As exportações brasileiras de carne bovina atingiram mais de 357 mil toneladas em outubro de 2025, o maior volume mensal desde o início da série histórica em 1997,
de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria,
Comércio e Serviços (MDIC/Secex) compilados pela Associação Brasileira
das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC).
O
resultado representa alta de 1,5% em relação a setembro (352.035 t),
que até então havia sido o recorde, e de 18,7% sobre outubro de 2024
(301.069 t).
A receita do mês totalizou US$ 1,90 bilhão, aumento
de 39,1% em relação ao mesmo período do ano passado (US$ 1,37 bi). De
janeiro a outubro, o Brasil exportou 2,79 milhões de toneladas, com
valor acumulado de US$ 14,31 bilhões, o que representa crescimento de
16,6% em volume e 35,9% em valor frente ao mesmo período de 2024 (2,40
milhões t; US$ 10,53 bi). O desempenho mantém o país próximo do recorde
de 2024 (2,89 milhões t; US$ 12,8 bi) e confirma a liderança brasileira
nas exportações mundiais de carne bovina. Ao todo, os embarques chegaram
a 162 países em 2025.
Segundo
o presidente da ABIEC, Roberto Perosa, o desempenho de outubro confirma
a força do setor, o avanço na abertura e ampliação de novos mercados em
parceria com os Ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores e
com a ApexBrasil, além do equilíbrio entre o mercado interno e as
exportações.
“O
Brasil segue ampliando sua presença internacional com qualidade e
regularidade de fornecimento, resultado do trabalho conjunto entre a
indústria e o governo na abertura de novos mercados. Mas é importante
lembrar que apenas cerca de 30% da carne produzida no país é exportada,
enquanto a maior parte, em torno de 70%, abastece o mercado interno.
Isso mostra a robustez do consumo doméstico e o equilíbrio entre atender
à demanda brasileira e consolidar nossa posição entre os principais
fornecedores do mundo.”
Caso
mantenha o ritmo atual, o Brasil deve ultrapassar essa marca histórica
ainda em novembro, consolidando 2025 como o melhor ano da série desde o
início dos registros em 1997.
Composição dos embarques
A carne in natura respondeu por 89,7% do volume total (320.559 t) e 93,5% da receita (US$ 1,77 bi), seguida por miúdos
(22,1 mil t; US$ 71,4 mi) e produtos industrializados (7,3 mil t; US$
47,9 mi). Também foram exportadas gorduras (4,2 mil t; US$ 8,4 mi), tripas (2,8 mil t; US$ 5,1 mi) e carnes salgadas (0,2 mil t; US$ 0,7 mi). O preço médio da carne in natura foi de US$ 5.539 por tonelada.
Principais destinos
A
China manteve a liderança em outubro, com 190.829 toneladas (US$ 1,046
bilhão), o equivalente a 53% do volume e 55% da receita total do mês. Em
seguida vieram União Europeia (17.099 t; US$ 140,4 mi), Estados Unidos (12.935 t; US$ 83,1 mi), Chile (12.776 t; US$ 72,3 mi), Filipinas (12.437 t; US$ 56,3 mi), México (10.172 t; US$ 56,2 mi), Egito (12.142 t; US$ 53,9 mi), Rússia (11.816 t; US$ 48,6 mi), Arábia Saudita (6.564 t; US$ 34,7 mi) e Hong Kong (7.811 t; US$ 29,7 mi).
No
acumulado de janeiro a outubro, a China segue como principal destino,
com 1,34 milhão de toneladas (US$ 7,10 bilhões), o que representa 48,1%
do volume e 49,7% do valor total exportado. Em segundo lugar estão os
Estados Unidos, com 231,9 mil toneladas (US$ 1,38 bilhão), seguidos por
México (104,3 mil t; US$ 569,4 mi), Chile (104,4 mil t; US$ 569,8 mi) e
União Europeia (101,4 mil t; US$ 824,0 mi).
Os mercados que mais
ampliaram suas compras em 2025 foram México (+213%), União Europeia
(+109%), China (+75,5%), Rússia (+50,4%) e Estados Unidos (+45%),
demonstrando a diversificação e o fortalecimento das exportações
brasileiras.
Juntos, os dez principais destinos responderam por
cerca de 84% do total exportado, com destaque para a China (48% do
volume), Estados Unidos (8%), México e Chile (cerca de 4% cada), o que
demonstra a ampla diversificação geográfica das vendas brasileiras.
Apesar do tarifaço, Estados Unidos mantêm desempenho positivo
Mesmo
com retração nos embarques aos Estados Unidos nos últimos três meses,
em razão das tarifas adicionais impostas em agosto, quando foram
exportadas 9,3 mil toneladas, seguidas de 9,9 mil toneladas em setembro e
12,9 mil toneladas em outubro, o país segue como um destino fundamental
para a carne bovina brasileira.
Apesar da medida, o Brasil mantém
as exportações aos norte-americanos, sustentado pela competitividade e
regularidade do produto. No acumulado de janeiro a outubro, as vendas
somaram 232 mil toneladas, aumento de 45% em volume e 38% em valor em
relação ao mesmo período de 2024 (160 mil t; US$ 1,0 bilhão), superando o
total exportado em todo o ano passado (229 mil t; US$ 1,35 bilhão).