quarta-feira, 2 de outubro de 2013

BTG Pactual lidera ranking de fusões e aquisições

Banco ficou em primeiro lugar no ranking dos nove primeiros meses do ano, numa estratégia de atuação em segmentos de rápido crescimento

Divulgação
moça e locomotiva da VLI
Locomotiva da VLI: BTG Pactual assessorou a Vale na venda de 1,8 bilhão de dólares da sua empresa de logística


São Paulo - O BTG Pactual ficou em primeiro lugar no ranking de fusões e aquisições dos nove primeiros meses do ano, numa estratégia de atuação em segmentos de rápido crescimento que gerou para o banco 4 bilhões de dólares em negócios anunciados somente entre julho e setembro.

O banco ficou na frente de rivais como Credit Suisse e Itaú BBA ao assessorar 14 transações no terceiro trimestre, segundo dados da Thomson Reuters. No acumulado do ano, o BTG Pactual participou de 36 transações que somaram 11,73 bilhões de dólares, o equivalente a um terço dos negócios anunciados no ano até 30 de setembro.

As empresas anunciaram 34,15 bilhões de dólares em fusões e aquisições nos nove primeiros meses do ano, 37 por cento abaixo do mesmo intervalo do ano anterior, segundo relatório elaborado trimestralmente pela Thomson Reuters sobre a atividade de fusões e aquisições.

O volume marcou o nível mais baixo registrado para o período de janeiro e setembro desde 2005, quando negócios de 14,07 bilhões de dólares em acordos foram anunciados. O número de negócios caiu para 426 em 2013 ante 647 no mesmo período do ano passado, segundo o levantamento.

Apesar dos dados tímidos, a expectativa é de que as operações de fusão e aquisição devem ganhar ritmo mais acelerado devido à necessidade de consolidar mercado em algumas indústrias, ao envolvimento de empresas de private equity e ao interesse de conglomerados estrangeiros em atingir o mercado consumidor brasileiro, segundo Marco Gonçalves, diretor para fusões e aquisições do BTG.

Gonçalves e outros executivos de bancos disseram que a deterioração dos mercados globais, a instabilidade doméstica e uma defasagem de preço entre compradores e vendedores foram os principais motivos por trás do desaquecimento dos negócios.

"Existe mais visibilidade em termos da perspectiva macroeconômica e, apesar de um alto nível de incerteza nos mercados globais, compradores e vendedores finalmente estão chegando a acordos", disse Gonçalves em uma entrevista no escritório do BTG Pactual em São Paulo.

À medida que a economia brasileira desacelerou, os compradores pressionaram por preços menores enquanto os vendedores resistiram, o que criou um desacordo que impediu a concretização de vários acordos durante meses. As preocupações de que o Federal Reserve vai retirar os estímulos à economia dos Estados Unidos ajudou a deixar os investidores mais cautelosos.

Mas uma queda de 11 por cento no real desde maio ajudou a reduzir o preço de muitas companhias locais, que ficaram mais atrativas para potenciais compradores em dólar. "Isso pode ter deixado as valuations (avaliações) um pouco mais atraentes, ajudando a reduzir a diferença de preço", disse o diretor do Bradesco BBI para fusões e aquisições, Alessandro Farkuh.

Enquanto investidores estrangeiros tendem a ser mais cautelosos neste momento, os investidores estratégicos brasileiros, que buscam oportunidades com foco em longo prazo, devem seguir bastante ativos neste mercado, na avaliação do diretor de fusões e aquisições do Credit Suisse, Fábio Mourão.

"O investidor de fora está mais cauteloso porque este não é o ambiente dele. Com o estrangeiro mais retraído, o brasileiro estratégico tende a sobressair", afirmou.

Fundos de private equity também devem ser protagonistas de novas operações, uma vez que estão capitalizados e têm prazo para investir, segundo Mourão. "Eles devem aproveitar o momento para gastar este dinheiro, vamos ver negócios nesta área", disse. 

Bancos

Nenhum comentário:

Postar um comentário