quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Brookfield adquire controle da paranaense Ouro Verde


Companhia foi arrematada por R$ 660 milhões

Por Marcos Graciani

graciani@amanha.com.br
Brookfield adquire controle da paranaense Ouro Verde


A Ouro Verde informou nesta sexta-feira (31) que assinou um acordo para a aquisição de controle, pela Brookfield, no percentual de 55% do capital pelo valor total de R$ 660 milhões. De acordo com o fato relevante publicado pela companhia paranaense, a operação impulsiona o potencial de crescimento e desenvolvimento da Ouro Verde, ao posicioná-la adequadamente para capitalizar as tendências e oportunidades por conta da ampliação dos negócios de gestão de frota no Brasil. A transação estará condicionada ao parecer favorável de órgãos como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), estimada para ocorrer antes do fim deste ano.  

A Brookfield é listada nas bolsas de valores de Nova Iorque e Toronto. É o carro-chefe de negócios industriais e de serviços da Brookfield Asset Management (“BAM”). A BAM é uma gestora global de ativos com aproximadamente US$ 285 bilhões em ativos sob gestão, com operações em mais de 30 países e uma história de mais de 115 anos como investidora e operadora de ativos reais, com foco em investimentos imobiliários, energia renovável, infraestrutura e private equity. No Brasil, onde está presente desde 1899, a BAM detém um portfólio de aproximadamente R$ 77 bilhões em ativos sob gestão, o que a coloca como uma das maiores plataformas de investimentos no país. Suas operações estão presentes em 20 estados brasileiros e empregam mais de 20 mil funcionários. 

“A Ouro Verde tem conseguido balancear ao fazer investimentos necessários para uma frota moderna e atualizada e, ao mesmo tempo, não deixando que a dívida aumente”, avaliou Karlis Jonatan Kruklis, em entrevista concedida ao portal AMANHÃ no ano passado. Segundo o CEO, que também acumula o cargo de diretor de finanças e de relações com investidores, a principal estratégia da companhia nos últimos anos tem sido a de aumentar a rentabilidade operacional por meio das reduções de custos e despesas e investimentos seletivos. 

 http://www.amanha.com.br/posts/view/6170/brookfield-adquire-controle-da-paranaense-ouro-verde


Exicon distribuirá suplementos da Midway Labs no Brasil


Contrato prevê participação da trading na comercialização dos produtos

 

Da Redação

 

redacao@amanha.com.br
Exicon distribuirá suplementos da Midway Labs no Brasil

O Grupo Exicon, de Porto Alegre, do setor de comércio exterior, acaba de assinar contrato para importar e distribuir no Brasil todas as linhas de suplementos alimentares da marca Midway Labs USA, que tem entre seus principais parceiros o ator Arnold Schwarzenegger, nos Estados Unidos, e embaixadores de grande influência como Marcos Mion, Minotauro, Minotouro, Bela Falconi, Felipe Franco e Alice Matos. O acordo será de cinco anos e prevê uma participação da Exicon na comercialização dos produtos. Do volume a ser distribuído, 60% serão de unidades da Midway Labs, localizadas nos Estados Unidos e na Europa, e o restante das sete fábricas autorizadas pela empresa norte-americana para produzir os produtos Midway Labs USA no Brasil.

O  estoque inicial de 45 dias prevê a comercialização de produtos importados no equivalente a US$ 5 milhões e de R$ 5 milhões de fabricantes no mercado interno. Ao total, serão distribuídos 175 itens, desde proteínas, colágenos, aminoácidos e fórmulas para ganhar massa muscular até barras de proteína, cuja cadeia inclui body shops, supermercados, farmácias, lojas de conveniência em postos de gasolina e pontos de vendas especializados.  “A empresa deverá colocar nesse projeto todo know how  desenvolvido nos últimos 10 anos em termos de importação e de comercialização de produtos no mercado interno”, afirma Gustavo Bücker de Souza, diretor do Grupo Exicon. Ele prevê atingir mais de 170 clientes em todas as regiões do país logo no primeiro mês. “Considero o contrato com a Midway Labs USA como o mais completo entre os já  realizados pela Exicon”, avalia o empresário. A operação logística de importação e distribuição prevê o embarque de contêineres nos portos de Savannah, na Geórgia, e de Charleston na Carolina do Sul, nos Estados Unidos.  No Brasil, a descarga será feita no porto catarinense de Navegantes (foto), distante 20 quilômetros do  armazém geral da Exicon, localizado em Itajaí (SC).

Com uma bagagem de comércio exterior iniciada a partir da criação da Trading Exicon, seguida pela unidade de distribuição, em 2006, de financiamento e serviços na cadeia de distribuição e instalação de um armazém geral, em Itajaí, a empresa passou a oferecer  aos clientes um processo de gestão integrado, desde a fabricação até o consumidor. Hoje, o portfólio de importação e comercialização mensal da  Exicon  inclui 5 mil toneladas de aços planos e 7 mil toneladas de aços longos; 66 mil unidades de moto peças; 6 mil pneus multimarcas, a maioria da Sailun, e toda a linha de iluminação e lâmpadas de led. 

Com investimentos de R$ 35 milhões em publicidade, propaganda e de marketing  para os próximos 12 meses, a meta da Midway Labs USA é elevar as receitas mensais da marca de R$ 10 milhões para uma faixa entre R$ 20 milhões e R$ 28 milhões. O Brasil é um dos países que mais crescem no segmento de suplementos alimentares. Segundo projeções da Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri), só o setor de Sport Nutrition, uma das quatro divisões do mercado (que ainda inclui wellness, perda de peso e nutrição cosmética) deve registrar crescimento de 15%  neste ano faturando R$ 2,5 bilhões. 



http://www.amanha.com.br/posts/view/6191/exicon-distribuira-suplementos-da-midway-labs-no-brasil

Positivo anuncia três aquisições no interior do Paraná


Grupo, que investirá R$ 80 mi principalmente em compra de ativos, arrematou estabelecimentos de ensino em Ponta Grossa

 

Da Redação

 

redacao@amanha.com.br
Positivo anuncia três aquisições no interior do Paraná

O Grupo Positivo anunciou nesta terça-feira (4) a aquisição de três unidades em Ponta Grossa, no interior do Paraná: o Colégio Girassol, o Colégio Neo Master (foto) e o Pró Master Vestibulares. O valor do negócio não foi revelado. O investimento no município proporcionará Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, curso preparatório e Ensino Superior na cidade. A negociação faz parte da estratégia de expansão da Divisão de Ensino do Positivo em território nacional, que teve início em junho de 2016, quando o Grupo assumiu a administração de duas unidades do Colégio Posiville, em Joinville (SC), que passaram a se chamar Colégio Positivo Joinville e Curso Positivo Joinville. Em 2017, o Grupo agregou às suas unidades uma sede da Universidade Positivo e uma do Colégio Positivo, em Londrina (PR). Na rede privada, mais de 500 mil alunos utilizam o material didático do Positivo e na rede pública de ensino, 240 mil. Os sistemas de ensino da Editora representam 41% do faturamento do Grupo, e a universidade e os colégios próprios respondem por uma fatia de 43%.

De acordo com o presidente da Divisão de Ensino do Grupo Positivo, Paulo Cunha, Ponta Grossa está entre as economias que mais crescem na região sul do país – e já se destaca no cenário nacional. "A médio prazo, o Grupo Positivo pretende dobrar o número de alunos, com a aquisição de escolas pelo Brasil", revela Cunha. O vice-presidente do Grupo Positivo, Lucas Guimarães, afirma que, em 2018, o investimento total do Grupo deve fechar na casa dos R$ 80 milhões – e que a prioridade é a compra de ativos. "Faz mais sentido adquirir ativos com marcas tradicionais e que tenham força regional, além de potencial de crescimento, do que começar do zero com a nossa bandeira. Além disso, já temos uma participação de mercado relevante em Curitiba e precisamos ir para outras praças", justifica. Mas não descarta também a construção de novas unidades onde não houver proposta de marcas fortes em funcionamento. “Até porque, apesar de haver muitos colégios com problemas financeiros disponíveis para aquisição, existem as escolas que compram os sistemas de ensino da Editora Positivo, e a ideia é evitar a canibalização”. 

Em junho, Guimarães confirmou o elevado interesse de investidores na educação básica e contratou o Banco BTG Pactual como assessoria para avaliar a possível abertura de capital. Segundo Guimarães, o processo deverá ter início em 2019. "Estamos focando na perenização do negócio. O IPO fortalecerá o Conselho e a nossa governança corporativa, aumentará transparência e a nossa disciplina no reporte de resultados, pois precisaremos prestar contas - de investidores institucionais a pessoas físicas que investem na bolsa", justifica. Ainda segundo Guimarães, o processo não visa ao levantamento de capital para novos investimentos: "As áreas de Ensino e Soluções Educacionais têm expandido organicamente e por aquisições– e pretendemos continuar nesse caminho", ressalta.



 http://www.amanha.com.br/posts/view/6192/positivo-anuncia-tres-aquisicoes-no-interior-do-parana


terça-feira, 4 de setembro de 2018

O apetite da Subway: a empresa mira expansão e um total de 2,3 mil lojas até o fim do ano


Conhecida como uma máquina de abrir lojas, a rede americana de fast food investe em digitalização e prepara um novo salto no Brasil

Crédito: Rafael Danielewicz
Fome de expansão: recém-chegado ao comando da Subway, Michel Machado quer cumprir a meta de abrir mais 80 lojas ainda este ano no Brasil (Crédito: Rafael Danielewicz)


Durante os últimos três anos, o tempero mexicano deu o tom no dia a dia do brasileiro Michel Chaim Machado. O executivo foi o responsável por preparar o terreno para a entrada da cadeia de restaurantes Taco Bell no Brasil, em 2016, além de liderar a escalada local da empresa. No fim de junho deste ano, ele decidiu que era o momento de variar o cardápio e poucos dias depois de deixar rede de fast food de tacos e burritos, assumiu o comando da Subway no País. Dona de um faturamento global de US$ 17 bilhões, a rede americana é conhecida por ser uma verdadeira máquina de abrir franquias. No mundo, são mais de 43 mil lojas, em 112 países. Com 2.222 unidades e uma receita estimada em cerca de R$ 2 bilhões, o Brasil é o seu quarto maior mercado, atrás apenas de Estados Unidos, Canadá e Reino Unido. E, ao que tudo indica, o apetite pelo crescimento está longe de ser saciado. “Queremos chegar ao segundo posto”, diz Machado. “Ainda temos muito espaço para crescer, mas faremos isso com uma ciência muito mais elaborada.”

Em 2018, a Subway já inaugurou mais de cem unidades no Brasil. A meta é abrir, ao menos, mais 80 lojas e superar a marca de 2,3 mil até o fim do ano. Para isso, a rede está investindo em novas ferramentas de big data, que trazem informações mais acuradas sobre poder aquisitivo, comportamento e hábitos de consumo de cada região. A ideia é combinar potencial de rentabilidade com os planos e recursos de cada parceiro. Hoje, 70% das inaugurações são realizadas por franqueados que integram a rede. “Nós crescemos absurdamente nos últimos anos e percebemos que algumas dessas lojas não foram posicionadas da melhor maneira”, afirma Machado.

Sanduba digital: uma das transformações da Subway é a possibilidade de o consumidor fazer seu pedidos por meio de totens, aplicativo ou internet (Crédito:Caio Guimarães)
O investimento em uma loja da bandeira varia de R$ 300 mil a R$ 600 mil. O tamanho mínimo é de 30 m2. Atualmente, a empresa conduz estudos preliminares para a adoção de novos modelos, entre eles, os quiosques. “A Subway tem formatos mais flexíveis e uma operação menos complexa que um fast food tradicional, o que reduz os custos e facilita a capilaridade”, diz Alberto Serrentino, fundador da consultoria Varese Retail. “Eles têm lojas em universidades, estações de trem e metrô, e outros pontos pouco explorados pelo segmento”, afirma Marcelo Cherto, fundador da Cherto Consultoria, especializada em franquias. Com o número atual de pontos de venda, a empresa figura na segunda posição no segmento de alimentação, atrás apenas da AM PM, que tem mais de 2,4 mil lojas, e à frente de rivais como o McDonald’s, que detém pouco mais de 2 mil unidades.

A estratégia da Subway, no entanto, não se restringe a galgar posições nesse ranking. Em linha com um posicionamento que vem sendo adotado pela matriz americana desde meados de 2017, a operação brasileira começa a introduzir um novo desenho de lojas no País. Sob um conceito batizado de Fresh Forward, o movimento inclui, inicialmente, mudanças na identidade visual e na exposição de ingredientes aos clientes, entre outros detalhes. Onze unidades já foram inauguradas nesse formato. Além de escalar gradativamente o modelo, o plano é acelerar a adoção de outros recursos. Até o fim do ano, algumas lojas passarão a oferecer a possibilidade de o consumidor fazer seu pedido por meio de totens digitais, aplicativo ou internet. “A digitalização é um desafio global da Subway”, diz Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, que cita outras redes mais avançadas nessa questão, como McDonald’s, Starbucks e Bob’s. “A Subway ainda não tem uma estratégia madura, está em construção, mas faz todo sentido investir nessa frente.”

A transformação da Subway passa ainda, literalmente, por outros ingredientes. A operação brasileira está realizando estudos de reavaliação do seu cardápio. A ideia é retirar alguns itens do menu e lançar outras opções de sanduíches e sobremesas. “Precisamos fazer o dever de casa e melhorar a operação. Do atendimento e preparação até o cardápio e a precificação”, afirma Machado que reconhece uma redução no faturamento em virtude da crise do País, embora não revele números desse recuo. “Sabemos que ainda estamos no olho do furacão, mas já começamos a nos preparar para retomar o ritmo quando essa instabilidade passar.”

AES Tietê conclui aquisição de Complexo Guaimbê por R$ 607 milhões Estadão Conteúdo



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A AES Tietê concluiu a aquisição do Complexo Solar Guaimbê, pelo valor de R$ 607 milhões após ajustes. O investimento original antes de ajustes de “working capital” era de R$ 650 milhões, quando anunciado o acordo com a Cobra do Brasil em setembro do ano passado.

A operação envolveu aquisição da totalidade das ações de cinco sociedades de propósito específico (SPEs) que compõem o complexo, no valor de R$ 137 milhões, ainda sujeitos a ajustes, “o que as partes esperam que ocorra em 45 dias após a data do fechamento”, como consta em comunicado. Já a fatia de R$ 470 milhões está relacacionada a debêntures emitidas pelas SPEs e adquiridas pela AES Tietê.

A companhia diz que vai convocar uma assembleia geral extraordinária de acionistas para a aprovação da operação, conferindo direito de recesso.

Como a AES Tietê informou anteriormente, a projeção de acréscimo de Ebitda anual no resultado da companhia, atualizado pela inflação, é entre R$ 75 milhões e R$ 85 milhões. Guaimbê possui 150 MW de capacidade instalada e já se encontra em operação comercial.


 https://www.istoedinheiro.com.br/aes-tiete-conclui-aquisicao-de-complexo-guaimbe-por-r-607-milhoes-2/  

Não ter e-commerce é uma das estratégias da rede de varejo que mais cresce nos Estados Unidos


A Primark é uma marca europeia de roupas baratas, e por conta de sua estratégia de negócios não conta - e nem planeja - ter um e-commerce

Crédito: Wikimedia Commons/ Reprodução

Entre no site da Primark e tente comprar um produto. Você não conseguirá, pois a marca europeia de roupas baratas não oferece este serviço, nem no Brasil, nem na Europa e, principalmente, nos Estados Unidos.

Não pense que a falta de um comércio online é vista com maus olhos pela empresa. Pelo contrário. A Primark é hoje a marca de varejo que mais cresce nos Estados Unidos, segundo dados da National Retail Federação (NRF, entidade americana de varejo), que calculou os números de vendas year-over-year de diversas marcas do setor.

O crescimento YOY de 103% da Primark foi 9% maior que o segundo lugar da lista, a loja de material de pesca Bass Pro Shop.

O crescimento fulminante da empresa, que chegou aos Estados Unidos em 2015, é acompanhado de uma característica incomum no varejo atualmente, a falta de um e-commerce.

O setor que vem ganhando cada vez mais relevância, principalmente para marcas de roupas, é ignorado pela Primark, que até tentou iniciar vendas online em 2013, projeto que foi abortado 12 meses depois. A decisão é estratégica diante do modelo de negócios da empresa, conhecida por vender roupas a preços muito baixos, focando na quantidade.
“O custo de um sistema de entrega não consegue ser mantido com nossa política de preços,” declarou John Bason, chefe financeiro da Associated British Foods, empresa irmã da Primark para a NRF Magazine.

Com a política de preço baixo, o custo marginal das peças diminui consideravelmente, fazendo com que a marca confie na compra de grandes quantidades para sanar a questão.

“Consumidores compram de maneira diferente na Primark. É quase como se eles estivessem comprando em um atacarejo, pensando em quantidade” explicou o analista da Bernstein, Jamie Marriman em 2015 para a The Economist.
O resultado dessa mentalidade de compra diferente se explica em análise de 2015 da Bernstein, que concluiu que a H&M (umas das mais famosas marcas de fast fashion do mundo) vende um total de US$ 5.250 em roupas por metro quadrado na Grã-Bretanha, enquanto a Primark vende aproximadamente US$ 8.200 por metro quadrado na região.



https://www.istoedinheiro.com.br/nao-ter-e-commerce-e-uma-das-estrategias-da-rede-de-varejo-que-mais-cresce-nos-estados-unidos/

Recuperação econômica perde fôlego e crise já atinge 36% dos setores industriais



Recuperação econômica perde fôlego e crise já atinge 36% dos setores industriais

Em meio à perda de fôlego na recuperação da economia, a crise na indústria brasileira piorou no primeiro semestre. Mais de um terço dos setores industriais encerrou a primeira metade do ano com desempenho negativo, segundo levantamento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), feito com exclusividade para o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Entre o segundo semestre de 2017 e o primeiro semestre de 2018, a parcela de atividades consideradas em crise (moderada e intensa) cresceu de 26% para 36% dos 93 ramos industriais investigados. Os piores desempenhos foram registrados pelos fabricantes de joias e bijuterias, reservatórios metálicos e caldeiras, artigos de malharia, brinquedos e artefatos para pesca e esporte.

“Houve realmente uma reversão na força da recuperação”, diz Rafael Cagnin, economista-chefe do Iedi.

Dados do IBGE mostram que a indústria avançou 4,9% no quarto trimestre de 2017, em relação ao mesmo período do ano anterior. No primeiro trimestre deste ano, o avanço foi de 3%. No segundo trimestre de 2018, a alta ficou em apenas 1,7%.

“Como o movimento de desaceleração vem desde o começo do ano não dá nem para responsabilizar a paralisação dos caminhoneiros como causa da inflexão, embora possa ter contribuído para cortar pela metade a taxa de crescimento no semestre”, diz Cagnin.
O crescimento na primeira metade de 2018 chegou a 2,3%, quase metade dos 4% registrados no segundo semestre de 2017.

O estudo do Iedi considera em crise moderada aqueles setores que registraram queda de 1,0% a 4,0%. E em crise intensa, os que recuaram de 4,0% a 10%. No primeiro grupo, o número de setores cresceu de 11 para 13 e, no segundo, de 9 para 16.

Entre as atividades em crise, sete têm relação com a indústria têxtil e três com a construção. O empresário Odair Tienne, dono da confecção de moda íntima Astienne, do polo têxtil de Nova Friburgo (RJ), conta que vem enfrentando dificuldades desde 2014. De lá para cá, já reduziu à metade tanto o número de funcionários quanto a produção. “O problema é que o povo não tem dinheiro para consumir”, diz Tienne.
Outras seis atividades em crise no primeiro semestre referem-se à produção de bens intermediários, que guardam relação importante com o restante da cadeia industrial, como derivados de petróleo e gases industriais.

“O ritmo da atividade econômica como um todo no primeiro semestre se mostrou mais fraco do que se esperava no início do ano. Apesar de alguma melhora nos fundamentos macroeconômicos, o mercado de trabalho ainda está muito letárgico”, diz Leonardo Mello de Carvalho, técnico do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O cenário externo, segundo ele, também não ajudou, com crise na Argentina e na Turquia, que afetaram exportações e câmbio no Brasil.

Tanto o Iedi quanto o Ipea esperam uma melhora da indústria no segundo semestre, mas com desempenho ainda baixo, especialmente por causa das eleições. 


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.