quarta-feira, 24 de abril de 2013

Déficit nas contas externas é recorde para o mês de março e o primeiro trimestre, diz BC


 
 
 
O déficit em transações correntes (compras e vendas de mercadorias e serviços entre o Brasil e o mundo) de US$ 6,873 bilhões, em março, e de US$ 24,858 bilhões, no primeiro trimestre, é recorde para os períodos, de acordo com a série histórica do Banco Central (BC), iniciada em 1947. Esses saldos negativos foram mais do que o dobro dos de iguais períodos do ano passado. Em março de 2012, o déficit ficou em US$ 3,279 bilhões e no primeiro trimestre, em US$ 12,061 bilhões.
 
Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, um dos fatores que levaram à ampliação do saldo negativo foi o resultado da balança comercial, que registrou déficit de US$ 5,156 bilhões, no primeiro trimestre.
 
Maciel lembrou que, no mesmo período do ano passado, houve superávit comercial de US$ 2,420 bilhões. “O maior dinamismo econômico representa maior demanda por bens e serviços externos e isso repercute na balança comercial”, disse Maciel. Por outro lado, ele destacou que o crescimento mais lento da economia global “repercute nas nossas exportações”. 
 
Outro fator citado por Maciel é o aumento das remessas de lucros e dividendos do Brasil para o exterior.  Em março deste ano, essas remessas chegaram a US$ 2,732 bilhões e acumularam US$ 6,974 bilhões, no primeiro trimestre, contra US$ 1,965 bilhão e US$ 3,474 bilhões de iguais períodos, respectivamente, de 2012.  
 
Segundo Maciel, o aumento das remessas de lucros e dividendos também está relacionado ao maior ritmo do crescimento econômico, este ano. “À medida que a economia cresce, as empresas têm maior rentabilidade e isso permite a ampliação das remessas desses resultados para o exterior”, disse. 
 
Segundo Maciel, o aumento do estoque de investimento estrangeiro no país também favorece as remessas. Ele citou ainda que mudanças no câmbio também influenciam na escolha do momento para enviar os lucros e dividendos para o exterior. 
 
Maciel acrescentou que na década de 90 o peso dos juros no déficit de transações correntes era maior e lembrou que a situação se agrava em momentos de crise. “Hoje nosso principal componente não é mais a despesa com juros, e sim remessas de lucros e dividendos. 
 
As remessas aumentam em momento favorável. Há uma diferença importante na estrutura do déficit em transações correntes”, argumentou. O chefe do Departamento Econômico disse ainda que o financiamento do déficit em transações correntes está em “condições confortáveis” porque a maior parte é por meio de investimento estrangeiro direto (IED), que vai para o setor produtivo do país. O IED é considerado a melhor forma de financiamento por ser de longo prazo, mas o país também conta com empréstimos e investimentos em ações e em títulos de renda fixa.  
 
Em março, o IED ficou em US$ 5,739 bilhões, contra US$ 5,897 bilhões de igual mês do ano passado. No primeiro trimestre, foram investidos no país US$ 13,256 bilhões, ante US$ 14,949 bilhões, nos primeiros três meses de 2012. 
 
Para o ano, a projeção do BC é que o IED fique em US$ 65 bilhões, o que deve corresponder a 2,68% do Produto Interno Bruto (PIB). A projeção para o déficit das transações correntes é US$ 67 bilhões este ano. Em relação ao PIB, o saldo negativo deverá ser 2,76%.    
 
Fonte: BC
 

Corea del Sur negocia Tratado de Libre Comercio con el Mercosur

cio / Economía

Corea del Sur negocia Tratado de Libre Comercio con el Mercosur

El delegado coreano para la promoción de inversiones en América Latina, Joonseob Kwon, informó a UNoticias que el país asiático busca expandir el intercambio comercial con la región y apunta a Uruguay como punto estratégico a nivel logístico. Habrá importantes inversiones en el sector automotriz, energético y forestal.

Kwon destacó que “Uruguay puede ser un punto estratégico en la región”, debido a que puede ser utilizado logísticamente a nivel del armado industrial de productos que luego son llevados a los mercados más grandes, como Brasil, Argentina o México.

A propósito, indicó que nuestro país posee “mucha competitividad comparativamente” en la región, tanto a nivel de manufactura como de servicios.

Comunicó que Corea tiene un importante intercambio comercial con la región, que se viene desarrollando cada vez más mediante la firma de Tratados de Libre Comercio (TLC).

Este tipo de acuerdos comerciales ya fueron sellados con Colombia, Chile y Perú, mientras que se negocia un TLC con el Mercosur, que permitirá “un crecimiento importante en el intercambio entre Corea y la región”.

Asimismo, indicó que como parte de este acuerdo puede haber una mayor atracción de inversiones, aunque informó que próximamente se acercarán importantes empresas del rubro automotriz, energético y forestal a instalarse en el país.

También subrayó la importancia de la importación de productos de la región por parte de Corea, como la reciente incorporación de la carne uruguaya al mercado asiático y el posible futuro ingreso de los vinos nacionales.

El delegado asiático expuso esta mañana la estrategia de promoción de inversiones de Corea, durante el “Foro Pequeños Países, Grandes Oportunidades”.

Montevideo, Uruguay
UNoticias
MDS

O NOVO ESTATUTO DO ESTRANGEIRO NA IMINÊNCIA DE CHEGAR AO PARLAMENTO

Governo deve enviar ao Congresso ainda este mês projeto para modernizar leis sobre migração. 
O governo brasileiro deve enviar até o fim deste ano ao Congresso Nacional um projeto de lei para modernizar as regras relativas às migrações no país. Atualmente, temas como visita, estada e permanência de estrangeiros no Brasil são disciplinadas pelo Estatuto do Estrangeiro (Lei 6.815/80), considerado ultrapassado pelas autoridades.

De acordo com o secretário nacional de Justiça e presidente do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), Paulo Abrão, as linhas gerais da nova legislação estão sendo discutidas por um grupo de trabalho composto por integrantes do próprio Ministério da Justiça, além de representantes dos ministérios do Trabalho e das Relações Exteriores, Itamaraty.

Paulo Abrão enfatizou que o objetivo será suprir lacunas identificadas na legislação atual, considerada defasada e “não mais compatível com o ambiente democrático vivido pelo Brasil”. Entre elas, a definição clara dos direitos dos imigrantes no país.

“O estatuto atual não tem um capítulo sobre esse tema. Isso é um déficit sério e é preciso deixar bem clara [na lei] a condição isonômica do imigrante que recepcionamos no território nacional, conforme estabelece a Constituição Federal, no exercício de todas as liberdades, dos direitos civis, políticos e sociais que a nossa nação reconhece para os brasileiros”, disse, ao participar da abertura do 1º Curso de Elegibilidade e Reassentamento, promovido pelo Conare em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).

Ele acrescentou que a legislação também deve desburocratizar as formalidades para emissão de vistos e estabelecer mecanismos mais ágeis e simples na abordagem do imigrante no país. “É importante que as diferentes esferas estejam articuladas entre si, como o Ministério do Trabalho, responsável pela emissão de visto de trabalho; o Itamaraty, que garante o apoio ao brasileiro no exterior, já que estamos falando de migração no sentido amplo, tanto dos que imigram quanto dos que emigram; e o Departamento dos Estrangeiros [órgão do Ministério da Justiça], que regulariza a condição jurídica do imigrante em território nacional”, explicou.

Em seu discurso na abertura do evento, Paulo Abrão enfatizou que a legislação em vigor foi criada com base na doutrina da segurança nacional e, “defasada em décadas”, precisa incorporar uma visão mais voltada à proteção àqueles que buscam no país a possibilidade de realizar um novo projeto de vida, segundo os preceitos internacionais de direitos humanos.

“Não podemos nos perder desse horizonte ao tratar aquelas pessoas que buscam no Brasil a proteção de suas vidas, assim como, no passado, fomos nós que buscamos, na época do regime ditatorial, outros países. É um exercício de solidariedade com a humanidade”, ressaltou.

No início deste mês, a necessidade de modernizar a legislação relativa à imigração também foi destacada pelo presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas da Câmara dos Deputados, deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA). O grupo pretende apresentar nos próximos meses um relatório parcial com sugestões de mudanças legislativas que contribuam para o combate ao tráfico de pessoas.

Ainda durante o evento, Paulo Abrão acrescentou que o governo estuda a criação de um mecanismo para garantir tratamento específico aos casos de apatridia, quando não há qualquer nacionalidade reconhecida. Ele explicou que, atualmente, pessoas nessa situação são tratadas como refugiadas, “por interpretação extensiva [da lei], já que não há dispositivos específicos”.

“Nossa proposta é incluir nas competências do Conare a apreciação de situações de apatridia, mas isso ainda está em tramitação no Ministério da Justiça”, ressaltou, lembrando que há aproximadamente 4,7 mil refugiados de mais de 70 nacionalidades diferentes no Brasil.

Uma proposta para reformular o chamado Estatuto do Estrangeiro e ampliar os direitos dos imigrantes tramita há três anos na Câmara dos Deputados. Entre as alterações previstas do Projeto de Lei 5655/09, de autoria do Poder Executivo, estão a criação do visto eletrônico, feito por meio da internet, e a ampliação do prazo de permanência do turista no país, que passa de 90 para 180 dias a cada 12 meses, prorrogável por 30 dias em caso de viagens de negócios.

Thais Leitão
(Agência Brasil – 24/04/2013)

terça-feira, 23 de abril de 2013

PETRÓLEO LIDERA EMPREGO DE ESTRANGEIROS




O crescimento da indústria petrolífera no Brasil, aquecida com as recentes descobertas de petróleo e gás nos últimos anos, está fazendo com que o Brasil “importe” um número cada vez maior de estrangeiros com alta qualificação para trabalhar no setor.

Um levantamento feito pela BBC Brasil com a Coordenação Geral de Imigração (CGIg), que faz parte do Ministério do Trabalho em Emprego (MTE), mostra que 49.801 profissionais de países como a Grã-Bretanha, Estados Unidos, Noruega, Holanda e França entraram no Brasil entre 2010 e 2012 para trabalhar no setor de petróleo e gás.

O número, que é o mais recente divulgado pelo MTE, coloca o setor petrolífero na liderança da emissão dos vistos para estrangeiros no país, o que representa 25% de todas as permissões de trabalho temporárias e permanentes no período, dentro de uma abrangência de 15 atividades econômicas diferentes.

Em 2011, a atividade petrolífera registrou um boom com a contratação de mais de 23 mil engenheiros e técnicos da área de petróleo e gás, dado que é quase dez vezes maior ao registrado em 2006, quando apenas 2.645 profissionais de outros países entraram no Brasil para atuar em empresas do setor.

Apesar de indicar uma pequena desaceleração, o ano de 2012 viu quase 17 mil permissões de trabalho sendo concedidas nas áreas ligadas ao petróleo.

Para o superintendente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Paulo Buarque de Macedo Guimarães, o trabalho de estrangeiros na indústria petrolífera brasileira está diretamente ligado à falta de mão de obra brasileira qualificada para atuação no setor.

“A demanda por profissionais qualificados no setor petrolífero é um assunto que nos preocupa há muito tempo”, disse ele à BBC Brasil.

“O fato de estrangeiros estarem repondo os brasileiros nesse mercado não é bom para a economia.”
“Uma empresa chega a pagar, além do salário, mais de US$ 100 mil para manter um profissional estrangeiro e sua família no país. Seria muito mais competitivo contratar um profissional brasileiro, que está criticamente em falta no País”, disse Guimarães à BBC Brasil.

Pré-sal

A entrada de estrangeiros para atuarem no setor teve um pico em 2011, quando começaram os diversos projetos da Petrobras para criar a infraestrutura para exploração do chamado pré-sal, porção do subsolo que se encontra sob uma camada salina situada alguns quilômetros abaixo do leito do mar.

A assessoria da Petrobras confirmou à BBC Brasil que prevê investimentos de US$ 53,4 bilhões no pré-sal para o período entre 2011 e 2015. Somente nas áreas de cessão onerosa (áreas que o governo concedeu à Petrobras – Lei 12.276/2010) serão investidos US$ 12,4 bilhões.

Com isso, a participação do pré-sal na produção brasileira de petróleo deve passar dos atuais 2% em 2011 (dado mais recente disponível) para 18% em 2015 e para 40,5% em 2020.

Apesar de liderar a demanda por profissionais estrangeiros da área petrolífera, a Petrobras não contrata diretamente estes profissionais.De acordo com a legislação brasileira, que rege a estatal, não é permitida a participação de estrangeiros nos processos seletivos públicos da empresa. Somente brasileiros ou portugueses que tenham adquirido o direito de morar e viver no Brasil participam dos concursos.

A Petrobras terceiriza a contratação de profissionais estrangeiros. Estes trabalham para empresas brasileiras ou estrangeiras.

O engenheiro francês Guillaume Pringuay, que trabalha para a multinacional Technip, é um dos estrangeiros que está ajudando o Brasil a desenvolver a tecnologia para exploração petrolífera em bacias de grande profundidade, em parceria com a Petrobras.

Entre os anos de 2009 e 2012, ele trabalhou especificamente com projetos para familiarizar engenheiros brasileiros com a tecnologia para operações em águas profundas.

“Fizemos um trabalho muito grande de troca de experiências com os brasileiros. Os engenheiros no Brasil ganharam excelente experiência nos últimos anos, mas infelizmente eles ainda são poucos para a grande demanda da exploração em grande profundidade”, disse Pringuay em entrevista à BBC Brasil.

Para ele, os desafios da prospecção de petróleo em profundidades acima de 2 mil metros ainda vai exigir que o Brasil continue trazendo profissionais estrangeiros nos próximos anos.

“Ainda haverá, por algum tempo, a necessidade do Brasil trazer engenheiros do exterior para suprir a demanda da exploração de águas profundas. Já habilitamos a tecnologia para prospecção em até 2.500 metros de profundidade no Brasil, mas ainda precisamos de mais gente trabalhando nisso”, explicou o engenheiro francês.

Os especialistas em recursos humanos confirmam a tendência de mais contratações de estrangeiros na área petrolífera do Brasil.

“Na área naval, por exemplo, vemos muitos profissionais da Filipinas e até de países nórdicos (trabalhando no Brasil)”, disse a BBC Brasil Agilson Valle, diretor da Talent Boutique, uma consultoria de RH especializada na busca de profissionais que queiram trabalhar na América Latina.

“Começamos a ver também muitos profissionais de outros países produtores na América Latina, como Colômbia, Venezuela e México. Mas nesse setor os profissionais ficam por menos tempo no país ou em contratos de rotação.”

O QUE OS ESTRANGEIROS FAZEM NO BRASIL

Infra-estrutura: para a exploração e refino de óleo e gás, atividade que envolve a construção de plataformas de petróleo e sistema de dutos.

Engenharia naval: construção e manutenção de navios de prospecção e transporte de petróleo e gás.

Pesquisa: para identificar os potenciais campos de exploração, com estudos geológicos, por exemplo.

Pré-sal: para ajudar o Brasil a desenvolver tecnologia para perfuração a mais de 2 mil metros de profundidade em camadas de sal.

Getulio Marques
(BBC Brasil – 22/04/2013)

Ministério da Agricultura promove agroexportação em Uberlândia, Minas



  


Com o objetivo de disseminar informações estratégicas para estimular os agentes do agronegócio brasileiro a aumentar sua participação no mercado internacional, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) promove, no dia 25 de abril, o Seminário do Agronegócio para Exportação (AgroEx), no auditório do Sindicato Rural de Uberlândia, em Minas Gerais.

Estudantes, produtores rurais, cooperativas, distribuidores, exportadores, importadores, associações e sindicatos, entre outros segmentos, têm até o dia 24 de abril para garantir sua presença. Para participar, os interessados podem se inscrever, gratuitamente, clicando aqui.

Durante o evento serão abordados temas importantes como os desafios e as oportunidades às exportações do agronegócio nacional; as formas de integração dos elos das cadeias produtivas que facilitem o acesso ao mercado internacional, bem como questões sanitárias e fitossanitárias para as exportações do setor agroindustrial brasileiro. 

Também será discutido um panorama das principais negociações internacionais e sua relevância para o setor agroindustrial, além das estratégias de promoção internacional. Dois casos de sucesso da região também serão apresentados.

Há seis anos realizado em todas as regiões brasileiras, o Agroex já atingiu cerca de 15 mil participantes. 
O trabalho do Ministério da Agricultura por meio do seminário é atuar diretamente com a cadeia produtiva nas discussões relativas à organização e fomento às exportações do agronegócio.

Fonte: Mapa

Dilma e Cristina vão discutir impasses comerciais entre Brasil e Argentina




 


A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira (23/4) que irá tratar com a presidente Cristina Kirchner todos os assuntos importantes que  envolvem os dois países, o que inclui a possibilidade de venda da unidade da Petrobras no país e investimentos paralisados da Vale. 

Dilma viaja para a Argentina nos próximos dias 25 e 26.

“Nós teremos uma pauta bastante ampla com a Argentina. Nós temos que discutir todas as relações: comerciais, os investimentos, toda a interação  entre a economia brasileira e a economia argentina. Nós iremos discutir todos os assuntos”, disse Dilma Rousseff.

Um dos temas considerados mais complicados é a paralisação dos investimentos da empresa Vale na extração de potássio em Mendoza. 

A empresa alega que teve de suspender o projeto porque o custo passou de US$ 6 bilhões, orçado em 2009, para US$ 12 bilhões. Com a suspensão, o  governo argentino passou a exigir que a mineradora e empresas contratadas continuem pagando os salários dos funcionários dispensados.

Em entrevista publicada pela Agência Brasil no último sábado (20), o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que a diplomacia  busca encaminhar os assuntos que envolvem interesses dos dois países, mas algumas decisões são tomadas a partir de considerações do setor privado.

“A suspensão das atividades da Vale foi decidida pelo conselho da empresa. Há situações em que as decisões são tomadas pelos atores privados. É o caso. Em relação à Argentina, podem surgir situações, comerciais e de investimentos, mas é um país que é parceiro estratégico.

Nosso futuro está indissociável e juntos chegaremos mais longe do que separados.

Não há o chamado plano B, como dizem alguns empresários. Mas isso não significa que não tenhamos de trabalhar na busca da superação das dificuldades”.

O congelamento do preço dos combustíveis na Argentina, no início deste mês, complicou ainda mais a situação da Petrobras no país, onde a estatal brasileira mantém postos de distribuição.

Disposta a rever a sua atuação no país vizinho, a Petrobras estuda a melhor forma de se desfazer dos ativos.

Alguns, na área de energia elétrica e de refino, já foram vendidos.
Para sair, a estatal enfrenta dois problemas. Um é de natureza política, que consiste em não amargar as relações do Brasil com o governo Cristina.

O outro é econômico, pois, com o congelamento dos combustíveis, os ativos de distribuição perdem valor.

Diante da possibilidade de desvalorização, uma ala na companhia considera que não é o melhor momento para se desfazer dos negócios.Já na Vale é pouco provável que o projeto de potássio Rio Colorado, em Mendoza, seja retomado.

O principal complicador é a inflação de custos, que dobrou o orçamento do projeto.

A idéia é vender o empreendimento e assumir a perda de US$ 4 
bilhões já investidos.

O encontro entre as presidentas Dilma e Cristina estava marcada para o começo de março, mas foi adiado por causa da morte do presidente da  Venezuela, Hugo Chávez, no dia 5 daquele mês. 

Elas também discutirão temas relativos às exportações de produtos brasileiros, prejudicados por novas medidas cambiais argentinas. 

As novas regras atingem vários setores, especialmente o agrícola, com a suspensão de licenças automáticas e a criação de cotas de importação, e o automotivo.

Fonte: Agência Brasil

Lei de Resíduos Sólidos; Risco de Apagão na Logística Reversa

Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro








A Lei 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos estabeleceu o p estabeleceu o princípio da responsabilidade compartilhada e obrigou todos os atores envolvidos a gerenciarem a destinação ambientalmente adequada dos resíduos e a disposição  regular dos rejeitos. Estabeleceu, também, prazos para ser implementada  cadeia de fluxo de materiais na logística reversa.
A implementação do marco legal é complexa, envolve edição de planos, programas, leis estaduais e municipais, regulamentos, edição de cadastros, acordos setoriais, contratos de toda ordem, consórcios, criação de instituições de gestão e regulação, etc. 
 
No entanto, salvo exceções – as quais são, é verdade, numerosas, o que se vislumbra é um grande risco de sofrermos apagão logístico na gestão dos resíduos sólidos, no Brasil.
 
No setor público, prefeituras e governos estaduais apresentam desconhecimento,  falta de  vontade política, incapacidade gerencial e  nenhuma estrutura técnica. Esses fatores impedem o acesso dessas pobres administrações à verba já disponibilizada no caixa da União,  também existente nos organismos multilaterais e  nos bancos de desenvolvimento brasileiros.
 
Desanima o desleixo com que prefeitos recém-empossados e gestores estaduais em meio de mandato tratam a questão,  tão importante para a segurança quanto para a saúde da população. 
 
Falta de verba é a desculpa esfarrapada  que encontram para não envidar esforços na busca de profissionais competentes e gestores capazes de elaborar planos, programas e projetos de gestão  de resíduos minimamente aceitáveis. 
 
Se a burocracia e a incompetência são fatores já esperados do Poder Público brasileiro, historicamente perdulário,  surpreende que a tão festejada  iniciativa privada também esteja agindo com a mesma incompetência.
 
Nos últimos anos temos acompanhado uma sucessão de encontros, seminários, congressos, cafés da manhã, almoços, jantares, cursos, excursões turísticas com visitas técnicas, festas de karaokê, etc. Tudo a pretexto de “capacitar administradores do mercado” para lidar com a logística reversa e o fluxo de materiais descartados no sistema e “gerar energia”...
 
De fato, isso tem gerado divisas para empresas de eventos e agências de viagens. No entanto,  a pobreza de conhecimentos adquirido ou produzido com toda essa movimentação é  inversamente proporcional ao número de palpiteiros gerados no período. 
 
Há um descompromisso do mercado com o cumprimento do marco legal.
 
A falta de visão do poder público e a cegueira do setor privado nos leva à perda de uma simbiose mais que necessária entre ambos.  Com isso, perde o Brasil o bonde da nascente economia verde. 
 
O binômio: geração de energia – gestão de resíduos,  forma a pedra de toque da nascente economia do Século XXI, sem a qual pouco ou nada se fará em prol da sustentabilidade do planeta.
 
Atolados, porém, na vala do imediatismo e da superficialidade, empresários reagem negativamente a enfrentar o desafio de bem cumprir a Lei de Resíduos Sólidos, de olho nos custos e, com isso, não enxergam  oportunidade que têm de  criar uma estrutura de gestão de fluxo de materiais
 
Essa estrutura de gestão de fluxos é necessária para firmar  uma política de preços – evitando a sazonalidade na coleta e destinação dos materiais  recicláveis. Também é necessária para  agregar atores e valores, e permitir a transformação dos resíduos em insumos, gerando vantagem competitiva e redução de carga fiscal.
 
A estrutura de gestão exige uma entidade gestora, organizada por setor econômico, visando atender á particularidades de cada fluxo de materiais afetos à atividade. 
 
Ocorre que os setores empresariais tornaram-se reféns absolutos de associações de classe desprovidas de conhecimento da causa,  verdadeiros “sequestradores institucionais”, que buscam desviar o foco do debate, negando valor ao modelo europeu de gestão de resíduos sólidos.
 
O fato é que o mercado europeu organizou entidades gestoras  de resíduos por setor, submete-se à diretivas que constituem a referência de nossa legislação e, em breve, irá nos cobrar standards similares, até mesmo a título de barreira não tarifária.
 
Do outro lado, a Administração Pública sofre com a falta de talentos políticos, enfrenta a corrupção, administra incompetências e mesquinhos interesses burocráticos...questões que  impedem que uma  postura inovadora, visando implementar a nova política de resíduos, possa ocorrer nos Municípios, de forma a  desonerar os contribuintes e prestar serviço ao setor privado na coleta seletiva, segregação e alimentação do fluxo de materiais da logística reversa. 
 
Por não enxergarem toda essa simbiose, gestores públicos e privados permanecem expostos  num deserto de talentos, em meio a lamentações, correndo o risco de se verem devorados pelas águias do Ministério Público, autoridades policiais e fiscais incrustrados na administração, organismos de defesa do meio ambiente e concorrentes internacionais,  ávidos, seja pela prevalência do interesse público ou pela hegemonia de interesses comerciais, mas nem um pouco interessados na sobrevivência de uma economia que não soube dar destino ao que produziu.
Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado, formado pela USP, sócio-diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados, membro do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, consultor do PNUD e do Banco Mundial.

(OBS: versão original escrita para o Site “Última Instância”)