Principal índice da B3 registrou leve alta de 0,28%, após ultrapassar os 137 mil pontos ao longo da sessão; moeda norte-americana recuou 0,07%
O Ibovespa fechou em leve alta nesta quarta-feira, 21, renovando máximas históricas e ultrapassando no melhor momento os 137 mil pontos pela primeira vez, apoiado principalmente na alta de cerca de 2% das ações da Vale.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou com um acréscimo de 0,28%, a 36.463,65 pontos, após chegar a 137.039,54 pontos no melhor momento. Na mínima, marcou 136.088,18 pontos.
O volume financeiro somava R$ 21,35 bilhões, de uma média diária de quase R$ 29 bilhões em agosto.
O dólar também fechou a quarta-feira perto da estabilidade ante o real, após ter alternado altas e baixas em diferentes momentos da sessão, com investidores em busca de pistas sobre o futuro dos juros nos Estados Unidos e no Brasil.
A moeda norte-americana à vista fechou em leve baixa de 0,07%, cotada a R$ 5,4823. Em agosto a divisa acumula queda de 3,07%. Veja cotações.
Às 17h03, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,02%, a 5,4875 reais na venda.
O dia do Ibovespa
Nos Estados Unidos, dados mostraram uma criação bem menor de empregos de abril de 2023 a março de 2024 do que anteriormente divulgado, enquanto a ata da última decisão de política monetária do Federal Reserve reforçou o sinal de corte de juros em setembro.
Na visão do estrategista-chefe da Avenue, William Castro Alves, a forte revisão para baixo nos dados de emprego — 818 mil postos a menos — reforça a leitura de um mercado de trabalho menos pujante que os dados preliminares sugeriam.
“Diante disso, o cenário se torna cada vez mais favorável ao início de uma mudança na política monetária pelo Fed, possivelmente resultando em cortes de juros na próxima reunião”, avaliou, referindo-se ao encontro de 17 e 18 de setembro.
A ata da reunião de julho do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), por sua vez, que manteve os juros 5,25% a 5,50%, mostrou integrantes do Fed fortemente inclinados a um corte em setembro e vários deles dispostos a reduzir a taxa ainda no mês passado.
Em julho, “a grande maioria” dos membros do Fed “destacou que, se os dados continuassem a vir de acordo com o esperado, provavelmente seria apropriado flexibilizar a política monetária na próxima reunião”, disse a ata.
Para Castro Alves, o documento indica a disposição ou a elevada probabilidade do Fed em mudar sua política monetária e começar a reduzir os juros em setembro.
“O que pudemos ver nessa ata foi um aumento das preocupações com o mercado de trabalho e a desaceleração da economia, o que corrobora a percepção de aumento de probabilidade de cortes de juros”, acrescentou.
Em Nova York, o S&P 500 fechou em alta de 0,42%.
“Agora, as atenções se voltam para a fala de Powell na sexta-feira”, disse o responsável pela área de renda variável da Criteria, Thiago Pedroso, referindo-se ao discurso do chair do Fed, Jerome Powell, em evento em Jackson Hole.
A consolidação de apostas de que o BC norte-americano começará a reduzir os juros da maior economia do mundo em setembro tem apoiado o fluxo de capital externo para a bolsa paulista, principal suporte para o avanço recente do Ibovespa.
DESTAQUES
– VALE ON avançou 1,92%, em sessão positiva para o setor de mineração e siderurgia, acompanhando os futuros de minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian fechou as negociações diurnas em alta de 4,58%.
– PETROBRAS PN recuou 0,6%, acompanhando a piora dos preços do petróleo no exterior, onde o Brent fechou negociado em queda de 1,49%.
– CVC BRASIL ON disparou 12,75%, tendo como pano de fundo comunicado da empresa relatando que fundos de investimento sob a gestão da WNT passaram a deter 26.333.100 ações ordinárias de emissão da operadora de turismo, o equivalente a 5,01% do capital social da companhia.
– PETZ ON valorizou-se 7,07%, ainda embalada pela reprecificação dos papéis após fechar o acordo para combinações de suas operações com as da rival Cobasi. Desde o anúncio, a alta já alcança cerca de 49%.
– ASSAÍ ON recuou 3,42%, no segundo dia de queda seguido, refletindo ajustes após acumular até a última segunda-feira um ganho de 9% em agosto. CARREFOUR BRASIL ON acompanhou o movimento e fechou em baixa de 2,03%, com a alta contabilizada no mês até a segunda-feira alcançando quase 5%.
– PAGBANK, que é negociada em Nova York, desabou 14,53% após divulgação do balanço do segundo trimestre, bem como revisão de previsões para 2024, reflexo de realização de lucros e com analistas enxergando alguma piora na qualidade dos números. O BDR do papel na B3 caiu 14,38%.
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