terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Paquistão quer investidor do Brasil em TI comunicações e energia

 
 
 
A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Lacerda Prazeres, reuniu-se (foto) nesta segunda-feira (21/1) com o embaixador do Paquistão no Brasil, Nasrullah Khan, que manifestou interesse em atrair investidores brasileiros para as áreas de tecnologia da informação, comunicações e energia. Em março deste ano, o ministro de Comércio do Paquistão, Makhdoom Amin Fahim, virá ao Brasil acompanhado de uma comitiva de empresários paquistaneses dispostos a realizar parcerias comerciais entre os dois países. “O Paquistão tem a sétima maior população mundial, representando hoje um mercado com grande potencial de desenvolvimento, e as parcerias comerciais com o Brasil podem ser muito proveitosas”, avaliou a secretária durante o encontro. Intercâmbio Comercial Em 2012, as exportações brasileiras para o Paquistão somaram US$ 192,88 milhões, com crescimento de 8,7% na comparação com o ano anterior. O desempenho foi melhor que o registrado pelo Brasil nas suas vendas totais no ano, que tiveram queda de 5,3%. As compras brasileiras do Paquistão somaram, em 2012, US$ 92 milhões, com aumento de 15,7% em relação a 2011. Com isso, o saldo comercial foi positivo para o Brasil em US$ 100 milhões no ano passado. Os principais produtos brasileiros exportados para o mercado paquistanês, em 2012, foram: algodão em bruto (US$ 113 milhões, representando, 58,9% do total); polímeros de etileno (US$ 12 milhões, 6,4%); bombas, compressores e ventiladores e partes (US$ 11 milhões, 5,8%); desperdícios e resíduos de ferro e aço (US$ 9 milhões, 4,7%); e papel e cartão (US$ 6 milhões, 3,6%). Já os principais bens adquiridos pelo Brasil do Paquistão foram: tecidos de algodão (US$ 23 milhões, representando 25,6% do total); brinquedos, jogos e artigos para diversão (US$ 9 milhões, 10,5%); instrumentos e aparelhos médicos (US$ 6 milhões, 7,5%); sucos e extratos vegetais e matérias pécticas (US$ 4 milhões, 5,2%): e sobretudos e casacos (US$ 4 milhões, 5,2%).   

O Brasil que atrair pesquisadores estrangeiros

Programa do governo traz pesquisadores estrangeiros ao Brasil.

Diante da falta de mão de obra especializada no país, o governo está investindo na atração de lideranças científicas internacionais e na busca por “cérebros” no exterior –brasileiros que concluíram doutorado ou pós-doutorado em instituições estrangeiras e não retornaram ao país.
Por meio do programa Ciência sem Fronteiras, 597 especialistas já foram selecionados para desenvolver pesquisas em solo nacional. A meta é chegar a 1.250 até 2015.
Duas modalidades do programa, lançado no final de 2011, estão focados nessa tarefa: a bolsa para “atração de jovens talentos” e a de “pesquisador visitante especial”.
As áreas prioritárias são as mesmas da escolha de alunos de graduação para intercâmbio: engenharias, ciências exatas e da saúde, biologia, tecnologias e indústria criativa.
“Eu espero que haja uma imigração grande para o nosso país. Não para competir, mas para criar junto com os nossos”, afirma Helena Nader, presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência).

O movimento já traz resultados. Na Faculdade de Medicina da USP, uma bióloga cubana está envolvida na construção de um laboratório para estudo da sinusite.
Outra pesquisadora, brasileira, desenvolveu uma fórmula para o tratamento de infecção na córnea e já pediu a patente da descoberta.

Os cientistas recebem uma bolsa mensal de R$ 7 mil ou R$ 14 mil, além de auxílio anual para desenvolvimento da pesquisa. Até agora, R$ 155 milhões já foram comprometidos com a ideia.
A remuneração dos bolsistas contrasta com a feita aos pesquisadores com bolsas da Capes e CNPq, agências de fomento no Brasil. Uma bolsa para alunos de pós-doutorado da Capes é de R$ 3.700, pouco mais da metade da remuneração de jovens inscritos no Ciência sem Fronteiras.

“O governo brasileiro precisa acabar com a ideia de que ser pesquisador é hobby. Esse valor não é um auxílio”, pondera Ariana Serrano, 36 anos, selecionada pelo programa federal.
Com graduação e mestrado em engenharia elétrica na USP, Ariana retornou ao Brasil no ano passado após fazer pós-doutorado na universidade de Grenoble, na França.

A italiana Noemi Spagnoletti concluiu doutorado há três anos no Piauí sobre macacos-prego e voltou ao país para pesquisa sobre a relação desses animais com moradores da região.
O projeto começou ano passado, com auxílio da bolsa do Ciência sem Fronteiras.

A maioria dos bolsistas vêm da Europa. É lá que está o polo mais importante de estudo sobre causas da sinusite, segundo o professor de medicina da USP, Richard Voegels.
Com auxílio da bióloga Claudina Novo, da Universidade de Ghent, na Bélgica, a faculdade planeja construir um laboratório para estudo das causas da sinusite.

Flávia Foreque
(Folha de S. Paulo – 21/01/2013)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Indústria têxtil espera criar 300 mil novos empregos até 2025 com novo regime tributário

De acordo com uma simulação feita pela Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), se for a aprovado, o novo regime poderá aumentar em 69% a produção física do setor

Redação, Administradores.com,
O presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), Aguinaldo Diniz Filho, apresentou nesta segunda-feira (21), durante coletiva de imprensa, uma simulação da proposta de  Regime Tributário Competitivo para a Confecção, o RTCC, que visa desonerar, simplificar e desburocratizar a carga tributária que incide sobre as confecções. O estudo, que será concluído e entregue ao governo federal em março, se aplicado, poderia aumentar em 69% a produção física e gerar cerca de 300 mil novas vagas de emprego no setor, até 2025, em todo o Brasil, segundo a entidade.

“O setor têxtil e de confecção brasileiro tem enfrentado inúmeras dificuldades, mas não podemos nos intimidar. É preciso olhar para frente e vislumbrar as oportunidades. E é justamente este o nosso objetivo com o RTCC, resgatar a competitividade do segmento, pois não há país forte sem uma indústria de transformação forte”, afirmou Diniz Filho.
Na ocasião, o presidente da Abit também apresentou um balanço de 2012 e as estratégias da entidade para este ano.  

Dentre os resultados de 2012 estão:

- Produção: queda de 4,6% na de produtos têxteis e de 10,5% na dos confeccionados, de janeiro a novembro, em comparação a igual período de 2011
- Empregos: estimativa de redução do pessoal ocupado em mais de 130 mil postos de trabalho, segundo  o IBGE, que mede empregos diretos e indiretos
- Balança comercial: déficit de US$ 5,3 bilhões e estimativa de chegar a US$ 5,8 bilhões de déficit neste 2013 se as condições continuarem as mesmas
- Investimentos: US$ 2,2 bilhões

Na agenda do setor, os focos de atuação em 2013 são:

 - Salvaguarda para vestuário
- Pleitear Regime Tributário Competitivo para Confecção

China: novos rumos, mais oportunidades

Brasil pode investir em diversas áreas, como tecnologia, exploração espacial e infraestrutura

Redação Administradores, KPMG Business Magazine 
 
A China continua a ter na Europa o principal mercado consumidor para os seus produtos. Mesmo assim, conforme a União Europeia consegue soluções adequadas para equilibrar as contas mais comprometidas da zona do euro, a China sente o efeito das exportações em declínio. Em seus esforços para amenizar o impacto da crise europeia e estimular o crescimento orgânico, o governo chinês tem apresentado novas orientações e expectativas.


Os objetivos da China estão mais focados em desenvolver o consumo doméstico e tornar-se menos dependente das exportações líquidas.
Em entrevista concedida à revista KPMG Business Magazine 26, Peter Fung, líder global da Prática Chinesa da KPMG, analisa as orientações do novo governo chinês. Ele também explica como o Brasil pode aproveitar as oportunidades resultantes dessas mudanças.

Business Magazine - De que forma a crise dos países da zona do euro tem afetado a China?

Peter Fung - O impacto é visível principalmente nas exportações líquidas e no volume de investimentos estrangeiros diretos (IED) na China. Nas três últimas décadas, o IED na China cresceu exponencialmente, atingindo o ponto máximo de US$ 116 bilhões em grande parte provenientes da Europa. Com a crise, os investimentos estrangeiros diretos na China caíram para US$ 83,4 bilhões no terceiro trimestre de 2012. Ou 3,8% em relação aos US$ 86,7 bilhões de igual período de 2011. A participação europeia nesse montante caiu 6,3%.
Outro impacto foi sentido nas exportações líquidas. A China ainda é líder em produção e exportação, principalmente para a Europa. Contudo, diversos países compradores cortaram seus gastos com importações chinesas. Com isso, as exportações líquidas da China foram severamente impactadas. No terceiro trimestre de 2012, as vendas chinesas para a União Europeia caíram 17%, passando de US$ 108,2 bilhões para US$ 89,9 bilhões, em comparação com o mesmo período do ano passado.

BM - De que forma a China tenta reverter essa situação?


PF - Para a China, a reforma econômica significa mudar a partir de dentro do país. A estrutura que dita como a China cresce e de onde é obtido o crescimento irá conduzir, no final, a uma maior sustentabilidade econômica. O mercado consumidor terá a função mais importante no direcionamento do desenvolvimento econômico chinês; o desenvolvimento adicional da classe média chinesa é um aspecto imperativo na direção da obtenção do crescimento sustentável de longo prazo. O governo também enfatiza o aspecto de gastar relativamente menos em investimentos de larga escala. Já com relação a importações de commodities, como o minério de ferro do Brasil, os gastos devem crescer a um ritmo menor. Entretanto, uma economia chinesa mais equilibrada e mais saudável será capaz de garantir maior sustentabilidade no longo prazo.

BM - Como essa reforma poderá impactar a relação comercial da China com o Brasil?


PF - Em curto prazo, o governo chinês irá assumir uma postura mais baseada em incentivos. Espera-se que mais projetos de investimentos em infraestrutura e indústrias pesadas serão aprovados para apoiar o crescimento econômico. Os fornecedores brasileiros de commodities provavelmente serão beneficiados por essa política.
A China vai realizar, ainda, uma reforma na distribuição de renda, com eixo no aumento dos salários, o que também deverá elevar o poder de compra, bem como as importações. Com o aumento da renda, a população chinesa poderá viajar mais. E, provavelmente, o Brasil será um dos destinos mais procurados pelos turistas chineses, principalmente tendo em vista a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
Os produtos manufaturados brasileiros poderão também se tornar uma parte relevante das exportações para a China.

BM - Quais mudanças prováveis veremos no comércio entre os dois países?


PF - O comércio bilateral continuará centrado na forte demanda da China por commodities. O Brasil é um poderoso fornecedor de commodities e a China é um dos maiores consumidores mundiais. A China tem sido a maior parceira comercial do Brasil e também o principal destino para suas exportações. Embora a economia chinesa tenha dado sinais moderados de desaceleração, a demanda crescente por commodities será sustentada devido à grande população e às políticas de estímulo ao consumo. Consequentemente, é correto assumir que o Brasil continuará sendo um fornecedor-chave para a China. E que o país manterá o seu excedente comercial atual com a China.

BM - Qual é a sua análise sobre o fluxo de investimentos entre ambos os países?


PF - A China e o Brasil, certamente, não estiveram imunes à desaceleração econômica global causada pela crise da dívida europeia, mas a crise também criou oportunidades de negócio. A China é autossuficiente em capital e tem grande demanda por energia, minerais e commodities. O Brasil é rico nesses recursos e tem grande demanda por capital para apoiar seu desenvolvimento.
Assim, o Brasil tem aproveitado os fluxos de investimentos razoavelmente grandes da China, que também tem aproveitado os crescentes recursos naturais do Brasil. Em 2011, os investimentos diretos da China responderam por 7% do IED total no Brasil, enquanto a China recebeu menos de 1% do investimento total do Brasil no exterior.
Consequentemente, é correto assumir que ambos os países podem beneficiar o investimento e o comércio estrangeiros. E que as oportunidades de investimento de capital continuarão a propiciar vantagens distintas para o desenvolvimento de ambos os países.

BM - Quais foram as oportunidades criadas até aqui?


PF - Por exemplo, o Brasil adotou medidas para estimular o investimento em infraestrutura, assim como em compras governamentais para combater a desaceleração econômica. As empresas chinesas podem levar recursos, tecnologia e experiência para o Brasil, principalmente para a construção de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.
Os planos para as compras governamentais brasileiras darão prioridade a produtos fabricados localmente, o que, por sua vez, fará com que as empresas chinesas acelerem os seus investimentos no país para a construção de plantas industriais.
A China, por sua vez, busca garantir o suprimento de energia e recursos naturais. Setores como os de metais e minérios, petróleo e gás natural, produtos agrícolas, florestais e de papel são áreas de investimentos atraentes para a China. O forte mercado de consumo do Brasil também apresenta um imenso potencial para as empresas chinesas, em diversos segmentos, como a indústria automotiva e de autopeças, eletrodomésticos, aparelhos celulares, smartphones e serviços de banda larga.
As empresas chinesas também mantêm um grande interesse no setor de infraestrutura brasileira, que exibe um forte crescimento. Essas áreas incluem redes de transmissão de energia, equipamentos e máquinas industriais, além da engenharia civil.

BM - E quais as oportunidades para os brasileiros que desejam investir na China?


PF - As áreas promissoras para o capital brasileiro são as de biocombustíveis, energias renováveis, indústria aérea e aviação. O plano de cooperação de dez anos assinado entre o Brasil e China, em 2012, no Rio de Janeiro, identifica áreas-chave de cooperação que incluem alta tecnologia, exploração espacial, mineração, infraestrutura e transportes. Os empresários brasileiros também podem investir nas áreas de interesse do Plano Quinquenal da China, que inclui agricultura, nanotecnologia, biotecnologia, tecnologia da informação e comunicação, indústria cultural criativa, engenharia oceânica, petróleo e gás natural e novas fontes de energia (especialmente recursos renováveis).

BM - Qual é o melhor modelo de negócio para cada setor?


PF - Em 2010, entre todos os tipos de IED na China, mais de 76% dos investimentos se destinaram ao estabelecimento de empresas de capital 100% estrangeiro e 21% foram para joint ventures com companhias chinesas. Os investimentos brasileiros focaram, principalmente, em agricultura, fabricação e recursos naturais. Os investimentos na área de recursos naturais adotaram, normalmente, um modelo de cooperativa nos três estágios relacionados à exploração, ao desenvolvimento, e à produção.
Na agricultura, há normalmente três modelos principais de operações usados por empresas estrangeiras: joint venture, equivalência dejoint venture, que é uma forma diferente de associação com parceiros locais, e empresa de capital 100% estrangeiro.
Em áreas de alta tecnologia, como nanotecnologia e biotecnologia, as empresas brasileiras, em cooperação com companhias chinesas, podem escolher cofinanciar centros de pesquisa e desenvolvimento, bem como centros de aprendizado contínuo para acordos de cooperação tecnológica de longo prazo e um intercâmbio de experiências. 

Investimento estrangeiro no Brasil beneficia área com maior renda do consumidor

 


 
 
Afirmações de Luís Afonso Lima (foto), diretor- presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e Globalização Econômica (Sobeet):
♦ O Brasil saltou da 14ª posição entre os principais destinos de IDE no mundo durante o ano de 2009 para a quinta posição no último dado disponível.  Os ingressos de Investimentos Estrangeiros Diretos no Brasil mais uma vez superarão a marca de US$ 60 bilhões no ano de 2012, assim como ocorreu em 2011;  
este cenário favorável à realização de IED no Brasil deve ter continuidade.  Segundo pesquisa da Unctad (braço da ONU para o comércio e o desenvolvimento), com executivos de empresas multinacionais, o Brasil encontra-se na quinta 
posição no ranking dos países mais citados para a realização de projetos de IED até 2014, atrás apenas de China, Estados Unidos, Índia e Indonésia.
 Ingressos de IED propiciam pelo menos três tipos de benefício para o país: podem financiar o deficit em transações correntes e isto ocorre desde 2002; podem 
favorecer a contenção de preços por meio da expansão da capacidade produtiva (a atual proporção entre formação bruta de capital fixo e o PIB é de 16%, a mais 
elevada desde o ano de 2004); e podem propiciar aumentos de competitividade, com geração de habilidades gerenciais, acesso a novas tecnologias, o desenvolvimento 
de processos, produtos e serviços. Teremos boas notícias no front dos ingressos de IED em 2013 e setores beneficiados pelo aumento da renda real dos consumidores brasileiros, como os de 
serviços, deverão ser os principais candidatos a fusões e aquisições.  Entre as origens dos recursos, os EUA deverão seguir em posição de destaque.
Luís Afonso Lima faz uma pergunta: e
stariam então os ingressos de IED no Brasil isolados desse contexto adverso dos fluxos globais de investimento diretos?

Ele mesmo responde:

A resposta para essa pergunta é não. Há uma evidente tendência de redução dos anúncios de IED no Brasil, assim como no resto do mundo. Isso indica que os ingressos de IED na economia brasileira neste ano não devem ultrapassar os ingressos observados no ano de 2012.
Em suma, a economia brasileira segue e seguirá atrativa para investimentos de empresas transnacionais.
É fato que a economia brasileira vem tornando-se relevante polo de atração de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED).

Fontes: Sobeet 

 
 



 


Produção do Etanol no Brasil


Quem diria? Há poucos anos, pensávamos em nos transformar em um exportador de etanol para os EUA. E os EUA, através da EPA (Environmental Protection Agency), estipulou um percentual de mistura na gasolina. E produziu o etanol por lá mesmo, usando o milho. Em 2011, os EUA e o Brasil produziram juntos quase 90% do etanol de todo o mundo. Em 2007, os EUA produziam cerca de 30% a mais que o Brasil. Em 2011, em comparação com 2007, os EUA haviam dobrado sua produção e o Brasil estava apenas 10% acima. Resultado: a produção americana de 2011 foi 2,5 vezes maior que a brasileira.

Quem poderia imaginar que, alguns anos depois, o Brasil pudesse estar nesta sinuca de bico? O preço do açúcar foi o item que mais caiu em 2012 no índice de preços mundiais médios de alimentos da FAO. Enquanto isto, aqui no Brasil, a falta de reajuste do preço da gasolina dificultou a situação do etanol.

Agora, os próprios produtores apontam questões importantes para justificar esta situação. Houve falta de investimentos nos canaviais e as últimas três safras sofreram com o clima (ora muito seco, ora muito úmido).

http://g1.globo.com/economia/globo-rural/videos/t/edicoes/v/crise-provoca-problemas-a-usinas-de-cana-de-acucar-de-sp-e-go/2354979/

domingo, 20 de janeiro de 2013

Brasil precisa investir mais em tecnologia e estimular o empreendedorismo, dizem especialistas


20/01/2013
Mariana Tokarnia
Enviada Especial

Recife – Falta aos pesquisadores brasileiros espírito empreendedor e melhor aproveitamento dos investimentos no setor de inovação tecnológica. Segundo especialistas que participaram do 14º Conselho Nacional de Entidades de Base (Coneb) da União Nacional dos Estudantes (UNE), o país precisa investir em tecnologia para se inserir na economia mundial.

“Inovação é algo essencial para qualquer país que queira se modernizar. Ou nos incorporamos à inovação ou vamos envelhecer como um país marginal do ponto de vista da inserção na economia mundial. Seremos menos ricos e teremos mais desigualdade social”, disse o presidente da Sociedade Brasileira de Física (SBF), Celso Pinto de Melo.

Um dos problema enfrentados pelo país é a falta de empreededorismo, que pode ser notada pelo número de registros de patentes. Em 2011 o número de pedidos atingiu, em dezembro, a marca de 30 mil, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Um avanço, mas ainda inferior à China, que atinge a casa dos milhões em pedidos de registro de patentes.
“A China há 10 anos não registrava patentes. Hoje faz o processo reverso, registrado inclusive estrangeiros em seu território”, diz a presidente da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), Luana Bonone. Ela afirma também que, no Brasil, 80% dos investimentos em pesquisa são do Estado. “Os empresários brasileiros têm a característica de querer resultados imediatos. Não existem no país programas que atraiam esse investimento para as universidades”, complementa.

O representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) José Luiz de Lima Filho afirma ainda que os investimentos muitas vezes são mal aproveitados. Ele alerta para a necessidade de captar recursos, mas usá-los com qualidade. “Temos que gerar riqueza. Temos algumas produções que são vantajosas no Brasil como a soja e o açúcar. Ambos são vendidos como commodities cotados em Chicago. Não estamos colocando neles valor agregado. Não estamos investindo em tecnologia nessas áreas que temos vantagem."

O estudante de Engenharia Eletrônica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Felipe Duque Belfort fez questão de compartilhar a experiência que teve nos Estados Unidos. Ele morou um ano em New Jersey, pelo programa Ciência sem Fronteira. “Quando estudei lá, tinha um indiano que trabalhava comigo no laboratório. Ele estava lá noite e dia. Mas, certa vez, parou de ir. Quando perguntei por ele, disseram que tinha aberto uma empresa exatamente com a tecnologia na qual estávamos trabalhando. Não vejo esse espírito nos brasileiros.”

O 14º Coneb da UNE acontece em Recife (PE) até segunda-feira (21). Este ano foram mais de 3,5 mil inscrições de entidades de todas as regiões do país. Sob o tema “A Luta pela Reforma Universitária: do Manifesto de Córdoba aos Nossos Dias”, o Coneb oferece debates e grupos de discussão sobre temas ligados às universidades e ao Brasil. Ao final, os delegados vão decidir os rumos e posicionamentos da UNE para 2013. O evento antecede a Bienal da UNE, espaço de diálogo de estudantes e movimentos culturais que, este ano, está em sua 8ª edição.
 
Agência Brasil.