quinta-feira, 3 de outubro de 2013

CONQUISTAS E JURISPRUDÊNCIA

  • Caixa abrirá contas para imigrantes
A comoção causada pelo assassinato do garoto boliviano Bryan Yanarico Capcha, de 5 anos, em São Mateus, zona leste de São Paulo, em junho, motivou a articulação de um acordo entre a Caixa Econômica Federal e a prefeitura da capital para facilitar a abertura de contas bancárias para imigrantes do Mercosul.
“Os bolivianos tinham muita dificuldade para comprovar residência na hora de abrir conta. Com isso, eram obrigados a guardar o dinheiro em casa e se tornavam alvo de assaltos”, disse ao Estado Rogério Sottili, secretário de Direitos Humanos da capital.

A família de Bryan vivia havia seis meses no Brasil quando ocorreu o crime. A casa dos pais do garoto, que trabalhavam em um ateliê de costura, foi invadida por bandidos em busca de dinheiro vivo. “A casa da família do Bryan foi assaltada quatro vezes, provavelmente pelas mesmas pessoas. Eles já sabiam que o dinheiro estava ali”, completou o secretário.

Pelo acordo, os estrangeiros do Mercosul terão que apresentar apenas o CPF e o protocolo com o pedido do Registro Nacional de Estrangeiros (RNE) para abrir a conta na Caixa. O RNE é concedido pela Polícia Federal e, em tese, deveria ser entregue alguns meses após o pedido, mas na prática demora muito, mais de um ano, o que cria a situação de vulnerabilidade dos imigrantes. Inicialmente o RNE é provisório, com validade de 2 anos, podendo ser renovado definitivamente.

O acordo foi costurado nos últimos 2 meses pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania e pela Caixa. Pela regra atual, o imigrante precisa de comprovante de residência e do registro em mãos. Segundo a secretaria, a medida beneficiará mais de 400 mil imigrantes.

Com a mudança, o banco aceitará como comprovante de residência o cadastro no Sistema Nacional de Cadastramento de Registro de Estrangeiros (Sincre), que é feito na Polícia Federal quando o imigrante chega ao País. Os estrangeiros do Mercosul também terão acesso ao micro crédito e à caderneta de poupança .

A abertura da conta bancária também facilitará a remessa de dinheiro para o exterior. A Secretaria de Direitos Humanos da capital articula com a Federação Brasileira de Bancos a expansão do acordo para a rede bancária nacional. A Caixa também planeja abrir uma agencia bilíngue na Avenida Celso Garcia, ao lado da Rua Coimbra (local de grande concentração da comunidade boliviana), com funcionários preparados para atender a população.

  • Justiça determina que estrangeiro casado com brasileira permaneça no Brasil
Em tutela antecipada, a Justiça Federal de São Paulo acatou o pedido da Defensoria Pública da União (DPU) para que conceda o protocolo de permanência no Brasil ao assistido português J.L.P.Q.A.A. Com o documento, ele passa a poder acompanhar seu pedido de permanência no Brasil e também ter garantias de que este está sendo tratado de acordo com os trâmites legais pelo Conselho Nacional de Imigração (CNIg).

O assistido, que é casado com uma brasileira e vive no Brasil desde 2011, se dirigiu inúmeras vezes à Polícia Federal para regularizar sua situação no país, mas não conseguiu obter o protocolo do pedido, por conta de alegações de pendências de documentos e multa a ser quitada. Além disso, enviou requerimento para regularização migratória e os documentos ao CNIg, porém não havia recebido, após longo período de espera, o protocolo.

J.L.P.Q.A.A. procurou a DPU em busca da resolução do problema, já que aguardava apenas regularizar sua situação para poder se estabelecer corretamente no Brasil e trazer a esposa para morar consigo em São Paulo.

Ele precisava do protocolo para poder acompanhar o andamento de seu pedido e obter garantias de que estaria sendo encaminhado pelo órgão responsável. Após esgotadas as tentativas extrajudiciais, foi necessário o ingresso na Justiça para que o assistido pudesse acompanhar as fases finais do pedido que, devido às reviravoltas, demorou quase dois anos para ser aprovado.

“Sem tal regularização não é possível que o assistido trabalhe, constitua moradia, e ofereça condições adequadas de vida a ele e sua esposa. É patente seu direito a uma vida digna”, afirmou a defensora pública federal Ana Lúcia Marcondes Faria de Oliveira, responsável pelo 2º Ofício de Direitos Humanos e Tutela Coletiva/Estrangeiros, da DPU em São Paulo.

Participaram também do processo os defensores públicos federais Beatriz Lancia Noronha de Oliveira, Erica de Oliveira Hartmann e Marcus Vinícius Rodrigues Lima.
  • Idoso estrangeiro tem direto a benefício do INSS
Um idoso de nacionalidade argentina, morador do Rio Grande do Norte, ganhou na Justiça o direito de receber o chamado Benefício de Prestação Continuada. A decisão é da da Turma Recursal do Juizado Especial Federal. O cidadão argentino possui visto permanente de residência no país.

O INSS negara o pedido sob a justificativa de que a legislação do Benefício da Prestação Continuada é exclusiva para cidadãos brasileiros, nato ou naturalizado. O presidente da Turma, o juiz federal Almiro Lemos, relator do processo, opôs o entendimento do INSS com a própria Constituição Federal e o Estatuto do Estrangeiro.

O magistrado disse que ambos asseguram ao estrangeiro residente no Brasil direitos reconhecidos aos brasileiros. E como no caso julgado, o cidadão argentino preenchia todos os critérios estabelecidos pela legislação. Como vive em condição miserabilidade, a concessão é justificada, decidiu.

(Agências)

USP despenca no principal ranking universitário da atualidade



 
SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO


A USP perdeu pelo menos 68 casas no ranking universitário THE (Times Higher Education), a principal listagem de universidades da atualidade.
A universidade --única do Brasil que figurava entre as 200 melhores do mundo-- passou de 158º lugar em 2012 para o grupo de 226º a 250º lugar.

A posição específica no ranking não é informada pelo THE, que, a partir do 200º lugar, divulga os resultados em grupos de universidades. 

A Unicamp também caiu e passou de 251º a 275º lugar (em 2012) para 301º a 350º lugar.
Os Estados Unidos continuam dominando o ranking. A melhor universidade do mundo, Caltech, é norte-americana. Além disso, 77 das 200 melhores do mundo estão em solo dos EUA. 

O editor do THE, Phil Baty, classificou o resultado como "negativo para o Brasil".
"Um país com seu tamanho e poder econômico precisa de universidades competitivas internacionalmente", disse. "É um golpe sério perder a única universidade que estava entre as 200 melhores." 


PARA INGLÊS NÃO VER

 
Baty destacou ainda a importância da internacionalização nas universidades brasileiras para melhorar os resultados. 

"É preciso incentivar o uso do inglês na sala de aula. Muitos países que não são de língua inglesa já usam o inglês no meio acadêmico." Entre eles, estão a Holanda, a Alemanha e a França --países com universidades entre as cem melhores do mundo.

Essa bandeira do inglês tem sido destacada também por especialistas brasileiros.
De acordo com Leandro Tessler, físico da Unicamp e especialista em relações internacionais, há uma resistência interna na universidade brasileira ao inglês. 

"Temos a tradição de resistir a cursos em inglês na universidade, como se fosse uma questão de soberania."
Sem ter aulas em inglês, o Brasil perde pontos em boa parte dos indicadores do THE, que avaliam, por exemplo, a quantidade de alunos e de professores estrangeiros. 

Além disso, as publicações científicas exclusivamente em português também diminuem a quantidade de citações recebidas por outros cientistas. Esse critério --as citações-- valem 30% das notas recebidas por cada universidade. 

O Brasil foi o único país que saiu do grupo de países com universidades entre as 200 melhores do mundo. Noruega, Espanha e Turquia entraram para o grupo de elite. 

Veja a alista das 199 melhores universidades:
 
2013-14 rank 2012-13 rank Institution Country
1 1 California Institute of Technology US
2 4 Harvard University US
2 2 University of Oxford UK
4 2 Stanford University US
5 5 Massachusetts Institute of Technology US
6 6 Princeton University US
7 7 University of Cambridge UK
8 9 University of California, Berkeley US
9 10 University of Chicago US
10 8 Imperial College London UK
11 11 Yale University US
12 13 University of California, Los Angeles US
13 14 Columbia University US
14 12 ETH Zrich - Swiss Federal Institute of Technology Zrich Switzerland
15 16 Johns Hopkins University US
16 15 University of Pennsylvania US
17 23 Duke University US
18 20 University of Michigan US
19 18 Cornell University US
20 21 University of Toronto Canada
21 17 University College London UK
22 19 Northwestern University US
23 27 University of Tokyo Japan
24 22 Carnegie Mellon University US
25 24 University of Washington US
26 29 National University of Singapore Singapore
27 25 University of Texas at Austin US
28 25 Georgia Institute of Technology US
29 33 University of Illinoisat Urbana-Champaign US
30 31 University of Wisconsin-Madison US
31 30 University of British Columbia Canada
32 39 London School of Economics and Political Science UK
33 35 University of California, Santa Barbara US
34 28 University of Melbourne Australia
35 34 McGill University Canada
36 42 Karolinska Institute Sweden
37 40 École Polytechnique Fédérale de Lausanne Switzerland
38 57 King's College London UK
39 32 University of Edinburgh UK
40 41 New York University US
40 38 University of California, San Diego US
42 44 Washington University in St Louis US
43 35 University of Hong Kong Hong Kong
44 59 Seoul National University South Korea
45 46 Peking University China
46 47 University of Minnesota US
47 42 University of North Carolina at Chapel Hill US
48 37 Australian National University Australia
49 61 Pennsylvania State University US
50 54 Boston University US
50 52 Tsinghua University China
52 51 Brown University US
52 44 University of California, Davis US
52 54 Kyoto University Japan
55 48 University of Munich Germany
56 68 Korea Advanced Institute of Science and Technology South Korea
57 65 Hong Kong University of Science and Technology Hong Kong
58 49 University of Manchester UK
59 53 Ohio State University US
60 50 Pohang University of Science and Technology South Korea
61 58 KU Leuven Belgium
62 69 Purdue University US
63 70 University of Gottingen Germany
63 65 University of Queensland Australia
65 59 École Normale Supérieure, Paris France
65 75 Rice University US
67 64 Leiden University Netherlands
68 78 University of Heidelberg Germany
69 77 Delft University of Technology Netherlands
70 62 École Polytechnique France
70 56 University of Southern California US
72 62 University of Sydney Australia
73 72 Erasmus University Rotterdam Netherlands
74 142 University of Basel Switzerland
74 67 Utrecht University Netherlands
76 86 Nanyang Technological University Singapore
77 70 Wageningen University and Research Center Netherlands
78 76 University of Pittsburgh US
79 74 University of Bristol UK
80 80 Durham University UK
80 79 Emory University US
80 87 Tufts University US
83 83 University of Amsterdam Netherlands
83 94 Michigan State University US
85 93 Ghent University Belgium
86 128 Free University of Berlin Germany
87 105 Technical University of Munich Germany
88 104 Case Western Reserve University US
88 106 Vanderbilt University US
90 94 University of NotreDame US
91 99 Monash University Australia
92 88 McMaster University Canada
93 96 University of California, Irvine US
94 99 Humboldt University of Berlin Germany
95 102 University of Rochester US
96 81 Pierreand Marie Curie University France
97 91 University of Colorado Boulder US
98 89 University of Groningen Netherlands
98 115 Maastricht University Netherlands
100 109 University of Helsinki Finland
100 103 University of York UK
102 119 Royal Holloway, University of London UK
103 98 University of Arizona US
103 99 Rutgers, the State University of New Jersey US
103 117 Stockholm University Sweden
106 114 Eindhoven University of Technology Netherlands
106 84 University of Montreal Canada
108 97 University of Maryland, College Park US
109 121 University of Alberta Canada
109 124 Chinese University of Hong Kong Hong Kong
111 106 Uppsala University Sweden
112 110 University of Sheffield UK
112 118 University of Virginia US
114 85 University of New South Wales Australia
114 92 University of Paris-Sud France
114 145 Queen Mary, University of London UK
117 139 University of Glasgow UK
117 140 KTH Royal Institute of Technology Sweden
117 108 University of St Andrews UK
117 149 Technical University of Denmark Denmark
121 110 University of Sussex UK
121 89 University of Zrich Switzerland
123 82 Lund University Sweden
124 133 University of Geneva Switzerland
125 128 Tokyo Institute of Technology Japan
126 113 University of Cape Town South Africa
126 124 Dartmouth College US
128 122 University of Florida US
129 154 RWTH Aachen University Germany
129 110 Trinity College Dublin Republic of Ireland
131 127 Radboud University Nijmegen Netherlands
132 134 Indiana University US
132 130 University of Lausanne Switzerland
132 72 University of Massachusetts US
135 150 Boston College US
136 122 University of California, Santa Cruz US
137 145 Lancaster University UK
138 116 Aarhus University Denmark
139 184 Colorado Schoolof Mines US
139 142 University of Leeds UK
141 124 University of Warwick UK
142 134 National Taiwan University Taiwan
143 134 University of Utah US
144 147 Osaka University Japan
144 140 VU University Amsterdam Netherlands
146 148 Arizona State University US
146 130 University of Southampton UK
148 154 University of California, Riverside US
148 153 University of Exeter UK
150 130 University of Copenhagen Denmark
150 137 Tohoku University Japan
152 144 University of Freiburg Germany
153 158 University of Birmingham UK
154 151 Karlsruhe Institute of Technology Germany
155 180 Joseph Fourier University - Grenoble 1 France
156 170 ENS Lyon France
157 151 University of Bern Switzerland
157 120 University of Nottingham UK
159 156 Texas A&M University US
160 174 Georgetown University US
161 187 University College Dublin Republic of Ireland
161 169 University of Iowa US
161 196 University of Leicester UK
164 192 University of Antwerp Belgium
164 161 University of Auckland New Zealand
164 201-225 Brandeis University US
164 201-225 Pompeu Fabra University Spain
168 190 University of Western Australia Australia
169 171 University of Liverpool UK
170 187 University of Twente Netherlands
170 162 University of Vienna Austria
172 164 Catholic University of Louvain Belgium
172 156 Yeshiva University US
174 165 University of Delaware US
174 176 University of East Anglia UK
176 198 University at Buffalo US
176 226-250 Universit Libre de Bruxelles Belgium
178 166 University Paris Diderot - Paris 7 France
178 162 Stony Brook University US
180 190 Wake Forest University US
181 171 University of Bonn Germany
181 174 Rensselaer Polytechnic Institute US
183 193 Iowa State University US
184 201-225 Northeastern University US
185 193 University of Miami US
185 201-225 University of Oslo Norway
185 171 University of Ottawa Canada
188 176 University of Aberdeen UK
188 167 University of Texas at Dallas US
190 183 Yonsei University South Korea
191 137 Hebrew University of Jerusalem Israel
191 184 University of Illinois at Chicago US
193 226-250 National Graduate School of Engineering, Paris France
194 168 George Washington University US
194 176 University of Reading UK
196 201-225 University of Dundee UK
197 226-250 Florida Institute of Technology US
198 180 Newcastle University UK
199 276-300 Bogazii University Turkey
199 158 TelAviv University Israel

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

BTG Pactual lidera ranking de fusões e aquisições

Banco ficou em primeiro lugar no ranking dos nove primeiros meses do ano, numa estratégia de atuação em segmentos de rápido crescimento

Divulgação
moça e locomotiva da VLI
Locomotiva da VLI: BTG Pactual assessorou a Vale na venda de 1,8 bilhão de dólares da sua empresa de logística


São Paulo - O BTG Pactual ficou em primeiro lugar no ranking de fusões e aquisições dos nove primeiros meses do ano, numa estratégia de atuação em segmentos de rápido crescimento que gerou para o banco 4 bilhões de dólares em negócios anunciados somente entre julho e setembro.

O banco ficou na frente de rivais como Credit Suisse e Itaú BBA ao assessorar 14 transações no terceiro trimestre, segundo dados da Thomson Reuters. No acumulado do ano, o BTG Pactual participou de 36 transações que somaram 11,73 bilhões de dólares, o equivalente a um terço dos negócios anunciados no ano até 30 de setembro.

As empresas anunciaram 34,15 bilhões de dólares em fusões e aquisições nos nove primeiros meses do ano, 37 por cento abaixo do mesmo intervalo do ano anterior, segundo relatório elaborado trimestralmente pela Thomson Reuters sobre a atividade de fusões e aquisições.

O volume marcou o nível mais baixo registrado para o período de janeiro e setembro desde 2005, quando negócios de 14,07 bilhões de dólares em acordos foram anunciados. O número de negócios caiu para 426 em 2013 ante 647 no mesmo período do ano passado, segundo o levantamento.

Apesar dos dados tímidos, a expectativa é de que as operações de fusão e aquisição devem ganhar ritmo mais acelerado devido à necessidade de consolidar mercado em algumas indústrias, ao envolvimento de empresas de private equity e ao interesse de conglomerados estrangeiros em atingir o mercado consumidor brasileiro, segundo Marco Gonçalves, diretor para fusões e aquisições do BTG.

Gonçalves e outros executivos de bancos disseram que a deterioração dos mercados globais, a instabilidade doméstica e uma defasagem de preço entre compradores e vendedores foram os principais motivos por trás do desaquecimento dos negócios.

"Existe mais visibilidade em termos da perspectiva macroeconômica e, apesar de um alto nível de incerteza nos mercados globais, compradores e vendedores finalmente estão chegando a acordos", disse Gonçalves em uma entrevista no escritório do BTG Pactual em São Paulo.

À medida que a economia brasileira desacelerou, os compradores pressionaram por preços menores enquanto os vendedores resistiram, o que criou um desacordo que impediu a concretização de vários acordos durante meses. As preocupações de que o Federal Reserve vai retirar os estímulos à economia dos Estados Unidos ajudou a deixar os investidores mais cautelosos.

Mas uma queda de 11 por cento no real desde maio ajudou a reduzir o preço de muitas companhias locais, que ficaram mais atrativas para potenciais compradores em dólar. "Isso pode ter deixado as valuations (avaliações) um pouco mais atraentes, ajudando a reduzir a diferença de preço", disse o diretor do Bradesco BBI para fusões e aquisições, Alessandro Farkuh.

Enquanto investidores estrangeiros tendem a ser mais cautelosos neste momento, os investidores estratégicos brasileiros, que buscam oportunidades com foco em longo prazo, devem seguir bastante ativos neste mercado, na avaliação do diretor de fusões e aquisições do Credit Suisse, Fábio Mourão.

"O investidor de fora está mais cauteloso porque este não é o ambiente dele. Com o estrangeiro mais retraído, o brasileiro estratégico tende a sobressair", afirmou.

Fundos de private equity também devem ser protagonistas de novas operações, uma vez que estão capitalizados e têm prazo para investir, segundo Mourão. "Eles devem aproveitar o momento para gastar este dinheiro, vamos ver negócios nesta área", disse. 

Bancos

André Esteves está perto de concluir reestruturação da EBX


Banco do bilionário está ajudando a companhia de Eike Batista a vender ativos e encontrar novos investidores

Ksenia Galouchko, da
LAILSON SANTOS/VEJA
André Esteves, do BTG Pactual
André Esteves, do BTG Pactual: "promovemos uma reestruturação corporativa do grupo e estamos chegando à fase final disso”, disse sobre a EBX

Nova York - O Grupo BTG Pactual, o banco de investimentos fundado pelo bilionário brasileiro André Esteves, está estudando realizar investimentos conjuntos na América Latina com o parceiro VTB Group, com sede em Moscou, ou seus clientes russos.

“Há planos sérios”, disse Esteves, que é o presidente da empresa, em uma entrevista em um fórum, hoje, em Moscou, citando leilões de campos de petróleo brasileiros e produtoras de petróleo bruto à procura de investidores. “É sempre bom para as grandes empresas russas chegar à América Latina junto com algum player loca”.

“Estamos concluindo algumas operações de fusão e aquisição Promovemos algumas reestruturações no grupo e estamos chegando na etapa final”, acrescentou Esteves.

O VTB, o segundo maior banco da Rússia, formou uma aliança com o BTG em junho de 2012 depois que investiu na oferta pública inicial do banco brasileiro, e posteriormente o BTG comprou ações quando o VTB levantou US$ 3,3 bilhões em maio, disse Esteves. O plano de investimento do Brasil em campos de petróleo e gás para venda “poderia ser uma boa oportunidade” para empresas estatais russas como OAO Rosneft e OAO Gazprom, afirmou.

“Nós vemos um monte de semelhanças e oportunidades entre a Rússia e o Leste Europeu com o Brasil e a América Latina”, disse Esteves. “Essa é a ideia -- atravessar essa ponte de todos os tipos de oportunidades de investimento e assessorar empresas russas e do Leste Europeu na América Latina, e empresas latino-americanas na Rússia”.

O investimento do BTG diretamente na venda de ativos estatais russos é “possível”, disse Esteves.
O banco está quase terminando a reestruturação corporativa das empresas do ex-bilionário brasileiro Eike Batista ajudando-as a vender ativos e encontrar investidores, disse Esteves.

“Promovemos uma reestruturação corporativa do grupo e estamos chegando à fase final disso”, disse o presidente. 


Empresas de Batista
A OGX Petróleo e Gás Participações SA, a produtora de petróleo que é a principal empresa de Batista, não honrou um pagamento de US$ 1 bilhão em títulos ontem, o que levou a Standard Poor’s a atribuir a classificação de default para a empresa e seus títulos. O patrimônio líquido de Eike Batista caiu mais de US$ 30 bilhões desde o início de 2012 depois que os investidores perderam a confiança em seus recursos naturais e empresas de logística interligados em face do não cumprimento de metas de produção, dívida crescente e atrasos de projeto.

Batista e o BTG, com sede em São Paulo, anunciaram um acordo em 6 de março sob o qual o banco ofereceria a suas empresas serviços de assessoria financeira, crédito e investimentos futuros de longo prazo em projetos. O BTG, depois, cancelou a linha de crédito e recuou no acordo, mas vai continuar aconselhando Batista sobre as vendas, disse em agosto uma fonte familiarizada com o assunto.

Esteves confirmou o cancelamento da linha de crédito.
O BTG exerceu uma opção para adquirir 28,2 milhões de ações da MPX Energia SA, a geradora de energia fundada por Batista, no mês passado. A empresa é agora conhecida como Eneva SA.


Apostas em títulos


A MMX, unidade de mineração de Batista, disse que está em negociações com a Vetria Mineração SA para vender alguns ativos e direitos de mineração. A Trafigura Beheer BV e a Mubadala Development Co. planejam comprar uma participação controladora em um porto de minério de ferro controlado pela MMX, batendo a Glencore Xstrata Plc na corrida para agarrar ativos de Batista.

Batista cedeu o controle de sua empresa portuária, a LLX Logística SA, em agosto. A CCX Carvão da Colômbia SA, unidade de carvão de Batista, disse em setembro que vai vender duas minas de carvão na Colômbia por cerca de US$ 75 milhões.

Esteves disse que está apostando em ganhos em títulos corporativos em dólar de alta qualidade de mercados emergentes, incluindo dívidas da Itaú Unibanco Holding SA, Banco Bradesco SA, BTG, Caixa Econômica Federal e Petróleo Brasileiro SA.

Esteves disse que é improvável que a Petrobras, a produtora de petróleo número 1 em águas profundas, emita mais títulos neste ano após sua venda recorde no mercado emergente em maio. A Petrobras levantou US$ 11 bilhões na venda.

Entrada de máquinas e equipamentos usados pode ser barrada


“Há brechas na legislação que temos de fechar, e a importação de máquinas usadas tem de ser mais restrita”, defendeu Pimentel

Marli Moreira, da
Antônio Cruz/ABr
Ministro Fernando Pimentel
Fernando Pimentel: embora considere setor de máquinas e equipamentos “fundamental para crescimento da economia”, ministro explicou que programa ainda demandará muito tempo

São Paulo – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, sinalizou hoje (2) com a possibilidade de criação de barreiras contra a importação de máquinas e equipamentos usados.

Essa foi uma das queixas que empresários do setor apresentaram nesta quarta-feira ao ministro, durante encontro na sede da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas de Equipamentos (Abimaq).

“Há brechas na legislação que temos de fechar, e a importação de máquinas usadas tem de ser mais restrita”, defendeu Pimentel. 

Ele descartou, porém, que haja interesse em sobretaxar as importações de bens de capital de forma generalizada, porque isso poderia prejudicar os setores que dependem de maquinário e equipamentos que só são produzidos no exterior.

O ministro lembrou que técnicos de sua pasta e representantes desse setor têm-se reunido frequentemente, para colocar em prática um programa de estímulo à produção de bens de capital, à semelhança do Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar-Auto). 

Por meio do Inovar-Auto, empresas com planos de investimento na inovação do parque fabril têm desconto no valor a ser recolhido do Imposto Sobre o Produto Industrializado (IPI).

Embora considere o setor de máquinas e equipamentos “fundamental para o crescimento da economia”, Pimentel explicou que um programa neste sentido ainda demandará muito tempo.

“Sabemos que o governo não vai abrir mão de nada agora”, disse o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto. “O Brasil está virando uma curva de rio, com o crescimento de mais de 350% da importação de máquinas e equipamentos usados , nos últimos três anos, e isso nos deixa em situação crítica”, reclamou Aubert.

Segundo ele, mesmo com o dólar mais valorizado, o setor tem perdido clientes, que preferem encomendar bens de capital produzidos fora do país, principalmente, na China. Ele defende que o financiamento por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de outras linhas do setor público seja restrito à compra de máquinas e equipamentos nacionais.

Aubert estima que o setor de máquinas e equipamentos encerre o ano com queda entre 5% e 7%, invertendo a previsão feita no início do ano de crescer nos mesmos patamares.

Conab vai investir R$ 500 milhões em silos


Por Tarso Veloso | De Brasília
Ruy Baron/Valor / Ruy Baron/Valor 
 
Segundo presidente da Conab, Rubens Rodrigues dos Santos, determinação de aumentar e modernizar rede pública partiu da presidente Dilma Rousseff
 
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai investir quase R$ 500 milhões até 2015 para melhorar a estrutura de armazenagem do governo.

Os recursos serão usados para expandir em 43% sua capacidade de estocagem - das atuais 1,96 milhão de toneladas para 2,81 milhões. Do total, 685 mil toneladas devem vir da construção de 10 novas unidades e 42 mil toneladas da reforma de outras 80.

Segundo o presidente da Conab, Rubens Rodrigues dos Santos, a ordem para ampliar e modernizar a rede pública de armazenagem partiu da própria presidente Dilma Rousseff.

A determinação, explica, é aumentar a capacidade estatal em regiões-chave do ponto de vista logístico, visando a acelerar o escoamento da produção agrícola no território nacional.

"Essa nova estratégia da Conab contempla a construção de armazéns próximos às novas fronteiras agrícolas. Com isso, vamos apoiar o produtor para que ele não precise comercializar a sua produção imediatamente e possa esperar um preço mais competitivo", afirmou ele.

Rodrigues disse ainda que o plano prevê a melhoria da logística de escoamento entre regiões produtoras e distribuidoras, como entre Anápolis (GO) e São Luís (MA). "Vamos poder enviar a produção de trem até o Porto de Itaqui e reduzir o custo na logística, diminuindo o preço ao consumidor final", acrescentou.

A meta da Conab é desembolsar R$ 250 milhões em 2014 para a reforma de 26 unidades - 19 no Semiárido nordestino, quatro em Mato Grosso e uma no Paraná - e na construção de quatro novos silos - em Luís Eduardo Magalhães (BA) e São Luís (MA), com capacidade de 100 mil toneladas cada, e Anápolis (GO) e Xanxerê (SC), com 50 mil toneladas cada.

Outros R$ 237 milhões devem ser investidos em 2015 na reforma de 52 unidades em todo o país e na construção de outras seis plantas. Em três delas - nos municípios de Petrolina (PE), Quixadá (CE) e Estrela (RS) - a capacidade será de 50 mil toneladas cada. Esse volume será de 60 mil toneladas em Campina Grande (PB), 75 mil em Viana (ES) e 100 mil em Eliseu Martins (PI).

O presidente da Conab destacou que as reformas devem ampliar em 34 mil toneladas a capacidade de armazenamento dos Estados do Nordeste. Serão 4 mil toneladas na Bahia, 8 mil no Ceará, 2 mil em Alagoas, 9 mil na Paraíba, 6 mil no Piauí e 5 mil no Rio Grande do Norte.

Somente na elaboração dos projetos serão investidos R$ 13 milhões por meio de um convênio já assinado com o Banco do Brasil. Depois de elaborados os projetos, serão lançados os editais de contratação das obras.

De acordo com a comissão interna criada para conduzir o processo de ampliação e modernização dos armazéns, Currais Novos (RN) e Entre Rios (BA) podem ter a ordem de serviço contratada ainda em 2013.

Para fim de reduzir o déficit de armazenagem no país, estimado em 40 milhões de toneladas, o governo disponibilizou ainda na safra 2013/14 uma linha de R$ 5 bilhões destinada a financiar a construção de silos privados. O objetivo é renovar essa linha nas próximas cinco safras, totalizando R$ 25 bilhões.

Múltis brasileiras criticam projeto da Fazenda


Por Leandra Peres | De Brasília

As grandes multinacionais brasileiras, de quem o governo espera receber até R$ 25 bilhões em dívidas tributárias para fechar as contas esse ano, criticaram a proposta oficial para a nova taxação das empresas coligadas e controladas com sede no exterior por vedar a consolidação global dos lucros e prejuízos.

O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) - interlocutor das empresas nas negociações com o governo - tem pronto um estudo em que afirma que o modelo de tributação em estudo pelo governo "terminará por inibir uma integração mais rápida e adequada das nossas empresas às transformações da economia global".



O Iedi afirma que a internacionalização das empresas brasileiras mostra atraso significativo em relação ao resto do mundo e que a normatização não pode prejudicar ainda mais esse processo. As empresas querem que o prejuízo verificado em um país possa ser compensado com o lucro gerado em outro lugar e que, ao fim, seja possível fazer a chamada consolidação vertical.

O governo não concorda. A Receita Federal argumenta que o abatimento de lucros e prejuízos em escala mundial vai abrir espaço para planejamento tributário, além de inviabilizar o controle do Fisco. O projeto apresentado pelo Ministério da Fazenda veta essa compensação, mas permite que eventuais prejuízos num país sejam abatidos em até cinco anos por lucros gerados no mesmo país.

Na avaliação feita pelo Iedi, "a solução não está em proibir, senão em regulamentar prudentemente a consolidação vertical". A proposta das empresas é que a consolidação vertical seja restrita apenas aos resultados operacionais das coligadas e controladas, sem incluir prejuízos financeiros ou não operacionais.

 Além disso, a consolidação só seria permitida com países que têm intercâmbio de informações com a Receita Federal e as empresas estariam obrigadas a abrir todos os detalhes das contas de suas empresas no exterior.

A disputa entre a Receita Federal e as grandes multinacionais brasileiras sobre a tributação de controladas e coligadas no exterior já gerou um passivo estimado em R$ 75 bilhões, incluindo multas e juros.

A discussão judicial está em análise pelo Supremo Tribunal Federal, mas o governo já ofereceu às empresas a possibilidade de quitar a dívida por meio de um Refis. O programa de refinanciamento ainda tem que ser regulamentado, mas a lei prevê que quem pagar à vista tem desconto integral de multa e juros. O parcelamento em 120 meses implica redução de multas de 20% de juros em 50%.

As empresas também querem que o governo aceite o pagamento não apenas em dinheiro, mas por meio de compensação de tributos. O problema nessa opção é que o abatimento da dívida gerada pela tributação no exterior de créditos que as empresas tenham junto à Receita gerados por outras operações implica, no fim, queda na arrecadação.

O Tesouro Nacional, no entanto, conta com esses recursos para melhorar o resultado das contas públicas esse ano. De acordo com dados do Banco Central, o superávit do setor público até agosto é de 1,73% do PIB, para uma meta de 2,3% do PIB. A avaliação no Ministério da Fazenda é que sem um bom resultado do Refis não há como atingir a meta.

A medida ainda tem que ser sancionada pela presidente Dilma Rousseff e regulamentada pela Receita Federal para que as empresas decidam pela adesão.

Em entrevista recente, o consultor-geral da Vale, Clovis Torres Junior, disse que a decisão da empresa só será tomada quando houver detalhes sobre a tributação futura. A Vale é uma das principais interessadas nessa discussão, já que a disputa judicial da empresa é a que está mais adiantada.

O estudo que será divulgado pelo Iedi também faz um levantamento sobre os tipos de tributação do lucro no exterior feito por outros países. Quanto mais próximo de um modelo de tributação em bases mundiais, o mesmo usado pelo Brasil, maior deve ser a possibilidade de consolidação dos resultados em diversos países. O exemplo são os Estados Unidos. Já no Reino Unido, Alemanha e França, onde a tributação é feita com base apenas nos resultados obtidos dentro do país, a necessidade de consolidação é menor.Share1