terça-feira, 8 de outubro de 2013

Depósitos judiciais podem reforçar superávit primário





Diante da ameaça de rebaixamento do Brasil pelas agências de classificação de risco, motivada principalmente pela deterioração das contas públicas, o governo brasileiro corre atrás de reforço de caixa e a ajuda pode vir dos depósitos judiciais. Dados mostram que os depósitos feitos em juízo pelos contribuintes que travam disputas com o Fisco acumularam R$ 8,5 bilhões entre janeiro e agosto deste ano. O volume é 43% superior ao registrado em igual período do ano passado. As informações são da Agência Estado.

Esse dinheiro, que vai diretamente para a Conta Única do Tesouro Nacional, representa 14% da meta fiscal do governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência). Os recursos foram usados para engordar a conta de pagamento dos juros da dívida, expediente chamado de superávit primário.

Os depósitos judiciais são feitos pelos contribuintes após ordem judicial, e servem para sustentar causas em discussão com o Fisco. Se o contribuinte ganhar a disputa, os recursos são devolvidos, corrigidos pela variação da Selic. Desde o fim de 1998, esse dinheiro vai para a conta do Tesouro — até então ele ficava na Caixa Econômica Federal, e rendia como uma caderneta de poupança.

Para a advogada Glaucia Lauletta Frascino, sócia do escritório Mattos Filho Advogados, o forte aumento da arrecadação por meio dos depósitos judiciais pode ser explicado pela maior disposição dos procuradores da Fazenda Nacional em questionar o contribuinte por impostos e tributos que não foram pagos. "Há uma postura mais agressiva das procuradorias, aliada a uma receptividade maior dos juízes, que fixam o depósito judicial", disse.

Já técnicos do governo avaliam que o salto na entrada de recursos oriundos dos depósitos judiciais é resultado do reaquecimento da economia no primeiro semestre.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Estado americano abre porta para advogados estrangeiros


Não é mais preciso ter cidadania americana, nem mesmo ser residente permanente no país (ter um green-card), para obter uma licença de advogado na Califórnia. O governador do estado, Jerry Brown, assinou uma lei, neste sábado (5/10), que autoriza a Suprema Corte da Califórnia a conceder licença profissional a qualquer advogado estrangeiro, independentemente de seu status imigratório. Basta cumprir as formalidades.

Uma formalidade é passar no exame de ordem da ABA (American Bar Association, a Ordem dos Advogados dos EUA), ministrado pela seccional da Califórnia, de acordo com o site Think Progress, que destacou essa lei entre uma série de medidas assinadas pelo governador para facilitar a vida dos imigrantes do estado. Outros jornais mais conhecidos noticiaram as novas leis, mas não deram destaque à que se refere aos advogados.

Para fazer o Exame de Ordem, o advogado estrangeiro tem de requerer uma permissão ao Conselho de Admissões à Ordem (Board of Admissions to the Bar) da Califórnia, de acordo com site Upwardly Global, uma fonte de orientações para imigrantes. O Conselho administra o Exame de Ordem, o mesmo que é aplicado a todos os bacharéis formados no país. Mas as provas são aplicadas pelas seccionais da ABA.

Ainda não há informações sobre a regulamentação da nova lei. Mas já se sabe que, para obter a permissão, o advogado estrangeiro terá de comprovar que se formou em uma faculdade de Direito em seu país, provar que já praticou advocacia também em seu país de origem, e declarar que não pratica advocacia em qualquer jurisdição americana e que deseja fazer o Exame de Ordem para praticar advocacia no estado da Califórnia.

Isso significa que, pelo menos na teoria, o estrangeiro não precisa fazer curso de Direito nos EUA para obter a licença profissional. Na prática, porém, isso é inevitável, porque o advogado terá de conhecer a legislação estadual e a federal, além de ter de aprender tudo o que um advogado aprende, normalmente, para exercer a profissão.

Um curso completo de Direito em uma universidade conceituada, de três anos, pode custar em torno de US$ 100 mil. Mas existem cursos de dois anos e cursos mais em conta. Pode ser também que um curso de mestrado, acompanhado de outros cursos de formação, resolva esse problema e outro mais: o do conhecimento do idioma. Obviamente, o advogado terá de ler, falar e escrever bem em inglês.

Existem diversas opções de visto de entrada nos EUA. A opção que parece mais conveniente é a do visto de estudante, uma vez que será preciso frequentar uma ou mais escolas, de qualquer maneira. Provavelmente, também é o visto mais fácil de ser obtido. Durante o curso, o advogado poderá aprender como funciona o processo imigratório dos EUA e examinar o melhor tipo de visto que poderá obter para trabalhar.


Acesso permitido



A conquista dessa abertura de portas se deve ao bacharel Sergio Garcia, de origem mexicana, cuja história a ConJur contou em reportagem de 5 de agosto de 2012, com o título "Estrangeiros não podem atuar nos EUA sem green card". Seu caso provocou comoção no meio jurídico americano. Ele veio para os EUA com 1 ano e meio de idade, frequentou escolas no país, do jardim de infância à faculdade de Direito, passou no Exame de Ordem na primeira tentativa, em 2009, mas não conseguiu sua licença profissional na Suprema Corte da Califórnia por interferência do Departamento de Justiça.

Antes dessa lei, seis estados americanos admitiam "alguma forma de reconhecimento" de diplomas universitários de outros países: Nova York, Alabama, Nova Hampshire, Virgínia e a própria Califórnia. Nenhuma tão aberta como a nova lei da Califórnia, que veio acompanhada de outras medidas destinadas a facilitar a vida dos imigrantes "não documentados".

Uma delas é a autorização para o Departamento de Veículos Motorizados conceder licença de motorista – mais precisamente um "privilégio de dirigir" a esses imigrantes. Outra medida legislativa proíbe a Polícia de deter imigrantes apenas com base em seus status imigratório, com vistas à deportação. Os imigrantes já se recusavam a fazer denúncias de crimes ou servir de testemunhas em ações judiciais — poderiam ser deportados.

Essa medida vai na contramão das tomadas por diversos estados do Sul dos EUA, que fizeram exatamente o contrário: aprovaram leis para dificultar, tanto quando pudessem, a vida dos imigrantes ilegais. Assim, para quem sonha em viver e trabalhar como advogado nos EUA, o portão de entrada, agora, é a Califórnia.

Derrocada institucional do Itamaraty se desdobra na Justiça

O episódio envolvendo a operação que trouxe clandestinamente ao Brasil o senador boliviano Roger Pinto Molina, articulada pelo ex-encarregado de negócios da missão brasileira na Bolívia, Eduardo Saboia, não foi um incidente isolado e tampouco o fruto de um rompante de insubordinação de um diplomata. Justamente em sentido contrário, tratou-se de “um episódio altamente simbólico” que ilustra um processo complexo de “derrocada institucional” do Itamaraty, agravado ainda pelo contexto de um Executivo sem agenda para a política externa e refratário à experiência e competência técnica de suas missões no exterior.  Este é o pensamento de fontes do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, ouvidas ao longo dos meses de agosto e setembro pela revista Consultor Jurídico.

Esse fenômeno de “opacidade institucional” pode elucidar as questões por trás da atitude de Saboia, garantem diplomatas. O vácuo de liderança e estratégia que levou o ex-encarregado de negócios a uma atitude severa tem origens profundas e envolvem uma gama distinta de fatores. O primeiro aspecto dessa crise está relacionado ao próprio Itamaraty, instituição que encontra dificuldades de se inserir na estrutura administrativa de Estado desde a promulgação da Constituição de 1988. “A instituição não se atualizou”, como foi dito à ConJur.

O outro fator diz respeito à posição da Bolívia no quadro da política externa brasileira. O país reflete, em particular, a falta de consistência da estratégia diplomática do Brasil para toda a América Latina. Trata-se, na visão de especialistas, de uma nação profundamente dividida culturalmente, com dificuldades de consolidação de uma identidade nacional. Como agravante, o comportamento imprevisível do governo do presidente Evo Morales e a tolerância do Executivo brasileiro com o governo boliviano por questões referentes meramente à conveniência política têm deixado o Itamaraty no vácuo provocado pela ausência de autonomia e autoridade. Sem espaço para tomar decisões, a diplomacia brasileira tem dificuldade de exercer seu papel em situações como a que envolvem, por exemplo, as empresas do Brasil na Bolívia.

O caso das empresas brasileiras naquele país é elucidativo. Independente de questões próprias à esfera da disputa comercial e dos erros que as companhias brasileiras possam vir a cometer, o fato é que as empresas do Brasil com presença na Bolívia têm sido constrangidas, postas à prova e, não raro, se encontram em situação de completa vulnerabilidade frente aos desmandos das autoridades bolivianas e à instabilidade institucional do país vizinho. O quadro parece não sensibilizar o Planalto. Alheio à realidade daquele país, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, sob o pretexto de sugerir que o Brasil deveria repensar seu modelo de desenvolvimento nacional, chegou a afirmar que as empresas transnacionais brasileiras têm um “comportamento subimperialista”.

A despeito das evidências, prevalecem os “desígnios imprevisíveis do Planalto”, como foi qualificado à ConJur. “É a burocracia de Estado tentando preservar as aparências”. Desse modo, a exemplo de cada vez mais setores da vida pública e privada no Brasil, o cerne dessa crise, tudo indica, deverá ser atraído para o Judiciário. É o que sugere, de um lado, a impetração de pedido de Habeas Corpus em favor do senador Roger Pinto Molina no Supremo Tribunal Federal. De outro lado, talvez caiba à Justiça manifestar-se sobre um conflito interno da política externa brasileira. “Não é só perda de credibilidade, mas do direito de estabelecer sua própria agenda. Em outros tempos, seria absurdo conceber que um diplomata tivesse que ir à Justiça para resolver uma questão que é de foro da estratégia da política diplomática”, foi dito à reportagem da ConJur em Brasília.


Centralismo


O centralismo no planejamento da política externa, com decisões desenhadas essencialmente com um fundo político e frequentemente alheias às preocupações de Estado, compromete a atuação da diplomacia como um todo, mas, no caso de vizinhos “complicados”, o prejuízo é patente. “A Bolívia não perdoa a indiferença”, diz uma fonte, sobre a lacuna de consistência e o descaso do governo brasileiro em relação ao intricado contexto do país vizinho.

Some-se também a prevalência de posturas ideologizadas e mesmo de uma visão romântica da Bolívia por políticos e autoridades do alto escalão, apesar do apelo do corpo diplomático brasileiro naquele país para que o Executivo estabeleça uma política clara e estrategicamente coerente para lidar com um vizinho tão complexo. A situação repete-se não só com as nações de fronteira, mas com toda a América Latina.

Posturas ideologizadas não se traduzem necessariamente em liderança, como se viu na chamada guerra das papeleiras, o conflito diplomático entre Argentina e Uruguai em virtude da instalação de duas fábricas de papel e celulose de origem finlandesa na margem oriental do Rio Uruguai. A Argentina acabou por rejeitar a intermediação do Brasil, proposta pelo então presidente Lula, sob a justificativa de que aquele era uma questão bilateral e também pela ausência de diretrizes estabelecidas pelo Mercosul para lidar com conflitos do tipo. O caso é considerado por alguns diplomatas e especialistas como uma das razões para a “implosão” do bloco regional.

Paralelo à frouxidão da política externa com a própria vizinhança, o Brasil, nos últimos anos, ensaiou movimentos ousados entre os chamados “grandes interlocutores globais”, como nos casos da negociação por um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU e a estratégia brasileira de se aproximar do Irã ainda no segundo mandato do governo Lula. Para fontes consultadas pela ConJur, enquanto que, na superfície, o que se tinha era uma política externa voltada para o “terceiro mundo”, que não se pautava pelos grandes agentes globais, no fundo, prevaleciam critérios arbitrários em prejuízo da tradição diplomática brasileira que sempre se impôs pelo preparo de seus diplomatas e o cunho estratégico. Ou seja, perdia-se, cada vez mais, a perspectiva de uma política externa que tinha como base se projetar, primeiramente, da relação estratégica com os vizinhos para, então, junto aos “grandes interlocutores globais”. No caso da Bolívia, em que a política externa precisa definir a estratégia para administrar os "interesses conflitantes" entre ambos os países, o quadro tornou-se insustentável frente a irresponsabilidade do governo na condução do episódio.


Direitos humanos


Ao passo em que as bandeiras do governo de Evo Morales iam “caindo uma a uma” — o indigenismo, o ambientalismo e, por fim, os direitos humanos — a diplomacia brasileira na Bolívia passou a lidar com o diálogo surdo entre ambos os chefes de Estado, com promessas vagas e evasivas desconsideradas de lado a lado, tão logo se encerravam as visitas oficiais. Nesse limbo, é que ocorriam involuções como o caso do senador de oposição boliviano Roger Pinto Molina, que, desde 8 de junho de 2012, vivia, em condição de asilado e em estado de cerco, na embaixada brasileira em La Paz.

O governo boliviano alega que o parlamentar pediu asilo para não ter que responder na Justiça do seu país por crimes financeiros calculados em pelo menos US$ 1,7 milhões. Apesar das condições de alojamento precárias, problemas de saúde do senador e provocações de autoridades policiais bolivianas, Brasília não quis interferir, mesmo com a resistência do governo boliviano em proceder com o salvo-conduto, com fins de avançar com o asilo territorial.

Outro ponto que ilustra as contradições e a debilidade da relação Brasil-Bolívia foi a resposta do governo brasileiro ao ser informado da entrada de Molina no Brasil. Sucederam às ameaças informais de suspensão de asilo e extradição, a transferência do chanceler Antonio Patriota, a remoção do embaixador Marcel Biato e de Eduardo Saboia e a abertura de uma sindicância para avaliar o caso.

Porém, em paralelo, ocorriam falhas no nível burocrático mais elementar, como, por exemplo, o governo não se manifestar oficialmente sobre a presença do senador boliviano em território nacional. Além de colocar em dúvida o próprio cumprimento da decisão do asilo, o governo brasileiro não fez qualquer declaração oficial sobre a chegada e a presença de Molina no país. Coube ao próprio político ter de ir ao cartório, há algumas semanas, para, enfim, fazer uma declaração juramentada, com a finalidade de obter alguma  garantia, uma documentação sobre sua condição de asilado.

O documento será usado, assim, como elemento da defesa de Saboia no processo administrativo. O diplomata é representando pelos advogados Pedro Paulo de Medeiros e Ophir Cavalcante Júnior. O constitucionalista Ives Gandra e o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Velloso chegaram a se oferecer para representar Eduardo Saboia, por simpatia pela causa do diplomata.


O mito do Rio Branco



Quanto ao referido quadro de desgaste institucional do Itamaraty, o período correspondente à promulgação da Carta de 1988 é apontado como a época em que o Ministério das Relações Exteriores começou a enfrentar as dificuldades de se inserir no modelo de padronização do Poder Público brasileiro pós-1970. A instituição não fez, nas palavras de uma das fontes consultadas, a "transição" para o novo modelo de Estado, pautado pela transparência e a diálogo com uma opinião pública cada vez mais atenta à agenda internacional e seu impacto doméstico.

Como "não houve decisões" do próprio órgão em relação a esse novo contexto institucional, uma série de questões sobre a natureza da carreira não foi enfrentada. O resultado, apontam, vai além do despreparo do Itamaraty para lidar com a opinião pública, mas envolve a própria transformação do perfil do diplomata brasileiro. Se antes se orgulhavam  de ser "generalistas" preparados com excelência, uma referência para a diplomacia de outros países, a complexidade da agenda externa de uma potência emergente como é o Brasil hoje, exige conhecimentos especializados e, sobretudo, descentralização e celeridade dos processos decisórios.

Trata-se de uma mudança mais profunda no próprio perfil da carreira, que vai de encontro ao chamado mito do Rio Branco, do diplomata que saí em missão como sacerdotes faziam, "como um estratega e intérprete da vontade do Estado".  A carreira mudou. Não são só mais diplomatas, são também diplomatas que permanecem mais tempo na carreira e uma geração com uma formação distinta, já que mudou até mesmo o perfil de treinamento do Instituto Rio Branco.

Nas palavras de uma fonte consultada pela ConJur, o Itamaraty corre o risco de se tornar um "funcionalismo de 2° escalão", onde são raros os casos de diplomatas que ascendem aos cargos de direção e projeção política na carreira. "A expressão acabada disso é que abdicamos pouco a pouco de nossa tarefa mais nobre e fundamental, a de intérprete", avaliou.

Exportador atento ao impacto da paralisação nos EUA sobre embarque brasileiro





 






As exportadoras brasileiras embarcam normalmente, mas estão de olho na crise nos EUA, sobretudo as pequenas e médias empresas do interior do Brasil, muitas delas com atuação recente no comércio exterior, vendendo artesanatos e produtos alimentícios regionais.
                                               
Em Londrina, interior do Paraná, por exemplo, o professor do curso de economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Marcelo Curado, diz que paralisação nos EUA gera incertezas sobre a economia americana. "Quando a economia americana cresce, ajuda a puxar o restante do mundo. 

Essa parada nos serviços públicos dos EUA é um tiro no pé que pode gerar uma profunda instabilidade na economia norte-americana, com grande impacto no mundo". 

Ele acredita que, com isso, o Brasil pode exportar menos para os americanos. Curado disse que o principal problema dos EUA está no orçamento. Ele lembrou que, na crise de 2008, o país se endividou muito e definiu que, quando chegasse a um determinado teto, cortaria gastos. Agora, o presidente Barack Obama quer um programa de saúde mais amplo e os republicanos não aceitam isso. 

Para o presidente do Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Paraná, Zulfiro Bósio, a nova crise político-econômica dos EUA vai afetar o comércio exterior com o Brasil. "Já estamos com deficit na balança comercial. Com este novo problema, a balança brasileira pode fechar muito negativa’’, disse Bósio.

O diretor do Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Paraná, Ozeil Moura Santos. Segundo ele, os reflexos podem ocorrer em um prazo de 60 dias. 

O secretário estadual da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros, disse que, por enquanto, não vê maiores problemas no comércio bilateral do Paraná com os Estados Unidos. Segundo ele, o Estado negocia bastante com outros parceiros como a China, os países do Mercosul e da Europa. No entanto, acredita que os empresários paranaenses devem ficar atentos à paralisação nos EUA. 

Freelancer brasileiro de tecnologia aumenta faturamento no mundo




 



Levantamento da plataforma de busca de emprego temporário e terceirizado, a Freelancer.com aponta que o Brasil conta com mais de 55 mil usuários cadastrados e lidera em mão de obra na América Latina. Posicionado em 20º lugar mundial no ranking de usuários e líder na América Latina, o Brasil superou a marca dos 55 mil cadastros no Freelancer.com. Tamanho envolvimento na rede é o fato de que os freelancers brasileiros já faturaram US$ 1,043 milhão ao ano com projetos desenvolvidos para empresas de no mundo.

“O brasileiro têm grande representatividade na plataforma. Eles já entenderam e estão bastante maduros com o conceito de trabalhos freelancers. Antes mesmo de chegarmos oficialmente ao país, alguns brasileiros já desenvolviam projetos conosco”, afirma Sebastián Siseles, diretor regional para América Latina do Freelancer.com.

Ao todo, mais de 20 mil projetos foram entregues no exterior pelos freelancers nacionais, e as categorias mais exercidas pelos brasileiros são: PHP, MYSQL, Javascript, Traduções, Photoshop, SQL, HTML, Design Gráfico, Design do logo e Design de website.  O ranking dos países que mais contratam brasileiros é formado por Estados Unidos (42,18%), Reino Unido (9,34%), Canadá (5,19%), Austrália (3,96%) e Brasil (3,91%).

O Brasil, na outra mão, importa o serviço. Mais de 5,7 mil empresas brasileiras estão presentes na plataforma em busca de freelancers para fazer projetos. A maior busca das empresas nacionais é em relação a projetos de PHP, MySQL, Arquitetura de Software e Teste de software. Os maiores prestadores de serviços dos brasileiros estão alocados na Índia (26,88%), Paquistão (11,08%), Bangladesh (7,39%), Estados Unidos (6,34%) e Vietnam (4,17%).

Fonte: Freelancer.com

BC prevê câmbio, balança comercial e investimento estrangeiro no Brasil, em 2013



 
 
O Banco Central do Brasil, no relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (7/10) informou que a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2013 ficou estável em R$ 2,30 por dólar. Para o fechamento de 2014, a estimativa dos analistas dos bancos para o dólar permaneceu em R$ 2,40.

A projeção dos economistas do mercado financeiro para o superávit da balança comercial (exportações menos importações) em 2013 foi mantida em R$ 2 bilhões na semana passada. Para 2014, a previsão de superávit comercial recuou de US$ 10 bilhões para US$ 9,25 bilhões na última semana.

Para 2013, a projeção de entrada de investimentos no Brasil ficou inalterada em US$ 60 bilhões. Para 2014, a estimativa dos analistas para o aporte de investimentos estrangeiros continuou em US$ 60 bilhões na última semana.

Os economistas do mercado financeiro elevaram, na semana passada, a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano para 2,47% e mantiveram a estimativa de uma nova alta da taxa de juros, informou o BC. A previsão está em linha com as estimativas tanto o Banco Central quanto o Ministério da Fazenda - que preveem uma expansão da economia da ordem de 2,5% neste ano. Para 2014, a estimativa dos analistas para o crescimento da economia permaneceu em 2,20%.

Atualmente, os juros básicos da economia estão em 9% ao ano após quatro elevações seguidas feitas pelo Banco Central. O mercado financeiro manteve a expectativa de que os juros avançarão para 9,5% ao ano na próxima quarta-feira, quando termina a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês. Para o fechamento de 2013 e de 2014, a estimativa dos analistas para os juros foi mantida em 9,75% ao ano - o que ainda pressupõe uma nova alta neste ano.  

O presidente do BC, Alexandre Tombini (foto), afirmou que a inflação teria queda neste ano frente ao patamar registrado em 2012 (5,84%) e no ano de 2014. Embora continue acreditando na desaceleração da inflação neste ano, o mercado prevê, entretanto, crescimento da inflação em 2014.  Fonte: BC

BRASIL TAMBÉM PRECISA DE TRABALHADORES MENOS QUALIFICADOS

Temer: «O Brasil, que é um país que cresce enormemente na construção civil e em outras áreas, pode receber também uma mão-de-obra menos qualificada».

O vice-presidente do Brasil, Michel Temer, reiterou hoje (07/10/2013) em Lisboa que o seu país precisa de médicos estrangeiros, «especialmente portugueses», e de outros profissionais qualificados, admitindo que haja ainda condições para receber emigrantes menos qualificados.

«Toda e qualquer atividade nacional demanda pessoas qualificadas de Portugal», disse o vice-presidente, em entrevista à agência Lusa.

O responsável, que efetua hoje uma visita a Portugal, sublinhou que a prioridade continua a ser a saúde, nomeadamente o programa «Mais Médicos», que já recebeu 17 médicos portugueses e deverá receber mais quatro este mês.

«Foram para o Brasil ainda um número pequeno de médicos portugueses, que naturalmente são muito bem recebidos», disse, sublinhando que a intenção é atrair clínicos portugueses quando exista excesso em Portugal.

«Eu verifico que os médicos que estão a ir são médicos aposentados, que já encerraram atividade aqui em Portugal», afirmou.

No entanto, o número dois de Dilma Rousseff deixou o apelo a outros profissionais qualificados em Portugal: «Aqueles que puderem dirigir-se ao Brasil, assim como no passado foram bem recebidos, agora serão também muito aplaudidos».

Embora admita que o país precisa sobretudo de mão-de-obra qualificada, Michel Temer não fechou a porta a outras profissões: «O Brasil, que é um país que cresce enormemente na construção civil e em outras áreas, pode receber também uma mão-de-obra menos qualificada».

O programa «Mais Médicos», que provocou a contestação da classe médica brasileira, foi lançado como uma das respostas da Presidente Dilma Rousseff à onda de protestos populares que atingiram o país inteiro em junho.

Numa primeira fase, chegaram ao Brasil 682 médicos estrangeiros, incluindo 17 portugueses, e na segunda etapa deverão chegar outros 149, incluindo quatro portugueses.

Uma sondagem recente demonstra que 73,9% dos brasileiros apoia a decisão do Governo em contratar médicos no exterior para ajudar resolver o problema de falta de condições da saúde pública.

Dados oficiais indicam que o Brasil tem uma taxa de 1,8 médicos por mil habitantes, uma taxa considerada baixa pela Organização Mundial de Saúde.

A emigração de Portugal para o Brasil tem vindo a aumentar nos últimos anos, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações, que no seu último relatório identifica esta rota como um dos grandes corredores migratórios.

Segundo o documento, intitulado «Bem-estar e desenvolvimento dos migrantes» e divulgado no mês passado, um total de 2.247 portugueses receberam um visto de trabalho no Brasil em 2012, contra 708 em 2009.

(Dinheiro Digital – 07/10/2013)