quarta-feira, 10 de abril de 2024

Subsidiária da Vamos assina contrato para adquirir 100% da DHL Tratores

 


Subsidiária da Vamos

A DHL Tratores é uma rede de concessionárias de tratores e equipamentos agrícolas Valtra (Crédito: Valtra)

 

A Vamos informou que a sua subsidiária integral Vamos Máquinas e Equipamentos assinou na terça-feira, 25, um contrato para adquirir 100% da DHL Tratores por R$ 93 milhões, sendo 34% deste valor pago à vista e 66% parcelado em 4 parcelas anuais corrigidas a 90% do CDI.

“Com a aquisição, a Vamos se consolida como maior rede de concessionárias Valtra da América do Sul, adicionando 6 lojas ao seu portfólio de concessionárias de máquinas e equipamentos agrícolas, todas localizadas no Paraná, Estado com o 2º maior valor de atividade agropecuária do Brasil”, afirma a empresa, acrescentando que será nomeada como concessionária exclusiva da marca FENDT na região do sul do Estado do Paraná.+ Como entender a agricultura brasileira antes e depois da Embrapa

A DHL Tratores é uma rede de concessionárias de tratores e equipamentos agrícolas Valtra, com lojas nas cidades paranaenses de Ponta Grossa, Araucária, Cambará, Londrina, Ivaiporã e Cornélio Procópio.

Ao fim do exercício social de 2022, a DHL Tratores apresentou os seguintes números reportados, não auditados: receita bruta de R$ 230 milhões, Ebitda de R$ 37 milhões, lucro líquido de R$ 22 milhões e dívida líquida de R$ 33,0 milhões.

Grupo Cedro investe R$ 200 milhões na produção de café e lidera a nova fronteira agrícola no país

 


O Grupo Cedro, que tem como atividade principal a mineração, está investindo também em fazendas de café através da Cedro Agro. Comprou três em uma das mais novas fronteiras agrícolas do país, a Serra do Cabral, no Centro Norte de Minas Gerais, e começou a estruturá-las para produção. O objetivo, segundo Lucas Kallas, presidente e fundador, e seu sócio Luis Carlos Casim, diretor e sócio responsável pelo negócio, é tornar o grupo um dos maiores produtores de café do país, nos próximos anos.

Os aportes em aquisição de terras e na preparação da primeira fazenda para a produção já consumiram cerca de R$ 200 milhões. Até que as demais estejam prontas e produzindo, a previsão é de que serão necessários mais R$ 500 milhões, dizem.

Com área total de 1550 hectares para plantio, a Fazenda Cedro I, em Francisco Dumont, será a primeira a produzir. Depois de dois anos de preparação da infraestrutura e de plantio, a primeira “cata”, como é chamada a colheita manual dos frutos do café, foi feita nos meses de junho e julho deste ano. A primeira safra de fato, porém, só será colhida em meados do ano que vem. Um tempo recorde para esse setor, que chama atenção dos mais experientes agricultores.

Até lá, segundo Casim, a empresa vai aproveitar a entressafra, e as cerca de 300 sacas colhidas, para promover e validar a qualidade do café; expandir a área plantada dos atuais 900 hectares para 1550 hectares adjacentes, e obter o selo Rainforest Alliance, de sustentabilidade. “É um selo que abre portas para exportação. Já começamos a consultoria, para que a certificação possa sair quando iniciarmos a colheita”, afirma Casim.

Localizadas nas cidades de Joaquim Felício e Lassance, as outras duas fazendas do grupo na Serra do Cabral possibilitarão o plantio de mais 2550 hectares. Somados aos 900 hectares atuais, e aos 650 que ainda serão plantados na Cedro I, a Cedro chegará aos 4100 hectares e estará entre os dez maiores produtores do país.

De acordo com Casim, a expectativa é de que a Fazenda Cedro II seja liberada em janeiro ou fevereiro, para o início dos trabalhos de limpeza de área e construção de barramento e reservatórios e obras de infraestrutura. Com isso, poderá estar pronta no final de 2024. Já a Fazenda Cedro III deve ter a licença liberada apenas no fim de 2024, diz o executivo.

Padrão Cedro

Um dos principais diferenciais dos projetos, segundo Lucas Kallas, presidente do Grupo, é o cuidado com a qualidade e a sustentabilidade dentro dos padrões do Grupo Cedro. “Na Cedro, falamos que o modo certo de se fazer negócios precisa transformar vidas de forma sustentável e é isso que estamos fazendo na região. Todos os projetos são iniciados com o suporte de consultores para atendermos os mais altos padrões de qualidade. Antes de mexer com qualquer árvore, o grupo tira todas as licenças necessárias e a outorga de água. Preferimos tomar cuidado extra, para evitar qualquer dano”, diz.

Na Cedro I, por exemplo, foram encontradas pinturas rupestres em pedras. Por isso, antes de iniciar a preparação da fazenda, diz Casim, o grupo aguardou a anuência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A área de preservação ambiental na fazenda protegerá as pinturas e será equivalente a 50% da propriedade, bem superior à média adotada no Estado de Minas Gerais, de 20%, afirma.

Como a região tem muitas áreas com pedras, nas quais não é possível plantar, a Cedro I fica um pouco distante e isolada de outras fazendas. O distanciamento, segundo Kallas, permitiu ao grupo trabalhar um ano e meio sem precisar usar herbicidas, porque o risco de contaminação por doenças é menor. Além disso, cerca de 80% do adubo usado foi orgânico.

Para garantir a qualidade da produção, o grupo preparou toda a área de plantio para irrigação por gotejamento, construiu dois barramentos e dois reservatórios, na Cedro I. Um tem 500 milhões de litros, o outro 900 milhões de litros. “O café precisa de água no período da florada, nos meses de setembro e outubro. Nossos reservatórios têm água suficiente para irrigar nossa área plantada, mesmo que não chova por até 90 dias”, diz Kallas.

Na área trabalhista, o grupo também segue normas rígidas para garantir o bem estar e a dignidade dos trabalhadores. Nada é feito por freelancers. Todos são contratados com carteira assinada. A fazenda tem alojamento e refeitório com nutricionista. Na hora das refeições, um ônibus faz o transporte entre os talhões e o refeitório, para que todos tenham o ambiente adequado para as refeições e descanso. Todos são contratados nas cidades da região, recebem uniformes para trabalhar, equipamentos de segurança e treinamento. “São diferenciais que, inclusive, facilitam as contratações, porque a notícia de que é bom trabalhar para a Cedro circula nas redondezas”, diz Kallas.

Serra do Cabral

A região onde estão localizadas as fazendas foi escolhida para o investimento da Cedro pelas condições climáticas, hídricas e topográficas favoráveis. Até 2017, a Serra do Cabral era conhecida pela produção de eucaliptos. Desde então, porém, alguns grandes produtores perceberam que havia potencial para o plantio de café e se instalaram na região, hoje vista como uma das principais novas fronteiras agrícolas do país.

Segundo Casim, entre as vantagens da Serra do Cabral para o plantio do café, estão a altitude elevada, que proporciona noites frias e dias quentes; água abundante; topografia plana, que permite a mecanização da produção; e a ausência de geadas. “Há produtores da região com cafés entre os melhores do mundo. E nós, com toda a qualidade que estamos implementando, esperamos alcançar o mesmo patamar de qualidade”, afirma Casim.

O presidente do Conselho de Administração da Cedro Participações, Lucas Kallas
O presidente do Conselho de Administração da Cedro Participações, Lucas Kallas

A seguir, destacamos um trecho da entrevista em que Lucas Kallas trata de sua visão para o negócio da Cedro Agro:

A Cedro é uma empresa com origem na mineração. Por que plantar café? E por que na Serra do Cabral?

Definimos o cultivo de café em função da nossa convicção de que o setor do agro está em pleno desenvolvimento no Brasil. Somos um grupo que tem por definição o empreendedorismo e a vontade incessante de novos desafios. Considerando que o Brasil é o maior produtor de café do mundo, e que Minas Gerias representa 56% deste volume produzido, tínhamos a certeza de que deveríamos fazer desta frente de atuação. Porque a Serra do Cabral possui inúmeros benefícios climáticos e geográficos que o distinguem de outras regiões. Dentre estes, podemos destacar a elevada altitude, topografia plana e amplitudes térmicas que promovem o desenvolvimento gradual dos frutos do café, resultando assim em grãos mais densos e complexos em sabor. Além do exposto, a água em abundância contribui enormemente para o crescimento saudável das mudas do café, bem como para a qualidade dos frutos colhidos. A Serra do Cabral surge assim como uma nova fronteira agrícola para o cultivo de alta qualidade. O projeto da Cedro Agro com o plantio do café sendo 100% irrigado não é apenas um investimento no presente, mas também um legado para o futuro.

A Cedro Agro vai se tornar um dos maiores produtores de Café Brasileiro, nos próximos anos. O que permite que estruturem negócios tão grandes em tão pouco tempo? O que está por trás desse “jeito” Cedro, desse modelo de gestão do grupo?

A Cedro Participações tem suas origens na Cedro Mineração, que por sua vez, e em função do caixa gerado pela mesma, permite que parte destes valores sejam destinados para projetos como da Cedro Agro. Sendo assim, os investimentos realizados pela Cedro Participações na Cedro Agro permitirão que tenhamos em breve um plantio de aproximadamente 4.100 hectares de café. Tudo isto, aliado a um planejamento extremamente bem elaborado, com uma equipe multidisciplinar, selecionada e qualificada para superarmos todas as barreiras e desenvolvermos nossas áreas com a máxima eficiência e produtividade. Sabemos do volume de trabalho que temos pela frente. Mas, sem dúvidas, temos a coragem para investir. A Cedro Participações incluindo as demais empresas do grupo econômico, possuem o “Padrão Cedro” de atuação, organização, estruturação e planejamento aliados a busca continua por sustentabilidade, cuidando constantemente do Meio Ambiente e valorizando todos os colaboradores que fazem parte desta jornada.

De que forma os princípios do ESG da Cedro Participações aparecem na Fazenda Cedro I? E por que a sustentabilidade é importante dentro da estratégia e do jeito Cedro de fazer negócios?

Temos como base os princípios da integridade, respeito e prudência. A Cedro Participações tem um sólido compromisso com o meio ambiente, investimento social e governança em todos os seus negócios. Temos como premissa garantir o desenvolvimento sustentável de nossos negócios na Fazenda Cedro I e o desenvolvimento socioeconômico na Serra do Cabral. Nosso trabalho é orientado pela responsabilidade ambiental. A Cedro Participações realiza constantemente investimentos em P&D para garantir um desenvolvimento de uma produção sustentável nos setores em que atua. Implantamos as melhores práticas para uma constante evolução da gestão ambiental dos nossos negócios. A responsabilidade social está no DNA da Cedro, seja no apoio das ações sociais, culturais e esportivas, seja no fomento ao turismo, à economia local e ao bem-estar da sociedade. Apoiamos mais de 50 projetos sociais, culturais, esportivos e de saúde, além de gerarmos empregos em novas frentes de atuação. Para a Cedro, o termo “compliance” significa estar em conformidade com as leis, regras e regulamentos externos e internos, executando as operações de acordo com as regulamentações aplicáveis aos nossos negócios e atuando em conformidade com os padrões éticos e legais.

Importações de soja e milho do Brasil pela China aumentam 108% em novembro

 


Normalmente, a China compra principalmente soja dos EUA no quarto trimestre do ano, devido à colheita da safra norte-americana

Normalmente, a China compra principalmente soja dos EUA no quarto trimestre do ano, devido à colheita da safra norte-americana - Crédito: Agência Brasil

 

PEQUIM (Reuters) -As importações de soja brasileira pela China aumentaram 108% em novembro em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, com o país sul-americano ultrapassando os Estados Unidos em um período tradicionalmente dominado pelos suprimentos norte-americanos.

A China importou 5,29 milhões de toneladas de sementes oleaginosas do Brasil em novembro, segundo dados da Administração Geral de Alfândega.

Os compradores chineses aumentaram as compras da safra recorde do Brasil deste ano devido aos preços atrativos, enquanto as remessas dos EUA, o segundo maior fornecedor da China, desaceleraram pela seca no Canal do Panamá e no Rio Mississippi.

Normalmente, a China compra principalmente soja dos EUA no quarto trimestre do ano, devido à colheita da safra norte-americana.

Mas as chegadas de novembro dos EUA encolheram 30%, para 2,3 milhões de toneladas, de 3,29 milhões de toneladas no ano anterior.

O total de importações de soja da China em novembro foi de 7,92 milhões de toneladas.

Nos primeiros 11 meses de 2023, o total de embarques do Brasil para a China foi de 64,97 milhões de toneladas, um aumento de 25% em comparação com o mesmo período do ano passado.

As importações totais dos EUA até agora neste ano caíram 8%, para 20,36 milhões de toneladas, segundo os dados.

O Brasil também dominou as importações de milho da China, com 3,22 milhões de toneladas em novembro.

A China registrou um recorde de importações de milho de 3,59 milhões de toneladas em novembro, segundo dados da alfândega, somando-se a uma safra doméstica recorde e pressionando ainda mais os preços no segundo maior produtor do mundo.

(Reportagem de Mei Mei Chu)

Com John Deere, Amaggi anuncia que biodiesel será o único combustível em fazenda de MT

 


A fazenda Sete Lagoas tem 3,6 mil hectares e produz soja e milho

A fazenda Sete Lagoas tem 3,6 mil hectares e produz soja e milho

 

SÃO PAULO (Reuters) – O conglomerado do agronegócio brasileiro Amaggi anunciou nesta quinta-feira que o biodiesel puro (B100) deverá ser o único combustível utilizado nos maquinários das operações da sua fazenda Sete Lagoas, em Diamantino (MT), a partir de março de 2024.Em parceria com a fabricante de máquinas agrícolas John Deere, a iniciativa pioneira segue a estratégia de descarbonização das operações da Amaggi, disse a empresa.

A companhia anunciou em novembro aquisição de 100 veículos adaptados para rodar com biodiesel puro produzido pela própria empresa, que inaugurou uma fábrica do biocombustível neste ano em Mato Grosso.

No Brasil, o diesel vendido nos postos tem atualmente mistura de 12% de biodiesel (B12). A partir de março do ano que vem, o país passará a usar o B14, conforme decisão do governo nesta semana.

A fazenda Sete Lagoas tem 3,6 mil hectares e produz soja e milho. O B100 será produzido na fábrica da Amaggi em Lucas do Rio Verde (MT).

“Uma das nossas metas é a descarbonização dos nossos negócios, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa”, disse o presidente executivo da Amaggi, Judiney Carvalho, em nota.

A operação com B100 na Fazenda Sete Lagoas terá início após anuência da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).

O pedido da Amaggi à autarquia será feito em breve, após devida autorização a ser emitida por órgão ambiental, acrescentou a empresa.

“Esse mesmo combustível vai ser usado para abastecer nossa frota rodoviária a partir do ano que vem e, em breve, vamos estender essa utilização para a nossa frota fluvial”, acrescentou o executivo, confirmando estratégia divulgada anteriormente.

Os testes da empresa para operar com o B100 começaram em março de 2022, na Fazenda Itamarati, a maior da companhia, em Campo Novo do Parecis (MT).

Ao todo, foram quase 20 mil horas de operação de máquinas com o biocombustível, o que atesta a segurança e eficácia para sua utilização.

(Por Roberto Samora)

Lucro líquido da Raízen soma R$ 754,4 milhões, alta de 195% na comparação com o 3º trimestre do exercício anterior

 


A análise do caso chegou a entrar na pauta do colegiado no último dia 25 de outubro, mas foi adiada por um pedido de vista

A Raízen registrou lucro líquido ajustado de R$ 754,4 milhões no terceiro trimestre do exercício 2023/2024 – o equivalente ao quarto trimestre do ano -, alta de 195% ante os R$ 255,7 milhões apurados em igual período de 2023.

A receita líquida da Raízen caiu 3,1% na comparação anual, chegando a R$ 58,491 bilhões no trimestre encerrado em dezembro. Na mesma base de comparação, o resultado operacional medido pelo Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 3,929 bilhões, alta de 32,5%.

Ao longo do trimestre, a Raízen processou 18,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, alta de 36,2% sobre igual período de 2022. O mix foi de 50% de açúcar e 50% etanol, contra índices de 48% e 52%, respectivamente, um ano antes. Segundo a companhia, houve queda de 5,4% no ATR, para 130,5 quilogramas por tonelada e aumento de 12,5% no TCH, para 77,2 toneladas por hectare.

A Raízen também relatou a venda de 1,416 milhão de metros cúbicos de etanol, queda anualizada de 17,6%. O preço médio do etanol comercializado caiu 31%, para R$ 2.599 por metro cúbico. O volume de vendas do açúcar caiu 7,2%, para 2,655 milhões de toneladas. Mas o preço médio realizado cresceu 42,9%, para R$ 2.720/tonelada.

Em mensagem publicada no release de resultados, o CEO da Raízen, Ricardo Mussa, classifica o trimestre como um “dos melhores resultados da história” da empresa. “Em Renováveis & Açúcar, batemos recorde de moagem com substancial recuperação da produtividade. Temos comercializado nosso açúcar em um novo patamar de preços com importante melhora nos resultados. No etanol, mesmo neste ambiente de preços mais pressionados, nosso portfólio diferenciado sustentou preços superiores à média do mercado e nossa estratégia de comercialização vem se mostrando acertada”, disse.

A Raízen ainda reafirmou o guidance para o ano-safra 2023/24. A empresa manteve a projeção de Ebitda ajustado entre R$ 13,5 bilhões e R$ 14,5 bilhões para o período. O investimento previsto fica entre R$ 13 bilhões e R$ 14 bilhões.

Com informações do Estadão Conteúdo

Recorde: Brasil exporta o maior volume de carne de frango registrado em fevereiro

 


A BRF divulgou comunicado, por meio de sua assessoria de imprensa, no qual informa que não foi notificada oficialmente sobre a suspensão da habilitação para exportações de proteína de frango de sua unidade de Dourados (MS)

As exportações de carne de frango do Brasil somaram 397,7 mil toneladas em fevereiro, alta de 4,7% ante o total embarcado no mesmo mês de 2023, o que resultou no melhor resultado para o período na história, com forte demanda de países muçulmanos, afirmou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) nesta quinta-feira.

Segundo o presidente da ABPA, Ricardo Santin, as vendas do maior exportador global de carne de frango no mês passado poderiam ter sido ainda melhores, não fossem os atrasos gerados pela operação padrão dos ficais agropecuários, atualmente em curso.

“De qualquer forma, segue a expectativa de um ano positivo pela influência, em especial, das vendas para as nações islâmicas e determinados destinos da Ásia”, disse Santin, em nota.

A receita de exportações gerada com as exportações de carne de frango (in natura e processada) somou 707 milhões de dólares, queda de 4% ante o período do ano anterior.

No acumulado do primeiro bimestre deste ano, as exportações de carne de frango somam 802,2 mil toneladas, praticamente estável na comparação anual. Já a receita caiu 12,7% para 1,39 bilhão de dólares.

“O início do ano é um período que é fortemente influenciado pelo fluxo de importação pré Ramadã, o período sagrado para a religião islâmica. Neste contexto, além de Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, vimos o notável crescimento das exportações para o Iraque, Catar, Kuwait…”, disse o diretor de mercados da ABPA, Luís Rua.

Entre os cinco principais destinos das exportações brasileiras de carne de frango no primeiro bimestre estão a China, com 80,4 mil toneladas (-28% em relação ao ano anterior), Emirados Árabes Unidos, com 78,2 mil toneladas (+27,7%), Japão, com 76,6 mil toneladas (+26,2%), Arábia Saudita, com 67,6 mil toneladas (+8,4%) e África do Sul, com 50 mil toneladas (-19%).

Governo anuncia 112 mil casas para área rural e movimentos por moradia

 Logo Minha Casa Minha Vida – Logos PNG

O governo federal destinará R$ 11,6 bilhões para a construção de 112,5 mil moradias, no âmbito do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) nas modalidades Rural e Entidades. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (10) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo o Planalto, o total de unidades selecionadas supera em mais de 140% a meta inicial prevista pelo Ministério das Cidades. O programa dará teto a 440 mil pessoas em áreas rurais e urbanas. Muitas delas localizadas em comunidades tradicionais como quilombolas e povos indígenas; e famílias organizadas pelos movimentos de luta por moradia.

O MCMV Rural selecionou e habilitou para atuar no programa 2.105 de propostas de 1.137 de entidades organizadoras ligadas aos movimentos de luta por moradia, bem como organizações de representação de agricultores e trabalhadores rurais, além de entes públicos locais. Já para o MCMV Entidades, foram 443 propostas de 206 entidades organizadoras.

Os grupos mais vulneráveis, como mulheres chefes de família, famílias de áreas de risco, terão prioridades. O Planalto informa que o prazo de contratação das propostas selecionadas será de 180 dias, contados a partir da data de publicação da portaria, mas que poderá ser prorrogado pelo Ministério das Cidades.

A ampliação da meta se deve ao grande volume de propostas apresentadas, bem como à meta do presidente Lula de contratar 2 milhões de novas moradias até 2026. Na avaliação do governo, há uma demanda represada após a interrupção do MCMV nos últimos anos.

Ao discursar durante o anúncio desses números, Lula lembrou de algumas situações problemáticas que teve nos anos iniciais do programa, em especial devido algumas entregas de imóveis de baixa qualidade, motivo pelo qual buscou dar cada vez mais qualidade às habitações construídas pelo programa.

“Tive muito problema com o MCMV. Nem tudo é a maravilha que é hoje. Quando fui inaugurar umas casas em João Monlevade, [em Minas Gerais], minha vontade era a de pegar um cara do governo de lá, que cuidou daquela casa, e jogar na parede, de tanta falta de respeito com o povo pobre, na construção daquela casa”, disse o presidente.

“Foi ali que descobri que uma parte das pessoas não tem a menor noção de que pobre gosta de coisas boas. A casa não tinha nem quintal. Eu fiquei revoltado. Não é possível fazer casa sem varanda ou apartamento sem espaço para a pessoa sair para respirar e ver a lua cheia”, acrescentou.

O presidente explicou que este foi exatamente o motivo de se precisar de um prazo maior para o anúncio de hoje. “Não havia projeto na prateleira, com varanda ou sacada. Por isso exigi casas com varanda e que tenha sacada no apartamento. É preciso que as pessoas tenham um espaço de liberdade. Não custa caro fazer um metro e meio de varanda”.

MCMV Entidades

Segundo o ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, as unidades construídas por meio do MCMV Entidades têm apresentado qualidade bastante superior, na comparação com as feitas por empresas construtoras.

“Pude constatar em cada uma das inaugurações do MCMV Entidades que as casas são maiores, os equipamentos são melhores. Elas têm até elevadores. Sou testemunha disso e tenho falado com cada um dos movimentos sobre a qualidade superior que é a construção, quando feita pelas entidades”, disse o ministro. “Sem nenhum preconceito com as construtoras, mas é um reconhecimento que eu faço: o Minha Casa Minha Vida Entidades feito por vocês são melhores”.

Lula aproveitou a fala de Barbalho para lembrar que, no início do programa, havia, até mesmo dentro das equipes de governo, muita dúvida sobre se essa modalidade do programa seria bem-sucedida.

“Fiquei orgulhoso quando ouvi o Jader dizer que as entidades fazem casa melhor do que os empresários. Quando o cara faz [a própria casa], ele está construindo para ele. Não é alguém que tá fazendo para vender e acabou”, disse o presidente.

“De vez em quando aparece uma denúncia de corrupção em uma cooperativa de trabalhador. Essa denúncia é em geral feita para desacreditar o povo. Para não dar a ele o direito de fazer, sob o argumento de que ele não sabe lidar com dinheiro, e que quem sabe lidar com dinheiro é apenas o rico”, acrescentou.

O presidente antecipou que deverá ampliar o público-alvo beneficiado pelo MCMV. “Estou preocupado com as pessoas que ganham acima de dois ou três salários mínimos. Eles também são trabalhadores. Ganham R$ 4 ou R$ 5 mil e não têm casa. A gente faz casa para pobre e o rico tem financiamento. Mas não tem casa para quem ganha R$ 7 mil”, disse.

“Por isso vamos lançar na semana que vem um programa de crédito habitacional para essas pessoas. E precisamos também criar um programa de reforma de casa”, informou.