quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Inadimplência das famílias é a menor em quase dois anos

 

Apesar disso, endividamento cresceu em janeiro



Supermercado em São Paulo (Leandro Fonseca/Exame)

Supermercado em São Paulo (Leandro Fonseca/Exame)

 

O percentual de famílias com dívidas, em atraso ou não, ficou em 78,1% em janeiro deste ano. A taxa ficou acima dos 77,6% de dezembro e dos 78% de janeiro de 2023. Dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta quinta-feira (1º) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

A parcela de famílias inadimplentes, isto é, aquelas endividadas que têm contas e dívidas em atraso, recuou em janeiro. Os 28,3% registrados no mês são o menor percentual desde março de 2022. Em janeiro de 2023, a taxa havia sido 29,9%, enquanto em dezembro, ficou em 28,8%.

O total de famílias que não terão condição de pagar suas contas ficou em 12% em janeiro deste ano, abaixo dos 12,2% de dezembro, mas acima dos 11,6% de janeiro de 2023.

As famílias com renda de cinco a dez salários mínimos foram as únicas com redução no endividamento. Por outro lado, também foi a única faixa de renda com aumento da inadimplência.

Por meio de nota divulgada à imprensa, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, afirmou que, de uma forma geral, a pesquisa de janeiro mostra um cenário positivo para este ano.

“As pessoas estão conseguindo, aos poucos, quitar suas dívidas para contrair outras e adquirir novos produtos, planejar viagens, enfim, voltar a consumir com mais fôlego”, destacou Tadros.

Entre os principais responsáveis pelo endividamento do consumidor estão o cartão de crédito (86,8%), os carnês (16,2%), o crédito pessoal (9,7%) e os financiamentos de casa e de carro (8,4%).

Créditos

Agência de notícias

Agência da Empresa Brasil de Comunicação. Informações sobre política, economia, esportes, cidadania

Brasil investe mais de 30 bilhões de dólares em transição energética em 2023, diz BloombergNEF

 

Maiores investimentos globais estão concentrados nos setores de transportes elétricos, energia renovável e redes elétricas. Estudo divulga ainda os países com investimentos mais relevantes

 


Transição energética: Brasil está entre os 10 países que mais investem em soluções sustentáveis para alcance das metas de redução de carbono (onlyyouqj/freepik/Divulgação)

Transição energética: Brasil está entre os 10 países que mais investem em soluções sustentáveis para alcance das metas de redução de carbono (onlyyouqj/freepik/Divulgação)

 

O Brasil é o quinto país entre as dez principais economias para investimento em transição energética e, de acordo com a pesquisa Energy Transition Trends 2024 da organização de pesquisas sobre mercados globais, BloombergNEF (BNEF), foram investidos US$ 34.8 bilhões em energia renovável e captura e armazenamento de carbono (do inglês, carbon capture and storage ou CCS) durante 2023. 

Também estão na lista de investimento relevantes em soluções de transição energética, países como: China, EUA, Alemanha, Reino Unido, França, Espanha, Japão, índia e Itália. A China, por exemplo, lidera com US$ 676 investidos em 2023, correspondendo a quase 40% do total global. Mas quando consideradas conjuntamente, os EUA, o Reino Unido e a União Europeia totalizam US$ 718 bilhões. Já o investimento global alcançou a marca de US$ 1,77 trilhão.

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Apesar de substancial, segundo o estudo, o nível dos investimentos atuais não é suficiente para alcançar a neutralidade de carbono até metade do século. Seriam necessários US$ 4,8 trilhões por ano entre 2024 e 2030 para que os governos se alinhem com o Cenário NetZero da BNEF, com base no estudo New Energy Outlook 2022

“Os gastos com investimentos na transição energética cresceram 17% no ano passado, mas precisam crescer mais de 170% se quisermos chegar ao Net Zero nos próximos anos. Só uma ação determinada por parte dos decisores políticos pode desbloquear este tipo de mudança radical”, afirma Albert Cheung, Vice-CEO da BNEF.

Os setores com maiores investimentos

Ainda segundo o relatório da BNEF, o setor que concentra a maior parte deste investimento é o ramo de transportes elétricos, seguido do setor de energia renovável – o líder de 2022 –  e redes elétricas. 

O setor de energia renovável registrou um aumento de 8% (alcançando US$ 623 bilhões), por conta dos investimentos na construção de instalações eólicas, geotérmicas e solares – além da produção de biocombustíveis. Já o investimento em redes totalizou US$ 310 bilhões. Outro setor de crescimento foi o hidrogênio, captura e armazenamento de carbono e armazenamento de energia. 

Tecnologia climática e transição energética

De acordo com o estudo, o capital levantado por empresas focadas no clima e na transição energética foi de US$ 84 bilhões em 2023. Mas o número diminuiu nos últimos dois anos, visto que as empresas arrecadaram US$ 168 bilhões em 2021 e US$ 127 bilhões no ano seguinte.

Além disso, foram usados mais de US$ 820 bilhões para financiamento da transição energética pelo setor público, o que correspondeu a um aumento de 4% em 2023 – seguidos das instituições financeiras com US$ 176 bilhões e dos governos com 141 bilhões. 

 


https://exame.com/esg/brasil-investe-mais-de-30-bilhoes-de-dolares-em-transicao-energetica-em-2023-diz-bloombergnef/

Repórter de ESG

Graduada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, entrou na EXAME como trainee do programa Imersão EXAME em 2022 e hoje atua como Repórter de ESG. Atuou também nas áreas de assessoria de imprensa e social media.

Com Selic a 11,25%, onde estão boas alternativas de investimentos?


Com Selic a 11,25%, onde estão boas alternativas de investimentos?

Mesmo com corte na Selic, Brasil ainda é o segundo país que melhor remunera investimentos em renda fixa entre os países emergentes. (Crédito: Freepik)

 

Nesta quarta-feira, 31, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) realizou um novo corte na taxa básica de juros, a Selic. Essa é a quinta redução seguida no índice e analistas preveem novos cortes nas próximas reuniões. Mas, afinal, com a taxa atual em 11,25% ao ano, onde estão boas alternativas de investimentos?

Para especialistas do mercado financeiro, mesmo com o corte progressivo da taxa Selic, o Brasil continua remunerando bem os investidores. Segundo o CEO da Multiplike, Volney Eyng, o País ainda é o segundo que melhor remunera na comparação com outros países emergentes, perdendo apenas para o México.

Ele explica que com a taxa Selic em 11,25%, os investimentos em renda fixa acumulam uma perda de 37% em rentabilidade no último ano. Ainda assim, há muitas oportunidades em detrimento da renda variável.

“O Brasil tem a segunda maior taxa de juros real do mundo, perdendo apenas para o México, com 6,49%. A nossa está em 5,95%. Historicamente, os países emergentes e os países do BRICS precisam pagar uma taxa maior, visto que são economias menos desenvolvidas. Esse panorama é bom para o investidor e obriga a renda fixa a remunerar bem. O juro real é a taxa Selic descontada a inflação, e isso é o que literalmente o investidor acaba ganhando líquido, sem perder o poder de consumo”, diz Eyng.

Para o economista, a renda fixa ainda está na preferência dos investidores, embora tenha perdido rentabilidade, devido à proteção que oferece.

“Com os juros sendo reduzidos, a renda variável tende a ganhar escala, mas, por enquanto, o investidor tem buscado proteção e isso o leva à renda fixa. Os títulos de dívida do governo são um bom ativo”, comenta.

Ainda de acordo com Eyng, investidores devem recorrer aos ativos que contam com garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) ou investir em títulos públicos. “Os mais sofisticados podem buscar Fundos de Investimentos em Direito Creditório (FIDC)”, destaca.

Alternativas de investimentos

Na avaliação do sócio da gestora de recursos Equus Capital, Felipe Vasconcellos, para os investidores mais conservadores, títulos de renda fixa, especialmente os pré-fixados, podem ser uma boa alternativa, especialmente se considerarmos o cenário de que a Selic vai seguir na sua trajetória de queda, chegando num piso de 9% ou, em um cenário mais otimista, de 8,5% a 8%.

“No entanto, partindo dessa mesma premissa, essa queda nas taxas de juros pode impulsionar o retorno de ativos tidos como mais arriscados, como ações e ativos ilíquidos, com fundos de private equity ou de venture capital. Um investidor com uma visão de longo prazo, com uma tolerância de risco um pouco maior, deveria aproveitar esse momento para montar posições nesse tipo de ativo”, analisa.

Segundo o economista e CEO da Corano Capital, Bruno Corano, não é porque os juros caíram, por enquanto, um pouco, que o juro real que a Selic oferece deixou de ser interessante. Ainda assim, ele recomenda algumas alternativas.

“Primeiro, vale trabalhar na curva longa dos juros por meio dos títulos do Tesouro e, segundo, ficar muito atento para os ativos de renda variável, que têm mais volatilidade e seguem com uma janela de oportunidade. A questão é ter habilidade para selecionar. Estamos falando sobre ações, FIIs e de vários outros títulos de renda absolutamente variável com marcação a mercado”, indica.

Questionado se ativos de risco podem ganhar maior atratividade com a queda da Selic, Corano confirma e acrescenta que o cenário pode ficar ainda mais vantajoso se a taxa básica de juros dos Estados Unidos cair nos próximos meses.

“Já começou o que o brasileiro gosta de chamar de rally, um aquecimento bem forte em dezembro, que foi demonstrado por vários ativos, em particular na bolsa brasileira. Essa movimentação deve seguir conforme os juros se movimentarem. Especialmente quando os juros americanos apresentarem a primeira queda”, afirma.

Diferenças entre Renda Fixa e Renda Variável

Renda fixa e renda variável são duas categorias de investimentos que se diferenciam principalmente em relação à previsibilidade dos rendimentos.

Na primeira, os investimentos são conhecidos por oferecerem retornos mais previsíveis, pois os investidores geralmente conhecem antecipadamente a forma como os rendimentos serão calculados. Ela oferece uma taxa de juros fixa ou variável, geralmente definida no momento da aplicação. Os títulos de renda fixa incluem CDBs, Tesouro Direto, Letras de Crédito, entre outros. Em geral, a renda fixa é considerada menos arriscada do que a renda variável, mas os retornos também podem ser mais moderados.

Já a renda variável tem como característica principal investimentos sujeitos as mudanças do mercado, com rendimentos não previsíveis. O valor dos ativos pode variar significativamente ao longo do tempo. Diferentemente da renda fixa, não há garantia de retorno. Os investimentos em renda variável incluem ações, fundos imobiliários, opções, commodities, entre outros.

Entretanto, a renda variável pode oferecer retornos mais significativos, mas isto está associado a um maior risco de perda, pois os preços dos ativos podem ser influenciados por diversos fatores, incluindo condições econômicas, políticas e de mercado.


STF volta do recesso nesta quinta e precisará lidar com pressão do Congresso

 

 STF - Supremo Tribunal Federal

 

O Supremo Tribunal Federal (STF) volta do recesso nesta quinta-feira, 1, pressionado pelo Congresso Nacional. A relação, tensionada desde o ano passado, após decisões em série que desagradaram deputados e senadores, voltou a estremecer após as operações da Polícia Federal (PF), autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, que levaram a buscas em gabinetes de deputados bolsonaristas na Câmara.

Em 2023, julgamentos como o do marco temporal para a demarcação de terras indígenas e da descriminalização de maconha para consumo pessoal deram gás a investidas intervencionistas sobre o tribunal, que se traduziram em Propostas de Emenda à Constituição para limitar decisões monocráticas e estabelecer mandatos dos ministros.

Nas últimas semanas, as operações da PF contra os deputados Carlos Jordy (PL-RJ) e Alexandre Ramagem (PL-RJ), com apreensão de documentos nos respectivos gabinetes, realimentaram a animosidade entre os Poderes, após a trégua no recesso de final de ano.

Antes da sessão plenária nesta quinta-feira, como é de praxe, autoridades são esperadas no tribunal para a cerimônia de abertura do ano no Judiciário. O presidente do tribunal, ministro Luís Roberto Barroso, vai discursar. O STF não informou se os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), confirmaram presença.

Barroso tem agido cuidadosamente para evitar atritos com o Congresso. Desde que assumiu a presidência do STF, no final de setembro do ano passado, o ministro vem buscando desarmar ânimos e pacificar a relação institucional.

O Supremo retoma os trabalhos ainda desfalcado. O ministro Flávio Dino só tomará posse no dia 22 de fevereiro. Ele próprio pediu um prazo para ajudar na transição do Ministério da Justiça e para se desligar do mandato no Senado.

A presença do futuro ministro é uma das grandes expectativas do ano no STF. Especialistas avaliam que a trajetória política somada ao perfil de liderança e à personalidade incisiva de Flávio Dino podem alterar dinâmicas internas do tribunal.

O que está em jogo no primeiro julgamento do ano no STF

O primeiro julgamento de 2024 será sobre a separação de bens de pessoas que se casam quando já têm mais de 70 anos. O STF volta do recesso direto para a sessão plenária, após a cerimônia de abertura do Ano Judiciário.

Quando o casal escolhe o regime da separação de bens não há divisão de patrimônio em caso de divórcio. Os ministros precisarão decidir se a regra deve valer, obrigatoriamente, para pessoas que se casam quando já têm mais de 70 anos. Quem defende a mudança argumenta que essa é uma segurança para os idosos. Os críticos afirmam que seria uma intervenção indevida na vida privada do casal.

O caso tem repercussão geral reconhecida, ou seja, a decisão do STF valerá como diretrizes para todos os juízes e tribunais do País. O relator é o ministro Luís Roberto Barroso.

Retomada de investimentos terá papel de destaque no crescimento do País em 2024, avalia Fazenda

 


Retomada de investimentos terá papel de destaque no crescimento do País em 2024, avalia Fazenda

Expectativa dos analistas é de que a recuperação dos investimentos compense parcialmente a menor contribuição do consumo e do setor externo. (Crédito: Freepik)

 

Um estudo divulgado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda nesta quarta-feira, 31, apontou a retomada de investimentos como um ponto a ser destacado na perspectiva de crescimento econômico do País em 2024.

De acordo com a nota divulgada pelo órgão, “Balanço Macrofiscal de 2023 e perspectivas para 2024”, a expectativa dos analistas é de que a recuperação do investimento compense parcialmente a menor contribuição do consumo e do setor externo para o avanço da economia brasileira. Para este ano, a SPE projeta uma alta de 2,2% do Produto Interno Bruto do País.

“O retorno do investimento é prerrogativa essencial para que a produtividade do país, que parece ter ganhado impulso em 2023, volte de fato a crescer”, destaca o estudo.

O documento cita que há vários vetores que auxiliarão no processo. No caso do desempenho da formação bruta de capital, foram citados os menores spreads e juros reais no mercado de crédito. Contribuem para esse cenário mais promissor a expansão das emissões de debêntures incentivadas e possibilidade de emissão de debêntures de infraestrutura, o Fundo Clima e incentivos dos bancos públicos à inovação e exportações.

No campo de obras, a SPE ressalta a retomada das obras do PAC e do Minha Casa, Minha Vida.

Também são destacados o novo marco de garantias e os estímulos para realização de parcerias público-privadas.

Para a atração de capital estrangeiro o foco será o Plano de Transformação Ecológica e ainda há a política de depreciação acelerada, para estimular a neoindustrialização.

Projeções

A SPE destaca que o mercado projeta crescimento de cerca de 1,6% para 2024, abaixo dos 2,2% esperados pelo governo.

“A perspectiva de desaceleração do crescimento, para patamar levemente superior a 2%, é conservadora, baseada em leve desaceleração do consumo e do setor externo e em recuperação do investimento, com expansão mais harmônica entre atividades cíclicas e não-cíclicas. Considerando o conjunto de informações já disponíveis, é possível que assim como em 2023 as estimativas iniciais do mercado para a expansão do PIB em 2024 tenham que ser revisitadas”, diz a nota.

O estudo pontua que a contribuição da agropecuária para o crescimento será menor em 2024, assim como seu impacto em outros setores. Sob a ótica da demanda, a contribuição de benefícios sociais para consumo das famílias será menor neste ano, mas ainda positiva – refletindo tanto o pagamento de precatórios quanto expansão do BPC e previdência – vinculados ao salário mínimo.

A expectativa é que essa contribuição menor seja compensada pela expansão das concessões de crédito a pessoas físicas, atreladas à perspectiva de menores juros reais e inadimplência em 2024.

“Essas contribuições, somadas ainda às expectativas de elevação na confiança dos consumidores (repercutindo o processo de desinflação em curso) e ao aumento real de 3% no salário mínimo, estimulando a massa de rendimentos e o retorno da população economicamente ativa ao mercado de trabalho, deverão garantir resiliência ao consumo das famílias e geração de empregos ao longo de 2024”, diz o estudo.

Para o consumo do governo, 2024 manterá o ritmo de expansão. A SPE destaca que as transferências às famílias e investimentos públicos têm pouco impacto sobre esse indicador, mais afetado pela evolução de gastos com serviços prestados pela administração pública, incluindo salários de servidores e despesas com saúde e educação.

O setor externo terá contribuição menor para o crescimento na esteira da desaceleração no ritmo de crescimento das exportações de produtos agropecuários. A perspectiva é a de que ainda seja positivo, reagindo ao crescimento projetado para as exportações de petróleo e derivados.

A SPE ainda destaca que para 2024 a expectativa é de que a desinflação siga ocorrendo, auxiliada por um aumento de produtividade.

Os principais riscos para a consolidação do cenário que aponta o IPCA em 3,6% em 2024 são a ocorrência de eventos climáticos extremos que afetem preços de alimentos, etanol e energia, além do acirramento dos conflitos geopolíticos, levando a disrupções em cadeias produtivas.

Já o aumento da produtividade está ligado à perspectiva de retomada dos investimentos.


Copom confirma tendência e baixa Selic para 11,25%

 


Copom

Acesso ao crédito deve ficar facilitado, acredita economista (Crédito: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil)

 

A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) terminou nesta quarta-feira, 31, com uma nova queda de 0,50% ao ano na taxa básica de juros, a Selic, que agora está em 11,25%.

A decisão já era esperada pelo mercado, que prevê mais cortes do mesmo patamar neste primeiro semestre. De acordo com o boletim Focus do Banco Central, a expectativa é que os juros terminem 2024 em 9%.

“Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica segue consistente com o cenário de desaceleração da economia antecipado pelo Copom. A inflação cheia ao consumidor, conforme esperado, manteve trajetória de desinflação, assim como as medidas de inflação subjacente, que se aproximam da meta para a inflação nas divulgações mais recentes”, disse a nota do anúncio.

O economista Bruno Corano acredita que haverá um retomada de crédito no país e um aumento da atividade econômica com o novo anúncio do BC.

“A decisão no Brasil indica que, gradativamente, deveremos ter uma retomada do crédito e um aumento da atividade econômica, especialmente no que se refere a bens sensíveis a crédito, como a classe dos duráveis, que vão desde veículos e imóveis, até máquinas de lavar roupa e televisores”, disse. 

FED mantém taxa e “empurra” queda de juros para maio

Mais cedo, na super quarta, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) confirmou a manutenção da taxa de juros nos EUA entre 5,25% e 5,50% ao ano.

“O Comitê considera que os riscos para a consecução dos seus objetivos de emprego e de inflação estão a evoluir para um melhor equilíbrio. As perspectivas econômicas são incertas e o comitê permanece muito atento aos riscos de inflação” afirmou, em nota.

“O comunicado veio empurrando os cortes mais pra frente, veio mais para o hawk. O comunicado aponta que não há confiança da inflação voltar ao 2%. Com isso o mercado já está jogando um primeiro corte de março para a reunião que vai acontecer em maio”, disse o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala.

 

 https://istoedinheiro.com.br/copom-confirma-tendencia-e-baixa-selic-para-1125/

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

LVMH, maior grupo de luxo do mundo, tem receita recorde puxada por vendas da Louis Vuitton

 

Holding de Bernard Arnault teve lucro líquido de 15,2 bilhões de euros em 2023, 8% acima do registrado no ano anterior

 

LVMH: Ações da dona da Louis Vuitton caíram mais de 10% em Paris (Charles Platiau/Reuters)

LVMH: Ações da dona da Louis Vuitton caíram mais de 10% em Paris (Charles Platiau/Reuters)

Guilherme Guilherme


A francesa LVMH, maior holding do mercado de luxo do mundo, reportou receita líquida recorde de 23,95 bilhões de euros no quarto trimestre. A holding encerrou 2023 com faturamento recorde de 86,15 bilhões de euros, 9% acima do registrado em 2022. O lucro das operações recorrentes foi de 22,8 bilhões de euros, 8% mais alto na comparação anual. O lucro líquido foi de 15,2 bilhões de euros, também com alta de 8%.

"O nosso desempenho em 2023 ilustra o apelo excepcional das nossas marcas e a sua capacidade de despertar o desejo, apesar de um ano afetado por desafios económicos e geopolíticos. Isso se refletiu nos espetaculares desfiles de moda da Louis Vuitton e Christian Dior, na reabertura do “The Landmark” da Tiffany em Nova York e na popularidade cada vez maior do conceito de loja da Sephora em todo o mundo. 2023 também viu progredirmos em diversas áreas-chave que são componentes essenciais da nossa visão de longo prazo", comenta Bernard Arnault, Chairman e CEO da LVMH em apresentação do resultado. 

Louis Vuitton e Sephora foram destaques no ano

O crescimento principalmente pela linha de Moda e Bens de Couro, que cresceu 9% para 42,17 bilhões de euros no ano passado. O crescimento orgânico da divisão foi de 14%. A marca Louis Vuitton teve grande contribuição, segundo a empresa. "A Louis Vuitton teve um excelente ano, mais uma vez impulsionada pela criatividade e qualidade dos seus produtos, e pelos seus fortes laços com a arte e a cultura. Muitos novos designs foram revelados, incluindo a linha de artigos de couro GO-14 e o novo relógio Tambour, uma fusão da experiência relojoeira suíça com a elegância parisiense da Louis Vuitton", comentou a LVMH. 

Mas nenhuma divisão dentro da LVMH tem crescido mais que a de "Varejo Seletivo", que reportou crescimento orgânico de 25% no ano. A frente é a segunda maior fonte de receita da empresa, responsável pelo faturamento de 17,89 bilhões de euros em 2023. O destaque, segundo a empresa, ficou com a marca Sephora, que "alcançou mais um ano histórico, tanto em vendas como em lucros, continuando a ganhar participação de mercado por meio de sua oferta de produtos e serviços diferenciada e inovadora. As regiões América do Norte, Europa e Oriente Médio, de acordo com o balanço, tem apresentando um "momento forte" nas vendas. 

Somente a divisão de vinhos e destilados apresentou queda de receita em 2023, com recuo de 4% para 6,6 bilhões de euros.

Dividendos

A LVMH anunciou junto ao balanço que, pelo resultado de 2023, irá propor a distribuição de 13 euros de dividendo por ação, hoje cotada a 685 euros.

 

 https://exame.com/casual/lvmh-maior-grupo-de-luxo-do-mundo-tem-receita-recorde-puxada-por-vendas-da-louis-vuitton/