terça-feira, 4 de setembro de 2018

Não ter e-commerce é uma das estratégias da rede de varejo que mais cresce nos Estados Unidos


A Primark é uma marca europeia de roupas baratas, e por conta de sua estratégia de negócios não conta - e nem planeja - ter um e-commerce

Crédito: Wikimedia Commons/ Reprodução

Entre no site da Primark e tente comprar um produto. Você não conseguirá, pois a marca europeia de roupas baratas não oferece este serviço, nem no Brasil, nem na Europa e, principalmente, nos Estados Unidos.

Não pense que a falta de um comércio online é vista com maus olhos pela empresa. Pelo contrário. A Primark é hoje a marca de varejo que mais cresce nos Estados Unidos, segundo dados da National Retail Federação (NRF, entidade americana de varejo), que calculou os números de vendas year-over-year de diversas marcas do setor.

O crescimento YOY de 103% da Primark foi 9% maior que o segundo lugar da lista, a loja de material de pesca Bass Pro Shop.

O crescimento fulminante da empresa, que chegou aos Estados Unidos em 2015, é acompanhado de uma característica incomum no varejo atualmente, a falta de um e-commerce.

O setor que vem ganhando cada vez mais relevância, principalmente para marcas de roupas, é ignorado pela Primark, que até tentou iniciar vendas online em 2013, projeto que foi abortado 12 meses depois. A decisão é estratégica diante do modelo de negócios da empresa, conhecida por vender roupas a preços muito baixos, focando na quantidade.
“O custo de um sistema de entrega não consegue ser mantido com nossa política de preços,” declarou John Bason, chefe financeiro da Associated British Foods, empresa irmã da Primark para a NRF Magazine.

Com a política de preço baixo, o custo marginal das peças diminui consideravelmente, fazendo com que a marca confie na compra de grandes quantidades para sanar a questão.

“Consumidores compram de maneira diferente na Primark. É quase como se eles estivessem comprando em um atacarejo, pensando em quantidade” explicou o analista da Bernstein, Jamie Marriman em 2015 para a The Economist.
O resultado dessa mentalidade de compra diferente se explica em análise de 2015 da Bernstein, que concluiu que a H&M (umas das mais famosas marcas de fast fashion do mundo) vende um total de US$ 5.250 em roupas por metro quadrado na Grã-Bretanha, enquanto a Primark vende aproximadamente US$ 8.200 por metro quadrado na região.



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