quarta-feira, 2 de outubro de 2013

André Esteves está perto de concluir reestruturação da EBX


Banco do bilionário está ajudando a companhia de Eike Batista a vender ativos e encontrar novos investidores

Ksenia Galouchko, da
LAILSON SANTOS/VEJA
André Esteves, do BTG Pactual
André Esteves, do BTG Pactual: "promovemos uma reestruturação corporativa do grupo e estamos chegando à fase final disso”, disse sobre a EBX

Nova York - O Grupo BTG Pactual, o banco de investimentos fundado pelo bilionário brasileiro André Esteves, está estudando realizar investimentos conjuntos na América Latina com o parceiro VTB Group, com sede em Moscou, ou seus clientes russos.

“Há planos sérios”, disse Esteves, que é o presidente da empresa, em uma entrevista em um fórum, hoje, em Moscou, citando leilões de campos de petróleo brasileiros e produtoras de petróleo bruto à procura de investidores. “É sempre bom para as grandes empresas russas chegar à América Latina junto com algum player loca”.

“Estamos concluindo algumas operações de fusão e aquisição Promovemos algumas reestruturações no grupo e estamos chegando na etapa final”, acrescentou Esteves.

O VTB, o segundo maior banco da Rússia, formou uma aliança com o BTG em junho de 2012 depois que investiu na oferta pública inicial do banco brasileiro, e posteriormente o BTG comprou ações quando o VTB levantou US$ 3,3 bilhões em maio, disse Esteves. O plano de investimento do Brasil em campos de petróleo e gás para venda “poderia ser uma boa oportunidade” para empresas estatais russas como OAO Rosneft e OAO Gazprom, afirmou.

“Nós vemos um monte de semelhanças e oportunidades entre a Rússia e o Leste Europeu com o Brasil e a América Latina”, disse Esteves. “Essa é a ideia -- atravessar essa ponte de todos os tipos de oportunidades de investimento e assessorar empresas russas e do Leste Europeu na América Latina, e empresas latino-americanas na Rússia”.

O investimento do BTG diretamente na venda de ativos estatais russos é “possível”, disse Esteves.
O banco está quase terminando a reestruturação corporativa das empresas do ex-bilionário brasileiro Eike Batista ajudando-as a vender ativos e encontrar investidores, disse Esteves.

“Promovemos uma reestruturação corporativa do grupo e estamos chegando à fase final disso”, disse o presidente. 


Empresas de Batista
A OGX Petróleo e Gás Participações SA, a produtora de petróleo que é a principal empresa de Batista, não honrou um pagamento de US$ 1 bilhão em títulos ontem, o que levou a Standard Poor’s a atribuir a classificação de default para a empresa e seus títulos. O patrimônio líquido de Eike Batista caiu mais de US$ 30 bilhões desde o início de 2012 depois que os investidores perderam a confiança em seus recursos naturais e empresas de logística interligados em face do não cumprimento de metas de produção, dívida crescente e atrasos de projeto.

Batista e o BTG, com sede em São Paulo, anunciaram um acordo em 6 de março sob o qual o banco ofereceria a suas empresas serviços de assessoria financeira, crédito e investimentos futuros de longo prazo em projetos. O BTG, depois, cancelou a linha de crédito e recuou no acordo, mas vai continuar aconselhando Batista sobre as vendas, disse em agosto uma fonte familiarizada com o assunto.

Esteves confirmou o cancelamento da linha de crédito.
O BTG exerceu uma opção para adquirir 28,2 milhões de ações da MPX Energia SA, a geradora de energia fundada por Batista, no mês passado. A empresa é agora conhecida como Eneva SA.


Apostas em títulos


A MMX, unidade de mineração de Batista, disse que está em negociações com a Vetria Mineração SA para vender alguns ativos e direitos de mineração. A Trafigura Beheer BV e a Mubadala Development Co. planejam comprar uma participação controladora em um porto de minério de ferro controlado pela MMX, batendo a Glencore Xstrata Plc na corrida para agarrar ativos de Batista.

Batista cedeu o controle de sua empresa portuária, a LLX Logística SA, em agosto. A CCX Carvão da Colômbia SA, unidade de carvão de Batista, disse em setembro que vai vender duas minas de carvão na Colômbia por cerca de US$ 75 milhões.

Esteves disse que está apostando em ganhos em títulos corporativos em dólar de alta qualidade de mercados emergentes, incluindo dívidas da Itaú Unibanco Holding SA, Banco Bradesco SA, BTG, Caixa Econômica Federal e Petróleo Brasileiro SA.

Esteves disse que é improvável que a Petrobras, a produtora de petróleo número 1 em águas profundas, emita mais títulos neste ano após sua venda recorde no mercado emergente em maio. A Petrobras levantou US$ 11 bilhões na venda.

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