Guardado frisa que a OGX não está inadimplente com os investimentos
previstos para o bloco e diz não considerar a compra da parte da
petroleira de Eike, apesar da situação confortável de seu caixa, que
hoje é de R$ 950 milhões.
Dependente de uma única fonte de receita, a QGEP busca agora
diversificação e o aumento de sua participação no BS-4 seguiria o
caminho inverso, de concentração. O executivo diz ainda, que a OGX não
expressou aos sócios a intenção de vender a participação.
Na semana passada, a companhia divulgou ao mercado lucro líquido de R$
75,2 milhões no terceiro trimestre, alta de 21,4% na comparação com o
mesmo período de 2012.
Somos ainda uma companhia emergente, para se tornar uma grande
independente, diz Guardado, destacando ativos de grande peso, como os
blocos de Atlanta e Carcará, na Bacia de Santos. No primeiro, a OGX
figura como parceira; no segundo, operado pela Petrobrás, a QGEP tem
10%.
Conseguimos provar que essa companhia tem uma forma de atuação
diferente. Procura estar preparada, dá um passo de cada vez, e dentro
das suas possibilidades. Temos previsão de crescimento contínuo,
controlado, balanceado, com disciplina de capital, diz Guardado.
Efeito cascata. O contágio por fatores externos à companhia não se deu
apenas devido à derrocada da OGX. Algumas medidas governamentais no
setor de energia, como o processo de renovação das concessionárias de
eletricidade e a política de preços dos combustíveis, também pesaram na
avaliação dos investidores. Guardado explica que tiveram de ser
intensificadas as conversas com o mercado sobre a posição da empresa.
Na época da oferta inicial de ações em bolsa, na abertura de capital,
80% dos investidores institucionais da QGEP eram estrangeiros. Hoje,
caminha para a situação inversa, com uma base de investidores nacionais
em torno de 45%.
Guardado se esforça em não fazer comparações, o que fica difícil diante
da parceria com a OGX depois das aquisições da petroleira de Eike.
Evitamos fazer comparações. São penosas para nós. Torcemos para que
isso venha a ter um final adequado, dentro das circunstâncias que cercam
o processo, que não são fáceis. Agora, longe da gente repetir qualquer
coisa dessa natureza.
Vem do DNA do grupo. Não fomos tão arrojados como algumas de nossas
congêneres. Não estou dizendo que foram melhores ou piores do que a
gente, mas é diferente. Nossa atuação foi muito mais cautelosa e com uma
certa visão, comentou.
A despeito da conturbada situação atual do mercado, a Queiroz Galvão
pretende ingressar no mercado de dívida, provavelmente em 2015, com
emissão de bonds ou buscando outras formas de financiamento.
A ideia é seguir a premissa do mercado de óleo e gás de utilizar
capital de terceiros na fase de desenvolvimento da produção, quando o
risco maior da operação já passou, com a fase exploratória. A empresa
também pretende fazer novas aquisições, como as que foram feitas
recentemente, com dois ativos da Shell.
Sem dúvida, qualquer coisa que vier de forma oportunística, de
companhias que muitas vezes querem sair do Brasil, ou de
desinvestimentos da Petrobras aqui e ali, o que a gente julgue
importante e que caiba no caixa que dispomos ao longo dos próximos
quatro ou cinco anos, a gente vai olhar.
As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo.