência. “Faço e aprendo, faço e aprendo”, afirmou Britt durante o Mobile World Congress, principal feira do setor de telecomunicações, que ocorre nesta semana em Barcelona.

A seu lado, um executivo do Facebook foi um pouco mais cauteloso. Tanto a produção tradicional de conteúdo quanto os algoritmos são importantes no que é entregue para o consumidor, defendeu JasonJuma Rossa, diretor de estratégia de tecnologia e telecomunicações da empresa para a Ásia. “É como querer fazer uma distinção entre parte direita e parte esquerda do cérebro”, afirmou.

A discussão atravessou mais de um debate no evento. Em uma mesa nesta terça (27), o diretor do Story[X], o laboratório de inovação do jornal “The New York Times”, disse que a fusão já é realidade.

“Não há uma diferença clara entre máquinas e pessoas”, afirmou Marc Lavallee. “Eu recebo uma mensagem de um robô, e isso pode ser uma máquina, ou ao menos parcialmente uma máquina. Nós [o NYT] somos cada vez mais uma empresa de tecnologia.”

Dois exemplos vistos na feira são ilustrativos dessa mistura entre conteúdo e tecnologia —sem que necessariamente a segunda tome o lugar do primeiro.

Um deles é o da BT, antigamente conhecida como British Telecom, operadora inglesa de telefonia.

Há cinco anos, a empresa criou a BT Sport, uma divisão para competir no mercado de compra de direitos de transmissão de eventos esportivos, área em que os investimentos precisam ser robustos.

Por que isso? Porque o que dirige tudo é o conteúdo, diz AndrewHaworth, diretor de estratégia e consumo da BT Sport. “O esporte está transformando a marca da BT. É um benefício que não existe quando provemos banda larga.”

Outro é o da Jukin Media, empresa de Los Angeles que se especializou em descobrir vídeos “que estão a ponto de viralizar”, como definiu a diretora Jean Coffey.

Para isso, a empresa desenvolveu técnicas para calcular o potencial do conteúdo, contatar o dono dele —muitas vezes um cidadão comum—, remunerá-lo de alguma forma e a partir daí monetizar esse material.

No fundo, usa tecnologia para tentar sistematizar o caos das redes sociais e construir um modelo de negócios aí. “Uma indústria não pode ser construída em cima de acidentes”, afirmou ela (Folha de S.Paulo, 28/2/18)

Tecnologia separa o 'comprar' do 'fazer compras'

Legenda: Visitante faz foto com smartphone durante o Mobile World Congress, em Barcelona

Comprar é o ato de adquirir produtos necessários e fazer compras é um processo mais prazeroso.

“Comprar” e “fazer compras” serão ações de diferença cada vez mais nítida por causa da tecnologia.
É o que afirmam executivos que trabalham diretamente no varejo ou em áreas relacionadas a ele.

Segundo essa definição, comprar envolve, por exemplo, o ato de adquirir produtos necessários para a vida no dia a dia, um processo com o qual o consumidor gostaria de perder o menor tempo possível.

Já “fazer compras” é um processo mais longo, de escolha, tentativa e erro, e também prazeroso.

“Gostaríamos que algo que nos faz feliz fosse totalmente automatizado?”, pergunta Ann-Sofie Isaksson, especialista em marketing da Ikea.

“Comprar pode ser algo automatizado”, diz Pernilla Jonsson, que encabeça o laboratório de pesquisa ao consumidor da Ericsson, fabricante sueca de aparelhos de telefonia. “Já no caso de fazer compras, a tecnologia entra para melhorar a experiência do consumidor.”

Isso não quer dizer que o ato de “fazer compras” deva ser realizado apenas fisicamente, diz ela. 

“Pode ser digital. Os consumidores ficam horas e o horas online.”

Um exemplo da própria Ikea é um aplicativo de realidade aumentada, para melhorar a sensação do consumidor que quer escolher algum produto para sua casa.

Mas também no caso da loja física a tecnologia vai mudar a maneira como as coisas são feitas.

Exemplo disso foi mostrado no World Mobile Congress pela Intel e pela Telefónica: a loja da Dufry (free shop) no terminal mais moderno do aeroporto de Barajas, em Madri.

Ela é modulada para fazer com o que ambiente responda ao consumidor, estimulando-o a parar na loja ou fazer com que se interesse por determinado produto.

É o que Carlos Marina, executivo da empresa espanhola, chama de “momento ópera”.

“Se há muita gente, aumentamos o volume da música. Dependendo do voos que vão sair, podemos oferecer [em telões] produtos que costumam atrair pessoas daqueles países de destino, promovendo determinada marca.”

Outra mudança tecnológica com grande impacto no varejo é o uso da voz, cada vez mais frequente nas buscas da internet.

“Isso tem implicações óbvias para o comércio”, diz Giulio Montemagno, gerente europeu da Amazon Pay. “A tecnologia será cada vez mais contextualizada, e o consumidor terá mais caminho para se integrar com as marcas” (Folha de S.Paulo, 28/2/18)

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

As peças encaixam


Fibria e Suzano, duas gigantes do setor de papel e celulose, voltam a conversar sobre uma possível fusão. Há mais ganhos que prejuízos nessa união

Crédito: Fatido
Quase lá: Marcelo Castelli, da Fibria (à esq.), e Walter Schalka, da Suzano, podem ajudar a criar a maior empresa de papel e celulose do mundo (Crédito: Fatido)


Dez bilhões de reais equivalem ao lucro somado de Santander, Magazine Luiza e Ultrapar em 2017. É esse montante que os analistas projetam em ganhos de sinergia de uma possível fusão entre Fibria e Suzano, duas gigantes do setor de papel e celulose, em até cinco anos. Na semana passada, as empresas confirmaram ter voltado à mesa de negociação, depois de encerrada uma aproximação que se estendeu por todo o segundo semestre do ano passado. Enquanto o grupo Paper Excellence desembolsava R$ 15 bilhões pela brasileira Eldorado, do Grupo J&F, Fibria e Suzano analisavam a melhor maneira para se unir.

Naquele momento, o principal entrave era o controle da nova companhia. A família Feffer, da Suzano, não aceitava ceder, o que afastou os Ermírio de Moraes, donos da Votorantim e principais acionistas da Fibria. Agora, os Feffer parecem dispostos a promover o encaixe das peças. “As empresas são complementares e a fusão cria valor para os acionistas”, diz Daniel Domeneghetti, CEO da DOM Strategy Partners.

A fusão entre as empresas favorece a Suzano, que tem metade da capacidade de produção de celulose da Fibria (veja quadro abaixo). A insistência da família Feffer, agora, é justamente pela chance de criar a maior companhia de papel e celulose do mundo, com baixa alavancagem, sem perder uma posição relevante do negócio. Nos últimos 15 meses, a companhia vem realizando uma série de mudanças para melhorar a percepção do mercado sobre seu valor. Um dos pontos sensíveis era a governança corporativa, pois havia dúvida sobre a posição dos controladores.

Para dar transparência, a Suzano migrou para o Novo Mercado da B3, o que mostra a família Feffer com 57% do capital. Só nessa transformação, o valor de mercado quase dobrou, para R$ 24,9 bilhões. E fez a distância para a Fibria diminuir, principalmente com relação a uma possível troca de ações. “Ainda não achamos que as nossas ações representam o valor real da companhia”, disse Walter Schalka, presidente da Suzano, para analistas, indicando que podem subir mais. Procuradas, Fibria e Suzano não deram entrevista.


Os investidores aprovaram a volta das negociações. As ações tiveram um desempenho semelhante na semana passada, com alta de 12,2% para a Suzano e de 13,2% para a Fibria. “Gostamos da geração de valor que vem da consolidação e vemos que todas as ilações do mercado envolvem a Fibria”, afirmou Marcelo Castelli, presidente da Fibria, na divulgação de resultados. A família Feffer já desenhou sua oferta: troca de ações e uma recompensa financeira para os Ermírio de Moraes, que estão com as peças na mão para completar o quebra-cabeça.


Brazil president weighing Boeing-Embraer joint venture: spokesman


FILE PHOTO: Brazil's President Michel Temer gestures during a ceremony in Brasilia, Brazil, February 5, 2018. REUTERS/Ueslei Marcelino

Brazil's President Michel Temer gestures during a ceremony on a new National ID Card in Brasilia -
Thomson Reuters 

 By Anthony Boadle- Reuters

BRASILIA (Reuters) - Brazil's President Michel Temer is weighing whether to support a proposal for a joint commercial aviation company between Boeing Co and Brazilian aircraft maker Embraer , a presidential spokesman said on Tuesday. 

The Brazilian government has opposed an outright takeover of Embraer by Boeing and a new proposal involves creating a third company that includes Embraer's passenger plane unit, the world's top maker of regional jets, while excluding its defense unit. Temer must ultimately approve any deal.
"Nothing has been decided on the partnership between the two companies," Temer's top spokesman Marcio de Freitas told Reuters. 

"The Defense Ministry received the proposal and sent it to the president, but it still has to be studied and there are still some doubts about the matter," he added, without providing further details. 

Boeing Chief Executive Dennis Muilenburg said this month the company has been working on a deal for years, but added it was not essential. Boeing spokesman Phil Musser reaffirmed that stance in an email on Tuesday, calling a combination with Embraer "a win-win for all." 

Embraer, the world's third-largest planemaker, said in a securities filing that no details of the talks have been set in stone, which was echoed by Temer's office. 

Questions remain about each company's stake, however. 

Brazilian business newspaper Valor, citing sources close to Temer, reported Embraer would take a substantial 49 percent of the new company. But people familiar with the negotiations told Reuters Boeing would only agree to a joint venture in which it held 80 percent to 90 percent of the company and had full operational control. 

The potential deal has snagged on concerns in Brasilia that Washington would get final say over Brazilian defense programs and use of technology developed in the country, including satellite and air-traffic control systems. 

The Brazilian government holds a "golden share" in Embraer giving it veto power over strategic decisions involving military programs and any change in controlling interest. 

Boeing has worked to overcome the Brazilian military's objections with alternatives that would preserve the government's strategic veto rights and ensure safeguards for its defense programs, sources have told Reuters. 

The partnership would give Boeing a leading share of the 70- to 130-seat market and create stiffer competition for the CSeries program designed by Canada's Bombardier Inc and run by European rival Airbus SE since last year. 

(Reporting by Anthony Boadle in Brasilia, Additional reporting by Gram Slattery and Brad Brooks in Sao Paulo, and Tim Hepher in Paris; Editing by Ben Klayman) 


 http://www.businessinsider.com/r-brazil-president-weighing-boeing-embraer-joint-venture-spokesman-2018-2

 


Berlim tem pressa para concluir acordo com Mercosul


Berlim tem pressa para concluir acordo com Mercosul
O secretário alemão de Comércio, Matthias Machnig, disse esperar um acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul até o fim de março - AFP/Arquivos


“A janela de oportunidade está prestes a se fechar novamente. Nunca estivemos tão perto de um acordo. Daqui até o fim de março ainda há quatro semanas”, disse Machnig em uma entrevista à AFP, à margem de uma reunião dos 28 ministros de Comércio da UE em Sofia.

A partir de abril, quando começar os preparativos para eleições brasileiras, as negociações com o Mercosul ficam mais difíceis. 

O secretário de Estado francês se mostrou mais prudente quanto à necessidade de concluir rapidamente as negociações, destacando a necessidade de um “acordo equilibrado”. 

“O Mercosul deve vir à UE com propostas mais fortes, pensamos no setor automobilístico, no setor agrícola com indicações geográficas protegidas, no setor de laticínios, porque nós temos, no mundo agropecuário, interesses muito fortes para fazer valer. A conta ainda não está fechada”, disse à AFP. 

A comissária europeia de Comércio, Cecilia Malmström, disse em coletiva esperar que as negociações avancem nesta rodada em Assunção e indicou a possibilidade de viajar ao Paraguai neste fim de semana. “Obviamente, queremos um bom acordo, é fundamental”, afirmou. 

No setor automobilístico, o Brasil aceitaria reduzir significativamente as tarifas aduaneiras sobre os carros europeus, desde que eles incluam uma parte significativa de peças fabricadas no Mercosul, cerca de 80%. 

Os europeus, entretanto, aceitam um taxa máxima de entre 45% e 50%.

Lemoyne reafirmou a preocupação da França “com as normas sanitárias e fitossanitárias” dos produtos agropecuários. “Está claro que o consumidor europeu deseja que os produtos recebidos respeitem um certo número de condições impostas a nossos produtores”, afirmou. 

 Entre os integrantes da UE, França e Irlanda são os mais preocupados com potenciais repercussões negativas do acordo para seus setores agropecuários, sobretudo devido à importação de carne bovina do Mercosul.



Recuperação se espalha e chega a mais de 60% dos setores da indústria

Recuperação se espalha e chega a mais de 60% dos setores da indústria

A indústria brasileira – que em 2017 voltou a crescer depois de três anos de queda – está vendo a recuperação se disseminar. O crescimento da produção industrial, no ano passado, foi além do setor automotivo, principal responsável pela retomada da indústria. Segundo estudo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), com base em dados do IBGE, 58 dos 93 segmentos – 62% do total – apresentaram resultados positivos.

O movimento foi maior no quarto trimestre, quando 66 ramos avançaram em ritmo superior ao registrado no mesmo período de 2016. A disseminação do crescimento tem relação com o encadeamento entre setores, alavancado especialmente pelo setor automotivo.

A produção de veículos respondeu por metade da alta de 2,5% registrada pela indústria no ano passado. O bom desempenho acaba se refletindo em outros segmentos, como o de equipamentos de áudio e vídeo, borracha e plástico, têxteis e metalurgia. “O sinal é positivo e disseminado. Há um conjunto de desdobramentos e de relações intersetoriais que vão além do que a gente identifica como setor automotivo”, diz o economista-chefe do Iedi, Rafael Cagnin.


Mas não é só a cadeia em torno da produção de veículos que tem se beneficiado. Fabricantes de equipamentos de informática, por exemplo, ou de comunicação também cresceram no ano passado. Na zona sul de São Paulo, uma fabricante de leitores de código de barras registrou um faturamento 20% maior em janeiro deste ano, na comparação com 2016. “Se continuar assim, vamos precisar rever o planejamento para o ano”, diz Marcos Canola, sócio e diretor comercial da Nonus.

Isso não significa, no entanto, expansão nem contratação de funcionários, porque ainda há capacidade ociosa. Durante a crise, a empresa reduziu a equipe pela metade, para 40 pessoas, cortou investimentos, fechou um depósito e segurou reajustes. Com a melhora dos resultados, que começou a aparecer no fim do ano passado, Canola está um pouco mais animado. Em abril, a Nonus participará de uma feira de negócios na China, depois de quatro anos de fora. “Não é para engatar uma quinta marcha, mas não dá para ficar parado”, diz o empresário.

Os movimentos conservadores da indústria têm o objetivo de se preparar caso a recuperação seja maior. Os dados do Índice de Confiança da Indústria (ICI), da Fundação Getulio Vargas (FGV), mostram que o otimismo dos industriais ainda avança muito devagar. A prévia do índice de fevereiro, divulgado sexta-feira, 23, aponta avanço de 0,2 ponto, para 99,6 pontos. Se confirmado, será o maior patamar desde outubro de 2013. “Essa recuperação é gradual, embora tenha ganhado tração. Não dá ainda para dizer que o setor está otimista nem muito confiante”, diz a coordenadora da Sondagem da Indústria da FGV, Tabi Thuler Santos.



As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A retomada do investimento está disseminada – Editorial O Estado de S.Paulo


A retomada do investimento está disseminada–Editorial O Estado de S.Paulo

 


Todos os componentes da taxa de investimento cresceram em dezembro, afastando dúvidas sobre o ritmo da retomada da economia e indicando que as perspectivas para 2018 são mais favoráveis. Até a construção civil, cuja recuperação está atrasada em relação à dos demais setores, deu sinais positivos, segundo o Indicador Ipea Mensal de Formação Bruta de Capital Fixo - FBCF relativo a dezembro e ao quarto trimestre de 2017.

Entre novembro e dezembro, o crescimento da taxa de investimento foi de 4,2%, com ajuste sazonal. Entre os meses de dezembro de 2016 e de 2017, o avanço foi de 2,4%. No quarto trimestre de 2017, o aumento foi de 1,7% em relação ao trimestre anterior e de 3,3% comparativamente ao quarto trimestre de 2016. São estimativas reveladoras das tendências recentes, mostrando que as empresas investem mais para atender à demanda crescente apontada por outros indicadores.

O consumo aparente de máquinas e equipamentos, por exemplo, obtido com base na produção industrial doméstica excluídas as exportações e incluídas as importações, aumentou 4,2% entre novembro e dezembro, favorecido pelo crescimento de 5,6% do volume de importações.

Entre os últimos trimestres de 2016 e de 2017, o aumento do consumo aparente de máquinas e equipamentos foi de 11,3%. O de importações chegou a 16,2% no mesmo período, embora em 12 meses esse indicador ainda seja negativo em 8,3%. A construção civil avançou 0,9% entre o terceiro e o quarto trimestres de 2017, mas em 12 meses ainda exibiu taxa negativa de 5,2%. Com o alto peso da construção civil na formação de capital, a retomada do setor ajudará a FBCF a mostrar um resultado geral mais vistoso em 2018.

Não se deve ignorar que o crescimento dos investimentos só ganhou força no último semestre e que ele se dá a partir de base de comparação baixa. Mostra disso é que, quando se comparam os últimos 12 meses com os 12 meses anteriores, a variação da taxa de investimento ainda é de -2%. 

Mas mais importante é que parece ficar para trás um longo período de recuo do investimento. Segundo o Ipea, a FBCF declinou moderadamente entre 2012 e 2014 e despencou em 2015 e 2016. Agora, cabe esperar que a necessidade de modernizar o parque industrial, introduzindo tecnologias novas e mais eficientes, ajude a dar ímpeto ao investimento (O Estado de S.Paulo, 26/2/18)

Fitch rebaixa ratings da Petrobras e da Eletrobras



A agência de classificação de risco Fitch rebaixou, de BB para BB-, o rating em moeda estrangeira da Petrobras, modificando também a perspectiva da nota da companhia de negativa para estável.

A Fitch rebaixou também, de BB- para B+, o rating em moeda estrangeira da Eletrobras, modificando também a perspectiva da nota da companhia de negativa para estável.

Os rebaixamentos ocorrem quatro dias depois de mais um downgrade da nota brasileira pela Fitch. 

Na sexta-feira passada, 23, a agência de classificação de risco modificou a nota brasileira de BB para BB- devido à piora fiscal do País e a dificuldade do governo em implementar a reforma da Previdência.


 https://www.istoedinheiro.com.br/fitch-rebaixa-ratings-da-petrobras-e-da-eletrobras/