“Há brechas na legislação que temos de fechar, e a importação de máquinas usadas tem de ser mais restrita”, defendeu Pimentel
São Paulo – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, sinalizou hoje (2) com a possibilidade de criação de barreiras contra a importação de máquinas e equipamentos usados.
Essa foi uma das queixas que empresários do setor apresentaram nesta
quarta-feira ao ministro, durante encontro na sede da Associação
Brasileira da Indústria de Máquinas de Equipamentos (Abimaq).
“Há brechas na legislação que temos de fechar, e a importação de máquinas usadas tem de ser mais restrita”, defendeu Pimentel.
Ele descartou, porém, que haja interesse em sobretaxar as importações
de bens de capital de forma generalizada, porque isso poderia prejudicar
os setores que dependem de maquinário e equipamentos que só são
produzidos no exterior.
O ministro lembrou que técnicos de sua pasta e representantes desse
setor têm-se reunido frequentemente, para colocar em prática um programa
de estímulo à produção de bens de capital, à semelhança do Programa de
Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de
Veículos Automotores (Inovar-Auto).
Por meio do Inovar-Auto, empresas com planos de investimento na
inovação do parque fabril têm desconto no valor a ser recolhido do
Imposto Sobre o Produto Industrializado (IPI).
Embora considere o setor de máquinas e equipamentos “fundamental para o
crescimento da economia”, Pimentel explicou que um programa neste
sentido ainda demandará muito tempo.
“Sabemos que o governo não vai abrir mão de nada agora”, disse o
presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto. “O Brasil está virando uma curva
de rio, com o crescimento de mais de 350% da importação de máquinas e
equipamentos usados , nos últimos três anos, e isso nos deixa em
situação crítica”, reclamou Aubert.
Segundo ele, mesmo com o dólar mais valorizado, o setor tem perdido
clientes, que preferem encomendar bens de capital produzidos fora do
país, principalmente, na China. Ele defende que o financiamento por meio
do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de outras linhas do setor público seja restrito à compra de máquinas e equipamentos nacionais.
Aubert estima que o setor de máquinas e equipamentos encerre o ano com
queda entre 5% e 7%, invertendo a previsão feita no início do ano de
crescer nos mesmos patamares.
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