sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Angola, Coreia do Sul, México, Reino Unido e Rússia abrem mercados para o Brasil

 Exportação – Como a contabilidade eficiente pode ajudar a ...


Brasília, 27 – O Brasil poderá exportar erva-mate, DDGs (grãos secos de destilaria, subproduto do etanol de milho) e ração compactada de feno para novos mercados, informaram os Ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores, em nota conjunta. As aprovações sanitárias foram recebidas pelo governo brasileiro nesta sexta-feira, 27.

“Essas aberturas de mercado contribuirão para aumentar o fluxo comercial com esses três importantes destinos e reafirmam a confiança internacional no sistema de controle sanitário do Brasil”, destacaram as pastas.

Angola e Coreia do Sul abriram seus mercados para a erva-mate brasileira. A Rússia autorizou a entrada de embriões ovinos do Brasil.

O Reino Unido e o México liberaram a importação de DDGs do Brasil. Para o México, o Brasil poderá exportar também farinha e “pellets” (ração compactada) de feno para alimentação animal.

Além disso, Angola, Coreia do Sul, México e Reino Unido deram aval para flor seca de cravo da Índia e fibra de coco do Brasil – utilizado na indústria da construção e da manufatura.

No ano, o País acumula 138 aberturas de mercado para produtos agropecuários, chegando a 216 desde 2023.

Secretaria de SP e Mackenzie firmam parceria para fortalecimento do agronegócio

 Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Governo do ...


 

São Paulo, 27 – A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo assinou, na noite de da quinta-feira, 26, protocolo de intenções com o Instituto Presbiteriano Mackenzie com o objetivo de incrementar a pesquisa agrícola paulista e desenvolver o setor agropecuário.

Entre as ações previstas estão um projeto de qualificação e formação especializada de estudantes universitários para atender as demandas do setor agrícola e a transferência de conhecimento por meio de estágio, disse a pasta em nota.

 

 

‘Vamos reposicionar a Vale como um grande orgulho nacional’, diz novo CEO

 


Conduzir a empresa ao protagonismo na produção de metais que farão a transição energética, com a sustentabilidade integrada aos processos, e buscar novos mercados para reduzir a dependência da economia chinesa estão entre as prioridades de Gustavo Pimenta, novo CEO da empresa

 

 

Vale

Gustavo Pimenta, CEO da Vale (Crédito: José Palma)

 

Por Regina Pitoscia

 

Gustavo Pimenta é um mineiro de 46 anos, casado, pai de dois filhos e torcedor do Atlético Mineiro. O perfil poderia ser o de um cidadão comum, mas não é. Em 1º de outubro ele assume a posição de presidente da Vale, a terceira maior empresa privada do País e uma das maiores mineradoras do planeta. A posse antecipada em três meses demonstra seu prestígio junto ao Conselho de Administração, que aprovou seu nome por unanimidade e tratou de encurtar o processo de sucessão, como forma de fazer frente às pressões políticas de grosso calibre. O presidente Lula tentou sem sucesso emplacar Guido Mantega, ministro da Fazenda em seus dois primeiros mandatos, no comando ou como conselheiro da companhia.

A mineradora trata o tema com tranquilidade. Afirma que o executivo foi eleito após um rigoroso processo de seleção, calcado em padrões internacionais e seguindo o Estatuto Social da empresa, as políticas corporativas, o regulamento interno e a legislação cabível. Tudo dentro de “alto nível de integridade, transparência e robustez da governança da Vale”.

O currículo de Pimenta, que contempla experiência global nos setores financeiro, de energia e mineração em grandes empresas, e sua atuação na empresa, desde 2021, como vice-presidente executivo de finanças e relações com os investidores, permitiram tratar de assuntos centrais a questões espinhosas da Vale e o credenciam para o cargo. A antecipação de sua posse sinaliza que ele está preparado e traz segurança. Como vem de dentro, não terá de passar por períodos de adaptação. A vida da empresa deve passar a fluir melhor.

 

No curto prazo, a empresa precisa renovar com o governo os contratos na concessão de ferrovias e fechar acordo para cobrir prejuízos em Mariana (Crédito:Mario Tama)
 

Mas nem por isso espera-se que ele vá navegar por águas calmas.
• Ao contrário, de imediato terá de colocar um ponto final a um capítulo triste e trágico na história da Vale, que se arrasta por quase nove anos: o rompimento da barragem do Fundão em Mariana, em novembro de 2015, que causou mortes – além de prejuízos ambientais incalculáveis (a Vale era sócia do empreendimento).
 Agora, empresa e governo parecem estar prestes a fechar um acordo de repactuação da reparação dos danos.
• O governo espera receber, no mínimo, R$ 100 bilhões no prazo de 12 anos.
• Mas as condições não estão costuradas, porque a companhia ofereceu um valor inferior e propôs um prazo de liquidação mais elástico, de 20 anos.

Especialistas não consideram essa dívida uma preocupação do ponto de vista financeiro, já que a empresa tem histórico de boas condições de caixa e não deverá ter problemas em quitar os pagamentos. Entendem, no entanto, que o acerto já passou da hora pelo passivo de imagem que isso traz à companhia diante do mercado, de investidores e do próprio governo. “A finalização dessa questão pode ser vista como um ponto de partida para o retorno de novos investimentos na Vale nos próximos anos”, afirma Bruno Carlos de Souza, doutor em controladoria e ciências contábeis e CEO da consultoria Souza Maas.

 

A expectativa da empresa é de produzir este ano entre 323 e 330 milhões de toneladas de minério de ferro (Crédito:Mauro Pimentel)

 

As questões dos passivos ambientais, relativos tanto a Mariana como a Brumadinho (barragem que se rompeu em 2019), não são riscos relevantes na opinião de João Daronco, analista da Suno. Ele é um especialista no tema desde a época de faculdade, sua tese versa sobre barragens de minério de ferro. Segundo ele, a Vale vem fazendo pesados investimentos no descomissionamento das barragens, quer dizer, construindo novas estruturas de modo a torná-las mais seguras e evitar novos desastres. “Vejo a empresa preocupada com esse aspecto, mais bem preparada e embasada cientificamente com o objetivo de reduzir esse tipo de risco nos últimos anos. Mas ele ainda existe, porque são barragens construídas há décadas e o processo não é simples.”

Outro assunto urgente e que deve ser definido até o fim do ano refere-se às negociações, também com o governo, para a renovação da concessão de ferrovias. A discussão gira em torno de R$ 10 bilhões para a manutenção de contratos que permitam o escoamento de seus produtos sem entraves. Como se vê, existe uma necessidade premente para que Pimenta e sua direção crie canais de interlocução com o governo de forma a garantir andamento dos negócios da companhia.

“Ele vai precisar de um jogo de cintura para lidar com o governo, porque a atividade de mineração depende de concessões públicas, ambientais, de exploração e operação de ferrovias, e acredito que ele tenha essa habilidade”, afirma Rafael Panonko, consultor independente. Até porque algumas arestas devem ser aparadas com o próprio presidente Lula, que não consegue mais influenciar como gostaria nas decisões internas da companhia, como já foi no assado.

A Vale não tem um acionista majoritário que concentre o poder de tomadas unilaterais de decisão:
 91,3% do capital da empresa está nas mãos do setor privado,
 e 8,7% pertencem ao fundo de pensão do Banco do Brasil, a Previ.
• Além do que 73% estão pulverizados entre acionistas na bolsa de valores.

O RISCO CHINA

A maior ameaça às operações e resultados da companhia vem da China, seu principal e maior comprador do minério de ferro. Panonko estima que mais ou menos 50% da produção da Vale é consumida pelos chineses especialmente na construção civil. Como a atividade econômica do país asiático vem desacelerando nos últimos dois anos, com empresas do setor imobiliário em situação difícil, a incerteza é grande em relação aos desdobramentos para a companhia brasileira.

Paulo Vicente, doutor em Administração de Empresas, mestre em Administração Pública e professor da Fundação Dom Cabral, alerta que metade do aço produzido no mundo vem dos chineses. “Se a China entra em crise, todo mundo entra em crise, se ela espirrar é preciso dizer saúde!”

O professor explica que a população chinesa parou de crescer, está na descendente. De 1,4 bilhão de pessoas, atualmente, o país deve chegar a 600 milhões até o fim deste século. “As mulheres pararam de ter filhos, com um encolhimento muito forte da população. E aí não haverá mais tanta necessidade de projetos de infraestrutura nem de casas, com queda na demanda de ferro.” Além disso, o professor pontua que a China está ficando cada vez mais beligerante e agressiva com seus vizinhos. De uma hora para outra, poderá entrar em guerra com um deles. Taiwan e Filipinas são dois alvos possíveis.

Tanto Daronco, da Suno, como Panonko acreditam que esse risco está superdimensionado. É clara a dependência da Vale em relação à China, concordam todos eles, mas o analista da Suno afirma que hoje há uma migração no consumo de aço pela China – de vergalhões usados na construção para aço plano, empregado na produção no setor automotivo, bens de consumo, geladeira e eletrodomésticos entre outros. “Pode haver um impacto sim nos resultados da empresa, mas marginal”, pondera Daronco.

Para contornar e neutralizar eventual queda da economia chinesa, o professor da FDC acredita que a saída é a Vale encontrar novos clientes potenciais. “Para reduzir o risco, é preciso diversificar o portfólio de cliente. Mas onde se achará outra China? Não tem. Tem a Índia, que está crescendo, mas ela terá de promover uma reurbanização e não será o que a China foi nos últimos 25, 30 anos.”

Dos seis metais que farão a transição energética, a Vale se posiciona em dois: ferro e níquel (Crédito:Nelson Almeida)

O crescimento do PIB chinês em 2024 deve ficar em 4,9%. Em2025, será de 4,4%. Depois, deve ficar ao redor de 4%, nos cálculos da economista e consultora da Tendências Yasmin Riveli. São números mais baixos do que os registrados pelo país entre 2021 e 2019 (acima de 7% ao ano). Ela relata que as mineradoras surfaram e foram beneficiadas pelas altas ondas de crescimento chinês, e chama a atenção para outro fator de relevância para a Vale: a produção do minério de ferro de qualidade. Especialmente o minério de ferro extraído de Carajás, no Pará, é de muito boa qualidade, acima da média de mercado de 62%. E, principalmente, como é compatível com métodos de produção mais limpos, essa extração exige menos carvão para a produção de ferro e aço. Por isso mesmo, sua demanda tem potencial de crescimento. É mais indicado na transição energética.

 

A exploração de minério de ferro de qualidade traz vantagem competitiva à Vale que poderá cobrar mais por seu produto (Crédito:Nelson Almeida)
 

Esse diferencial coloca a Vale e o País em vantagem competitiva em relação à Austrália, que tem as maiores mineradoras, mas conta com um minério de ferro de qualidade inferior. Daronco aponta para o desafio de longo prazo para a Vale é ajustar sua dinâmica de atuação: entrar em novos mercados, que estão na Ásia, como Índia e Indonésia.

A Austrália leva vantagem na logística pela proximidade geográfica com esses países, mas a Vale deve ganhar na qualidade de sua commodity e cobrar um prêmio por isso – o que tende a influenciar os seus resultados.

Para a transição energética, a Vale já se encontra bem posicionada em dois dos principais metais – ferro e níquel –, pontua Vicente, da FDC. Mas terá de olhar ainda para o lítio e cobalto usados em baterias, além de cobre, que vai nos condutores. Também deverá se voltar para o alumínio. São os seis principais metais que levarão a uma energia mais limpa.

 

ENTREVISTA
Gustavo Pimenta, CEO da Vale

(Gabriel Lordello/Mosaico Imagem)

“A demanda global por aço continuará aumentando com o crescimento da população e da economia”

Gustavo Pimenta se preparou nos últimos dias para assumir a cadeira de CEO da gigante Vale, que deve acelerar a produção de minerais que vão fazer a transição energética. Nessa entrevista concedida com exclusividade à DINHEIRO, por escrito, ele conta quais serão suas estratégias para manter a companhia como protagonista no setor global de mineração.

O que considera ser seu principal desafio ao assumir o comando da empresa?
A Vale tem uma posição única como provedora de minério de ferro de alta qualidade e de minerais críticos, ambos fundamentais para a transição energética global. Nesse sentido, um dos principais desafios será acelerar o desenvolvimento do nosso portfólio de produtos para atendar a essa demanda crescente. E isso só será possível com um olhar muito integrado sobre a sustentabilidade e uma relação de confiança e parceria com nossos diversos públicos de relacionamento. Não tenho dúvida de que seremos capazes de alcançar tais objetivos e, com isso, reposicionar a Vale novamente como um grande orgulho nacional.

Quais são as estratégias para contornar o desaquecimento da economia chinesa?
A China seguirá sendo o maior produtor de aço do mundo e um grande parceiro comercial da Vale. O que observamos neste momento é uma mudança no padrão de demanda por aço e, consequentemente, de minério de ferro, com uma redução da participação do mercado imobiliário chinês e um crescimento relevante da demanda para manufatura. Isso tem ajudado a suavizar o efeito sobre os preços internacionais.

Mas estão em busca de outros mercados?
Temos visto uma crescente demanda em novos mercados, tanto no Sudeste Asiático quanto no Oriente Médio, esse último se beneficiando de acesso a gás natural competitivo. Nossa visão é de que, no médio e longo prazos, a demanda global por aço seguirá crescendo com aumento populacional e o desenvolvimento econômico. E esse crescimento será voltado a uma produção de aço com menor pegada de carbono, o que para a Vale é muito benéfico, uma vez que continuamos a ter o minério de ferro de melhor qualidade do mundo.

Como a empresa deve se posicionar na corrida de metais para a transição energética?
No ano passado, tomamos a decisão de dar mais autonomia e foco no nosso negócio de metais de transição energética. Estou muito animado com o resultado dessa decisão e a evolução da Vale Base Metals de lá para cá. Nosso grande objetivo é crescer esse negócio, de forma sustentável e competitiva, principalmente no cobre, em que temos muitos recursos e reservas a serem desenvolvidos. A demanda por esses minerais de transição será enorme e o maior desafio está no crescimento da oferta. Temos uma oportunidade única de nos posicionar como um dos grandes produtores de metais de transição energética do mundo, e essa será uma prioridade da companhia nos próximos anos.

Como a empresa deve se engajar nas iniciativas que o governo propõe para enfrentar o agravamento da crise climática?
Sem mineração não existe transição energética. Todas as soluções que hoje conhecemos para reduzir a pegada de carbono do mundo passam pelo minério de ferro de alta qualidade e por minerais críticos. Nosso grande risco, como indústria, é não conseguir ofertar esses minerais no tempo e na forma que o mundo necessita. Isso passa, necessariamente, por acelerarmos nossa jornada em direção à mineração do futuro, fortalecendo nossas ações sustentáveis e auxiliando nossos clientes com produtos que reduzam a pegada de carbono na produção do aço.

A empresa já iniciou esse caminho?
Essa tem sido uma grande prioridade dentro da Vale. No ano passado, por exemplo, demos um passo importante ao garantir 100% de energia renovável para produção de eletricidade e seguimos trabalhando fortemente para acelerar a redução da pegada de carbono na própria operação e na cadeia de produção.

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Quanto menor for a taxa de juro, melhor será para todas as áreas da economia, diz Alckmin

 

Quanto menor for a taxa de juro, melhor será para todas as áreas da economia. A afirmação é do presidente da República em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, ao ser perguntado, na sede da B3, se a elevada taxa de juro impacta negativamente o setor de infraestrutura e a participação de interessados nos leilões de privatização e concessões que o País pretende fazer. “Quanto à taxa de juros, quanto menor ela for, melhor para todo mundo”, reforçou Alckmin, que esteve na sede da B3 nesta quinta-feira, 26, para acompanhar o leilão da Rota dos Cristais.

O leilão foi vencido pela francesa Vinci Highways, estreante em concessões de rodovias federais no Brasil.

A empresa arrematou a concessão da BR-040/GO/MG, conhecida como Rota dos Cristais em um leilão com quatro participantes, acima da média recente, ao fazer uma oferta que embute desconto de 14,32% sobre a tarifa básica de pedágio estipulada. O valor base era de R$ R$ 0,1447/km para pista simples e R$ 0,1882/km para pista dupla, com date base de julho de 2023.

Alckmin comemorou o resultado, prevendo melhoras no trecho concedido, futuro aumento no escoamento de produtos para exportação e mais ingresso de divisas para o País.

Ainda sobre a taxa de juro, Alckmin disse que o governo está fazendo a parte dele para criar condições para que a Selic possa cair a patamares menores e repetiu o que disse na Fiesp na segunda-feira: “O governo está comprometido com o arcabouço fiscal e isso nos levará a taxa de juros menores.”

Basf decide procurar comprador para Suvinil para focar em ‘negócios principais’

 


Suvinil

Empresa vai desinvestir no setor de tintas (Crédito: Divulgação)

 

Bruno Pavani

A empresa química Basf anunciou que fará um desinvestimento no setor de tintas decorativas e que procura um novo investidor para as marcas Suvinil e Glasu. 

Em nota publicada, a companhia alemã afirma que a decisão obedece a uma estratégia global da empresa, focando no gerenciamento ativo do portfólio para gerar valor. 

“Essa decisão estratégica visa aproveitar o momento de mercado e os fortes resultados do negócio no Brasil. O desinvestimento representa uma oportunidade para um novo dono investir no valor contínuo e no crescimento do negócio de tintas decorativas”, afirma a nota. 

A empresa também afirmou que o desinvestimento não vai afetar os clientes e colaboradores. 

“Estamos totalmente comprometidos com nossos clientes e continuaremos a atendê-los com paixão inabalável. Durante todo o processo, manteremos os altos padrões de qualidade e serviço que já são marcas registradas de Suvinil e Glasu”, afirmou Marcos Allemann, Vice-presidente de Tintas Decorativas da BASF Coatings. 

A estratégia da marca é dividir os setores em que atua entre negócios principais, que envolve químicos, materiais, soluções industriais e nutrição e cuidados; e negócios independentes, que atendem indústrias específicas e envolvem catalisadores ambientais e soluções metálicas, materiais para baterias, tintas e soluções para agricultura.

H&M vai abrir sua primeira loja no Brasil no Iguatemi

 


vendas

H&M apresentou números com vendas trimestrais abaixo do esperado (Crédito: Mike Segar/REUTERS)

 

A H&M vai abrir sua primeira loja no Brasil dentro do Iguatemi Faria Lima — ocupando um espaço de 1,3 mil metros quadrados num dos shoppings mais premium do País.

Ciro Neto, o vp comercial do Iguatemi, disse ao Brazil Journal que a loja deve abrir no segundo semestre de 2025, depois das reformas necessárias. As conversas com a varejista sueca começaram há mais de um ano.

“A chegada da H&M reforça o nosso posicionamento junto às principais marcas internacionais no Brasil,” disse Ciro, lembrando que nos últimos anos o Iguatemi atraiu as primeiras lojas no Brasil da Loewe e da Le Labo, além das primeiras flagships da Balenciaga e da Tiffany’s.

Leia a reportagem completa no Brazil Journal.

 

No RS, o desafio da reconstrução pós-enchente em meio a novas catástrofes climáticas Brasil afora

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 Novas chuvas no estado acendem o alerta sobre a capacidade do Rio Grande do Sul aguentar novas catástrofes climáticas em um curto período de tempo

 (Instituto Helda Gerdau/Divulgação)

(Instituto Helda Gerdau/Divulgação)


Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Cinco meses após as enchentes que atingiram em cheio o Rio Grande do Sul, as chuvas voltaram a preocupar os gaúchos nesta semana. Várias regiões do estado estão lidando com com tempestades isoladas, chuvas persistentes, rajadas de vento intensas e alagamentos pontuais. Pelo menos 800 pessoas estão fora de suas casas e há rodovias bloqueadas. 

A chuva intensa acende um alerta que é o principal ponto de apreensão entre moradores, empresários e a comunidade gaúcha: se as precipitações forem altas, há chance de haver novos alagamentos que destruirão o que está sendo reconstruindo a duras penas? 

A reportagem do Negócios em Luta (especial da EXAME para acompanhar a reconstrução do estado) esteve no Rio Grande do Sul na última segunda-feira, 23, e ouviu de mais de um articulador empresarial que, por enquanto, as medidas de prevenção estão andando de lado. 

A maior preocupação, pelo menos em Porto Alegre, é pela dragagem do Guaíba. Com as chuvas intensas de maio, entulhos de diversas regiões do Estado acabam “estacionando” no fundo do rio, que perdeu profundidade. Ou seja, em novas chuvas, o Guaíba, por estar mais raso, precisa encher menos para transbordar.

O alerta já vem sendo motivo de discussão há algumas semanas. Recentemente, em entrevista à EXAME, o CEO da Lojas Renner, Fábio Faccio, já falava sobre o assunto.

“A dragagem tinha que ter começado no dia seguinte. Qualquer país no mundo, no minuto seguinte, você veria 10 dragas no Guaíba. Eu ainda não vi nenhuma”, disse.

Apesar das novas preocupações, diversas iniciativas estão trabalhando para uma reconstrução de maior prazo. Uma delas vem de uma das maiores famílias do Estado, os Gerdau Johannpeter, fundadores da produtora de aço Gerdau. 

Com o instituto familiar Helda Gerdau e com o braço de responsabilidade social da própria empresa, 75 milhões de reais já foram doados. Um dos principais produtos é o Regenera RS, um fundo filantrópico para atuar na reconstrução do Estado. Já foram captados 38 milhões de reais no projeto, sendo 10 milhões de reais aportados pela Gerdau e outros 20 milhões de reais, pela própria família Gerdau Johannpeter.

Confira a entrevista com a presidente do Instituto Helda Gerdau, Beatriz Johannpeter.

Como a família está trabalhando para ajudar a reerguer o Rio Grande do Sul?

A Gerdau tem um instituto que é da empresa, e o familiar, Helda Gerdau, que eu presido. Essas duas organizações, no momento da calamidade, resolveram criar um fundo filantrópico à parte. Naquele momento de extrema necessidade — e nós, como uma família de raiz gaúcha —, entendemos que seria preciso de algo mais estruturado. Havia muitos potenciais financiadores que também queriam ajudar. Foi quando criamos o fundo e partimos para um movimento mobilizador, com uma coalizão de investidores. É um fundo que já nasceu com 30 milhões de reais para investimento filantrópico e hoje tem em torno de 40 milhões de reais. O nome é Regenera RS. 

Em quais projetos vocês investem?

Atuamos em quatro áreas: habitação, educação, soluções urbanas e apoio a pequenos negócios. Em todo estado, em qualquer região afetada pelas calamidades. Num primeiro momento, foi mais voltado para habitação, construção de casas. Depois, também ajudando a secretaria de Educação. Depois, estruturamos melhor o fundo, com uma governança independente, um conselho consultivo multi-stakeholder e com comitês técnicos participando e ajudando a avaliar onde destinar o dinheiro. A ideia é que seja um fundo com capacidade para dar apoio por dois anos. 

A ideia é que o fundo também consiga acompanhar as obras?

Sim, por isso é um fundo de longo prazo. Mas também queremos deixar registrado o aprendizado. Essas calamidades estão se repetindo em diferentes locais, e precisamos aprender com as práticas que estamos adotando. A ideia é usar 30% do fundo para questões bem emergenciais e o resto num plano mais estruturado de recuperação do Estado. Até agora, já aplicamos 8 milhões de reais. 

Nesses primeiros 100 dias, quais foram os principais aprendizados de como será o processo de reconstrução do Estado? Está no ritmo que vocês gostariam? 

O que aprendemos agora é que, passado esse período, já está mais difícil captar recursos, porque já aconteceram outras calamidades no país depois, como os incêndios e a seca de agosto e de setembro. Também houve redução na cobertura do assunto, mas os desafios seguem gigantescos. O recurso filantrópico ajuda, mas é muito pequeno para fazer a transformação que o Estado precisa. Como instituto, vamos ajudando outras frentes também, programas de crédito para PMEs, iniciativas de consultorias para pequenos empresários. Casamos recursos financeiros com outros tipos de capitais, com outras iniciativas, porque senão fica muito limitado. Vamos fazendo co-investimentos e trabalhando juntos. Por isso também estruturamos uma governança independente para cuidar do fundo e visualizar esses projetos que podem incentivar uma construção a longo prazo. 

A ideia é também conseguir fazer um trabalho preditivo, não só correr atrás do prejuízo.

Exatamente. Por isso que nosso fundo se chama Regenera. A gente se inspirou na regeneração. Outras emergências vão surgir e precisamos pensar diferente. 

Pode dar alguns exemplos de investimentos que já foram feitos pelo fundo? 

Um grande exemplo que acabamos de entrar é na construção da primeira Favela 3D da Gerando Falcões no Rio Grande do Sul. Já tinham conversas mesmo antes da calamidade, mas seriam em áreas diferentes. Agora, em função da calamidade, se escolheu que será na cidade de Eldorado do Sul, que foi muito atingida. O fundo Regenera é um dos apoiadores, entrando com 1 milhão de reais. E o Instituto Helda Gerdau vai entrar, também, com outro um milhão de reais. E não se trata apenas de um projeto de habitação, mas de empregabilidade, de acolhimento na primeira infância, na geração de renda. É uma mandala de oportunidades.  

Do que o Rio Grande do Sul precisa agora? 

Somar esforços. Poder público, empresas e organizações sociais precisam unir esforços. Ninguém vai resolver as questões sozinho. É preciso ouvir as necessidades das comunidades, buscar os recursos adequados. Mas sem dúvida, o que mais precisamos agora é articulação para construir soluções que realmente façam a diferença, que possam dar conta das necessidades mais imediatas, mas que também levem em consideração o que pode vir pela frente. 

Confira outras iniciativas da Gerdau

Educação

  • Reconstrução da Escola Municipal Liberato Salzano, em Porto Alegre, em parceria com Ambev e execução da Brasil ao Cubo.
  • Iniciativa para reformar 13 escolas públicas (municipais e estaduais) nas cidades de Sapucaia do Sul, Charqueadas e São Jerônimo.
  • Apoio financeiro, via fundo RegeneraRS, ao Projeto de Volta Para a Escola, liderado pela ONG União BR. O objetivo é reequipar as cozinhas das escolas estaduais.
  • Sob a liderança do MBC – Movimento Brasil Competitivo, estamos apoiando uma consultoria que está realizando um trabalho técnico junto a Secretaria de Estado de Educação, para construção do plano de retomada das aulas em todo o Rio Grande do Sul.

Habitação

  • Gerdau e a ONG Gerando Falcões se uniram na criação de um fundo destinado a mobilizar recursos financeiros com foco em habitação no Rio Grande do Sul. A Gerdau fez um aporte de R$ 5 milhões, destinado para moradias temporárias. Dentre as ações está a disponibilização de 100 Unidades Habitacionais de Emergência no Centro Humanitário de Acolhimento de Canoas, em parceria com agência da ONU, a ACNUR. 
  • Apoio financeiro para o projeto de construção de 50 casas definitivas em steelframe, em parceria com o Sinduscon-RS.
  • Apoio no Projeto Legado Habitação RS para construir 500 novas casas, em parceria com a União BR, com doação de aço Gerdau para a base das moradias.

Infraestrutura

  • Reforma do telhado do Hospital Regional de São Jerônimo.
  • Apoio financeiro e doação de aço para a reconstrução da ponte do Arroio Curupa, na cidade de Agudo.
  • A Gerdau se juntou à Corsan (Aegea) na instalação temporária de uma Estação Móvel de Tratamento de Água no terreno da unidade Riograndense, em Sapucaia do Sul. A ETA móvel com capacidade de uma vazão de 20 litros de água por segundo ou 1,7 milhão litros por dia, atuou nas primeiras semanas suprindo a demanda de água potável para a cidade.
  • Parceria com a Randoncorp para doação de aço e reconstrução de 10 pontes na região da serra gaúcha.

Doações

  • Encaminhamos um volume importante de doações às comunidades (cestas básicas, colchões, kits de higiene, produtos de limpeza, cobertores, entre outros itens), e envio de água potável para apoiar as comunidades onde temos presença. Já foram doadas mais de 60 toneladas de alimentos, mais de 68 mil itens de limpeza e higiene e mais de 50 mil litros de água mineral.
  • Realizamos uma campanha de doação de recursos financeiros, convidando os colaboradores no Brasil para participar. O valor arrecadado de R$ 68 mil foi dobrado pela Gerdau e repassado ao Banco Social da FIERGS (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul.
  • Programa de Voluntariado Gerdau: Contamos com a mobilização de colaboradores e colaboradoras das nossas unidades que atuaram de forma voluntária para apoiar de forma emergencial a população do Rio Grande do Sul, dedicando seu tempo para auxiliar no recebimento, separação e entrega de nossas doações à população gaúcha

Empreendedorismo

  • Apoio financeiro ao projeto ProLata Cooperativas para a doação de equipamentos operacionais em duas organizações de cooperativas situadas em Porto Alegre.
  • Apoio financeiro para a reforma do Instituto Caldeira.